04 É DEUS CULPADO DA EXISTÊNCIA DO MAL?

acervo de sermões extra


ASSUNTO: A origem do mal


OBJETIVO: Mostrar Cristo como isento de culpa dentro do Grande Conflito.


TESE: Deus não é culpado do mal na terra.


TEXTO: Apocalipse 12:7-9.


INTRODUÇÃO:


Um dia alguém perguntou a um humorista como seria uma terceira guerra mundial. Ele disse que a terceira ele não saberia dizer, mas se ela acontecesse, com certeza a quarta seria com arco e flecha. Com isso ele queria dizer que uma terceira guerra mundial dizimaria toda a população a ponto de voltarem ao primitivismo os que sobrevivessem.

Quando falamos em guerras, vemos a maldade delas sendo expressa quer seja na primeira, segunda ou terceira, se houver. Porém, a maldade da guerra é o reflexo da mente de Satanás. E esta maldade não começou com a primeira guerra mundial. 

Este sentimento de egoísmo, maldade, perversidade e vingança começou no Céu com uma criatura de Deus. Esta criatura chamada Lúcifer – o portador de luz – é o responsável por toda maldade que acontece no mundo. Seja a guerra, a doença, a destruição do World Trade Center, as brigas nos lares, as vinganças, tudo começou no Céu com Lúcifer. 

"... Este conflito originou-se no Céu quando um ser criado, dotado de liberdade de escolha por exaltação própria tornou-se Satanás, o adversário de Deus, e conduziu à rebelião uma parte dos anjos".


I. A CRIAÇÃO FOI PERFEITA.

O registro de Gênesis proclama que as coisas que Deus criou eram boas. (Gen. 1: 4, 10,12,18,21,e 25) E quando chegamos ao verso 31 lemos que "Deus viu que tudo era muito bom". Se a descrição da formação deste mundo foi perfeita, semelhantemente, perfeita foi a criação dos anjos, dos outros mundos e dos demais seres criados por nosso Deus. 


1- A Criação de Lúcifer


a) O profeta Ezequiel descreve a criação de Lúcifer da seguinte forma: “perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que fostes criado, até que se achou iniqüidade em ti."- Eze. 28:15".


b) No livro Patriarcas e Profetas temos algumas frases que nos apresentam um quadro da perfeição reinante até então.

"Nenhuma nota discordante havia para deslustrar as harmonias celestiais".

"Quebrantou-se então a perfeita harmonia do Céu".

"Posto que tivessem estado até ali em perfeita harmonia com a ordem que Deus estabelecera, achavam-se agora descontentes e infelizes..."

"Sobreveio porém, uma mudança nesse estado de felicidade.”

2- A Harmonia do Céu

a) No livro O Grande Conflito,  temos as seguintes citações sobre a harmonia que existia até então no Céu.

"Antes da manifestação do mal, havia paz e alegria para todo o universo. Tudo estava em perfeita harmonia com a vontade do Criador. O amor de Deus era supremo; imparcial, o amor de uns para com os outros".

"Antes da queda, Lúcifer foi o primeiro dos querubins cobridores, santo e incontaminado". 

"O Céu todo se regozijava com refletir a glória do Criador e celebrar o Seu louvor. E, enquanto Deus assim fora honrado, tudo era paz e alegria." 


II. O ANJO PERFEITO TRANSFORMOU-SE EM UM ANJO MAL.

Como vimos acima, o ambiente no Céu era perfeito, os anjos eram perfeitos e havia perfeita harmonia no Céu. Todos viviam em perfeita paz e tinham prazer e alegria em glorificar e adorar o Criador. Havia um ambiente de perfeita paz e perfeito amor.


1- Como foi Possível? 


a) Eis a grande pergunta: Como foi que um ser perfeito, vivendo em um ambiente perfeito, desfrutando da presença de Deus pode dar origem ao pecado?


b) Resposta: É claro que você espera que eu responda a grande pergunta. Mas, infelizmente não posso e não sei como respondê-la satisfatoriamente. Vou relatar os fatos que a Bíblia e os livros de Ellen White nos apresentam sobre o aparecimento do pecado.


c) "É impossível explicar a origem do pecado de maneira a dar a razão de sua existência." "O pecado é um intruso, por cuja presença nenhuma razão se pode dar. É misterioso, inexplicável; desculpa-lo corresponde a defendê-lo. Se para ele se pudesse encontrar desculpa, ou mostrar-se causa para a sua existência, deixaria de ser pecado”. 


d) A Bíblia apresenta dois relatórios do assunto em pauta: O primeiro está em Isaías capítulo 14:12-15 e o segundo está em Ezequiel 28:12 a 17. Ambos são metáforas.


e) Em Isaías, Deus usa o rei de Babilônia como símbolo da exaltação, do egoísmo e do desejo de supremacia. Em Ezequiel, Deus usa o rei de Tiro como símbolo da maldade, da impiedade e também de exaltação própria. 


f) Por trás do governo destes dois monarcas pagãos estava Satanás. Ao ler os textos, você notará que alguns conceitos são aplicados aos reis ali representados, enquanto outros conceitos são aplicados diretamente a Satanás.


g) Os escritos de Ellen White nos apresentam uma série de detalhes elucidativos sobre a questão. Veja alguns deles:


Lúcifer sentiu ciúmes e inveja de Jesus. Ao criar as coisas e os mundos, Deus e Cristo estavam juntos em propósitos e planos e Satanás desejou tomar parte nestas decisões. Inclusive, quando Deus e Jesus planejaram a criação da terra, Lúcifer não foi consultado e não gostou desta atitude de Deus. Como isso não lhe foi permitido, sentiu-se enciumado. 

Lúcifer abrigou em seu coração o desejo de exaltação própria. O Pai e o Filho participavam do trono, da glória, da autoridade e recebiam a adoração dos anjos. Lúcifer queria receber as mesmas honras. Lúcifer começou a disputar a supremacia do Filho de Deus. Disse ele: "Eu subirei, eu exaltarei o meu trono, eu serei semelhante ao Altíssimo (Isa.14:12-14). Ele estava disposto a não reconhecer a supremacia de Cristo. Ele desejava ser semelhante a Deus em poder, não no caráter. 

Lúcifer estava orgulhoso de sua própria glória. Estava orgulhoso de seus dotes. Estava orgulhoso de sua beleza. Estas coisas fizeram com que seu orgulho obscurecesse sua mente. Lúcifer desejava apossar-se da soberania que Cristo tinha sobre todos os seres criados. Lúcifer desejava ser adorado pelos anjos. Prerrogativa esta pertencente unicamente a Deus. 


2- Foi dada a ele oportunidade de mudar de idéia? 


a) Sim. A misericórdia e a bondade de Deus deram diversas oportunidades para que Lúcifer mudasse seus pensamentos e suas atitudes.


b) Segundo Ellen G White, 

"Deus, em Sua misericórdia, suportou longamente a Satanás. Este não foi imediatamente degradado de sua posição elevada, quando a princípio condescendeu com o espírito de descontentamento... Muito tempo foi ele conservado no Céu. Reiteradas vezes lhe foram oferecido o perdão, sob a condição de que se arrependesse e submetesse."  Chegou o momento em que "Lúcifer convenceu-se de que estava em erro, de que as reivindicações divinas eram justas e de que as deveria reconhecer como tais perante o Céu”. 


c) E mesmo assim, ele espalhou um espírito de descontentamento entre os anjos. Resolveu não aceitar a supremacia de Cristo e decidiu lutar para conquistar o direito de ser reverenciado como tal pelos que quisessem acompanhá-lo. Estava disposto e decidido a entrar na guerra para manter suas opiniões. 


III. DEUS FOI MISERCORDIOSO AO EXPULSAR DO CÉU.

A Bíblia apresenta um relatório sucinto sobre o que aconteceu no Céu quando o tempo de misericórdia expirou:

"Houve batalha no Céu. Miguel e Seus anjos batalhavam contra o dragão. Também pelejavam o dragão e seus anjos... E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente que se chama Diabo e Satanás... Sim, ele foi atirado para a terra com seus anjos." (Apoc. 12:7-9).


1- E porque não foi destruído


a) Hoje a preocupação de muitos é: Por que Deus não destruiu Satanás em vez de expulsá-lo aqui para a terra? Em Sua onisciência, Deus sabe muito bem o que fazer quando Ele antevê o futuro. Talvez alguns pensariam o seguinte se Deus tivesse destruído Satanás em vez de expulsá-lo:


b) Muitos anjos, muitos seres criados e muitos de nós não entendendo totalmente os enganos e as pretensões de Satanás poderíamos estar servindo a Deus por temor e não por amor. Muitos poderiam ficar com dúvidas sobre a obra que Satanás se propunha a realizar no Céu. Sendo assim a influência do enganador não estaria hoje totalmente destruída. 


c) O verdadeiro caráter de Satanás só foi conhecido porque houve tempo suficiente para que ele fosse conhecido. Se Satanás tivesse sido destruído imediatamente sua influência e o espírito de rebelião não teriam sido destruídos. 


d) Quando Satanás levou a multidão desejosa de sangue a gritar crucifica-O, crucifica-O, e finalmente Cristo foi levado à cruz, as simpatias que ainda existiam por Satanás, mesmo que veladas romperam-se para sempre. Como o caráter de Satanás é conhecido de sobejo, sua destruição está assegurada. E quando isso vier acontecer ninguém mais terá dúvidas sobre o caráter de Deus. 

Assim diz Ellen White: 

“Mesmo quando foi decidido que ele não mais poderia permanecer no Céu, a sabedoria infinita não destruiu a Satanás. ...Os habitantes do Céu e de outros mundos, não estando preparados para compreender a natureza ou conseqüências do pecado, não poderiam ter visto então a justiça e misericórdia de Deus com a destruição de Satanás. Houvesse ele sido imediatamente excluído da existência, e teriam servido a Deus antes por temor que por amor".


CONCLUSÃO:

É verdade que Deus nunca deverá ser culpado de haver o mal nesta terra, isso porque Sua criação reflete Seu caráter que é perfeição. Ele não criou a Satanás, sim um anjo de luz, Lúcifer. E por não ter destruído no momento da luta no Céu, Jesus demonstrou misericórdia e sabedoria para nós humanos.


APELO:

A luta ainda continua, o conflito cósmico teve seu início no Céu, mas ainda prossegue aqui na terra, pois o inimigo sabe que pouco tempo lhe resta. Ele tomou sua decisão de lutar contra o Criador de perfeição e por isso foi expulso do paraíso. Agora é com você, qual é sua decisão? Aceite o convite de Cristo: Vinde a Mim.