32 Jesus afirmou ser “senhor do sábado” para anula-lo?

Respostas Pr Alberto Timm

Uma vez que Jesus afirmou ser “senhor do sábado” (Mateus 12:8), por que continuar guardando esse dia?


por Alberto R. Timm


Algumas pessoas acham que o fato de Jesus haver declarado ser Ele “senhor do sábado” (Mateus 12:8; Marcos 2:28; Lucas 6:5) implica na anulação do sábado como dia de repouso. Mas uma análise mais detida do assunto não sustenta tal posicionamento. 


Declarando-Se “senhor do sábado”, Cristo estava simplesmente reivindicando Sua legítima soberania sobre o sábado, em face das tentativas dos fariseus de ensinar a Cristo e como observar esse dia (Mateus 12:1-2).


A soberania de Cristo sobre o sábado deriva especialmente do fato de ser Ele tanto o Criador quanto o Legislador do sábado. Se o sábado foi instituído na semana da criação (ver Gênesis 2:1-3; Êxodo 20:8-11; Hebreus 4:4 e 10) e “todas as coisas foram feitas por intermédio” de Cristo, “e, sem Ele, nada do que foi feito se fez” (João 1:3), então o sábado é parte das grandes atividades criadoras de Cristo.


Mas a Bíblia apresenta a Cristo também como o Legislador do sábado. Em Atos 7:38 é dito que os oráculos sagrados foram dados a Moisés “no monte Sinai” pelo “anjo” do Senhor, identificado anteriormente como o próprio Senhor, ou seja, Cristo (Atos 7:30-32; ver também Isaías 63:9; I Coríntios 10:4). 


Se o Decálogo (ver Êxodo 20:3-17), que inclui o mandamento do sábado (ver Êxodo 20:8-11), foi proclamado no Sinai por Cristo, então o próprio Cristo é o verdadeiro Legislador do sábado.


A controvérsia entre Cristo e os fariseus, registrada em Mateus 12, não diz respeito a qualquer tentativa da parte de Cristo de substituir a observância do sábado pelo domingo. O assunto em discussão é meramente a maneira como o sábado deveria ser observado. 


De um lado estavam os fariseus, tentando impor a Cristo e aos discípulos suas próprias tradições legalísticas sobre o sábado (Mateus 12:2); e, do outro, Cristo, procurando desobstruir o sábado dessas tradições humanas, para restaurar o seu propósito original descrito nas Escrituras (Mateus 12:3-8; ver também Isaías 58:13 e 14). 


Como “senhor do sábado”, Cristo possuía autoridade superior à dos fariseus em definir como o “deleitoso e santo dia do Senhor” (Isaías 58:13) devia ser observado.


Fonte: Sinais dos Tempos, novembro de 1998. p. 29 (usado com permissão)


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