6 FIDELIDADE, UM FRUTO DA VIDEIRA VERDADEIRA

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Pr. José  Pereira dos Santos


I - Introdução


Hoje é dia da pulverização na Paulista Leste. Em todas as igrejas será pregado um sermão sobre Mordomia Cristã. Como é impossível falar sobre Mordomia Cristã sem falar sobre fidelidade, nosso tema é fidelidade.


II - Mordomo e Mordomia


Ao que nos parece, a palavra Mordomia está completamente desassociada da palavra Mordomo. Haja vista, ouvimos e fazemos as mais acirradas críticas às “mordomias” usufruídas por aqueles que fazem parte da máquina corrompida do governo. 


Porém, jamais ouvimos e se quer chamamos quem quer que seja de “mordomo”, pois na verdade não o são.


Isto nos faz ver o quanto a palavra mordomia está revestida de um conceito completamente distorcido. Esse desvio do verdadeiro conceito da palavra não ocorre apenas fora da igreja, mas também dentro dela. 


É claro que dentro da igreja o desvio talvez seja diferente que lá fora, todavia não deixou de ocorrer. Enquanto que lá fora a palavra está associada à corrupção, na igreja ela está associada à campanhas para levantar fundos. 


Na verdade não é uma coisa nem a outra, pois ser mordomo não é gozar de mordomias nem levantar fundos na igreja, e sim administrar com fidelidade os negócios do seu senhor, no caso do Mordomo Cristão, os negócios de Deus.


III - Visão bíblica de mordomo e mordomia


Nos tempos bíblicos todo homem bem sucedido tinha um mordomo que controlava seus negócios domésticos, suas terras, suas plantações, se dinheiro e seus escravos.


Em Gên. 39:3 e 4 lemos: “Vendo Potifar que o Senhor era com ele (com José), e tudo que ele fazia o Senhor prosperava em suas mãos, logrou José mercê perante ele, a quem servia; e ele o pôs por mordomo em sua casa, e lhe passou às mãos tudo o que tinha.”


Essa última frase do texto nos mostra porque que algumas pessoas embora sejam acusados de gozar algumas “mordomias” elas jamais são chamadas de mordomos. É que a palavra “mordomo” por si só implica em fidelidade, confiabilidade. Potifar entregou nas mãos de José tudo quanto tinha.


Ser mordomo é isso. É ser de confiança. É ser fiel em tudo. José é um exemplo de mordomo fiel, que administrou bem os negócios do seu senhor.


Mas a bíblia nos mostra um exemplo bem claro de mordomo infiel, de um mordomo que administrou mal os negócios do seu senhor.


No reinado de Ezequias, o mordomo era Sebná (Isa. 22:15). Ele parece ter sido um homem ambicioso e como tal enriquecera ilicitamente. No verso 18 lemos: “Enrolar-te-á num invólucro e te fará rolar como uma bola para a terra espaçosa; ali morrerás, e ali acabarão os carros da tua glória, ó tu, vergonha da casa do teu senhor.”


Os carros de glória que aqui são mencionados são vistos por alguns comentaristas como evidência de enriquecimento ilícito. “Vergonha da casa do teu senhor.” 


Enquanto José foi fiel e como tal foi honrado com o cargo de governador do Egito, Sebná foi chamado a “vergonha da casa do seu senhor.” Somos mordomos da casa e da causa de Deus. Qual será o nosso conceito diante do Senhor?


IV - Fidelidade incondicional

Falando em ser fiel em tudo, me vem à mente o que encontramos em Apoc. 2:10, u.p. “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida.” Somos mordomos de Deus e o tipo de fidelidade que Deus exige ou espera de nós está descrita neste texto. 


É uma fidelidade que parece estar fora de nossas possibilidades. Todavia, somos animados pela declaração de Paulo: "Tudo posso naquele que me fortalece.” Em João 15:1, encontramos uma declaração de Jesus, que devidamente compreendida é a mais confortante de todas as mensagens que poderíamos receber.


Disse Ele: “Eu sou a videira verdadeira, e meu pai o agricultor”. Eu sou a videira verdadeira! A ênfase deste verso na língua original está exatamente na palavra verdadeira. Se Jesus afirma ser Ele a videira verdadeira é porque há uma videira falsa com a qual Ele está se contrastando. Será que tal videira existe ou pelo menos existiu no passado?


Somente a bíblia poderá nos fornecer a resposta. Vejamos Salmo, 80: 8 e 9. De quem o salmista está falando aqui? Vejamos ainda Jer. 2:21. É claro que tanto o salmista quanto o profeta Jeremias estão falando de Israel. Todavia, o mais emocionante relato a respeito de Israel como vinha, nós o encontramos em Isaías 5: 1-4 (ler), o famoso cântico ou parábola da vinha.


Nesta passagem, o profeta descreve em linguagem poética o fracasso de Israel. O que mais poderia Eu fazer pela minha vinha que Eu não tenha feito? Essa mesma pergunta  pode ser a cada um de nós. 


O que mais poderia Deus fazer por nós que Ele ainda não tenha feito? Será que precisaria fazer alguma coisa mais altruísta, mais nobre que demonstrasse maior amor do que dar Seu único Filho? Não! Deus não precisa fazer mais nada. 


Mesmo do ponto de vista material, Deus tem sido por demais bondoso para conosco e nos tem livrado de muitas dores e de muitos sofrimentos.


Que mais poderia Deus ter feito à sua vinha? Após dispensar tantos cuidados à sua “vinha’, quando o Pai, que é o agricultor vem procurar uvas, eis que encontra uvas bravas. Gál. 5:19-21. Aqui está a lista dos frutos que Deus tem encontrado em Sua “vinha”.


Tudo que há nesta lista, é abominável e incompatível com a natureza de Deus. Qual a razão de tantos fracassos? E o pior é que tais frutos são produzidos após muitos votos e decisões de fazer exatamente ao contrário. Porque somos incapazes de cumprir com nossos votos, especialmente votos de fidelidade?


O fracasso de Israel é a melhor resposta a esta pergunta. Pois enquanto Israel fosse a videira verdadeira, as coisas não seriam diferentes.


V - Jesus é a videira verdadeira


“Eu sou a videira verdadeira”. Essa declaração do Senhor Jesus, devidamente compreendida é por demais confortadora. Não somos nós a videira verdadeira. Não precisamos se quer tentar. A responsabilidade de produzir frutos não é nossa, e sim do Senhor Jesus.


Deus tem a Sua videira, a qual é toda suficiente para produzir os frutos que honram o Seu nome o comunicam Sua graça aos pecadores. É como se o Senhor Jesus estivesse levantando dos escombros de uma videira fracassada (Israel) dizendo: de agora em diante a videira verdadeira sou Eu e ninguém mais.


Os frutos para a glória do Pai serão encontrados em mim e em nenhum lugar. O tempo do homem ser a videira já passou e o fracasso por ele experimentado deve ser julgado e o castigo deve cair sobre mim através da cruz...


Mas e a nossa parte onde fica? S. João 15:5. Nós somos as varas, através das quais a videira verdadeira produz os seus frutos. Isso lança luz sobre aquele texto de Paulo onde ele diz: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em  mim; esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus...” Gál. 3:19-20


Esse texto nos apresenta um Paulo morto e ao mesmo tempo um Paulo vivo. Um Paulo morto que está morto com Cristo e que ao mesmo tempo vive em Cristo. 


O Paulo morto é o Paulo, a videira, que em vão procurava produzir bons frutos; o Paulo vivo era o Paulo, a vara, através da qual a videira verdadeira, o Senhor Jesus produzia frutos para honra de Deus e comunhão de Sua graça ao pecador.


Era como se Paulo estivesse dizendo: tudo de bom que se vê em mim não é obra minha, mas de Cristo. Nosso grande problema é que, imperceptivelmente assumimos em nosso dia-a-dia a responsabilidade de sermos nós mesmos a videira. Tomamos decisões e fazemos votos como se fôssemos capazes de cumpri-los.


A responsabilidade de produzirmos frutos nos deixa tensos e consequentemente predispostos ao pecado. Daí a razão de tantos fracassos após tantos votos. Quantas vezes você já não fez votos de fidelidade no que diz respeito aos dízimos do Senhor? 


Quantas vezes não fez planos de ofertar regular e sistematicamente? No entanto, tem experimentado um fracasso após o outro. não dar-se-ia o caso de o irmão estar tentando ser o você mesmo a videira?!? O Senhor Jesus quer que reconheçamos isto e que confessemos a Ele nossa falha, nossa tentativa.


Se dissermos: “Oh, Senhor Jesus, mais uma vez estou tentando ser eu mesmo a videira, perdoe-me por isso e me aceite tão somente como uma vara, através da qual tu possas produzir o Seu fruto.” Neste exato momento, o Senhor Jesus assume a condição de videira em nossa vida e começa exatamente aí a produzir o fruto do Espírito, e que fruto! Gál. 5:22


Aqui está. Fidelidade é uma das virtudes oriundas do fruto do Espírito Santo. De nós mesmos jamais seremos fiéis, pois fidelidade é um fruto única e exclusivamente do Espírito. Fidelidade ao cônjuge, fidelidade à igreja no que tange as suas doutrinas, fidelidade nos negócios, fidelidade ao patrão ou empregador, fidelidade ao empregado ou funcionário, fidelidade nos Dízimos e nas Ofertas.


Fidelidade deve ser uma característica na vida do cristão, fidelidade em tudo. Se fizermos os nossos votos de fidelidade confiando no Espírito Santo e entregando nossa vida a Ele, certamente estes votos serão cumpridos em nossa vida, e isto para glória do Pai e a comunicação de Sua graça aos pecadores.


VI - Conclusão


Antônio Sérgio Silveira, membro da igreja da Penha, passou por uma grande prova, no dia 13 de janeiro de 1996. Como funcionário de uma grande empresa e ocupando um cargo de confiança, foi convocado para assistir a um seminário sobre Qualidade Total, uma vez que este programa seria implantado na empresa.


Como gerente de treinamento da empresa sua presença ao seminário era indispensável. Você já imaginou em que dia da semana seria dado o seminário? Acertou em cheio. No sábado, 13 de janeiro. Sérgio foi? Claro que não!


Colocou o caso nas mãos de Deus, e enquanto o seminário se desenrolava na empresa onde trabalha, Sérgio estava pregando e cantando no grupo de Vl. Rio Branco, que também pertence ao distrito da Penha. Na verdade, não poderia o nosso irmão falar, ouvir e aprender sobre Qualidade Total em detrimento da Fidelidade Total?


Aceitará Deus uma fidelidade que não seja total? No caso do Sérgio, a história teve um final feliz. Como o seminário aconteceu num sábado, no domingo seguinte Sérgio pediu a um colega da empresa o livro de texto usado no seminário e leu todo o livro. 


Na segunda-feira se apresentou ao seu superior desculpando-se por não ter comparecido e felicitando-o pelo bom nível do seminário. Como já estava bem informado (já havia lido o livro), demorou saber tanto quanto os que assistiram ao seminário. 


Conclusão: Antônio Sérgio Silveira foi escolhido para ser o coordenador do programa de implantação da “Qualidade Total” na empresa. 


Que bom! E se Antônio Sérgio fosse demitido por não ter assistido ao seminário? Qual seria a reação? Pode ser que com você não aconteça assim quando for provado com relação a sua fidelidade a Deus.


Deus honrou a fidelidade de Seu filho. A fidelidade é resultado da obra do Espírito Santo em nossa vida. Não é possível ser meio fiel. Fiel é fiel 100%.


“Sê fiel” em tudo, inclusive nos dízimos e nas ofertas “até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”


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