188 A ponta pequena e o santuário

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Daniel 8 e 9

Por Vilmar Gonzáles

Professor de Teologia e Pastor


Nesta visão que ocorreu cerca do ano 549 A.C., o profeta novamente se depara com animais; desta vez um carneiro e um bode. O capítulo 8 elabora sobre alguns aspectos apresentados no capítulo 7, principalmente no que se refere aos atos do “chifre pequeno” que se desenvolveu sobremaneira, bem como o tempo (2.300) para intervenção divina no grande drama da luta entre o bem e o mal.


Gabriel explicou que os dois animais representavam os reinos Medo-Persa e Grego (vs. 20 e 21).  O carneiro com dois chifres, sendo um mais alto do que o outro, corresponde ao urso no capítulo 7 “o qual se levantou de um lado”.  


O fato de ser mais alto representa a Pérsia que acabou por sobrepujar a Média que havia surgido primeiro.  “O grande chifre” no meio dos olhos na cabeça do bode se refere a Alexandre, o grande (v.21) “e o ter sido quebrado, levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro remos se levantarão da mesma nação, porém não com a força dele”(v.22).  Estes quatro chifres correspondem às quatro cabeças e quatro asas de leopardo no capítulo 7.


Como já se observou nos capítulos dois e sete, o Império Babilônico foi substituído pelo Medo-Persa e este por sua vez cedeu lugar á Grécia. “O bode se engrandeceu sobremaneira; e na sua força quebrou-se-lhe o grande chifre, e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis para os quatro ventos do céu “(v.8).


Já sabemos que após a batalha de Ipsus (301 A.C), o Império grego foi dividido em quatro partes, representadas pelos “quatro chifres notáveis para os quatro ventos no céu”. “De um deles” (v.9), isto é, de um dos quatro ventos, “saiu um chifre pequeno”.  


Os quatro ventos se referem aos quatro ponto~cardeais, onde um deles (NO= noroeste) “um chifre pequeno” se desenvolveu sobremaneira chegando a dominar o mundo. Trata-se de Roma, que estendeu suas conquistas para o “sul, para o oriente, e para a terra gloriosa” (v.9). As principais conquistas romanas são:


1 - Conquista do Egito em 168 A.C.-O “sul”

2- Conquista da Síria em 190 A.C.- O Oriente”

3- Conquistas da Palestina em 63 kC.- A terra gloriosa.


Há várias características semelhantes dos “chifres” (pequeno) nas visões apresentadas nos capítulos 7 e 8. 


A seguir estão algumas:


1 - Ambos são apresentados sob o mesmo símbolo: “um chifre”. 7:8 e seguintes 8:9 e seguintes


2- Ambos são descritos como sendo “pequeno” a princípio.

7:8 8:9


3- Ambos são descritos como tornando-se “grande” mais tarde.

7:20 8:9 e seguintes


4- Ambos perseguem.

7:21e25 8:10 e14.


5- Ambos têm como alvo o mesmo grupo como objetivo de suas perseguições.

7:21,25,27 (povo santo) 8:24 (povo santo)


6- Ambos são descritos como poderes que blasfemam e se exaltam a si mesmos.

7:8,11,20,25 8:10-12,25


7- Ambos exercem sua inteligência com “astúcia”.

7:8 “olhos como de homem” 8:23-25 Liter. “Rosto forte”

                   “entendido em enigmas”

                   “astúcia e engano”


8- Ambos se levantam contra Deus, mas Deus os vence ao final.

7:8 e 9,21 e 22,25,26 8:12-14,25


9- Ambos têm aspectos de suas ações delimitadas por tempo profético.

7:25 8:13,14


10- Ambos exercem suas Maldades até o tempo do fim.

7:25e26 8:17e18


11 - Ambos deverão ser destruídos de maneira sobrenatural.

7:11,26 8:25


Os vs. 10-12 apresentam a extensão das ações do chifre pequeno:


1 - “Se engrandeceu até o exército do céu”.


2- “Lançou por terra algumas das estrelas desse exército e as pisou”


3- “Se engrandeceu até o príncipe do exército”.


4- “Lhe tirou o sacrifício costumado”.


5- “Lançou o seu santuário por terra”.


6- “Lançou a verdade por terra”.


7- “Fez o que era do seu agrado, e prosperou”.


Os versos 23-25 complementam a descrição acima.


Roma tanto em sua fase pagã quanto papal preenche os requisitos proféticos mencionados acima. (Comp. Dan. 7:25). A guerra contra o exército do céu se refere às perseguições movidas contra o povo de Deus (v.24), indo ao extremo de “pisar” algumas das  “estrelas” do exército o que indica a terrível fúria das perseguições. 


A expressão “o príncipe do exército” se refere a Jesus (comp. 10:13 e 21; 12:1; Apoc. 17:14; 19:16) que foi crucificado sob Roma pagã; e o seu santuário, ou templo em Jerusalém foi destruído no ano 70 A.D. Principalmente sob Roma papal, a verdade foi lançada por terra e de Jesus (“dele”) foi tirado o “sacrifício costumado” ou o “contínuo”. 


Neste contexto se refere à mediação contínua de Jesus no santuário celestial, como representada pelos sacrifícios da manhã e da tarde no santuário terrestre (Exo. 29:38-42) e que deveriam queimar “continuamente” sobre o altar dos holocaustos, à entrada do santuário. 


O sacrifício da manhã e da tarde, as muitas ofertas, os pães da presença, o castiçal com suas lâmpadas sempre acesas, o incenso aromático sempre a arder, representavam o trabalho “contínuo” efetuado por Jesus no santuário celestial em prol do homem caído.


O incenso que subia com as orações de Israel, representa os méritos e intercessão de Cristo, Sua perfeita justiça, que pela fé é atribuída ao Seu povo, e unicamente pode tomar aceitável a Deus o culto de seres pecadores. Diante do Véu, do lugar santíssimo, estava um altar de intercessão perpétua; diante do lugar santo, um altar de expiação contínua. 


Pelo sangue e pelo incenso deveriam aproximar-se de Deus - símbolos aqueles que apontavam para o grande Media¬dor, por intermédio de quem os pecadores podem aproximar-se de Jeová, e por meio de quem unicamente, a misericórdia e a salvação podem ser concedidas à alma arrependida e crente.


Os pães da proposição eram conservados sempre perante o Senhor como uma oferta perpétua. Assim, era isto uma parte do sacrifício cotidiano. 


O. R. L Crosier, pioneiro do Movimento Adventista já compreendia o assunto do contínuo e se pronunciou sobre ele:


O Santuáno do novo conceito está relacionado com a Nova Jerusalém, como o Santuário de primeiro concerto estava com a velha Jerusalém...


O serviço contínuo descrito era uma forma da contínua intercessão.... Crista entrou na morada de Seu Pai, o Santuário, como Sumo Sacerdote, e iniciou a intercessão por Seu povo, rogando ao Pai por “outro Consolador”.


Jesus, o Mediador do Novo Concerto no céu, é nosso Sumo Sacerdote Intercessor; que faz expiação por Seu próprio sangue. 


A Sra.. White endossou a interpretação acima a respeito do “contínuo” como significando a contínua (perpétua) mediação de Jesus no santuário celestial, nas seguintes palavras:


Creio que o Santuário a ser purificado no fim dos 2.300  dias é o Templo da Nova Jerusalém, do qual Crista é um ministro. O Senhor me mostrou em visão, há mais de um ano, que o irmão Crosier estava com a verdadeira luz a respeito da purificação do Santuário, etc. e que era da Sua vontade que o irmão Crosier publicasse a visão que nos havia dado no Day-Star; Extra, de 7 de fevereiro de 1846. Senti-me totalmente autorizada pelo Senhor; a recomendar aquele “Extra” a cada santo. 


De acordo com a profecia, o “sacrifício costumado” (contínuo) seria tirado. Satanás não conseguiu desfazer o plano de salvação através de Roma pagã -meio político (morte de Jesus, destruição do templo, perseguição, etc.). Procurou então outro meio - a religião. Introduzindo um sistema falso de adoração, procurou desviara atenção do ser humano do verdadeiro e único mediador (1 Tim. 2:5). Este contínuo mediador é Jesus. 


A contínua intercessão de Jesus foi substituída pela intercessão sacerdotal do clero romano. Todas as qualificações e atribuições inerentes a Cristo, o papado passou a atribuir-se a si mesmo. O sistema de adoração e culto ao verdadeiro Deus através do “contínuo” (Jesus), o intercessor no Santuário celestial, foi substituído por um sistema falso de adoração chamado de “abominação assoladora” ou “transgressão assoladora”.


O acesso da Igreja de Roma ao poder assinalou o início da escura Idade Média  Aurnentando o seu poderio, mais se adensavam as trevas. De Crista, o verdadeiro fundamento, transferiu-se a fé para o papa de Roma Em vez de confiar no Filho de Deus para o perdão dos pecados e pata a salvação eterna, o povo olhava para o papa e para os sacerdotes e prelados a quem delegava autoridade. 


Ensinava-se-lhes ser o papa seu mediador terrestre, e que ninguém poderia aproximar-se de Deus senão por seu intermédio; e mais ainda, que ele ficava para eles em lugar de Deus e deveria, portanto ser implicitamente obedecido. Esquivar-se de suas disposições era motivo suficiente para se infligir a mais severa punição ao corpo e alma dos delinqüentes. 


Assim, a mente do povo desviava-se de Deus para homens falíveis e cruéis, e mais ainda, para o próprio príncipe das trevas que por meio deles exercia o seu poder. O pecado se disfarçava sob o manto de santidade. Quando as Escrituras são suprimidas e o homem vem a considerar-se supremo, só podemos esperar fia t4es, enganos e aviltante iniqüidade. Com a elevação das leis e tradições humanas, tomou-se manifesta a corrupção que sempre resulta de se por de lado a lei de Deus.


A esta altura da visão Daniel observou que “um santo falava; e disse outro santo àquele que falava: “Até quando durará a visão do costumado sacrifício, e da transgressão assoladora, visão na qual era entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados?” (v.13).


Um “santo” (A) perguntou a “outro santo” (B): Até quando vai durar esse estado calamitoso de apostasia e rebelião; de perseguição, de abandono da verdade e imposição de um sistema falso de culto ao verdadeiro Deus?


O outro santo (B) respondeu: “Até que passe um período de duas mil e trezentas tardes e manhãs” (v.14).


Após esta cena, “uma como aparência de homem” (v. 15) deu algumas explicações ao profeta Daniel (vs.20-26), findas as quais Daniel enfraqueceu e esteve doente por alguns dias (v.27). O profeta estava preocupado com o futuro de seu povo e de sua pátria. Também o enchiam de pesar as perseguições que se abateriam sobre Jerusalém e seu sistema de culto a Deus levado a efeito no Templo. Sena possível acontecer tanta desgraça e a verdade ser completamente “lançada por terra?”.


Procurando entender melhor a profecia e compreender a vontade de Deus em relação ao povo de Israel, Daniel estudava profundamente as profecias de seu colega de ministério, o profeta Jeremias. Estudou especialmente o capítulo 25 e concluiu que o tempo para o fim dos 70 anos de cativeiro, se aproximava. Havia iniciado em 605 A.C. (quando Nabucodonozor invadiu Jerusalém pela primeira vez) e agora era o primeiro ano de Dano filho de Assuero, ou 538 A.C.


Sob os ensinamentos de seus chefes religiosos, os judeus de Babilônia começaram a compreender que seu cativeiro deveria durar realmente setenta anos, e fazia-se um esforço para focalizar a atenção, particularmente dos jovens, na esperada volta. Ezequiel salientava energicamente esta volta à pátria, ... na esperança de que uma nova geração disciplinada e mais bem preparada pudesse um dia deixar o deserto espiritual de Babilônia, reconquistar a Terra prometida e tomar Jerusalém uma Cidade santa de fato. 


Daniel resolveu pois, buscar ao Senhor (9:3) e interceder por seu povo diante de Deus. O capítulo 9 é pois uma confissão de pecados e intercessão do profeta. Quem sabe os males descritos na visão do capítulo 8 poderiam ser evitados?


Antes mesmo de terminar sua oração, o anjo Gabriel, enviado por Deus chegou-se a Daniel para dar-lhe explicações sobre a visão que o havia deixado tão perplexo (9:20-23) (os demais detalhes sobre a profecia das 70 semanas e dos 2.300 anos estão no capítulo IX deste livro).


Em conexão com as ações do “chifre pequeno”, temos o período dos 2.300 anos que estipula o prazo para a cessão de tais ações, quando a verdade seria restaurada aqui na terra e a purificação do santuário celestial teria lugar. 


A pergunta: “Até quando?” (estará a verdade lançada por terra; o papado perseguindo e prosperando, e se levantando contra a mediação de Cristo, etc.) tem como resposta “até que se passem 2.300 dias” (ou anos). 


O interesse principal nesta visão é mostrar a época do triunfo da verdade aqui na terra e os atos finais de Cristo no santuário celestial em prol dos seus filhos como preparação final para o estabelecimento do reino de Deus aqui na terra. Assim a profecia dos 2.300 anos focaliza dois aspectos principais:


- Aqui na terra. o reverso da situação calamitosa de Apostasia e rebelião mencionada nos vs. 10-12. As três Mensagens Angélicas em Apoc. 14:6-12 focalizam essa restauração.

- No céu, a purificação do Santuário.


2.300 Anos


Dan. 8:13 Dan. 8:14 Dan. 8:25

a) Na terra Destruição do poder

Restauração da verdade perseguidor (comp.

b)No céu cap. 7:26, 27)

Juízo lnvestigativo

Dan. 7:9-14,26


Na visão do capítulo 7:9-14, 22, 26, 27, Daniel presenciou o juízo a ser realizado lá no céu após o período de supremacia do papado. No capítulo 8 é descrito o tempo exato quando deveria ocorrer (ap6s 2.300 anos).


Compreende-se melhor o Juízo de Investigação, quando se conhece o ritual típico no santuário terrestre relativo ao dia da Expiação.


Quando um israelita pecava, devia trazer a sua oferta (um animal, geralmente um cordeiro, sem defeito) e sobre ele confessar sua culpa, e a seguir imolá-lo. O sacerdote então tomava o animal e o oferecia em sacrifício sobre o altar dos holocaustos. 


O sangue era derramado à base do altar e um pouco dele era aspergido sobre os chifres do altar de incenso no lugar santo defronte do santíssimo. Simbolicamente o pecado passava do pecador para o animal e deste através do sangue para o santuário. Diariamente eram sacrificados muitos animais, cujo sangue era aspergido nos chifres do altar do incenso. 


Ao cabo de um ano, os chifres do altar estavam cheios de sangue, isto é, de pecados acumulados simbolicamente. Era necessário fazer-se uma limpeza higiênica daquele sangue (sujeira); isto ocorria no dia 10 do sétimo mês. Era o Dia da Expiação. 


Após o cerimonial correspondente àquela purificação  (Lev. 1 6), o sangue acumulado nos chifres do altar do incenso, durante o ano, era removido, e por conseguinte os pecados simbolicamente acumulados também o eram. Os que haviam confessa¬do seus pecados, agora estavam livres deles, pois com a limpeza os pecados eram simbolicamente removidos do santuário (Lev. 16:30). Foram perdoados. 


Por esta razão o Dia da Expiação era um dia muito solene, em que cada israelita devia “afligir sua alma”, pois podia dar-se o caso de haver algum pecado que não houvesse sido confessado e entrado através de sangue até o santuário. Uma vez lá não se achando, não poderia ser removido; portanto não seria perdoado, expiado, ou purificado. 


O Dia da Expiação era pois um dia de profundo exame de consciência. Se alguém tivesse pecados não confessados, sena punido com a morte (Lev.23:28 e 29). Neste sentido o Dia da Expiação era um dia de Juízo para o povo de Israel. Era um tipo do Juízo de lnvestigação que começaria ao fim dos 2.300 anos.


O sangue de Cristo, ao mesmo tempo que livraria da condenação da lei o pecador arrependido, não cancelaria o pecado; este ficaria registrado rio santuário até à expiação final; assim, no serviço típico, o sangue da oferta pelo pecado removia do penitente, o pecado, mas este permanecia rio santuário até o dia da expiação .


Como antigamente eram os pecados da povo transferidos, em figura, para o santuário terrestre mediante o sangue da oferta pelo pecado, assim nossos pecados foram de fato, transferidos para a santuário celestial, mediante o sangue de Crista. 


E como a purificação típica do santuário terrestre se efetuava mediante a remoção dos pecados pelas quais se poluíra, conseqüentemente a purificação do santuário celeste deve efetuar-se pela remoção, ou apagamento, dos pecados que ali estão registrados. 


Isso necessita um exame dos livros de registro para determinar quem, pelo arrependimento dos pecados e fé em Crista, tem direito aos benefícios de Sua expiação. A purificação do santuário, portanto, envolve uma obra de juízo investigativo. Isto deve efetuar-se antes da vinda de Crista para resgatar Seu povo, pais quando vier, Sua recompensa estará com Ele para dar a cada um segundo as suas obras .


Atualmente pois, está em andamento no santuário celestial uma investiga¬cão, isto é, um exame, uma verificação para saber quem tem os seus pecados transferidos pela confissão até ao lugar santo. Comentando sobre a cena do juízo em Dan. 7:9-13, Ellen White escreve:


Assim foi apresentado à visão do profeta o grande e solene dia em que o caráter e vida dos homens passariam em revista perante o Juiz de toda a Terra, e cada homem seria recompensado ‘segundo as suas obras O Ancião de Dias é Deus, o Pai.


A vinda de Crista aqui descrita não é a Sua segunda vinda à Terra Ele vem ao Ancião de dias, no Céu para receber o domínio, a honra e o reino, os quais lhe serão dados no final de Sua obra de mediador. É esta vinda, e não o Seu Segundo advento à Terra, que foi predita na profecia como devendo acorrer ao terminaremos 2.300 dias, em 1844. 


Assistido por anjos celestiais, nosso grande Sumo Sacerdote entra no lugar santíssimo, e ali comparece à presença de Deusa fim de Se entregar aos últimos atos de Seu ministério em prol do homem, a saber realizar a obra do juízo de investigação e fazer expiação por todos os que se verificarem com direito aos benefícios da mesma


No tempo indicado para o juízo – o final dos 2.300 dias, em 1844 - iniciou-se a obra de investigação e apagamento dos pecados. Todos os que já professaram o nome de Crista serão submetidas àquele perscrutador escrutínio. Tanto os vivos como os mortos devem ser julgadas pelas coisas escritas nos livras, segundo as suas abras.


Quão solene é esta consideração: Dia apos dia que passa para a eternidade, traz a sua enorme porção de relatos para os livros do Céu. Palavras, uma vez faladas, e ações, uma vez praticadas, nunca mais se podem retirar~ Os anjos têm registrado tanto as hoas como as más. 


Nem o mais poderoso guerreiro pode revogar a relação dos acontecimentos de um único dia sequer. Nossos atos, palavras, e mesmo nossos intuitos mais secretos, tudo tem o seu peso ao decidir-se nosso destino para a felicidade ou para a desdita Ainda que esquecidos por nós, darão o seu testemunho para justificar ou condenar .


Qual é a nossa condição neste tempo terrível e solene? Ah, quanto orgulho está prevalecendo na igreja, quanta hipocrisia, quanta decepção, quanto amor do vestuário, frivolidade, e diversão, quanto desejo por supre¬macia! Todos estes pecados têm anuviado a mente, de sorte que as coisas eternas não têm sido discernidas. Não pesquisaremos as Escrituras, para podermos saber onde estamos na história deste mundo? 


Quando se encerrar a obra do juízo de investigação, o destino de todos terá sido decidido, ou para a vida, ou para a morte. O tempo da graça finaliza pouco antes do aparecimento do Senhor nas nuvens do céu. Cristo, no Apocalipse, prevendo aquele tempo, declara: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda E, eis que cedo venho, e o Meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” Apoc. 22:11 e 12.10 


Cada caso fora decidido para a vida ou para a morte. Enquanto Jesus estivera ministrando no santuário, o juízo estivera em andamento pelos justos mortos, e a seguir pelos justos vivos. Cristo recebera Seu reino, tendo feito expiação pelo Seu povo, e apagado os seus pecados. 


Os súditos do reino estavam completos. As bodas do Cordeiro estavam consumadas. E o reino e a grandeza do reino sob todo o Céu foram dados a Jesus e aos herdeiros da salvação, e Jesus deveria reinar como Rei dos reis e Senhor dos Senhores .


O capítulo 8 termina dizendo que o poder “do chifre pequeno será quebrado sem esforço humano” (v.25). Refere-se à volta de Jesus. Uma comparação com outras passagens em Daniel ajuda a esclarecer este aspecto:


Capítulo 2 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 11


Pedra - Reino de Filho do Homem, Destruição do mal Virá o fim v.


Deus, vs.34, 44, 45 Julgamento, Reino sem esforço humano 45; 12:1 de Deus, vs.13,14,27 v. 25


A volta de Jesus e o estabelecimento de Seu reino é o clímax profético. Deus está ansioso por estabelecer o Seu reino e ter o prezado leitor como Seu súdito. 


Em teu benefício, “a pedra” esmiuçará todos os remos deste mundo; um “tribunal” de justiça reivindica a tua causa e o “Filho do homem” (Jesus) é quem se apresenta em teu lugar perante o “Ancião de Dias” para que o amigo leitor possa ser um dos “santos do Altíssimo” e como tal herdeiro do “reino eterno” que “Miguel, o grande príncipe” vai te dar, no qual tu “resplandecerás como as estrelas, para sempre”, eternamente. AMÉM.