6 COMO INDUZIR OS CRENTES A CONQUISTAR ALMAS

Conquistador de almas


Irmãos, dirigi-lhes várias vezes a palavra sabre a grandiosa tarefa de nossas vidas, que é a de conquistar almas para Cristo. Procurei mostrar as diferentes maneiras de fazê-lo, as qualidades em relação a Deus e em relação aos homens, como prováveis características daqueles que Deus usa como conquistadores de alma, os sermões mais apropriados para este fim e os obstáculos existentes no caminho dos que realizam este trabalho. 


Pois bem, esta tarde quero falar-lhes de outra parte do tema, a saber: como podemos induzir os membros da igreja a se tornarem conquistadores de almas? 


Cada um de vocês aspira a ser, no devido tempo, pastor de igreja, a menos que Deus os chame para serem evangelistas ou missionários. Bem, começarão como simples semeadores da boa semente do reino, e irão espalhando mancheias de grãos tomados da sua própria cesta. 


Entretanto, o desejo de cada um é tornar-se um lavrador espiritual, dono de determinada área que não semeará sozinho, mas ajudado por uma equipe de auxiliares. Então dirá a um: "Vai", e irá; e a outro: "Vem", e virá sem tardança. E procurará instruí-los e guiá-los na arte e mistério de semear, de modo que, depois de algum tempo, esteja rodeado de pessoas que realizam esta boa obra, com o que uma área ainda mais extensa poderá ser cultivada para o Senhor da seara. 


Alguns de nós temos, pela graça de Deus, sido abençoados tão ricamente, que temos ao nossa redor um grande número de pessoas vivificadas espiritualmente por nossa intermédio, incentivadas sob o nosso ministério, instruídas e fortalecidas por nós mas que estão prestando bom serviço a Deus. 


Permitam-me exortá-los a não procurarem estas coisas todas logo de início, pois é labor que exige tempo. Não esperem obter no primeiro ano de pastorado aquele resultado que é a recompensa de vinte anos de esforço continuado no mesmo lugar. Os jovens às vezes cometem grave erro no modo pelo qual falara com pessoas que nunca os tinham visto até seis semanas antes. 


Não podem falar com a autoridade de alguém que foi um pai para os membros da igreja, tendo estado com eles vinte ou trinta anos. Se tentam fazê-lo, essa atitude não passa de tolo pedantismo. Como também é tolice esperar que o povo se manifeste no início do mesmo modo como o faria depois de ser preparado por um piedoso ministro durante um quarto de século. 

É certo que algum de vocês pode ir para uma igreja em que outro já tenha trabalhado com toda a fidelidade por muitos anos, havendo de há muito semeado a boa somente, e poderá encontrar seu campo de trabalho no mais bem-aventurado e próspero estado. Feliz será se puder entrar assim nos sapatos de um obreiro fiel e seguir o caminho trilhado por ele. É sempre bom sinal quando o cavalo não percebe que está sendo cavalgado por um novo cavaleiro. E você, meu irmão, inexperiente como é, será feliz se esta for a sua sorte. Mas o provável é que vá para um lugar abandonado quase à ruína completa, possivelmente a um lugar inteiramente negligenciado.

Talvez você queira fazer com que o presidente da junta diaconal imite o seu fervor. Estando você cheio de calor, ao achá-lo frio como aço, isso o leva a ficar como ferro em brasa metido num balde de água frio. Ele talvez lhe diga que o faz recordar outros que de início eram tão ardorosos como você, mas esfriaram logo, e não ficará surpreso se lhe acontecer a mesma coisa. É excelente homem, mas é idoso, ao passo que você é jovem. E por mais que o tentemos, não podemos colocar cabeças jovens sobre ombros velhos. É possível que, depois disso você queira fazer uma tentativa junto aos jovens, pois, quem sabe se saia melhor com estes. Mas eles não o compreendem, são retraídos e tímidos, e depressa escapam pela tangente. Irmãos não se espantem se tiverem esse tipo de experiência. 

É bem provável que vocês tenham que fazer quase tudo com relação à obra. Haja o que houver, esperem isso, e então não ficarão desiludidos quando acontecer assim. Pode ser que as coisas sejam outras. É prudente, porém, que entrem no ministério sem esperar da parte dos crentes muito apoio para a obra de conquistar almas. Prepare-se antecipadamente, irmão, para fazer tudo, e para fazê-lo sozinho. E comece o trabalho sozinho. Lance a semente, percorra o campo de ponta a ponta, sempre com os olhos postos no Senhor da seara para que abençoe o seu labor, ansioso pelo dia em que, mediante os seus esforços pessoais e sob a bênção divina terá, não um pequeno terreno coberto de urtigas, ou cheio de pedras, ou joio, ou espinhos, ou com parte dele pisado e duro; mas, em vez disso, uma fazenda bem lavrada onde fará sua semeadura com grande proveito e na qual poderá contar com um pequeno exército de colaboradores que o ajudarão no serviço. Todavia, isso tudo exige tempo.

Devo dizer-lhes, irmãos, que não esperem isso tudo até pelo menos alguns meses depois de se terem instalado para o trabalho. Os avivamentos, quando genuínos, nem sempre ocorrem só porque assobiamos chamando-os. Chamem assim o vento, e vejam se ele vem. Grandes chuvas foram dadas em resposta às orações de Elias. Mas não da primeira vez que orou. Nós também temos que orar e orar, vez após vez, e afinal aparecerá uma nuvem e dela cairá a chuva. Aguardem algum tempo, trabalhem, lutem, orem, e no devido tempo a bênção virá e vocês verão a igreja acompanhá-los em busca dos seus ideais. Não virá de imediato, porém. 

Creio que John Angel James, de Birmingham, não viu muito fruto do seu ministério por um bom tempo. Quanto me lembre, a Capela da rua Carr, não ficou famosa senão depois de tê-lo como pregador. Mas ele perseverou ali muito tempo pregando o Evangelho. Finalmente reuniu. Não deve esperar reunir em torno de si pessoas preocupadas com a salvação de almas. Bem. sei, irmãos, que vocês. querem ter à sua volta um grupo de cristãos que estejam ansiosos pela salvação dos seus amigos e vizinhos, sempre na expectativa de que Deus abençoe as suas pregações; cristãos que observem as reações dos ouvintes para ver se estão ficando impressionados; cristãos que demonstrem grande tristeza se não houver conversões e grande inquietação se há almas que permanecem sem salvar-se. Se este é o caso, talvez eles não se queixem a vocês, mas clamarão a Deus em seu favor. É possível que nem lhes falem sobre o assunto.

Lembro-me de um domingo em que íamos ao culto vespertino, em uma de Ceia do Senhor e um dos diáconos da igreja disse: "Irmão, isso não paga a pena!" Íamos receber à comunhão da igreja somente catorze pessoas, e estávamos acostumados a receber quarenta ou cinqüenta por mês. O bom homem não estava satisfeito com um número inferior. Concordei com ele em que deveríamos conseguir maior número no futuro, se possível. Suponho que alguns colegas ficariam aborrecidos se alguém lhes fizesse uma observação assim. Eu fiquei contente com o que o bom diácono me disse, pois era exatamente o que eu mesmo sentia. 

Outra coisa que necessitamos é rodear-nos de cristãos desejosos de fazer tudo que puderem para cooperar conosco na obra de ganhar almas para Cristo. Há numerosas pessoas que o pastor não pode alcançar pessoalmente. Vocês devem procurar conseguir alguns cristãos do tipo que segura os outros pela lapela – sabem o que quero dizer. É boa coisa pegar um amigo pelo cabelo ou pela gola do casaco para o fim que buscamos. Absalão viu que não poderia safar-se do carvalho em que ficara preso pelo cabelo. Assim, tratem de agarrar os pecadores, de chegar bem junto deles. Falem com eles com brandura até fazê-los penetrar o segredo do reino do céu, até fazer-lhes entrar pelos ouvidos a bendita história que lhes trará paz e gozo ao coração.

É preciso haver na igreja de Cristo um grupo de atiradores bem treinados e certeiros que atinjam os indivíduos um por um, e que estejam sempre alerta, vigiando a todos os que entram no local, não para aborrecê-los, mas para garantir que não saiam dali sem receber uma advertência pessoal, um convite pessoal e uma exortação pessoal para se renderem a Cristo. Precisamos treinar a todos os nossa irmãos para este serviço, de modo que façamos deles verdadeiros exércitos de salvação. Cada homem, mulher e criança de nossas igrejas deveriam pôr-se a trabalhar para o Senhor. Daí não apreciarão os magníficos sermões que tanto agradam aos americanos. "Ora! Ninharia! Não precisamos desse tipo de coisas!" Em que, os raios e trovões interessarão aos que trabalham na seara? Basta-lhes descansar um pouco sob uma árvore, limpar o suor da testa, revigorar-se depois da tarefa feita, e depois retornar ao trabalho. Nossa pregação deve ser como a palavra de um comandante em chefe ao seu exército: "Aí está o inimigo. Não me digam onde estará amanhã". Algo breve, algo suave, algo que anime e impressione os ouvintes – é disso que nossa gente precisa.

Teremos certeza de obter a bênção que buscamos quando toda a atmosfera em que vivemos for favorável à conquista de almas para Deus. Lembro-me do que um amigo me disse uma vez, ao anoitecer: "Esta noite haverá bênção, com toda a segurança; há tanto sereno ao redor!" Oxalá experimentem muitas vezes o que é pregar onde há muito sereno!

Um irlandês disse que não adianta regar quando o sol brilha porque havia notado que sempre que chovia, havia nuvens e o sol estava escondido. Há muito bom senso nem observação, mais do que parece à primeira vista, como geralmente se dá com os ditos irlandeses. A chuva vem em beneficio das plantas parque tudo está preparado para que caia: céu nublado, a atmosfera carregada de umidade, sensação de que o ambiente está todo úmido. Já se tivéssemos que regar as plantas com a mesma quantidade de água em pleno sol, as folhas provavelmente ficariam amarelas e acabariam manchando e morrendo pelo calor. Qualquer jardineiro lhes dirá que sempre toma o cuidado de aguar as flores ao entardecer, quando o sol não as atinge mais. Esta a razão por que a irrigação, par mais bem feita que seja, não é tão benéfica como a chuva. Para que as plantas tirem bom proveito da umidade, é preciso que haja uma influência favorável na atmosfera toda. Assim também na esfera espiritual.

Já observei muitas vezes que, quando Deus abençoa o meu ministério numa extensão fora do comum, os irmãos em geral estão predispostos para a oração. É grandioso pregar num ambiente cheio de orvalho do Espírito. Sei o que é pregar com isto. E, oh lástima!, sei também o que é pregar sem isto. Neste caso, é como Gilboa, sem orvalho nem chuva. Pregamos e esperamos que Deus abençoe a mensagem, mas em vão. Irmãos, espero que não lhes aconteça tal coisa! Talvez lhes caiba um campo de ação onde algum amado irmão tenha trabalhado por muito tempo, orando e servindo ao Senhor, e vocês encontrarão a igreja pronta para a bênção divina.

Quando saio para pregar, freqüentemente tenho a sensação de que nada se deve a mim, pois tudo vem a meu favor. Encontro o povo reunido e sentado, lábios abertos, à espera da bênção. Quase toda gente está na expectativa de que eu diga algo de bom e, uma vez que todos esperam por isto, o que lhes digo faz-lhes bem. Quando me retiro, eles continuam rogando a Deus, e recebem a bênção. Quando alguém é posto sabre um cavalo que parte a galope, só lhe resta dirigi-lo bem. É justamente o que me sucede com freqüência, pois que a bênção é dada porquanto todas as circunstâncias foram favoráveis. Muitas vezes podemos ligar os bons resultados não somente ao discurso do pregador, mas a todas as circunstâncias relacionadas com a entrega da mensagem. Foi o que aconteceu com o sermão de Pedro, que levou três mil almas a Cristo no dia de Pentecoste. Nunca se havia pregado melhor sermão – mensagem clara e pessoal, própria para convencer o povo do seu pecado no modo como tratara a Cristo e O levara à morte. Mas não atribuo as conversões ali ocorridas somente às palavras do apóstolo, pois havia nuvens ao redor, e a atmosfera estava carregada de umidade. Como disse o meu amigo, havia muito orvalho ao redor. 

Os discípulos não tinham estado em paciente e continuada oração pela descida do Espírito? E o Espírito Santo não descera sobre cada um dos que estavam reunidos, bem como sobre Pedro? Na plenitude do tempo, a bênção de Pentecostes foi derramada copiosamente. Sempre que uma igreja fica nas mesmas condições em que estavam os apóstolos e os demais discípulos naquela memorável ocasião, toda a energia do céu se concentra naquele ponto particular do tempo e do espaço. Entretanto, vocês se lembram, nem mesmo Cristo pôde realizar muitas obras poderosas em alguns lugares, por causa da incredulidade do povo. Estou certo de que todos os Seus servos que O servem com o mais completo zelo encontrado às vezes o mesmo impedimento. Temo que alguns dos nossos irmãos aqui presentes tenham a seu cuidado igrejas compostas de pessoas mundanas e sem Cristo. Contudo, não tenho certeza se devem fugir delas. Creio, que, se possível, devem deter-se aí e procurar torná-las mais semelhantes a Cristo.

A verdade é que eu mesmo tenho tido outro tipo de experiência, diversa da que descrevi, Lembro que preguei certa noite num lugar em que a igreja estivera sem pastor por algum tempo. Quando cheguei ao templo, não encontrei boa acolhida. As autoridades da igreja receberiam pelo menos benefício pecuniário da minha visita, se nenhum outro fosse auferido, mas não me receberam bem. Na verdade disseram que a maioria da assembléia havia apoiado a idéia de convidar-me, mas os diáconos não deram a sua aprovação porque achavam que eu não era "firme". Havia ali irmãos e irmãs de outras igrejas; pareciam satisfeitos e davam a impressão de estarem tendo bom proveito, mas os do lugar não alcançaram bênção. Não a esperavam e, portanto, não a receberam. Terminado o culto, fui à sala do conselho, e ali estavam os dois diáconos ladeando a lareira. Disse-lhes: "Os senhores são os diáconos?" "Sim", responderam. "A igreja não está progredindo, não é?", perguntei. "De fato, não está", replicaram. "Não creio que possa progredir com tais líderes", disse eu; ao que me perguntaram : "O senhor tem alguma coisa contra nós?" Respondi: "Não mas também não tenho nada a seu favor". 

Imaginava que, se não podia atingi-los em massa, veria o que podia fazer com um ou dois. Alegro-me saber que meu sermão ou minhas observações posteriores levaram a igreja a algum melhoramento, sendo que um dos nossos irmãos continua ali, trabalhando proveitosamente até hoje. Um dos diáconos ficou tão irritado com o que eu disse que se afastou da igreja, mas o outro irritou-se de modo acertado, de sorte que permaneceu ali, e trabalhou e orou até que surgiram dias melhores. 

É duro remar contra vento e maré. Mas o pior ainda é quando existe um cavalo, na margem, puxando uma corda e arrastando o seu barco noutra direção. Pois bem, irmãos, não importa que aconteça isto. Continuem dando duro, e acabarão arrastando o cavalo para dentro da água. Lembrem-se, ainda, de que quando é produzido um ambiente favorável, a dificuldade estará em mantê-lo. Notem que eu disse "quando é produzido um ambiente". Esta expressão nos lembra quão pouco podemos fazer, ou melhor, lembra-nos que não podemos fazer nada sem Deus, pois quem tem que ver com o ambiente é Ele; somente Ele pode criá-lo e mantê-lo. Portanto, é preciso que os nossos olhos estejam sempre elevados para Ele, de onde nos vem todo o socorro.

Pode acontecer que alguns de vocês preguem bem e com fervor, e preguem sermões propensos a serem abençoados, e apesar disso não vêem a conversão de pecadores. Pois bem, não deixem de pregar. Diga cada um a si mesmo: "Devo procurar reunir a meu redor um grupo de pessoas que orem comigo e por mim, que falem com seus amigos a respeito das coisas de Deus, e que vivam e trabalhem de modo tal que o Senhor lhes derrame benditas chuvas de bênçãos da Sua graça. E estas bênçãos vêm porque todas as circunstâncias lhes são propícias, ajudando o seu derramamento".

Ouvi alguns ministros dizerem que quando pregaram em nosso Tabernáculo, algo presente na igreja reunida exerceu um efeito maravilhosamente poderoso sobre eles. Creio que é porque temos boas reuniões de oração, porque um fervoroso espírito de oração permeia os crentes, e porque muitos deles velam pelas almas. Há especialmente .um irmão que está sempre à procura de ouvintes que se mostrem impressionado. Chamo-lhe meu cão de caça. Está sempre pronto para levantar as aves que atinjo e trazê-las a mim. Eu o tenho visto à espreita de uma após outra para poder trazê-las a Jesus. E me alegro porque tenho outros amigos desta espécie. Quando os nossas irmãos Fullerton e Smith estiveram dirigindo trabalhos especiais na igreja de um eminente pregador habituado a empregar palavras longas, este disse que aqueles evangelistas tinham talento para "a precipitação da decisão". Queria dizer que o Senhor os abençoava no trabalho de levar pessoas à decisão por Cristo. É grande coisa ter talento para precipitar decisões. Também é grande coisa cantar com um grupo de pessoas que dizem a cada ouvinte depois de cada culto: "Bem, amigo, gostou do sermão? Havia nele alguma coisa para você? Você está salvo? Conhece o caminho da salvação?"

Tenham a Bíblia sempre à mão, e localizem as passagens que devam citar aos interessados. Muitas vezes observei meu amigo, de quem falei há pouco, e que parece que abria a Bíblia nas passagens mais apropriadas como se as tivesse prontas e à mão, de modo que com segurança dava com os textos certos. Sabem a que classe de textos me refiro, exatamente aqueles de que uma alma ansiosa necessita: "O Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido." "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna." "O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado." "O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora." 'Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo".

Pois bem, este irmão tem muitas dessas passagens impressas em negrito e afixadas no interior da sua Bíblia. Assim, ele pode recorrer à passagem adequada num instante, e deste modo tem levado ao Salvador muitas alma atribuladas. Seria sábio adotar esse método que se revelou de grande utilidade para o referido irmão.

Finalmente, irmãos, não temam se forem a algum lugar e o encontrarem em péssimas condições. É excelente coisa o jovem começar com uma perspectiva verdadeiramente negativa, pois, se trabalhar direito, cedo ou tarde terá que conseguir algum melhoramento, Se o templo vive quase vazio à sua chegada, não poderá piorar muito. E o provável é que vocês sejam o instrumento para introduzir alguns na igreja, melhorando assim as coisas. Se eu tivesse que escolher algum lugar para trabalhar, escolheria justamente as fronteiras do lago do inferno, pois acredito de fato que glorificaria mais a Deus trabalhar entre os que são considerados os piores pecadores. Se o seu ministério for uma bênção para pessoas dessa espécie, provavelmente se apegarão a vocês pelo resto da sua vida. O pior tipo de gente é o daqueles que de há muito se professam cristãos, mas na verdade estão destituídos da graça; têm um nome pelo qual viver e contudo estão mortos. É uma lástima, porém há gente desse tipo entre os líderes e membros das nossa igrejas, e não podemos mandá-la embora. E enquanto esses elementos ficarem entre nós, exercerão perniciosa influência.

É terrível ter membros mortos onde cada parte do corpo deveria estar transbordando de vida. Todavia, é o que acontece em muitos casos, e não temos como sanar o mal. Temos que deixar crescer o joio até o dia da ceifa. Mas a melhor coisa que temos para fazer enquanto não pudermos arrancar o joio, é regar o trigo, pois não há nada melhor para deter o avanço do joio do que um trigo bom e robusto. Conheci homens ímpios que acabaram por sentir-se tão mal na igreja, que com prazer a abandonaram. Disseram eles: "A pregação é forte demais para nós, e esta gente é demasiado rigorosa e demasiado puritana. Isto não nos serve". Que bênção quando acontece isto! Não queríamos expulsá-los com a proclamação da verdade. Mas como partiram por sua própria decisão, certamente não os queremos de volta: Deixá-los-emos, rogando ao Senhor que, na grandeza da Sua graça, os faça volver dos seus maus caminhos e os atraia a Si, caso em que nos alegraremos por tê-los de volta conosco para viver e trabalhar para o Senhor.