RESPOSTAS A PERGUNTAS APRESENTADAS NA REUNIÃO DE 18 DE JUNHO DE 2000, EM MOEMA, RELACIONADAS A VÁRIOS ASPECTOS DA IGREJA ADVENTISTA E SUA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
Autor: Pr. Tércio Sarli
INTRODUÇÃO: O espaço e o tempo não permitem respostas muito extensas; mesmo assim, não foi possível abreviá-las demasiadamente.
PERGUNTA Nº 17: Freqüentemente em alguns "sites" aparece a acusação de que esposas de pastores e administradores da Obra são também empregadas da Obra. Seria isso impróprio? Seria "nepotismo"?
RESPOSTA: Quase sempre, quando um homem se dedica à Obra de Deus, sua esposa partilha o mesmo ideal. Eles lutam juntos. Sonham juntos planos para a Igreja. E muitas vezes trabalham na mesma Organização.
Se uma esposa de pastor ou de administrador é capacitada para uma função na Obra, qual o mal de ela ocupar essa função? Se não estiver apta para um cargo, aí sim seria uma injustiça ela ocupá-lo. Mas se a mulher é capaz e dedicada, muito mais correto é que ela una seus talentos aos do marido obreiro, do que ir trabalhar em empresas mundanas, bancos, etc.
Apenas uma ilustração sobre esse assunto: Na denominação evangélica "Exército de Salvação", sempre que um homem é chamado para um posto missionário, é de regulamento que sua esposa também seja obreira assalariada de tempo integral. Isso mostra ser uma prática salutar marido e esposa estarem unidos no mesmo ideal de serviço na Obra do Senhor.
Já "nepotismo" é o abuso de empregar parentes apenas para proveito próprio, ou por favorecimento ilícito. Isso não deve acontecer na Obra. Mas se a esposa do obreiro é apta e preparada para uma função necessária, é justo que ela trabalhe ali, unindo seus esforços ao do marido.
O que diz a Sra. Ellen White sobre isso? E é bom lembrar que o Pr. Tiago White trabalhava na Obra Adventista, Ellen também, e seu filho William foi seu assessor, trabalhando na Obra, durante muitos anos, e o neto de Ellen, Arthur White, foi também obreiro durante toda sua vida útil, trabalhando, nas últimas décadas de sua vida, no Departamento do Acervo de Ellen White, na Associação Geral.
Mas o que aconselha Ellen sobre esse assunto? Eis algumas de suas declarações:
"O ministro é pago por seu trabalho e isso é justo. E se o Senhor dá à esposa da mesma maneira que ao marido, o encargo da obra, e ela dedica seu tempo e energias a visitar as famílias e expor-lhes as Escrituras, embora não lhes hajam sido impostas as mãos da ordenação, ela está realizando uma obra que pertence ao ramo do ministério. Deveria então seu trabalho ser reputado por nada?
"Têm-se feito por vezes injustiça a mulheres que trabalham tão dedicadamente como seus maridos, e que são reconhecidas por Deus como necessárias à obra do ministério.
O plano de pagar os obreiros homens, e não pagar a suas esposas, as quais partilham de seus labores, não é segundo o mandamento de Deus, e, caso seja seguido em nossas associações, é capaz de desanimar nossas irmãs de se habilitarem para a obra em que se devem empenhar.
Deus é um Deus de justiça, e se os ministros recebem pagamento por seu labor, as esposas, que se consagram à obra com o mesmo desinteresse, devem ser pagas além do ordenado que os maridos recebem, mesmo que elas não o solicitem.
"Os adventistas do sétimo dia não devem, de forma alguma, amesquinhar a obra da mulher. Se esta entrega seu serviço doméstico nas mãos de uma auxiliar fiel e prudente, e deixa seus filhos em boa guarda ao passo que ela se ocupa na obra, a associação deve ter a sabedoria de compreender a justiça de remunerá-la." - Obreiros Evangélicos, págs. 452 e 453.
"Estas mulheres dão tempo integral, e nada recebem por seu trabalho, devido a que seus esposos recebem salário. Tal decisão deve ser revista. A Palavra
do Senhor diz que ‘digno é o obreiro do seu salário’. Enquanto nenhuma decisão for tomada, protesto em nome do Senhor. ... Sei que essas fiéis mulheres devem receber salário proporcional ao que recebem os ministros. Elas carregam o peso das almas, e não devem ser tratadas injustamente." - Ellen G. White, Manuscrito, 5:29.