298 Melhor arrancar o olho do que ir ao inferno?

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“E quem fizer tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse lançado no mar. E, se tua mão te faz tropeçar, corta-a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível” (Marcos 9:42-43).


Aqui Jesus está citando um verso de Isaías, capítulo 66 verso 24. Portanto, é necessário que usemos também esta citação para entendermos o que está escrito em Marcos e Mateus. 


Vejamos: “Eles sairão e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne”. (Isaías 66:24). Fatos importantes que podemos perceber:


Que esta passagem fala em “cadáveres”, não em pessoas gritando;


Que é preciso muita imaginação para supor que este verme não morre, e ainda no fogo! (assim creem alguns evangélicos)


A palavra grega utilizada por Jesus nesta passagem é “Geena”, que provém de um vocábulo hebraico que se refere ao Vale de Hinom, onde eram queimadas pessoas e sacrifícios oferecidos pelos pagãos, e também o lixo que vinha da cidade de Jerusalém.


Jesus utilizou esta palavra apenas figurativamente como um símbolo das chamas destruidoras dos últimos dias no julgamento e punição dos ímpios. Sendo que os discípulos sabiam que no Vale de Hinom as pessoas eram queimadas totalmente, Jesus usou esta palavra para que eles pudessem compreender melhor a forma como os ímpios serão destruídos.


Do mesmo modo que o fogo do Vale de Hinom “nunca se apagava” porque era constantemente aceso enquanto não terminasse de queimar totalmente a matéria, o fogo que não se apaga no dia do Juízo não se apagará enquanto não consumir toda pessoa ímpia.


O sentido desta passagem de Marcos é: completa e definitiva destruição.


Em Jeremias obtemos um maior esclarecimento do que significa, no contexto hebraico, a expressão “fogo que não se apaga”: “Mas, se não me ouvirdes, e, por isso, não santificardes o dia de sábado, e carregardes alguma carga, quando entrardes pelas portas de Jerusalém no dia de sábado, então, acenderei fogo nas suas portas, o qual consumirá os palácios de Jerusalém e não se apagará”. (Jeremias 17:27).


Percebe? Deus falou que se o povo continuasse a profanar o Sábado, Ele iria acender fogo nas portas da cidade que “não se apagaria”. De acordo com II Crônicas 36:19-21, esta profecia se cumpriu. 


As portas da cidade não estão queimando até hoje; sendo assim, o verso mostra de forma clara que a expressão “fogo que não se apaga” é simbólica, usada para descrever a eficácia da destruição. O fogo será inextinguível até ser cumprida toda a sua obra de castigo e destruição.


Acerca da ocasião em que Jesus diz que é melhor arrancar o olho do que ir ao lago de fogo veja o que diz este importante comentário bíblico: “Em certo sentido seria melhor viver esta vida sendo cego ou aleijado, que perder a vida eterna. Aqui as palavras de Cristo são figuradas . 


Não pede que se mutile o corpo, senão que se controlem os pensamentos. Negar-se a contemplar o mal é tão efetivo como se cegar, e tem a vantagem de que se retém a faculdade da vista, que pode empregar-se para ver o que é bom. 


Algumas vezes, uma raposa que tenha caído em uma armadilha corta a dentadas uma pata a fim de escapar. Do mesmo modo, um lagarto sacrifica sua cola... Ao falar em sacar o olho ou cortar a mão, Cristo fala em forma figurada da ação resoluta da vontade para precaver-se do mal. O cristão fará bem em seguir o exemplo de Jó, que fez “pacto” com seus olhos (Jó 31:1; cf. 1 Cor. 9:27)” 


Leandro Soares de Quadros

Instrutor Bíblico - Conselheiro Espiritual