38. Sérgio I de Constantinopla

38. Sérgio I de Constantinopla

Cristologia – Século VII – Constantinopla

Cristo tinha duas naturezas, mas uma só vontade: a divina.

Sérgio I de Constantinopla (565-638) foi patriarca de Constantinopla entre 610 até a sua morte em 638. Ele defendeu vigorosamente uma teologia chamada monotelismo.

A palavra “monotelismo” (mono = um; thelema = vontade) significa “uma só vontade”. Essa doutrina afirma que embora Jesus Cristo tivesse duas naturezas, Ele era dotado de apenas uma vontade (monotelismo): a divina.

Portanto, Cristo não tinha a vontade humana. Essa nova doutrina deu início a um conflito que se estendeu de 626 a 681.


Com o objetivo de divulgar sua doutrina, Sérgio enviou seu arquidiácono para participar de um sínodo realizado em Chipre em 634, organizado pelo arcebispo Arcádio II, com representantes do Papa Honório I, de Roma.

O monotelismo ganhou o apoio do imperador bizantino Heráclito e a simpatia dos monofisistas egípcios (633) e armênios (634).

A teologia de Sérgio apresentava uma fórmula que procurava conciliar os monofisistas (que ensinavam haver apenas uma natureza em Cristo) com os ortodoxos (que ensinavam haver duas naturezas em Cristo). 

Por essa razão Sergio doutrinava que em Cristo havia duas naturezas, mas uma só vontade.

Sergio procurou o apoio do Papa Honório I (625-638), que aprovou a fórmula monotelista. Seus escritos contribuíram para a disseminação desse ensino.

Em oposição ao monotelismo levantou-se o monge grego Máximo de Crisópolis, o Confessor, que defendia a tese do Concílio de Calcedônia. Por sua ousadia, ele foi preso, torturado, mutilado e depois exilado. Também se levantou outro adversário chamado Sofrônio (560-638), bispo de Jerusalém.

Em 638, o imperador bizantino Heráclio tentou reconciliar as divergências sugerindo que a natureza humana e a divina em Cristo foram fundidas, formando uma terceira, dando origem ao monoenergismo, que foi aceito pelos patriarcas de Constantinopla, Antioquia e de Alexandria. 

Bem como pela Igreja Apostólica Armênia. Porém encontrou firme oposição do patriarca Sofrônio de Jerusalém.

Os sucessores do papa Honório I condenaram a tese monotelista. Em 649, o papa Martinho I (590-655) defendeu diante do Sínodo de Latrão que Jesus Cristo tinha vontade divina e vontade humana, condenando o monotelismo de heresia.

Porém, a questão monotelista somente seria oficialmente resolvida no Terceiro Concílio de Constantinopla (680-681), que aceitou a definição de Martinho I e condenou tanto o monotelismo quanto o monoenergismo como heréticos.

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