06 - O Homem que Nasceu Três Vezes

sermao escatologico 6


Alguns anos atrás, milhares de imigrantes portugueses das Ilhas dos Açores deixaram sua terra natal e vieram em busca de uma nova vida na América do Norte. 


Manuel Pereira resolveu deixar sua ilha nativa de São Miguel e mudar-se para New Bedford, Massachusetts. Ele despediu-se de sua idosa mãe prometendo-lhe que enviaria algum dinheiro assim que encontrasse trabalho na América.


Logo chegou a primeira carta. Ela nunca havia aprendido a ler e a escrever, mas como se achava em tremenda necessidade, abriu a carta apressadamente para ver se nela continha algum dinheiro. Não havia nada. Normalmente teria pedido a uma vizinha que lesse a carta, mas tinha medo do que as pessoas poderiam pensar quando ouvissem que o Manuel não estava lhe enviando algum dinheiro.


Meses se passaram e a vida era difícil para a idosa senhora, com dinheiro insuficiente para sobreviver. Havia ocasiões em que não tinha nenhum dinheiro para o alimento. Um dia uma amiga a visitou e perguntou-lhe: “A senhora tem ouvido de seu filho?” Ela não pôde reter as lágrimas ao confessar finalmente que havia recebido várias cartas, mas que Manuel não tinha cumprido sua promessa de enviar dinheiro.


“Deixe-me ver as cartas”, pediu a amiga. “Talvez haja alguma explicação.” A mãe abriu o armário da cozinha e tirou as cartas. Quando a amiga as abriu, notou que em cada uma havia um aviso postal, que ao ser convertido em dinheiro e transferido para a moeda local, colocava a idosa mãe e uma confortável situação financeira. Ela havia visto os papéis mas não os reconhecera como dinheiro.


A maioria de nós considerar-se-ia muito mais inteligente e jamais cometeria o mesmo erro. E contudo, milhões deixam de reconhecer os maravilhosos tesouros de Deus oferecidos nas Sagradas Escrituras. No livro de Deus existe valor que não pode ser calculado.


Muitos anos atrás, um jovem deixou Nova Orleãs, viajando de navio para Nova Iorque. Era sua primeira viagem de navio e ele estava antecipando intensamente o prazer da viagem. A passagem levou quase todo o seu dinheiro. Tinha muito pouco para fazer face às suas necessidades em Nova Iorque, até que encontrasse trabalho. A fim de economizar dinheiro ele levava um pacote de biscoitos de água e sal e um pouco de queijo. Achava que podia passar com isto durante a viagem.


O ar do oceano parecia estimular seu apetite. Ao meio-dia ele ouviu a batida do sino, e os aromas torturantes da cozinha encheram-lhe as narinas. Viu as pessoas indo para a sala de jantar, e dirigiu-se a um local no navio onde achava que ninguém o estaria vendo comer seus biscoitos e queijo. Na hora do jantar aconteceu a mesma coisa, e no dia seguinte a cena se repetiu. Na última noite da viagem, ele não pôde mais suportar a situação. Perguntou ao garçom: “Quanto custa uma boa refeição? Não tenho muito dinheiro, mas estou morrendo de fome.”


“Você está fora de si?” perguntou o garçom. “Pode comer tudo o que quiser. Quando você comprou a passagem o preço das refeições estava incluído.”


Em sua vida espiritual, muitos hoje estão vivendo de queijo e biscoitos quando poderiam estar se banqueteando com as riquezas espirituais oferecidas pelo Rei do Universo. Poucos hoje em nosso mundo percebem a importância do estudo da Palavra de Deus. Não vêem a necessidade de acertar as coisas com Deus. Tudo que há no mundo é mais importante para eles. Estão perdendo as maravilhosas bênçãos de Deus. Mais do que isto, estão se arriscando a perder a salvação e a vida eterna. Tantos estão sendo arrastados pela correnteza não percebendo que são semelhantes a um pedaço de pau no rio Niagara, prontos para serem despedaçados ao caírem nas cataratas. Estão cantando e sorrindo ao longo do caminho da destruição. O que significa estar perdido? Diz a  Bíblia:


“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.” (Romanos 3:23)


No Yosemite National Park uma garotinha se afastou de seus pais e se perdeu no bosque. Os pais entraram em pânico. Centenas de pessoas saíram a procurá-la. Ela esteve perdida por muitas horas. Finalmente, com a ajuda de cães de caça especialmente treinados, o guarda florestal Nolan a encontrou sentada junto a um córrego. Disse ele: “Sabe, Shirley, você esteve perdida por um longo tempo.”


“Eu não estava perdida”, respondeu ela. “Estive aqui todo o tempo. Um grande urso veio aqui e observou-me. Penso que ele estava perdido, mas eu não.”


É horrível estar perdido, mas estar perdido e não saber disto é ainda pior. A Bíblia não diz que alguns de nós pecaram, ela diz: “Todos pecaram”. Muitas pessoas têm grande dificuldade em ver seus próprios pecados. São semelhantes à meninazinha a quem perguntaram: “O que é uma consciência?”


“Uma consciência é uma pequena voz dentro de mim que me diz quando meu irmão faz algo errado”, foi sua resposta. É muito mais fácil enxergarmos as faltas de outra pessoa do que as nossas. O primeiro passo para o novo nascimento é reconhecermos o nosso próprio pecado.


Um pastor perguntou a uma senhora: “A senhora sabe que é uma pecadora?”


“Oh não”, respondeu ela. “Meu esposo, ele é um pecador, mas eu não sou.” Quão sério é ser um pecador? Diz a Bíblia:


“Porque o salário de pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 6:23)


Estamos todos sob o castigo da morte, mas graças a Deus que o Seu dom é a vida eterna. Estamos todos perdidos no pecado, mas graças a Deus que Jesus veio “buscar e salvar o  perdido.” (Lucas 19:10)


O tema de hoje é acerca de um homem que nasceu três vezes. Consideraremos os três reinos de Deus. O primeiro é o reino do mundo natural. Esse reino está dividido em três sub-reinos. São eles: o reino animal, o reino vegetal e o reino mineral.


Um dia um inspetor escolar visitou uma classe de crianças e começou a interrogá-las. Ele ergueu uma pedra, e perguntou a um garotinho: “A que reino pertence esta pedra?” O garotinho respondeu sem hesitação: “Ao reino mineral.”


Então, segurando em sua mão uma maçã, perguntou a outro garotinho a que reino ela pertencia. O garotinho rapidamente assegurou-lhe que ela pertencia ao reino vegetal. Depois, voltando-se para uma garotinha, perguntou-lhe: “A que reino eu pertenço?”


A garotinha hesitou. Ela sabia a resposta, mas estava com envergonha de dizer que ele pertencia ao reino animal. Achou que seria ofensivo referir-se a ele como um animal. Depois de refletir por um momento, disse ela: “O senhor pertence ao reino de Deus.”


Todos nós pertencemos ao reino de Deus. Ele é o nosso grande Criador. Ele criou o mundo natural. Ele o criou de uma forma tão simples e maravilhosa! Diz a Bíblia:


“Os céus por sua palavra se fizeram, e pelo sopro de sua boca o exército deles.  Ele ajunta em montão as águas do mar; e em reservatório encerra as grandes vagas. Tema ao SENHOR toda a terra, temam-no todos os habitantes do mundo. Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir. ” (Salmo 33:6-9)


Não duvido da veracidade do livro de Gênesis, nem vejo a necessidade de complicar o simples relato inserindo milhares ou milhões de anos na semana da Criação. Diz a Bíblia: “Falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu.”


Quando Deus criou as plantas, ele disse:


“E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele sobre a terra. E assim se fez.” (Gênesis1;11)


Cada agricultor no campo sabe que pode confiar nesta regra básica. Tendo sido criado na região produtora de trigo de Saskatchewan, sei que quando um agricultor planta trigo, ele espera que cresça trigo. Não planta trigo esperando colher batatas. Ninguém planta feijão esperando colher bananas. Nenhum agricultor jamais plantou cenouras esperando que se desenvolvesse abacaxi daquelas sementes. Podemos confiar nas leis de Deus do mundo natural. Diz ele:


“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6:7)


Quando Deus criou a vida animal, Ele disse:


“Disse Deus também: Produza a terra seres viventes conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez.” (Gênesis 1:24)


Nas grandes fazendas de gado do Oeste do Canadá, Colorado e Texas, os fazendeiros se orgulham de seus animais “puro-sangue”. Cada criatura se reproduz “segundo a sua espécie”, exatamente como a Bíblia disse que seria. Nunca vi um elefante dar à luz uma vaca. Tenho observado pastores em Israel. Os descendentes de suas ovelhas são sempre cordeiros, nunca girafas.


Quando Deus criou o homem, disse Ele: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a Terra.” (Gênesis 1:28)  Toda vez que nasce um bebê é um milagre de Deus. Não é incomum que o bebê se pareça com seu pai, ou com sua mãe, ou com ambos. Todos nós nascemos no mundo físico. Você pode não ter uma certidão de nascimento, ou mesmo saber onde e quando você nasceu, mas uma coisa você sabe, você nasceu, ou não estaria aqui.


No mundo natural Deus protege Seus filhos. Depois de nascidas, as crianças não são deixadas a cuidar de si mesmas. Os pais estão preocupados com elas. Do mesmo modo, Deus protege Seus filhos desde o berço até a sepultura. Sem Ele não poderíamos tomar um simples fôlego. Sem Ele nosso coração deixaria de pulsar.


Todos nós somos pecadores. Supondo-se que na média, cada um de nós pecasse uma vez por dia durante sessenta anos. No final dos sessenta anos, cada pessoa teria cometido 21.915 pecados. Por este motivo, todos nós precisamos nascer de novo. Uma noite, enquanto os habitantes da cidade de Jerusalém estavam dormindo, um homem preeminente estava andando pelas ruas. Saiu dos limites da cidade, desceu por um vale, e subiu um monte conhecido como o Monte das Oliveiras. Ele sabia que ali encontraria a Jesus. E ali ele fez algumas perguntas importantes a Jesus. Mais importantes do que as perguntas que ele fez, porém, eram as perguntas que estavam em sua mente e não foram expressas. Jesus leu  os seus pensamentos.


Ali, sob a pálida luz das estrelas cintilantes, acompanhada pelo som da suave brisa que soprava através dos ramos das oliveiras circunjacentes, Jesus desvendou a verdade mais importante de todos os tempos.


“A isto respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” (João 3:3)


Nicodemos era um homem inteligente com uma boa educação, mas isto estava além da sua compreensão. Ele compreendia como um bebê podia nascer, mas para um homem adulto como ele nascer de novo, como poderia ser isto? Eis porque  perguntou:


“... Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao vente materno e nascer segunda vez?” (João 3:4)


Cada vez que uma criança nasce isto é um maravilhoso milagre de Deus. A criação foi um milagre. Deus demonstrou Seu grande poder quando, por meio da Sua palavra, a criação foi efetuada. Mas há um milagre muito maior. Ainda mais poder do que foi demonstrado na criação, foi manifesto quando Deus Se tornou um homem, foi pregado numa cruz, e abriu a porta para pecaminosos e perdidos seres humanos serem recriados sem pecado.


O novo nascimento é um assunto sobre o qual muitos falam, mas  não o compreendem. O fenômeno do novo nascimento tem impressionado 43 milhões de americanos em todos os caminhos da vida.


O ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, disse que havia nascido de novo. Roger Stauback, do Dallas Cowboys, alegou uma experiência de novo nascimento. O ex-campeão de boxe de pesos pesados, George Foreman, afirmou ter nascido de novo. O dirigente do Pantera Negra, Eldridge Cleaver, disse que havia nascido de novo. Charles Colson, assistente de Richard Nixon durante a conspiração de Watergate, escreveu um livro e mandou produzir um filme sobre sua experiência do novo nascimento.


“Son of Sam Killer”, David Berkowitz, quatro anos depois de ter nascido de novo, assassinou seis pessoas a sangue frio com um revólver calibre 44 e feriu outras sete pessoas.


Larry Flynt, o infame rei da pornografia, e editor da revista “Hustler”, disse: “É tão divertido ser salvo.” Ele continua, entretanto, a publicar seu material pornográfico, tendo um lucro de milhares de dólares por ano.


Uma pessoa ficou tão contrariada com a conversão de Eldridge Cleaver que correu para o palco do teatro Orpheum em Vancouver e, diante de dois mil atônitos espectadores, esfregou uma torta de creme no rosto de Cleaver.


Certamente é popular nascer de novo. Mas são genuínas todas as experiências do novo nascimento? Ou alguns estão apenas alegando ser seguidores de Jesus? Considere as palavras de nosso Salvador quando disse:


“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos,  naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor, porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.” (Mateus 7:21-23)


Há duas maneiras de uma pessoa tornar-se cidadão de um país. O caminho natural é ter nascido nesse país. A Bíblia nos conta a história do evangelista e apóstolo Paulo. Um oficial do Império Romano estava prestes a açoitá-lo. Ele perguntou: “Ser-vos-á porventura lícito açoitar um cidadão romano, sem estar condenado?” Um cidadão romano tinha certos direitos que deviam ser respeitados. Paulo era um cidadão romano de nascimento, ao passo que o oficial não era.


“Vindo o comandante, perguntou a Paulo: Dize-me, és tu romano? Ele disse: Sou. Respondeu-lhe o comandante: A mim me custou grande soma de dinheiro este título de cidadão. Disse Paulo: Pois eu o tenho por direito de nascimento.” (Atos 22:27 e 28)


Alguns são cidadãos dos Estados Unidos e do Canadá por nascimento. Outros tornam-se cidadãos por naturalização, mas eles têm os mesmos direitos.


Durante os onze anos em que morei no Brasil, eu sempre era diferente dos brasileiros. Meu nome soava diferente. Eu poderia ter mudado meu nome de Feyerabend para Ferreira ou Faria. Teria tido um nome de som português, mas isto não me tornaria um brasileiro.


Ao chegar ao Brasil eu não estava acostumado a comer a mesma comida  dos brasileiros. Aprendi a comer feijão preto com arroz, e palmito. Isto não fez de mim um brasileiro. Mudei minha maneira de me vestir comprando roupas brasileiras. Mas eu ainda era diferente. Falava diferentemente, e mesmo através de meus maneirismos, muitos me consideravam um “gringo”.


Ser um cristão significa mais do que meramente mudar sua maneira de ser. Cristo não disse a Nicodemos que virasse uma nova folha. A Bíblia diz que devemos nascer de novo. A mudança vem de dentro. Tenho visto homens e mulheres drasticamente mudados quase de um momento para outro. Ainda parecem quase os mesmos, mas são novas pessoas. Falam acerca de novos assuntos, suas ações são diferentes, seus gostos, suas preferência e inclinações mudaram.


Conheci uma família cujo pai era considerado um alcoólatra sem esperanças. Bebia da manhã à tarde, a até mesmo durante a noite acordava para beber. Maltratava a sua família. Seus filhos tinham medo dele. Sua esposa temia a volta dele para casa, sabendo que iria apanhar.


Um dia esse homem veio a algumas conferências, aceitou a Cristo em sua vida, e nasceu de novo. Tornou-se uma nova criatura. Agora seus filhos corriam ao seu encontro quando ele chegava em casa. Sua esposa esperava alegremente para recebê-lo. O que fez a diferença? Ele havia  nascido de novo. Tenho testemunhado a transformação de criminosos endurecidos em cidadãos exemplares. Viciados em drogas têm sido libertados de seus vícios. O novo nascimento é um verdadeiro milagre. Significa uma mudança completa. A menos que haja uma mudança, a experiência não é genuína. Ser um cristão nascido de novo significa mais do que palavreado, inclui ação.


O primeiro reino de Deus é o reino físico, natural. O segundo é o reino da graça, o reino espiritual. Agora consideremos o homem que nasceu três vezes.


Moisés nasceu no Egito. Seus pais eram hebreus, escravos dos Faraós. Tiveram de escondê-lo para que não fosse morto por um decreto que ordenava a matança de todas as crianças hebréias.


“Pela fé Moisés, apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei.” (Hebreus 11:23)


Moisés foi adotado pela filha de Faraó, mas tinha um terrível temperamento. Um dia ele matou um egípcio e teve de fugir para salvar a própria vida. Então Moisés teve um encontro com Deus no deserto. Viu uma sarça ardente que não se consumia. Deus estava ali e falou com ele. Ele nasceu de novo. Diz a Bíblia:


“Pela fé Moisés, quando já homem feito,  recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo  ser maltratado junto com o povo de Deus, a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão.” (Hebreus 11:24-26)


As coisas que anteriormente tinham sido tão importantes para ele, agora perderam o seu encanto. Agora  estava interessado nas coisas espirituais.


Moisés nasceu  uma terceira vez. Ele morreu no Monte Nebo, na margem mais afastada do rio Jordão. Posteriormente apareceu a Jesus e a três dos discípulos no Monte da Transfiguração, possivelmente Monte Tabor. Deus o ressuscitou dos mortos. Agora ele está no paraíso. Agora ele não sofre mais dor e tristeza. Se tivesse obedecido a seres humanos poderia ter se tornado um Faraó. Hoje poderia ser uma múmia no museu do Cairo, como o rei Tutankamon. Mas ele está no Céu.


Deus nos promete a mesma possibilidade. À semelhança de Moisés, podemos nascer uma terceira vez no reino da glória. A Bíblia  diz que seremos transformados num abrir e fechar de olhos.


“Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas transformados todos seremos, num momento, num abrir e fechar  dolhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.” (1 Coríntios 15:51 e 52)


As promessas de Deus para o futuro são gloriosas. Não podemos nem mesmo imaginar as maravilhas do mundo vindouro. Este velho mundo está cheio de tristezas, um vale de lágrimas, mas Deus nos está chamando para um mundo glorioso, mundo onde não haverá nenhuma dor, nenhuma tristeza, nenhuma enfermidade, nenhum hospital e nenhum cemitério. Não haverá nenhuma preocupação, nenhum mal-entendido, nenhum temor e nenhuma lágrima.


“E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.” (Apocalipse 21:4)


Esta promessa é para todos nós. Somos convidados a participar do terceiro nascimento, no reino da glória. Mas primeiramente, nós devemos nascer de novo. Não há nenhum atalho. Diz a Bíblia: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”


Deus ama a todos nós. Ele quer salvar a todos. Diz Pedro:


“Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça,  senão que todos cheguem ao arrependimento.” (2 Pedro 3:9)


Há razões pelas quais Deus não pode levar a todos para o Seu reino de glória. Posso pensar em dois bons motivos:


1. Em primeiro lugar, aqueles que nunca saíram do reino natural para o reino da graça, jamais tendo verdadeiramente nascido de novo, não se sentiriam à vontade no Céu. Algumas pessoas nunca estão felizes a menos que estejam fazendo algo errado. Uma festa para eles não seria uma festa a menos que pudessem embriagar-se. A conversação é maçante se não estiver cheia de histórias sombrias e palavras de blasfêmia. A honestidade e a pureza para eles não têm nenhum valor. Não vivem em paz com ninguém, e não estão contentes a menos que estejam discutindo ou brigando. Como poderiam eles usufruir as belezas do Céu? O Céu seria tedioso e maçante para eles. O Céu para eles consiste em fazer algo errado, e Deus não promete a ninguém tal espécie de Céu.


Uma pessoa que não nasceu de novo teria muita dificuldade em compreender as belezas do paraíso. Você jamais poderia esperar que um porco fizesse uma preleção sobre Astronomia ou que uma lesma construísse uma cidade. Você jamais poderia esperar que uma pessoa inconversa apreciasse as glórias do Céu.


2. O segundo motivo pelo qual Deus não pode levar certas pessoas para o Céu é que elas o estragariam para os demais. Quando eu for para o Céu, não quero vizinhos que furtem, ou que sejam violentos e perigosos. Isto não seria Céu para mim se eles estivessem lá.


Agora Deus está convidando a todos deste mundo para que nasçam de novo. Mas alguns dizem: “Deixemos isto para depois. Quero gozar a vida primeiro. Depois que eu estiver morto alguém pode orar para que eu entre no Céu.”


A Bíblia revela claramente que devemos tomar nossas decisões nesta vida.


“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disto, o juízo...” (Hebreus 9:27)


Um dia, em breve, a porta da misericórdia será fechada para sempre. Será tarde demais para você mudar de vida. Falando daquele tempo, diz a Bíblia:


“Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.” (Apocalipse 22:11)


Alguns dizem: “Eu aceitarei a Cristo antes de morrer.” Parecem imaginar que têm um contrato para viver um certo número de anos. Ninguém pode garantir que estará vivo amanhã. De fato, não existe uma pessoa viva que possa saber ao certo que estará viva daqui a cinco minutos. Ninguém possui ossos de aço ou pulmões de ferro. Deus diz a todos nós: “És pó, e ao pó tornaras.”


Que privilégio é aceitar o convite de Deus! Como Rei dos reis, Ele nos convida a nos tornarmos Seus súditos. Mais do que isto, Ele nos convida a nos tornarmos filhos do Rei.


Depois da Segunda Guerra Mundial uma jovem professora americana foi para a Europa em um programa de intercâmbio de professores, e lhe foi dada uma classe de meninos pequenos. Eles eram cheios de vida e de energia, e nem sempre era fácil manter a disciplina na escola.


Havia um garotinho de olhos azuis que se assentava  na fileira da frente e parecia ser diferente dos outros meninos. Era muito alegre, mas sempre que havia uma briga no pátio do recreio, ele não se envolvia. Sempre se oferecia para ficar depois das aulas e ajudar a professora em qualquer trabalho que houvesse na sala de aulas. Ela estava profundamente impressionada com ele.


Um dia, depois das aulas, ela disse: “Johnny, você parece tão diferente dos outros meninos! Deve ter pais maravilhosos. Não quer me levar à sua casa para eu conhecê-los? Gostaria muito de conhecer seus pais.


O garotinho inclinou a cabeça e não respondeu. Ela pensou que talvez seus pais fossem pobres, e que ele poderia estar envergonhado de ter de levar a professora ao seu humilde lar. “Se você não quer me levar à sua casa, por que não traz seus pais até aqui para que eu possa conhecê-los?” sugeriu ela. Pequenas lágrimas começaram a rolar pela face do menino enquanto ele dizia: “Não posso  apresentá-la aos meus pais, ambos estão mortos.”


Ela ficou triste por ter aberto a ferida. Encorajou-o a contar a sua história, e que história era! Ele contou como tinha vivido com seus pais num castelo, em um dos pequenos países da Europa. Seu pai era um príncipe. Mas veio a guerra, e com ela todos os seus horrores. Um dia um exército inimigo marchou para o palácio e prendeu seu pai e sua mãe. Enquanto eles os levavam embora,  ele seguia atrás.


Depois de caminhar uma certa distância, o pai de Johnny pediu permissão para falar com o filho. O oficial comandante deu-lhe cinco minutos. Sua mãe correu para ele e segurou-o nos braços enquanto chorava.


“Então meu pai aproximou-se, ficou em posição de sentido, bateu os calcanhares, e fez continência”, disse Johnny à professora. “Fiquei em posição de sentido, bati os calcanhares e retribuí a continência como ele sempre me havia ensinado. Então, ajoelhando-se me disse: “Meu menino, estes homens vão levar-nos embora e matar-nos. Mas eles não estão interessados em crianças. Fuja para o lugar mais longe possível. Quero lhe pedir apenas uma coisa. Nunca se esqueça de que você é filho de um príncipe. Aja sempre como o filho de um príncipe.”


“O capitão deu a ordem. Meus pais começaram a marchar estrada abaixo. Vi os soldados erguerem suas armas. Ouvi os tiros. Vi minha mãe e meu pai caírem ao chão. Virei-me e fugi. Durante dias viajei de um lugar para outro. Pessoas bondosas me ajudaram, e agora encontrei uma família que está cuidando de mim. Professora, a senhora não sabe por que eu sou diferente das outras crianças? Meu pai era um príncipe, e eu não posso desonrá-lo.


Amigos, nós também temos uma grande responsabilidade. Somos filhos e filhas do Rei. Não apenas de um rei terrestre, mas do Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ele nos convida a nascer de novo, na família real. Oferece-nos abundantes bênçãos se aceitarmos o Seu convite. Você aceitará hoje este convite?



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