42 REEXAME DE PASSAGENS ASTUTAMENTE TORCIDAS

SUBTILEZAS DO ERRO


NO último capítulo, o oponente, calcado em Canright, aceita suas sutis distorções exegéticas, pervertendo o sentido cristalino de textos bíblicos relacionados com a lei de Deus ou o dia de guarda, com o objetivo confesso e deliberado de expungir deles, a qualquer custo, os dez mandamentos da lei divina. 


Embora diga examinar as "passagens mais importantes desde o Gênesis ao Apocalipse" que citamos em abono da tese divina da vigência da lei, na verdade, o autor cometeu uma traição aos leitores. Além de citar, de permeio, textos irrelevantes, e de deformar o sentido dos de maior peso, omitiu deliberadamente muitos textos importantes, alguns dos mais fortes e conclusivos em favor da verdade que pregamos. E isto é grave, sumamente grave. Eis alguns deles: 


Atos 16:13 – "QUANDO FOI SÁBADO, SAÍMOS DA CIDADE PARA JUNTO DO RIO, ONDE NOS PARECEU HAVER UM LUGAR DE ORAÇÃO; E ASSENTANDO-NOS, FALAMOS ÀS MULHERES QUE PARA ALI TINHAM CONCORRIDO." 


Diante deste texto, a astúcia mais requintada dos negadores da lei divina não pôde engendrar um subterfúgio exegético. Não cabe a alegação surrada de que Paulo ia às sinagogas para agradar os judeus, porque aqui estava em território macedônico, não entrou em sinagoga, mas saiu da cidade e foi a um lugar tranqüilo realizar, com seu companheiro, o culto de adoração a Deus. Este é um das "pontos fortes em favor do sábado" reconhecidos por Billy Graham. Por que nosso acusador o omitiu? 


I S. João 3:4 – "O PECADO É A TRANSGRESSÃO DA LEI." 


Definição bíblica do pecado que preferimos a quaisquer outras. A lei aí referida, não podia ser a lei cerimonial, que não mais existia quando se escreveu o texto acima, perto do fim do primeiro século de nossa era; não podia referir-se à lei civil judaica, pois Israel já não mais existia como nação. Com toda certeza se referia à lei moral. E esta é a mesma que Deus houve por bem compendiada nos dez mandamentos. Por que o oponente o omitiu? 

S. Lucas 4:16, 17, 20, 31 e 32 – 

"INDO PARA NAZARÉ... ENTROU NUM SÁBADO, NA SINAGOGA, SEGUNDO O SEU COSTUME, E LEVANTOU-SE PARA LER... O LIVRO DO PROFETA ISAÍAS ... 

"TENDO FECHADO O LIVRO,... SENTOU-SE. 

"E DESCEU A CAFARNAUM, E Os ENSINAVA NO SÁBADO... A SUA PALAVRA ERA COM AUTORIDADE." 

Esta seqüência mostra que Jesus, no início de Seu ministério freqüentava assiduamente a casa de culto aos sábados, SEGUNDO O SEU COSTUME. E lá ia para ensinar, com Sua autoridade. Ler os rolos sagrados. Tão-somente isto. Não ia para agradar os judeus, porque até que os desagradou muita (verso 29). Proclamou-Se "Senhor" (Dono, Soberano) do sábado. 

Romanos 5:13 – "O PECADO NÃO É IMPUTADO NÃO HAVENDO LEI." 

Isto significa que a lei revela o pecado, aponta-o, denuncia-o, exprime-o, qualifica-o, imputa-o no homem, visto que a lei moral é o padrão de excelência que Deus instituiu, e o compendiou em dez mandamentos. 

Romanos 3:20 – "PELA LEI VEM O PLENO CONHECIMENTO DO PECADO." 

A função da lei divina é e sempre será revelar o pecado, tornar o homem consciente e convicto do pecado. Qual espelho, a lei mostra no homem a sujidade da transgressão e o remete para Cristo a fim de lavar-se da impureza. 

Romanos 4:15 – "ONDE NÃO HÁ LEI, TAMBÉM NÃO HÁ TRANSGRESSÃO." 

A função da lei, também na era cristã, como padrão divino de excelência, é indicar transgressões que constituem pecado. 

Romanos 2:13 – "OS QUE PRATICAM A LEI HÃO DE SER JUSTIFICADOS." 

A justificação pela fé em Cristo leva o homem à perfeita harmonia com a lei, de sorte que, agora regenerado, sua vida de nova criatura será necessariamente uma prática do padrão de excelência. Este padrão se mostra em todos os atos do cristão. Os versos 21 e 22 esclarecem que se trata do decálogo. 

Romanos 3:23 – "... DESONRAS A DEUS, PELA TRANSGRESSÃO DA LEI?" 

É o fecho de uma série de admoestações paulinas sobre a necessidade de praticarmos a lei, a lei moral sumariada nos dez mandamentos. Antes desta conclusão, Paulo menciona três de seus preceitos: contra o "furto", contra o "adultério", e contra a "idolatria". Na era cristã, está em vigor a lei. 

Efésios 6:2 – "HONRA A TEU PAI E A TUA MÃE (QUE É O PRIMEIRO MANDAMENTO COM PROMESSA), PARA QUE TE VÁ BEM, E SEJAS DE LONGA VIDA SOBRE A TERRA." 

Evidentemente Paulo não citaria um mandamento inequívoco do decálogo, nem usaria um contexto confirmativo, se os dez mandamentos tivessem sido abolidos. Isto prova que os mandamentos estão reafirmados no Novo Testamento, em vigor na era cristã. 

Romanos 13:9 – "NÃO ADULTERARÁS, NÃO MATARÁS, NÃO FURTARÁS, NÃO COBIÇARÁS, E SE HÁ QUALQUER OUTRO MANDAMENTO, TUDO NESTA PALAVRA SE RESUME: AMARÁS AO TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO." 

Aqui mandamentos claros do decálogo são mencionados como em vigor. É também sen resumo: "Amarás o teu próximo coma a ti mesmo", que o oponente ignorantemente afirma ser lei cerimonial. 

Há muitos outros textos que poderíamos citar, mas seria desviar do nosso objetivo. Vamos nos ater aos principais que o inimigo da lei divina apresenta inescrupulosamente distorcidos. À pág. 136 começa: 


Gên. 2:1-3. A instituição divina do sábado, remate da Criação. O autor, para destruir o que a Palavra de Deus diz, inventa duas cavilações: 1. Que Deus descansou nesse dia mas não ordenou a Adão que o fizesse; 2. Que o texto não diz que o sétimo dia é o sábado. 

Resposta: 1. Êxo. 20:10 e 11 responde a essa indecorosa invenção. Deus ordenou enfaticamente a guarda do sábado, com justificativa neste primeiro sábado da Criação. Pelo que o autor pretende, Adão trabalhava enquanto Deus descansava! Fantástico! 2. No mesmo texto citado, encontra o autor a resposta da segunda cavilação, pois, no mandamento, Deus aponta sempre o primeiro sábado da Criação como fundamento de Sua exigência de guarda, afirmando que aquele sétimo dia era sábado. Ler supletivamente Heb. 4:4 e 9. 


Gên. 26:5. "Abraão ... guardou ... as Minhas leis." O autor nas desafia: 1. a provarmos que se refere a lei moral dos dez mandamentos; 2. que estes só foram dados 400 anos depois; 3. que os mandados foram, entre outros, a circuncisão, despedir a mãe de Ismael, sacrificar Isaque. Que a lei moral compendiada nos dez mandamentos não entra aí de modo algum. 

Resposta: 1. O próprio texto estabelece distinções no que Deus exigia de Abraão: a) obedecer à voz, b) guardar mandado; c) guardar preceitos; d) guardar estatutos, e finalmente guardar as leis. O autor se encarrega de pormenorizar estas partes, com omissão da última: a guarda das leis. O autor não admite, em hipótese alguma que a lei moral de Deus compendiada 430 anos depois, no decálogo, esteja presente no fiel Abraão. Ora, desde o começo do mundo, existe a lei moral divina consubstanciada nos dez mandamentos. Embora não escrita achava-se implantada no coração, na mente e na consciência do homem. 

Provas: I – O pecado existe desde o princípio, e pecado é transgressão da lei. A lei moral divina e o pecado são paralelos e coexistentes. Adão pecou, transgrediu o concerto (Oséias 6:7); II – Caim matou e isto foi imputado como pecado que jazia à porta mas o dominou (Gên. 4:7). O próprio Pitrowski traduziu um livro de Wallace, onde, falando da lei moral de Deus, entre outras coisas, diz: "Ela tem sido imutável e o será eternamente. Um assassínio foi assassínio quando cometido contra Abel, é assassínio nos dias atuais e o será sempre" (p. 94, grifos nossos). III – Satanás foi "homicida desde o princípio" e "mentiroso" (S. João 8:44); José foi guardado de cometer "adultério", definido como pecado (Gên. 39:9). Os habitantes de Sodoma e Gomorra eram pecadores (adúlteros). Se não houvesse lei que lhes definia o pecado, então pereceram inocentemente. 

Se a lei divina estava em vigor nos dias de Abraão, se ele foi tão solícito em "obedecer à voz de Deus", guardar mandados, ordens e preceitos cerimoniais, como o oponente menciona, por que haveria de ser relapso em guardar a lei moral? Daí o crermos que a última parte do texto se refere à lei moral que 430 anos depois foi promulgada solenemente porque estava se apagando do coração do povo de Deus devido ao longo convívio com os egípcios. 

2. 430 anos depois, assinala a época em que a lei divina foi dada por escrito de forma solene, porém tacitamente existia desde o aparecimento do homem. 

3. Se Abraão não a tivesse obedecida, como quer o oponente, então seria ímpio e incoerente, pois era fiel em obedecer mandados, preceitos, e estatutos, mas falhava na guarda da lei moral divina! Seria insincero e bifronte! Mas o oponente só aceita que Abraão tenha guardado a lei divina sumariada nos dez mandamentos, se o texto estivesse assim: "Abraão guardou a Minha lei dos dez mandamentos." Nossa incredulidade não exige isto; humildemente cremos no que está implícito no texto, e aceitamos o que ele quer dizer. Abraão observou a lei moral, necessariamente os 10 mandamentos em que foi resumida pelo próprio Deus. E Abraão é chamado "amigo de Deus." Não seu inimigo a ponto de transgredir sua santa lei!  


Êxo. 16:22-30. A passagem de modo algum institui o sábado, como quer o opositor. Logo após a fuga do Egito, o povo cuja espiritualidade fora deformada pelos longos anos de cativeiro, começava a volver-se para Deus, e Moisés tinha a missão de orientá-lo. Então, como o milagre do maná ia operar-se, o povo é advertido de que no sábado não deveria colhê-lo. Tanto é verdade que o povo se havia esquecido do mandamento, que em Êxo. 20:8 lhe é dito enfaticamente: "LEMRRA-TE... do dia de sábado para o santificar", remetendo o homem para a semana da criação (verso 11). Logo, o sábado existia da Criação ao Sinai, SEGUNDO A BIBLIA, e a obrigação de santificá-lo também! Não, o sábado não foi instituído na época da queda do maná. 

Afirmar que a "ordenação" referida em Êxo. 15:25 é o sábado, é avançar demais o sinal, é muita credulidade, é fantasia. Uma observação de passagem: como se explica que aqui o oponente, de uma palavra isolada, tira livremente uma conclusão quanto ao sábado, e, em muitíssimos outros textos explícitos cuja contexto cita inequivocamente mandamentos do decálogo, o autor rejeita a alusão aos dez mandamentos? Dois pesos e duas medidas! Outras minúcias do autor nem merecem resposta, de tão descabidas que são. Na ocasião os israelitas eram o povo de Deus, depositários dos oráculos divinos, e isso é sumamente importante. 


Êxo. 20:1-17. Sobre o texto puro do Decálogo, escrito pelo "dedo de Deus", o autor lança sua baba de demolidor. O que se contém nas páginas 138-141 é um amontoado de blasfêmias. O autor não faz mais do que repetir uma porção de absurdos, já respondidos aqui e ali, e principalmente nos capítulos intitulados "A Tese Anominiana" e "É o Sábado uma Instituição de Israel?" para onde remetemos o leitor. Não traz nenhum "argumento" novo. 


Êxo. 31:16 e 17. Sucintamente diremos o seguinte: nestas passagens aparece o adjetivo hebraico olam (que corresponde ao grego aionios), que se traduz por "perpétuo". É flutuante em sua significação, conforme o substantivo a que se apega; é absoluto ou relativo, pode ter significação restrita ou ampla. Junto de um substantivo de natureza transitória, de ordem temporal, encerra um sentido de duração limitada à época em que a coisa se destinava a vigorar; junto de coisas eternas, o sentido é de duração sem-fim. O sábado teve começo com o mundo (Gên. 2:3) e aqui durará até o fim do mundo (Isa. 66:22 e 23) e irá até a Nova Terra; portanto sua perpetuidade não poderá confundir-se com a das transitórias festas judaicas. Muita caturrice do nosso opositor. 

Quanto ao fato de, nos tempos da instrução de Israel, o transgressor do sábado ser condenado à morte pois o juízo vinha de imediato em alguns casos, diremos: 1. o transgressor premeditado da lei divina, seja em relação ao sábado ou outro mandamento, ainda hoje estará condenado à morte, à segunda morte, quando o juízo executivo de Deus se abater sobre ele, na último dia. (Ecles. 8:11) Também o transgressor do 3º. mandamento devia ser morto (Lev. 14:1). Agora, o será no futuro, com fogo e enxofre. Por que não? A morte virá no juízo, para os transgressores da lei divina! É ensino bíblico. 


Lev. 23:38. Já respondido no capítulo sobre os sábados cerimoniais. O sábado do Senhor era, de fato, distinto, isto é, ALÉM dos "sábados", além dos "dons", além dos "votos", além das "ofertas", porque todas estas coisas (sábados, dons, votos e ofertas) eram inequivocamente cerimoniais. 


Deut. 31:24-26. Exaustivamente respondido no capítulo "As Duas Leis Contrastadas". Tanta as pedras do decálogo como o livro eram para testemunho do povo de Deus, que na época eram os israelitas. Isto, de modo algum confunde as leis. 


II Reis 21:8. O contexto abona a nossa interpretação, de que há referência às duas íeis. É-nos dito que Manassés praticou a idolatria (versos 3 e 7) condenada pelo 2º. mandamento, e também substituiu o serviço cerimonial do santuário pelos "altos de Ezequias" (verso 3). As duas leis foram por ele transgredidas. Jesus não ensinou nada DIFERENTE, pois os textos por Ele mencionados existiam no Pentateuco, e eram resumo da lei moral, como já analisamos exaustivamente em outro ponto. Toda a lei e os profetas DEPENDEM (da raiz grega, kremastos, "suspenso", "pendente", "contido") destes dois princípios fundamentais da lei divina, e que são o resumo do decálogo, mas não o anulam. O Novo Testamento do P. Basílio Pereira assim verte: "Nestes dois mandamentos SE ENCERRA TODA A LEI E OS PROFETAS." Para que sofismar? 


I Crôn. 16:15-18. Não usamos este texto no sentido em que o autor pretende. Neste salmo, Davi exalta a glória divina, proclamando que o Senhor Se lembra do que promete a Seu povo, de suas alianças, Seus juramentos. Embora haja alusão ao fato de ser assegurado o quinhão de herança na terra de Canaã, pelo concerto estabelecido, podemos inferir também o cumprimento futuro, isto é, de levar seu povo, à Canaã celestial, à herança dos santos na luz. A expressão "mil gerações" é idiomática, como os "setenta vezes sete" e outras muito encontradas na Bíblia. Representam um número infinito. 


Neem. 9:13 e 14. Sobre os "mandamentos bons", veja-se a resposta no capítulo "As Duas Leis Contrastadas". 


Sal. 19:7. "A lei do Senhor é perfeita." Diz o nosso acusador que "o erro dos sabatistas é afirmarem que lei signifique só o decálogo e nada mais", o que não é verdade. Pior é a posição do oponente que quer que lei não signifique o decálogo mas tudo o mais, o que é muito grave. Perguntaríamos: onde obteve a informação de que no Salmo 19 só se compreende o decálogo? Onde pode provar que este é nosso ensino? Sobre Sal. 19:7, leia na lição da Escola Sabatina (adultos), 2°. trimestre de 1964, pág. 82, o seguinte: 

"Lei" é tradução do hebraico torah, que significa "instrução". Inclui os Dez Mandamentos, mas não se restringe aos Dez Mandamentos, nem mesmo ao Pentateuco, que não passam de partes dela. Deve ser tida como incluindo toda a Revelação – tudo quanto Deus revelou de sua natureza, caráter e propósito, e do que quer que o homem seja e faça." 

Donde se conclui que o acusador investe contra um sistema doutrinário "adventista" engendrado por ele. Em parte se deve a Canright essas invenções. É verdade que, ao nos referirmos ao decálogo, afirmamos ser ele perfeito, como resumo da divina lei moral, e podemos citar Sal. 19:7 para aboná-lo porque nele se inclui o decálogo. Aliás, no parágrafo 3, da acusação, à pág. 145, o oponente concorda que o decálogo se acha incluído na expressão de Sal. 19:7. Para nós é o suficiente, pois se o decálogo está incluído como lei perfeita, segue-se QUE NÃO FOI ABOLIDO. Para que nos acusar? 


Sal. 40:8. "A Tua lei está dentro do Meu coração." Refere-se a Cristo. E Ele mesmo disse, de modo a não deixar dúvidas: "... Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai" (S. João 15:10). E o nosso acusador admite que Jesus guardava o decálogo. Nada temos a acrescentar. Nula e inócua a acusação contra os adventistas do sétimo dia, baseada neste texto. 


Sal. 89:27-36. Deus não quebra o seu concerto, cuja base são os dez mandamentos. Veja-se o capítulo "O Novo Concerto Reafirma a Lei de Deus". A referência não é obviamente a um filho de Davi, mas às conseqüências da perpetuidade de sua linhagem que redundaria na perpetuidade de seu trono. E da linhagem surgiria o Messias. Tão claro, e o autor confundiu tanto, em pura perda. "Promessa do reino messiânico a Davi", é o título que a Versão Atualizada de Almeida consigna.  


Sal. 119. O oponente admite que o decálogo esteja incluído neste salmo. É o bastante. Cremos que se refere preponderantemente à lei moral, pois há indícios claros no contexto. 

Por exemplo: os que andam na lei do Senhor, "não praticam a iniqüidade" (verso 3) ; é uma lei que produz "integridade de coração" (v. 7); "purifica" (v. 9); previne o "pecado" (v. 11); é contrária à "cobiça" (v. 36); à "vaidade" (v. 37); lei firmada "para sempre" (v. 89); contra a "falsidade" (v. 104); contra a "mentira" (v. 163); seus "mandamentos são justiça" (v. 172). 

Ora isto honestamente não pode aplicar-se ao cerimonialismo judaico ou às leis civis de Israel, ou a ritos, como a circuncisão, ou a festas como a páscoa etc. Refere-se, o salmista, predominantemente á lei moral consubstanciada nos dez mandamentos. sejamos humildes em aceitar o ensino de Deus. Para que forçar uma opinião? 


Ecles. 12:13 e 14. "Teme a Deus e guarda Seus mandamentos. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra..." Seremos JULGADOS pela lei moral. Ela será a norma do juízo. A única lei ligada ao juízo é a lei moral maravilhosamente resumida nos dez mandamentos. Ela subsistirá até ao fim, até ao juíza. Jamais será abolida. 


Isa. 56:1-7. Refere-se, sim aos estrangeiros com promessa de bênçãos abundantes se guardassem o santo sábado de Deus. E como viviam eles na era pré-cristã em que a fé no Salvador se expressava através da lei cerimonial, de holocaustos e sacrifícios, Deus promete-lhes igualmente aceitar também suas oferendas cerimoniais. Leia-se com isenção os versos 6 e 7. Por que torcer o que está claro? A passagem é sempre conclusiva a favor do sábado, e isso é o que importa. 


Isa. 58:12-14. Ainda que se aplicasse exclusivamente à casa de Jacó naqueles dias, o preceito é firme em ordenar a guarda do sábado. Não importa a que povo Deus Se dirige, o que importa é se o que disse É NORMATIVO. Se é, está liquidada a questão. No sermão do Monte, Crista se dirigia a judeus. Se Deus se dirige a babilônios, abissínios ou a brasileiros, isto não tem peso para diminuir o valor de Suas instruções. 

Não torcemos coisíssima nenhuma, mas o acusador o faz. Por exemplo no verso 1, não se refere somente à casa de Jacó, mas também "ao Meu povo", "teus filhos" (v. 12). Lendo-se com isenção o texto e seu contexto verifica-se que o sentido é de que a promessa feita à casa de Jacó seria também outorgada aos observadores do sábado, indiscriminadamente. "E te sustentarei COM a herança de teu pai Jacó" (v. 14), isto é, a mesma herança que prometi a Jacó. Tal é o sentido.  


Isa. 66:22 e 23. A explicação do acusador é cavilosa. Que o texto se refere à Restauração é óbvio, pois alude a "novos céus e a NOVA TERRA que hei de fazer", portanto um acontecimento futuro. E no verso 23 os verbos estão no futuro. "E será que de uma lua nova a outra lua nova ... VIRÁ ..." Matos Soares traduz: "E será que DE MÊS EM MÊS..." e "de um sábado a outro virá toda a carne a adorar perante MIM." E o verso 24 também é escatológico, e alude à condenação dos ímpios. 

A "lua nova" entre os judeus nem sempre significava a festa mensal, mas simplesmente uma referência para indicar o início de cada mês entre eles. Cremos que a referência em Isa. 66:23 é a de que na Nova Terra haverá a Árvore da Vida que produz seu finto "de mês em mês" (Apoc. 22:3) e os remidos se servirão dela (Apoc. 22:14). Portanto, infere-se uma reunião mensal dos remidos, e esta é a referência do texto invocado e não compreendido pelo oponente. Não esquecer que hoje nós somos "o Israel de Deus". 


Ezeq. 22:26. O que o texto diz é que a profanação do sábado, além da extorsão, do roubo e da violência (verso 29) se incluía nas abominações de Jerusalém. Para Deus é profanação, e isto liquida o assunto. Reiteramos: não nos importa a que povo ou a que instituição Deus se dirige; se o que Ele diz É NORMATIVO, serve para todos os povos, especialmente para os que O temem. O argumento discriminatório e "nacionalista" do oponente é de uma indigência de pasmar. O que importa são as instruções INSPIRADAS de Deus! 


Dan. 7:25. Respondido no capítulo "Fantasias em Torno do Poder Usurpador". 


S. Mat. 5:17-19. Exaustivamente refutado no capítulo "Sofismas a Granel." Vale a pena reler o que escrevemos lá. 


S. Mat.19:16-22. Jesus INSOFISMAVELMENTE se refere ao decálogo, pois começa a citar a segunda tábua da lei, notadamente o V, VI, VII e VIII mandamentos, concluindo por citar o resumo dessa segunda tábua. O bastante, porém, para que se saiba honestamente a que lei se referia. De fato só citou mandamentos MORAIS. Se Jesus não chegou a citar o sábado, é porque, como leitor do coração humano, sabia que o jovem não estava em falta com esta parte, pois este dissera que guardava os mandamentos. 

Como, porém, havia amealhado fortuna, demonstra egoísmo e apego aos bens, é de crer-se que o fez transgredindo os mandamentos mencionados por Jesus. O fato incontestável é que Jesus Se referiu ao decálogo! E em relação aos mandamentos citados por Cristo, confessa o oponente: "NATURALMENTE NINGUÉM PODERIA CONSEGUIR A VIDA ETERNA, QUEBRANDO QUALQUER UM DESTES MANDAMENTOS, QUE SÃO TAMBÉM MANDAMENTOS DA NOVA DISPENSAÇÃO." (P. 152) Isto liquida a questão! Para que insistir em que Jesus aboliu os mandamentos? 


S. Mat. 24:20. Sobre a fuga no sábado, o oponente arma duas teses cavilosas: 1ª. "fugindo no sábado encontrariam as portas da cidade fechadas, impossibilitando a fuga", e 2ª. "Jerusalém observaria o sábado neste tempo, pois os judeus não aceitaram as doutrinas de Jesus." 

Resposta: 1ª. A ordem de não fugir no sábado é endereçada "aos que estiverem na Judéia" (v. 16). Mesmo, porém que se restrinja aos que estivessem em Jerusalém, no sábado suas portas costumavam ficar abertas, ou quando muita se fechavam os maiores portões, mas sempre ficavam abertas os menores. No sábado, Jesus saía da cidade e passeava com os discípulos pelas searas (S. Mat. 12:1) e voltava à cidade no mesmo dia (S. Mat. 12:9). O motivo de evitar a fuga no sábado era que a espiritualidade do dia ficaria comprometida com preocupações, de ordem material, atropelos, sustos, apreensões etc. 

2ª. Jesus não Se dirigia, no momento, aos judeus, mas a Seus discípulos, para que orassem no sentido de que o sábado fosse guardado e não profanado por uma fuga precipitada. Os exércitos romanos não respeitariam o sábado; daí a razão da ordem do Cristo. 

Quanto à santificação do "inverno" transferimo-la ao nosso oponente! Por certo Cristo se referia à inconveniência da fuga no inverno, que a tornaria penosa demais. Por que tergiversar? 


S. Mar. 2:27 e 28. Exaustivamente respondida no capítulo "Desprezo Ostensivo Pelo Quarto Mandamento". Acrescentaríamos que o sábado "foi FEITO". Quem o fez? Responde a Bíblia: "Todas as coisas foram FEITAS por Ele (o Verbo, Cristo), e sem Ele nada do que foi FEITO se FEZ." S. João 1:3. "Por Quem FEZ também o mando" Heb. 1:2, ú. p. Portanto, tudo foi FEITO por Ele, e "o sábado foi FEITO para contemplação da homem", segundo traduz Figueiredo. A discussão de Cristo com os fariseus girava em torno da maneira de guardar o dia (sábado), e não era controvérsia sobre qual o dia a ser guardado. Basta ler a Bíblia com isenção e humildade, mas isto é difícil para os que têm espírito preconcebido. Cai por terra mais esta arenga. 


S. Luc. 23:56. As mulheres piedosas por certo não foram instruídas a observar o primeiro dia da semana, pois nesse dia compraram aromas (S. Mar. 16:1); mas diz a Bíblia que guardaram o sábado segundo o mandamento que sem dúvida estava em vigor. A ressurreição de Cristo, como demonstramos à saciedade, em outras partes deste livro, NÃO MUDOU NAQUELA ÉPOCA o dia de repouso. A arenga de que estas piedosas mulheres estavam guardando o Pentecostes, não colhe, pois lemos que as mulheres "perseveravam em oração" e o faziam DIARIAMENTE (Atos 2:46), sem vinculação com o Pentecostes que, na época, foi uma ocorrência normal na cidade onde os cristãos se reuniam diariamente. Isto em nada afeta a guarda do sábado pelas mulheres. Por que forçar um sentido que a Bíblia não dá? 


S. João 3:13. Não empregamos este texto para abonar a tese que o autor pretende. Nem há razão para estar alinhado aqui. Eis o resumo da interpretação que damos a esta passagem e que aparece na "Revista Adventista" de janeiro de 1964, pág. 31: 

"Já várias vezes apareceu aqui a resposta a essa passagem (S. João 3:13), e transcrevemos o que se disse nestas colunas no número de maio de 1961, pág. 37: O contexto da passagem mostra que o que Cristo quis dizer é que ninguém senão Ele mesmo subira ao Céu para obter informações acerca do plano de Deus relativamente ao homem. Diz Clarke: 'Nosso Salvador provavelmente pretendia corrigir uma falsa noção dos judeus, a saber: que Moisés ascendera ao Céu para receber a lei'." Aqui o adversário tomou bonde errado... o de Canright! 


Atos 2:34. A Bíblia não diz que se refere ao corpo de Davi com exclusão de seu espírito. Isto é uma ilação livre do oponente. O que se lê é que Davi (sua pessoa) não subiu ao Céu. E isto basta! Para que inventar? 


Atos 13:14; 18:14 etc. Remetemos o leitor sincero para a quadro demonstrativo das reuniões no sábado registradas no Novo Testamento, no capitulo "Desprezo Ostensivo Pelo Quarto Mandamento", onde se pulveriza a tese infeliz do nosso opositor. 


Rom. 3:31. S. Paulo diz de modo claro e insofismável: "Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, CONFIRMAMOS a lei." Mas o oponente desafia S. Paulo e declara: "Já temos provado que a lei foi abolida na cruz" (p. 159), isto é, foi anulada pela fé. Preferimos ficar com o apóstolo s. Paulo. A lei mencionada nos primeiras capítulos de Romanos, inclusive o 3.º, é a lei moral, o decálogo, queira ou não o nosso confuso oponente. Rom. 2:21 e 22, fala do decálogo (não furtar, não adulterar, não praticar idolatria). Rom. 3:20 explica que "pela lei vem o conhecimento do pecado". (A alusão circunstancial à circuncisão, ou incircuncisão é a judeu e gentio, pois o verso 30 diz que tanto um – o circunciso – como o outro – o incircunciso só se justificam pela fé.) Ainda em Rom. 7:7 e 8 há alusão inequívoca ao decálogo. Por que não o seria no texto em lide? 


Rom. 7:12. "Lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom." Na sua infeliz argumentação, o autor concorda que a lei é santa, é justa, é boa, mas mesmo assim entende que não devemos guardá-la. Preferimos colocar-nos ao lado de Deus, e pela Sua graça e pelo poder que Cristo nos dá, andar na obediência à Sua lei, santa, justa e boa. Leia o leitor a segunda parte do capítulo "Outras Cavilações" deste livro onde fulminamos a falsa interpretação da "lei do marido." 


I Cor. 7:19. Mandamentos de Deus são mandamentos de Deus, e existem para serem observados, venham eles por intermédio de Moisés, de Cristo ou de Paulo. É certo que os conselhos paulinos, joaninos, petrinos ou de quem mais o sejam, sendo inspirados, são mandamentos que provêm de Deus. Mas a alusão de s. Paulo I Cor. 7:19 cremos que é à lei moral, pois alude ele ao "chamado" do crente para a vocação devida. No mesmo verso, a circuncisão (lei cerimonial) é apresentada como coisa distinta dos "mandamentos de Deus". Os "mandamentos do Senhor" de 14:37 podem-se traduzir com mais propriedade por "instruções de Cristo," de aplicação local para os carnais crentes coríntios que abusavam das dons espirituais, faltando mesmo com a ordem e a decência no culto. Basta examinar o contexto. A mesma palavra grega entolé que se traduz por "mandamento," também significa "ordem", "preceito", "mandado", "instrução", e no segundo exemplo tudo indica ser este o sentido. 


Gál. 3:19. Cremos e ensinamos que se trata da lei cerimonial, e sendo assim encerrou-se com Cristo. Mas ainda que se refira a toda a lei, incluindo a moral, o grande centro da lei é sempre Cristo. Há comentadores que aplicam o texto à lei moral, concluindo que a lei foi posta por causa do pecado, mas vindo Cristo tornou-se Ele o remédio para o pecado. A nosso ver, as posições teológicas em torno do texto são irrelevantes. O que vale é que a lei moral divina jamais foi abolida. Quanto à distinção de leis, veia-se o capítulo "As Duas Leis Contrastadas". 


Col. 2:14-16. Resposta cabal e pulverizante no capítulo "Novas Distorções Textuais". Convém reler. 


Epístola aos Hebreus. Trata quase exclusivamente do ritual do santuário, da função sacerdotal, e da exaltação de Cristo como Sumo Sacerdote. Basta ler o livro para ver que não alude ao decálogo. As pouquíssimas alusões indiretas a ele são acidentais, mesmo assim não cabe, nem remotamente, a idéia obtusa de que foi abolido. 


S. Tiago 2:8-12. Pediríamos ao leitor paciente que lesse atenta e demoradamente, haurindo as palavras, as passagens citadas à margem. Se há texto límpido e inquestionável no Novo Testamento que fale do decálogo é este, e dos maiores. Na mente honesta do sincero indagador da verdade, porventura se aninharia alguma dúvida a respeito de que lei se refere Tiago, quando lê: "Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. Porquanto, aquele que disse: Não adulterarás, também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei." Pois bem, o nosso opositor se encarrega de "produzir" a dúvida na mente do leitor. 

Embora salte aos olhos a verdade cristalina de que Tiago se refere à lei moral consubstanciada nos dez mandamentos, ou melhor, diretamente à segunda tábua do decálogo – a parte que estabelece os deveres do homem para com seu próximo – o Sr. Pitrowski, inimigo figadal, inveterado, ferrenho e irreconciliável do decálogo, não podendo fugir à esmagadora evidência do próprio texto, recorre a um processo escuso: afirma despudoradamente que a expressão "Amarás ao teu próximo como a ti mesmo" (resumo da segunda parte do decálogo, Rom. 13:9) É LEI CERIMONIAL (sic)!!! para concluir absurdamente que Tiago estava exigindo igualmente a guarda da lei que manda sacrificar animais e guardar as festas judaicas (p. 162 e 163). Ora, isto é excessiva má fé em exegese, uma indigna interpolação de sentido completamente alheio ao texto transparente da Bíblia. Exatamente este foi um dos pontos mencionados pelo teólogo W. Kerr, levando-o à convicção de que o livro O sabatismo à Luz da Palavra de Deus é uma aberração teológica! 

Lei "real" ou "régia" como diz a Almeida Revista e Atualizada é a lei do Rei, isto é, Deus, em cujo reino, na glória, será ela uma realidade nas relações entre os remidos, lei esta cuja segunda parte é toda sumulada na expressão "Amarás ao teu próximo coma a ti mesmo." Mas é preciso muita coragem para afirmar o disparate de que isto se refere ao holocausto de animais, festas etc. Não, o "amarás ao teu próximo" tem sua extensão e suas especificações no decálogo, nos últimos seis mandamentos. Para finalizar, podemos afiançar aos leitores que essa estrábica exegese é privativa do Sr. Pitrowski, pois em nenhum outro livro se encontra tal monstruosidade. 


I S. João 2:3-6. "Aquele que diz: Eu O conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso." Dois falsos pilares ergue o oponente sobre este texto: 1º. de que não se referem aos mandamentos do decálogo; 2°. de que são mandamentos de Jesus, e pois, diferentes dos de Deus. Estes pilares se desmoronam diante destes fatos irrespondíveis. 

a) Jesus Cristo é Deus, um com o Pai, e portanto Seus mandamentos em nada são contrários aos mandamentos de Seu Pai. A própria teologia ortodoxa sustenta que o "Anjo do Senhor" que apareceu a Moisés na sarça ardente (Êxo. 3:2) e no monte Sinai (Atos 7:30) ERA O PRÓPRIO JESUS. (*) Não pode, por conseguinte, haver a menor disparidade entre o Filho e o Pai, ou entre os mandamentos de Cristo e os mandamentos de Deus; 

b) na mesma epístola joanina e na mesma linha de raciocínio (cap. 5, versos 2 e 3) refere-se, explicitamente, a "mandamentos de Deus," o que, por si, destrói a distinção que o oponente pretende estabelecer. E estes mandamentos de Deus, devem ser guardados por nós cristãos, segundo a inferência clara do texto. Quer dizer que mandamentos de Deus e de Cristo, são, em última análise, a mesma coisa;  

c) na segunda carta de S. João, verso 5, ele próprio afirma que o mandamento é "o que tivemos desde o princípio." Qual era, então? Ele mesmo responde: "que nos amemos uns aos outros," ou seja o resumo da segunda tábua do decálogo; 

d) ou ainda em I S. João 3:23 nos é dado o resumo do decálogo, das DUAS TÁBUAS e que assim está redigido: 1º. crer no nome de Jesus Cristo (isto significa amar a Deus, pois Cristo é Deus), e 2º. amarmo-nos uns aos outros (lei régia, súmula da segunda tábua). A conclusão fatal é de que a referência joanina, no caso, é à lei moral de Deus, e isto nos basta. 


I S. João 3:22. Respondida no tópico precedente, letra d. Crer no Filho" é "crer no Pai" (pois quem vê o Filho vê o Pai). É amar a Deus, resumo da primeira tábua do decálogo. "Amarmo-nos uns aos outros" é resumo da segunda tábua da lei. Tão claro. 


Apoc. 11:19. Refere-se à arca do concerto vista no templo que está no Céu. Pedimos ao leitor que releia o que dissemos no capítulo "O santuário Celestial e a Expiação" a respeito do mobiliário, se assim nos podemos expressar, que há no templo celestial. Reiteramos que entre as peças desse santuário antitípico destacam-se: "sete tochas de fogo" (Apoc. 4:5) ; "altar de ouro" e "altar de incenso" (Apoc. 8:3); "santuário do tabernáculo do testemunho" (Apoc. 15:5); a "arca da aliança" "no santuário" (Apoc. 11:19). 

Na arca típica do santuário terrestre havia as tábuas da lei, pois diz a Bíblia: "Então, escreveu o Senhor nas tábuas ... os dez mandamentos ... Virei-me, e desci do monte, e pus as tábuas na arca que eu fizera." Deut. 10:4 e 5. A conclusão de que a lei divina, que na Terra é regra de justiça e no Céu será NORMA DE JUÍZO, se acha na arca vista por João, é irreversível. O sacerdócio terreno era "sombra" do sacerdócio de Cristo. Cristo no Céu, como Sumo Sacerdote "ministra" em favor do pecador que Lhe pleiteia o perdão dos pecados, aceitando-O como salvador. Quanto a haver lá animais para sacrifício, é uma conclusão marota do oponente, pois a Bíblia diz: "não por sangue de bodes e de bezerros, MAS PELO SEU PRÓPRIO SANGUE, entrou no santo dos santos [do santuário celestial]" Heb. 9:12. 

Por que torcer? O capitulo 9 de Hebreus contrasta o santuário terrestre, típico, com o santuário celestial, antitípico. Não fala em "substituição" (o verbo é o do oponente e não da Bíblia) de santuários, mas em vários lugares se diz que o terrestre era "sombra" (prefiguração, tipo, exemplar, modelo). Eis as passagens: "modelo" (Êxo. 25:9; 25:40) "figura," "sombra" (Heb. 8:5; 9:23; 10:1) "alegoria", "parábola" (Heb. 9:9). 


Apoc. 12:17. Cremos que a referência é aos mandamentos morais, pois um povo santo não os poderá transgredir. Não se refere a leis cerimoniais parque a profecia é histórica, de uma época em que surgiria uma igreja composta de crentes que sustentariam o testemunho de Jesus e seriam obedientes aos mandamentos de Deus, época muitíssimo distanciada do tempo em que se sacrificavam animais no sistema expiatório. 

A interpretação de que o dragão aqui seja Roma, corre por conta do acusador. Embora o "dragão" tenha aplicação a Roma pagã em certas profecias apocalípticas, aqui a referência inequívoca é a Satanás, a "antiga serpente, o dragão" mencionado em Apoc. 12:9, que é contexto da passagem invocada. Quem disse que a referência aí é a Roma pagã? O oponente açoitou o ar. 

Quanto à expressão "testemunho de Jesus" temos fundamento bíblico para crer tratar-se do dom de profecia de que é possuidora a igreja adventista do sétimo dia. Compare-se: "os que guardam os mandamentos de Deus e sustentam o testemunho de Jesus." (Texto em estudo), e "o testemunho de Jesus é o ESPÍRITO DE PROFECIA" (Apoc. 19.10). Este dom privativo da igreja remanescente a tem orientado sabiamente através de sua marcha ascensional que a faz cumprir uma desatinação divina, em meio a todos os percalços. 


Apoc. 14:12. "Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus." Qual a igreja que especificamente tem existência nestes dais pilares: a fé em Cristo e a conseqüente obediência que leva à guarda dos mandamentos? Resposta: A IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA! Louvado seja o Senhor! 


Finis coranat opus. 


* Entre os estudiosos batistas que defendem ser a pessoa de Cristo o "Anjo do Senhor" destaca-se o velho teólogo Antônio de Mesquita.