22 Relatos contraditórios nos evangelhos

cegos de jericó
 



Consultoria Bíblica 


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22 - A Ressurreição de Jesus é contada de maneira diferente nos quatro evangelhos, compare:


* Mateus 28:1,9, escreve que no primeiro dia, Maria Madalena e outra Maria foram ao sepulcro, e elas o abraçaram e o adoraram. (2 mulheres);


* Marcos 16:1, diz que Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé foram ao sepulcro. (3 mulheres);


* Lucas 24:10, escreve que Maria Madalena, Joana e Maria mãe de Tiago e as outras. (mais de 3 mulheres);


* João 20:1 afirma que apenas Maria esteve lá de madrugada e viu a pedra removida ... (só Maria).


Não é esta a única diferença que aparece entre os 4 evangelhos. Outro exemplo:


* Mateus 8:28, lemos que dois possessos gerasenos saíram dos sepulcros;


* Marcos 5:1 e 2 lemos apenas um geraseno vindo dos sepulcros;


* E Lucas 8:27, fala de um geraseno vindo da cidade.


E então, são dois ou são um? Ele ou eles vem dos sepulcros ou da cidade?


Outros exemplos ainda poderiam ser citados como um paradoxo dentro dos quatro evangelhos. Como entender estas diferenças dentro da Bíblia? Não seria isto uma prova para se descrer dos escritos sagrados?


O comentarista e autor do livro Manual Bíblico Henry H. Halley, afirma que os quatro evangelhos são a parte mais importante da Bíblia, pois os livros que os precedem são preparatórios, e os que seguem, são explicativos. 


É a única parte da Bíblia onde há quatro livros acerca de um só pessoa: Jesus Cristo.


As diferenças encontradas entre os escritos dos quatro evangelistas, são antes uma prova de originalidade e credibilidade do que um motivo para descrença.


Quatro pessoas diferentes, de culturas diferentes, de ângulos diferentes, podem notar detalhes que outro não perceba, ou ainda, destacar o que julga mais interessante para o seu público. 


Reflita amigo ouvinte: Porque 4 evangelista? 


Não bastava só um? Será que um dos motivos de Deus ter inspirado a quatro homens diferentes, a escrever sobre a vida de Jesus, não nos revela alguma intenção de Deus? 


O que um autor reprimisse, o outro poderia mencionar, dando mais detalhes, ou fortalecendo os objetivos principais.


Mais um detalhe precioso, note, se a preocupação fosse que os quatro evangelistas fossem literalmente igualzinhos, não seria mais fácil um copiar do outro? 


Os copistas, que foram ao longo dos séculos montando e traduzindo a Bíblia, não poderiam eles corrigir estas diferenças e deixar os quatro evangelhos iguais sem nenhuma diferença? Poderiam, mas isto não aconteceu, o que é uma prova fantástica da originalidade dos autores. 


Foi respeitado o que cada um relatou, ao seu modo, sem alterar por gosto ou por correção. Isto é uma prova clara que os evangelhos que lemos hoje, são de fato, o texto integral que os evangelistas escreveram, com todas as suas peculiaridades particulares. Um escrito fidedigno.


Surge então uma dúvida, será que os Escritores da Bíblia, no caso dos Evangelistas, não omitiram alguma verdade fundamental, ou acrescentaram a seu gosto algo comprometedor?


Se estudarmos as diferenças encontradas entre os evangelistas, iremos notar que os pontos de contradição são questões secundárias de detalhes que não acrescentam ou depreciam qualquer verdade fundamental. 


Notamos que a verdade principal e doutrinária não se altera em nenhum dos evangelhos. Temos que entender que os evangelistas estavam escrevendo sobre a vida de Jesus e os seus ensinos, e o demais, não é o principal. E nenhum deles, se contradiz ao relatar quem era Jesus, o que fazia, e qual era a sua missão.


No caso da pergunta do ouvinte, João relatou que Maria Madalena foi ao sepulcro após a ressurreição de Jesus, outros evangelistas declaram que eram duas ou mais, o que devemos extrair deste texto que nos interessa para a nossa salvação, não é quantas mulheres foram ao túmulo vazio, mas sim o fato que Jesus venceu a morte, venceu o seu arqui inimigo, Ele ressuscitou, esta é a verdade principal. 


E note, o próprio evangelista João também dá a entender que não era só Maria, o verso seguinte, mostra o plural: v. 2 “não sabemos onde o puseram”.


No caso dos dois possessos Gerasenos ou de Gadara, quando um evangelista diz que era apenas um homem possesso, e outro diz que eram dois, o fato principal a se destacar, é o milagre da transformação que Jesus operou, libertando o homem da posse do inimigo, deixando-o calmo, e em perfeito juízo, ou seja, o poder transformador de Jesus.


A explicação que os comentaristas bíblicos apresentam sobre um evangelista dizer que era um, outro evangelista dizer que eram dois que estavam presentes no milagre; ou no caso da ressurreição, um dizer que eram duas mulheres, outro dizer que eram mais do que duas que foram ao sepulcro, pode ser entendida, que entre os participantes deste milagre, um ou mais se destacassem, fazendo com que o evangelista retrate o fato, mencionando somente o personagem que se destacou, e o outro evangelista, mencione todos os envolvidos naquele acontecimento.


E isto não altera a verdade principal do fato em si, que ocorreu de qualquer forma, seja com um, ou dois, ou três ou mais. Dependeu do ângulo que o autor preferiu escrever, ou o que desejou destacar.


Se hoje pegássemos quatro pessoas diferentes, e pedíssemos para escrever a vida de alguém, será que encontraríamos tudo igualzinho nos 4 relatórios? Com certeza não, pois cada um irá relatar o que achar mais necessário e colocará detalhes que o outro de repente, não tenha se percebido. 


A inspiração de Deus entre os evangelistas é comprovada, pois somente dois deles, foram companheiros pessoais de Jesus, que foram Mateus e João. Os outros dois, escreveram o que ouviram, e alguma coisa que viram. 


E se pesarmos as semelhanças e as diferenças, notaremos que os pontos fundamentais da fé e da salvação são iguais em todos os evangelhos e em toda a Bíblia, o que varia são pequenos detalhes que não devem jamais comprometer a nossa fé.


Ao termos este prisma, notaremos que as diferenças até são muito poucas, e nada que comprometa a verdade principal de Jesus ser o Messias enviado por Deus, para redimir a raça humana ao reino dos céus, ao reino de Deus.


Lembro ao amigo ouvinte, que os ataques do inimigo a Palavra de Deus sempre foram vigorosos, mas fracassaram. Primeiro o arqui inimigo tentou eliminar as Bíblias, impedir que o homem pudesse lê-la e descobrir a verdade, era proibido ler, as Bíblias eram queimadas, as pessoas eram perseguidas. 


Depois que as pessoas tiveram livre acesso a Bíblia, o inimigo tenta combater seu conteúdo, dizendo que não é verdadeiro. Mas as profecias e seu conteúdo, se cumprem de maneira mais fiel a cada dia, confirmando a sua veracidade e sua origem Divina. 


Então resta ao inimigo, procurar encontrar defeitos na Bíblia, na maneira como foi escrita, seus autores, seus ensinos, aparentes contradições, enfim, procura o inimigo de todos os meios, afastar o homem do livro Sagrado, que o desmascara, e mostra que está derrotado. Há um ditado que diz que a mais poderosa arma dos fracos, é a crítica.


E note, o inimigo conhece as Escrituras, pois quando tentou a Jesus no deserto, ele mesmo usou a Bíblia de maneira errada, quando lhe disse: “Se tu és o filho de Deus, lança-te daqui para baixo. Pois está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito e eles te tomarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra”.


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