O dízimo é uma lei cerimonial?

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Dizimos cerimonial

As leis cerimoniais (sacrifícios de cordeiros, holocaustos, observância de festas religiosas, etc) faziam parte da expiação do pecado; como Jesus veio, morreu na cruz e fez completa expiação pelos pecados da humanidade, tais leis cerimoniais que apontavam para Cristo e a expiação não mais precisam ser observadas.

Jesus, “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29) já pagou o preço pelo resgate humano. Quando Ele morreu na cruz, o véu do santuário rasgou-se em dois (Mc 15:38; Lc 23:45), dando testemunho assim de que não mais precisaríamos demonstrar fé no salvador através do sacrifico de animais.

NÃO FOI ABOLIDO


Já o mandamento do dízimo não foi abolido por Cristo, pois não era uma lei cerimonial. Lembremos que lei cerimonial é aquela cujos ritos têm a ver com a expiação dos pecados; como o dízimo não fazia parte da expiação dos pecados, o mesmo não pertencia à lei cerimonial.

A devolução do dízimo baseia-se no princípio de que Deus é o dono de tudo e, como reconhecimento a isto, devolvemos a Ele 10% do que Lhe pertence. É uma questão de fidelidade a Deus e adoração a Ele. Deixar de devolvê-lo é o mesmo que roubar a Deus (Malaquias 3:8).

Prova de que o sistema de dízimos e ofertas não foi abolido na cruz (além de não ser uma lei cerimonial) é o fato de ter sido aprovado por Cristo (Mateus 23:23) e pelo apóstolo Paulo (I Coríntios 9:13-14, etc.).

Com o sistema de dízimos Deus tem por objetivo:

1) Direcionar nossa adoração a Ele e nossas afeições;

2) Desenvolver em nós um coração voluntário, sem egoísmo, que aprenda a repartir com os outros as bênçãos que Ele nos dá;

3) Pregar o evangelho a fim de que Jesus possa voltar o mais rápido possível para nos buscar e terminar com todo o mal.

Vejamos um estudo elaborado pelo Pastor Roberto Roncarolo sobre esta questão:

“Se a lei cerimonial foi abolida na cruz do calvário, porque não ficou abolida a ordenança do dízimo?”

Pelas seguintes razões:

1. Porque embora o dízimo tenha sido incorporado à legislação levítica, sua prática data desde os tempos dos patriarcas e “baseia-se em um princípio tão duradouro como a lei de Deus”: o reconhecimento de Deus como Criador, Senhor e único dono de todas as coisas. 

Por isso, ainda antes do pecado, o princípio do dízimo estava implícito no ato de não comer o fruto proibido. Dessa forma, sua instituição e princípio reitor são muito anteriores ao código levítico e em nenhum sentido fez parte da lei cerimonial nem esteve, em conseqüência, entre as “sombras” que deveriam desaparecer com a morte do Senhor. Abraão deu os dízimos a Melquisedeque muito antes de ser dada a lei cerimonial. (Gênesis 14:20; Hebreus 7:14).

2. Porque nunca foi uma medida de contribuição levítica dentro do grupo de leis civis que Deus deu a Seu povo no Sinai. Pelo contrário, sempre foi uma responsabilidade ou dever religioso, que Deus colocou e coloca até hoje diante de Seus filhos, para seu próprio bem espiritual e destinado a um fim sagrado.

3. Porque expressando-se por meio do dízimo, o princípio imutável do reconhecimento de que Deus é o Criador, Senhor e dono de tudo, sua vigência vai além da validez temporal da lei cerimonial hebréia, estendendo-se desde a cruz até ao fim do tempo.

“Esse sistema foi uma bênção ao povo judeu, do contrário o Senhor não lho haveria dado. Assim será igualmente uma bênção aos que o observarem até ao fim do tempo”.

4. Porque enquanto Deus tiver um povo neste mundo, Ele não cederá seus direitos de dono e espera esse reconhecimento da parte de Seus filhos através da ordenança do dízimo. 

“Tal (referindo-se à experiência de Abraão e de Jacó ao darem o dízimo) era a prática dos patriarcas e profetas antes do estabelecimento dos judeus como nação. Mas quando Israel se tornou um povo distinto, o Senhor lhe deu definida instrução sobre esse ponto.

‘Todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor: santas são ao Senhor’. (Levíticos 27:30). 

Essa lei não deveria caducar com as ordenanças e ofertas sacrificais que tipificavam a Cristo. Enquanto Deus tiver um povo na Terra, Suas reivindicações sobre eles serão as mesmas”