Apêndice Geral Profecias Apocalipse (Araceli)

Profecias do apocalipse Araceli Melo

 

O NÚMERO SETE


O número sete é o número sagrado da  cronologia divina.  Nos atos diretos de Deus, na relação de Sua Onipotência, na Sua inspiração, no culto divino por Êle ensinado aos homens e nas relações mútuas dos filhos de Deus, o número sete aparece como o número sagrado. Nisto encaramos o número sete como o número de Deus, e o número da perfeição.


O número sete foi posto em evidência bem no começo da história do mundo. Este número foi o fundamento da criação, colocado por Deus, como comprovante de que o mundo é uma obra Sua e é Sua propriedade. 


O Gênesis revela que a criação do mundo compreendeu sete dias e que estes determinaram a semana original comprobatória da perfeição das obras de Deus. E foi também nesta primitiva ocasião que Deus salientou ainda de maneira evidente e especial a importância do número sete, abençoando e santificando o sétimo dia da semana.1)


Depois da criação, salientou Deus ainda a importância do  número sete no caso de Caim, em que ele declara que, “qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado”.2)


Na revelação de Deus ao homem encontramos o número sete como o número revelador duma sequência perfeita. Vejam-se os sonhos  de Faraó das “sete vacas formosas” e das “sete vacas feias”, das “sete espigas cheias e bôas” e das “sete espigas miúdas, queimadas” e como êstes sonhos aludem cada um a um acontecimento total. Também no  caso da humilhação do rei Nabucodonosor por um período determinado, manifesto a ele num sonho, o número sete surge para expressar o tempo de sua humilhação até que se submetesse a Deus.3)


As revelações contidas no Apocalipse estão repletas do número sete, indicando inteireza em suas várias cadeias  proféticas.  Note-se: Sete castiçais, sete igrejas, sete selos, sete estrelas, sete trombetas, sete cabeças do dragão, sete cabeças da besta, sete pragas, sete lâmpadas de fogo, sete pontas, sete olhos, sete trovões, sete Espíritos de Deus.


O antigo santuário de Israel, centro do culto divino e do  plano da salvação, estava repleto do número sete. Na sua construção foram empregadas 48 tábuas e 15 varais de madeira, num total de 63, número que é divisível por sete. Continha sete jogos de cortinas como coberta e véus. 


As cortinas que formavam a cêrca do pátio, eram sustidas por 56 colunas, número que é divisível por sete. O seu mobiliário constava de sete móveis: O altar das ofertas, a pia, a mesa dos pães, o castiçal como sete lâmpadas, o altar do incenso, a arca e o incensário.


Era notável a evidência do número sete na sagração dos sacerdotes oficiantes do santuário. A sagração durava sete dias. E nestes sete dias eram oferecidos sete novilhos e sete cordeiros, um cada manhã, e mais outros sete cordeiros, um cada tarde.1) Sete eram também as vestes do sumo-sacerdote.2) Doze pedras havia no peitoral e duas nos ombros do sumo-sacerdote, perfazendo um total de 14, que é divisível por sete.


O ritual do santuário estava igualmente impregnado do número sete. Na consagração do santuário, cada um dos príncipes das 12 tribos trouxeram 21 animais para sacrifício, número que é divisível por sete.3) Os sacrifícios de cada uma das festas anuais eram divisíveis por sete.


4) Cada festa era celebrada por sete dias. Por sete dias deveriam comer pães asmos.5) E o sangue dos sacrifícios pelo pecado era espargido sete vêzes perante o Senhor diante do véu.6) Diante, pois, da evidência do número sete no culto divino do santuário de Deus, constatamos sobejamente que êste número é verdadeiramente o número sagrado de Deus em todo o Seu trato para com Seus filhos.


Algumas evidências mais sôbre o número sete. Nas leis sobre saúde, ditadas por Deus a Moisés, o número sete tem constante referência.7) Naaman sete vêzes devia mergulhar-se no Jordão para curar- se da lepra.8) Sete mulheres lançariam mão dum homem só ou sejam as igrejas cristãs que lançariam mão do nome de Cristo.


9) As palavras de Deus são como que refinadas sete vezes.10) Sete são as colunas da sabedoria.11) Na nova terra o sol e a lua brilharão sete vezes mais.12) O cativeiro babilônico durou 70 anos e 70 semanas proféticas foram dadas aos judeus como último prazo de graça.13) Um irmão deve perdoar a outro irmão 70 vezes 7.14) Jericó foi rodeada 7 dias e 7 vezes no sétimo dia.15) Passados sete dias de idade o primogênito devia ser consagrado ao Senhor.16) O sétimo ano era o ano da remissão.17)


Os servos de Deus da antiguidade criam na santidade do número sete. A Noé ordenou Deus entrar na arca e só depois de sete dias vieram as águas.18) Sete casais de animais limpos devia êle recolher na arca, e ele mesmo enviou a pomba fora da arca depois de passados sete dias de tê-la enviado a primeira vez.19) Abraão tomou sete cordeiros como testemunho entre ele e Abimelek.


20) Jacó serviu a Labão duas vêzes sete anos por suas mulheres.21) Elias ordena a seu moço olhar sete vêzes aos lados do mar até avistar vestígios de chuva.1) Balaão ordena a Balac edificar setes altares e preparar sete bezerros e sete carneiros.2)


Sete são as cores do arco-íris, emblema da graça de Deus. Sete são as petições do Pai Nosso. Sete são as palavras da oração do publicano. Sete são as notas da música. Sete são as grandes divisões dos sêres da criação: Aquáticos e anfíbios, aves, insetos, molúsculos, répteis, quadrúpedes e quadrúmanos e o homem. 


Sete são as espécies de nuvens: Nevoeiro, stratus, stratu-cúmulo, cúmulo, nimbo, cirrus e cirro-cúmulo. Sete são as maneiras de morrer: Velhice, enfermidade, desastre, homicídio, suicídio, fome e sede. Sete são as maneiras de destruição causadas pela bomba atômica: Relâmpago ou luz, trovão, pressão, calor, incêndios, desabamentos e rádio atividade.


O CÂNON DAS SAGRADAS ESCRITURAS


A palavra Cânon significa “uma lei ou regra em geral. Os livros das Sagradas Escrituras, de um modo geral, são chamados o sagrado cânon ou regra comum da moral e dos deveres religiosos, dada pela inspiração”.3)


O cânon do Velho Testamento, como comprovado por Cristo, dividia-se em três partes: A lei de Moisés, os Profetas e os Salmos.4) A lei de Moisés compreende os cinco primeiros livros do Velho Testamento; os Profetas são todos os escritos advindos através de mensageiros guiados e inspirados por Deus, cujos escritos trazem os seus nomes. Os Salmos são os agiógrafos ou Ketubim. O cânon destas três divisões do Velho Testamento, contendo 39 livros, foi agrupado pelos judeus, até aos dias de Cristo, como segue:


Josué Juízes

A) I e II Samuel

I e II Reis


I. LEI


Gênesis Êxodo Levítico Números Deuteronômio


II: (1) B) (2)

 

Isaías Jeremias Ezequiel

Oséias Joel Amós Naum Sofonias Zacarias Obadias Jonas Miquéias

Habacuque Ageu Malaquias


III

 

Hagiógrafos ou

Kotubim

 

Salmos Provérbios Jó Cantares Rute

Lamentações Eclesiastes Ester

Daniel

Esdras (incluso Neemias) Crônicas (combinadas)

 

E’ da mais alta importância notarmos que apenas êstes livros eram reconhecidos pelos judeus como enfeixando o sagrado cânon do  Velho Testamento, até aos dias de Cristo e que Jesus mesmo não reconheceu outros. O cânon do Novo Testamento compreende todos os livros como conhecemos hoje.


OS LIVROS APÓCRIFOS


Os livros denominados “apócrifos”, encontrados na Bíblia chamada Vulgata, edição católica, não pertencem ao sagrado cânon dos hebreus donde nos vem a Bíblia. Para que pudessem pertencer ao divino cânon, urgia que fôssem inspirados, como os outros o foram, através de homens chamados por Deus e designados por Seu Espírito. O têrmo “apócrifo” já por si significa — não autêntico — não indicando por isso mesmo inspiração.


Os livros apócrifos foram incluídos na Septuaginta, e dela levados para a antiga Versão Latina, à Vulgata e à Versão de Douay. Êstes livros são sete: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Profecia de Baruque, I Macabeus, II Macabeus e mais as adições aos livros de Ester e de Daniel.


Os sete livros apócrifos contidos na Vulgata apresentam-se sem autor, o que não seria o caso se fôssem inspirados do céu. Também a leitura deles indica, fora de dúvida, não terem sido inspirados, havendo até porções que contradizem as mensagens dos livros autênticos e inspirados. Os judeus os rejeitaram e não os inceriram no cânon sagrado. E’ digno de menção que nenhum dos profetas verdadeiros fizeram qualquer menção dos livros apócrifos. Cristo jamais Se referiu a êles, e os apóstolos e a igreja apostólica os desconheceram totalmente.


Justino, o mártir, Origenes, Jerônimo e S. Agostinho aprovaram o cânon judaico sem os apócrifos. Wiclife afirmou não terem “autoridade de credo” e Lutero declarou “não serem iguais às Escrituras”.


A Assembléia de Teólogos de Westminster em 1643, excluiu os livros apócrifos. Em 1643, o Dr. Lightfoot, na Câmara dos Comuns, referiu-se aos “desprezíveis apócrifos”, como “remendos de invenção humana”.

 

Além de tudo, falta nos apócrifos o elemento profético. Josefo sustém (Ap. 1, 8) que o ensino exato, fiel e preciso dos profetas foi interrompido depois do fêcho do V. Testamento. Desde Malaquias (cêrca de 400 a.C.) até João Batista, nenhum profeta foi levantado por Deus. O próprio primeiro livro dos Macabeus fala na ausência de profetas.1) E notem-se certos maus ensinos dos livros apócrifos:


Tobias 6:6-8, autoriza o charlatanismo; II Macabeus 12:44-45, recomenda ofertas e orações pelos pecados dos mortos; Judite 9:9-10, especialmente, propugna e justifica o engano; Sabedoria 8:19-20, ensina a reencarnação. E há outras contraditórias declarações. O valor dos apócrifos, portanto, como fonte de verdade e edificação espiritual, é nulo, e devem ser rejeitados como nocivos à fé e aos costumes do são cristianismo.


O CULTO DO SOL E A ORIGEM DO DOMINGO


De todos os cultos que o homem tem criado independente de Deus, o culto do sol a todos sobrepuja por sua inferioridade e degradação. Criam os antigos que o sol era a maior fôrça da natureza, a causa de tôda a fecundidade. A procreação, diziam, era a maior das virtudes manifestas do poder do sol. Daí a poligamia e a prostituição encherem a terra em homenagem ao deus do sol. Sacrifícios humanos faziam também parte do culto solar.


Toda a terra estava impregana do culto do sol. Personagens havia com nomes que os relacionavam com o culto do sol. Por exemplo: Rameses — filho do sol. Benhadad — filho do sol. Sargon — príncipe do sol. Mitridates — concedido ao sol, Belshazar — príncipe de Bel, sol. Nabucodonosor — Nebo protege a minha coroa (Nebo era um nome do deus sol em Babilônia). E o dia 25 de dezembro era o dia do aniversário do sol.


O culto do sol penetrou desastrosamente na antiga nação israelita. E os textos aqui apontados dizem bastante do manifesto desagrado de Deus para com um tal culto que era: Falso, pagão, político idólatra, sanguinário, imoral e abominável.2)


A infidelidade de Israel no que respeita à lei de Deus em face do culto do sol, era manifesta. Lemos em Ezequiel: “Porque rejeitaram os Meus juízos, e não andaram nos Meus estatutos, e profanaram os Meus sábados; porque o seu coração andava após os seus ídolos”.2)


Note-se que, por causa do culto idolátrico do sol, Israel rejeitou o repouso do sábado. Disto vemos que o culto do sol tinha outro dia de repouso semanal que não era o sábado. E isto podemos constatar através dos nomes dados pelo paganismo do culto do sol aos dias da semana:


Primeiro dia .............................. Dia do sol

Segundo dia .............................. Dia da lua

Terceiro dia .............................. Dia de Marte

Quarto dia .............................. Dia de Mercúrio

Quinto dia Dia de Júpiter

Sexto dia .............................. Dia de Vênus


Sétimo dia Dia de Saturno


Diante da semana pagã, é muito claro que o primeiro dia da semana — o dia do sol — era considerado como dia de repouso semanal pelo paganismo. E hoje, em inúmeros idiomas, e primeiro dia da semana — domingo — quer simplesmente dizer — dia do sol. Em inglês, alemão, dinamarquês, norueguês, holandês, sueco, japonês, latim — o primeiro dia da semana denomina-se “dia do sol”. Isto é prova evidente da origem pagã do descanso do domingo.


Além desta prova histórica da semana pagã, temos outra não menos concludente, que é a do imperador Constantino, o grande, que, no ano 321, estabeleceu obrigatoriamente o repouso do dia do sol no império, tanto para os pagãos como para os cristãos. Sua lei foi expressa nos seguintes têrmos:


“No venerável dia do Sol, os magistrados e o povo residente nas cidades descansem, e fechem-se tôdas as oficinas. Entretanto no campo, as pessoas que se ocupam da agricultura podem livre e legalmente continuar em suas ocupações; pois muitas vêzes acontece que um outro dia não seria tão apropriado para semear ou plantar vinhas; para que não aconteça que, negligenciando o momento oportuno para tais operações, se perca a munificiência celeste”.1)


A lei de Constantino, obrigando o repouso semanal do “Venerável dia do sol”, foi verdadeiramente fundada no desejo dos apóstatas por estabelecerem o dia de repouso do paganismo em represália ao de Deus. Os testemunhos históricos, seguintes, não podem ser contraditados:


“São Justino (Mártir do 2.° século) dá as razões da instituição do domingo (Apolog. 2 c. 25 — Anglo-American Encyclopedia) e refere como se celebrava. ‘O dia do Sol — (domingo)’, disse, ‘todos os que habitam na cidade ou no campo se reúnem em um mesmo lugar; lêm-se os escritos dos Apóstolos e dos profetas enquanto o permite a hora”’.2)


“...Tertuliano (apolog., c. 16; ed. Nat. I 13) vê-se forçado a desmentir o êrro daqueles que tomavam ao Sol como o deus dos cristãos, porque êstes celebravam o domingo, que era, para os pagãos, dia dedicado ao sol, não faltavam inscrições nas quais se comprova que os cristãos chamavam ao domingo dia do sol para dar-se a entender aos pagãos: Hemera Helioy (Inscrip. en Le Blant, t. 1., p.355)”.3)


A desculpa dos cristãos apóstatas em rejeitar o sábado, era, diziam, por quererem romper com tudo quanto julgavam ser  de  origem judaica. Porventura ignorariam eles que o sábado veio do jardim do Éden, 3000 anos antes da existência de um só judeu? Notemos o que escrevera Eusébio, bispo de Cesareia e contemporâneo de Constantino: “Tudo que era de obrigação do dia de sábado, nós o transferimos para o dia do Senhor, que é propriamente (o dia) mais nosso, como o mais elevado que é em categoria e mais digno de honra do que o sábado judaico”.1)


Depois de Constantino, que se havia inspirado na igreja da capital do império, para decretar sua lei dominical-solar, a igreja de Roma procurou, por uma série de decretos férreos, estabelecer firmemente o descanso do “dia do sol” — o domingo. Foi a igreja que deu ao primeiro dia da semana e dia do sol, o nome de “domingo”. O que segue logo são documentos da igreja de Roma defendendo a mudança do repouso do sétimo dia para o primeiro da semana como um ato exclusivamente seu, independente das Sagradas Escrituras:


No Catecismo do Adeto da Doutrina Católica, lemos: “Observamos o domingo em vez do sábado, porque a igreja Católica no concílio de Laodicéia em 364 A. D., transferiu a solenidade do sábado para o domingo”.


Em 589 o Sínodo de Narbone decretava decisivamente em favor do domingo, o seguinte: “E’ proibido, tanto a livres como a servos, a godos, romanos, sírios, como a gregos e judeus, executar qualquer espécie de trabalho no dia do domingo. Se alguém ousar proceder em contrário, pagará, se fôr livre, seis solídeos ao magistrado; se fôr escravo, receberá cem bastonadas”.2) Daí em diante a igreja católica continuou com seus decretos e os reis em nome dela, em favor do domingo, até o seu estabelecimento definitivo em substituição ao sábado de Deus.


No Doctrinal Catechism, uma obra inglesa, pag. 101, lê-se: “Perg.


— Tendes um outro meio qualquer de provar que a igreja tem poder para instituir dias de festa? — Resp. — se não tivesse, não poderia ter efetuado aquilo em que todos os religionistas convêm com ela, isto é, não poderia ter substituído a observância do domingo, o primeiro dia da semana, à do sábado do sétimo dia, mudança para a qual não existe nenhuma autoridade escriturística”.


O Dr. Eck em Eridion (1533) pag. 78, diz: “As Escrituras Sagradas doutrinam: ‘Lembra-te do dia do sábado para o santificar; seis dias trabalharás, e farás tôda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus, etc’. A igreja porém, transferiu a observância do sábado para o domingo por sua própria autoridade, independente das Escrituras”.


A imprensa, órgão católico de Sydney, Austrália, de 25 de agosto de 1900, escreveu: “O domingo é uma instituição católica e seus direitos à observância só se podem defender dentro dos princípios católicos. Do princípio ao fim das Escrituras não se encontra uma única passagem que justifique a transferência do culto público semanal do último dia da semana para o primeiro”.

 

No “Espêlho Católico”, órgão oficial do cardial Gibbons, nos Estados Unidos, N.° 23 de setembro de 1893, lê-se: “A igreja católica mais de 1.000 anos antes da existência de um só protestante, em virtude de sua divina missão, mudou o dia de repouso do sábado para o domingo”. 


“O mundo protestante ao nascer (na reforma do século dezesseis) encontrou o dia de sábado cristão (domingo) demasiado enraizado para se opor à sua existência; viu-se, portanto, na necessidade de aquiescer com a mudança, o que implicava no reconhecimento do direito da igreja de mudar o dia, mais de trezentos anos depois. O sábado cristão (domingo) é, pois, até hoje, reconhecido rebento da igreja católica como esposa do Espírito Santo, sem uma palavra de contestação da parte do mundo protestante”.


Em ataques Protestantes, pág. 81, diz o padre Júlio Maria: “Nós católicos romanos, guardamos o domingo, em lembrança da ressurreição de Cristo, e por ordem do chefe de nossa igreja, que preceituou tal ordem do sábado ser do Antigo Testamento, e não obrigar mais no Novo Testamento”.


Numa carta escrita em novembro de 1895, o Sr. H. F. Thomas, chanceler do cardial Gibbons, respondendo a um inquérito feito a respeito da afirmação que a igreja faz de ter mudado o sábado, disse: “Naturalmente, a igreja católica afirma que a mudança do sábado é um ato totalmente seu... e que êste ato é o sinal de sua autoridade nas coisas religiosas”.


Continuar a citar argumentos católicos comprobatórios de que a igreja romana é a responsável pela mudança do repouso do sábado para o “dia do sol”, o domingo, seria ir ainda muito longe.


O próprio protestantismo confessa que o domingo, procede do paganismo através da igreja católica. Os argumentos protestantes que seguem são concludentes:


O Rev. T. H. Morer, da igreja Episcopal, em seu livro “Seis Diálogos Sobre o Dia do Senhor”, diz: “Não se pode negar que tomamos o nome dêste dia emprestado aos antigos gregos e romanos, e concordamos em que os antigos egípcios adoravam o sol, e como uma perdurável lembrança de sua veneração, consagraram-lhe êsse dia. 


E vemos que, pela influência de seu exemplo, outras nações, e entre elas os próprios judeus, prestavam-lhe homenagem”, “De maneira que, sendo o dia do sol o dia em que os gentios adoravam solenemente aquele planeta e o chamavam Dies Solis, em parte devido a sua influência particularmente naquele dia, e em parte em respeito ao seu divino corpo, (como êles o concebiam), os cristãos entenderam convenientemente guardar o mesmo dia e o mesmo nome a fim de não parecerem injustamente obstinados e impedirem assim a conversão dos gentios, dando motivo a maiores preconceitos que de outra maneira poderiam ser nutridos contra o evangelho”.1)


O Rev. Edward F. Wiscox, autor do “Manual da Igreja Batista”, numa reunião para ministros, em Nova York, disse: “E’ para mim incompreensível que Jesus, vivendo durante três anos com os seus discípulos, conversando com eles muitas vezes sobre a questão do sábado, tratando-a nos seus vários aspectos, ressalvando-a das várias interpretações, nunca se (referisse a uma transferência deste dia; mesmo durante os quarenta dias após Sua ressurreição tal coisa não foi indicada. 


Nem tão pouco, quanto ao que saibamos, o Espírito Santo que fôra enviado para lhes fazer lembrar tudo quanto haviam aprendido, tratou desta questão. Nem ainda os apóstolos inspirados, pregando o Evangelho, fundando igrejas, aconselhando e instruindo, discutiram ou abordaram êste assunto.


“Além disto estou bem certo de que o domingo foi pôsto em uso como dia religioso, bem no princípio da história cristã, pois assim aprendemos dos pais da igreja e de outras fontes. Mas que pena ter vindo êle (domingo) estigmatizado com a marca do paganismo e crismado com o nome do deus sol, quando adotado e sancionado pela apostasia papal, e dado ao protestantismo como um legado sagrado”.1)


Depois de fazer referência a duas autoridades católicas sôbre a questão do domingo, diz um jornal protestante o seguinte: “Ora, isso é o que está de pleno acordo com a verdade bíblica e com a verdade histórica. Honra seja feita às duas autoridades católicas citadas, que neste ponto estão por cima dos sabatistas. Não, a igreja católica tem sôbre si grande carga de pecados, quanto à adulteração do cristianismo, mas êsse de mudar a guarda do sábado para o domingo, não lhe faz pêso”.2)


Se quiséssemos prosseguir indefinidamente, provando que o domingo veio do culto pagão do sol através da apostasia papal, não nos faltariam mais abundantes argumentos católicos e protestantes.


Todavia, o cristianismo, em geral, não diz que guarda o domingo em honra ao antigo culto do “deus do sol”. Simplesmente diz que o guarda em memória da ressurreição de Cristo. Entretanto não encontramos no Novo Testamento nenhum texto que justifique esta pretensão. 


Os oito textos referentes ao primeiro dia da semana, encontrados nos evangelhos e escritos apostólicos, se estudados com interesse, dir-nos-iam que os apóstolos jamais consideraram esse dia um dia especial e nunca o referiram como “dia do Senhor” ou dia de repouso.


Esta exposição, fundada na Bíblia e na história, é evidência irrefragável de que o sinal da besta-papal, referido no Apocalipse treze, é o domingo — o dia feriado do culto do sol do paganismo.


O CALENDÁRIO E O SICLO SEMANAL


O calendário é o sistema de computar o tempo decorrido. Duas espécies de calendários são conhecidos: O solar e o lunar. O primeiro diz respeito ao tempo em que a terra gasta em sua rota para dar uma inteira volta em torno do sol. O segundo está ligado às revoluções da lua em torno da terra.


Nosso atual calendário veio por intermédio de Babilônia,  Palestina e Roma. A tradição diz que Rômulo o primeiro rei de Roma, dividiu o ano em dez meses, seis de 30 dias e quatro de 31 dias, num total de 304 dias, aliás, 50 dias menos que o ano lunar e 61 menos que o solar. Numa Pompílio, o segundo rei romano, acrescentou dois meses ao ano — januaris e februaris, perfazendo um total de 354 dias ou o ano lunar. Cada dois anos intercalavam um mês, alternadamente, de 22 e 23 dias.


Alguns séculos mais tarde, Júlio César, reconhecendo as deficiências dêsse calendário e aconselhado pelo astrônomo Sosígenes de Alexandria, realizou uma reforma no calendário. Sosígenes chegara à conclusão de que o calendário apontava um atrazo, no computo do tempo, de 80 dias. Diante disso, Júlio César, por meio de um decreto, pôs 445 dias no ano 46 A. C., e adotou o ano civil de 365 dias e um quarto, sendo que de quatro em quatro anos o ano teria 366 dias — o ano bissexto. 


Mas, o calendário com a reforma de Júlio César, aumentava o ano solar em 11 minutos e 14,1/2 segundos. Esta pequena diferença acumulou-se durante os séculos perfazendo dias. Em 1582, a diferença alcançava já 10 dias a mais no cômputo do tempo. O primeiro dia da primavera dêsse ano foi constatado em Roma a 11 de março em vez de 21. 


Nesse ano o papa Gregório XIII publicou uma Bula, subtraindo dez dias do calendário, fazendo com que a sexta feira, dia 5 de outubro, fôsse datada de 15 do mesmo mês, “e que no fim de cada século se suprimisse o ano bissexto, a não ser que fôsse divisível por 400, como o foi o 1.600. Tal reforma reduziu o êrro anual apenas a 26 segundos, êrro que ficará corrigido mediante a adição de um dia a determinado ano, aí por 4900 da era cristã”.1)


1582 Outubro 1582


Dom. Seg. Ter. Quar. Quin. Sex. Sáb.

1 2 3 4 15 16

17 18 19 20 21 22 23

24 25 26 27 28 29 30

31

 

Foi esta a última reforma efetuada no calendário.


A semana não está propriamente afeta ao calendário. Não existe na natureza coisa alguma que sugira o agrupamento dos sete dias da semana. Nenhum corpo celeste circunvolui a terra, ou o sol, ou a lua, ou as estrêlas ou qualquer astro em sete dias. O siclo semanal, pois, jamais foi quebrado. 


Seu original permanece até nossos dias. Quando a reforma Gregoriana do calendário foi efetuada, "foram feitas tôdas as propostas imaginárias; só uma idéia não foi jamais apresentada, a saber: o abandono da semana de sete dias”.1) Testemunhos dos mais eminentes astrônomos atestam que o ciclo semanal jamais sofreu qualquer alteração embora tenham havido tentativas neste sentido.


O astrônomo Laplace afirma que “desde a mais remota antiguidade, onde se perde sua origem, a semana prossegue sem interrupção através dos séculos, aparecendo nos calendários sucessivos dos diferentes povos”. “Ela é, talvez, o mais antigo e incontrovertido monumento indicador dos conhecimentos humanos. Parece indicar uma fonte comum de onde se generalizou”.2)


“A semana de sete dias tem estado em uso sempre desde a Dispensação Mosaica, e não temos razão para supor que quaisquer irregularidades tenham existido na sucessão das semanas e seus dias desde aquele tempo até o presente”.3)


Quando a proposta do novo calendário foi, não faz muito, apresentada ao Congresso Norte-Americano, “desenvolveu-se oposição, e uma audiência prolongada se realizou, e muitos eruditos foram convocados. Vez após vez foi feita a pergunta: ‘Qualquer das mudanças dos calendários prévios afetaram a continuidade da presente sequência dos dias da semana?’ Cada um de todos estes sábios responderam: ‘Não’”.4)


Uma figura notável no mundo da ciência, Emile Picard, secretário permanente da Academia de Ciências, da França, e presidente do Escritório das Longitudes, conforme um relatório da Liga das Nações referente à mudança do calendário, na página 51, diz: “Um dos pontos essenciais é o da continuidade da semana. 


A maioria dos membros do Escritório das Longitudes chegou à conclusão de que a reforma do calendário não deve interferir com a continuidade. Consideraram que seria muito inconveniente interromper um ciclo que tem existido através de tantos séculos”. No mesmo relatório, à página 74, o mais eminente astrônomo de Portugal, Frederico Oton, diretor do observatório astrônomico de Lisboa, diz: “Seria muito imprudente interromper, mediante dias complementares, a continuidade absoluta das semanas — a garantia única, passada, presente e futura, de um controle eficiente dos fatos cronológicos”.


A observância da semana pelos judeus, por mais de 35 séculos, é um testemunho irrefragável de sua inalterável continuidade.

  

Estes notáveis testemunhos comprovam que a semana atual é a mesma original da criação. Embora o antigo Egito tentasse um calendário com 5 dias “zero”, a França revolucionária um também com 5 dias “zero” e mais uma semana de 10 dias e a Rússia uma semana de cinco dias de trabalho, contudo a semana original de sete dias voltou sempre a tomar o seu lugar nestes países.


Ao ser dada no monte Sinai a lei de Deus, escrita em duas tábuas de pedra, o mandamento do repouso do sétimo dia testificou de que, até ali, 2500 anos da criação, a semana não se tinha alterado em nada. Passados mais 1500 anos, ou seja 4.000 anos da criação, Jesus Cristo, o Autor da própria semana, atestou, em atestar o repouso do sétimo dia como o repouso estabelecido na criação, que a semana era a mesma do Éden de Adão. 


De Cristo aos nossos dias, como afirmam os testemunhos insuspeitos citados, não houve nenhuma mudança mundial do calendário que alterasse o ciclo semanal, a não ser na França e Rússia, o que durou pouco tempo. Nossa atual semana, pois, com sua atual sequência de sete dias que a compõem, é a mesma semana estabelecida pelo Criador para o homem.


O propósito deste assunto sobre o calendário é desfazer o êrro de alguns cristãos que, para se julgarem isentos da obrigação de observarem o sábado do sétimo dia como repouso de Deus, dizem que o calendário foi mudado e por consequência não se pode saber se o sábado de hoje é o mesmo da criação. 


São os seus preconceitos contra a divina instituição do sábado que os levam a lançar mão de todo o subterfúgio para rejeitar o dia que Deus instituiu como repouso semanal e memorial de Seu poder criador. Neste mundo de Deus entendem eles poder fazer o que bem lhes pareça em desatenção ao verdadeiro Senhor do mundo. Acham que podem viver na terra opondo-se às leis do Criador.


Todavia, a história bíblica e a secular unem-se para comprovar que a inalterabilidade da semana através de todos os tempos, equivale a demonstrar a inalterabilidade do dia semanal de repouso edênico que ela contém.


Aqueles que invocam uma pretensa mudança do ciclo semanal com o calendário, com o propósito de pôr de lado o santo repouso de Deus, usam de deslealdade não só para com as Sagradas Escrituras como também para com os fatos históricos no que respeita ao calendário e à semana original da criação.


Esse é o conteúdo do livro A Verdade Sobre as Profecias do Apocalipse, de Araceli Melo - Confira aqui o índice Completo.