56 PARA O QUE DER E VIER (Itai, amigo de Davi)

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TEMA: Fidelidade.


PROPÓSITO: Falar da fidelidade de Itaí.


TEXTO: 2 Samuel 15:13-23


TESE: Ser fiel eis a questão.


INTRODUÇÃO 


     Há heróis cujos nomes estão sempre em nossas mentes. Mas há outros que parece que o tempo esqueceu. Itaí é um deles. Levantemos a cortina do esquecimento e estudemos o exemplo deste herói de poucas referências.  

     

Vamos encontrá-lo ao lado do rei Davi.  

     

Sempre que é citado na Bíblia, Itaí surge em conexão com Davi. O episódio que desejo
     destacar hoje começa com um fato muito triste:




I – DAVI DECIDI FUGIR DO PRÓPRIO FILHO  

     

     A - Absalão era um moço bonito. Diz a Bíblia:  

     "Não havia em todo o Israel homem tão admirável pela sua beleza como Absalão; desde a planta do pé, até o alto da cabeça não havia nele defeito algum" (2Sm 14.25). Mas
 se não havia defeitos no corpo, havia-os na alma. 


O que ele tinha de bonito, tinha de malvado. Seus olhos faiscavam ódio contra tudo e contra todos. Além do mais, Absalão tinha uma idéia fixa: tornar-se o rei de Israel.   

     

Apaixonado pela coroa, Absalão hasteou a bandeira da revolta. Seu nome (em hebraico, pai da paz) nada significava para ele. Rasgou a certidão de nascimento, como se dissesse: "Eu quero guerra, sangue, trono". Reuniu um grupo de 50 homens, carros e cavalos e foi combater aquele que ele elegera seu principal inimigo: o próprio pai.


     

B – Ao ser informado de que seu filho vinha de encontro a ele, Davi bateu em retirada. Como excelente guerreiro que era, Davi poderia ter ficado para enfrentar o audacioso desafiante ao trono. Mas, em vez de cometer o crime do filicídio (matar o próprio filho), Davi optou pela fuga. A Bíblia Vida Nova comenta: "Às vezes a vitória está na fuga". Davi fugiu, ganhou tempo, apoio e a guerra. 


A Vida Nova cita outros personagens da Bíblia que, em
 situações de perigo, preferiram fugir: Ló fugiu de Sodoma e se salvou. José fugiu da mulher de Potifar. Moisés fugiu do Egito. "Fugi da impureza" (1Co 6.18), "da idolatria" (1Co 10.14). "Foge das paixões da mocidade" (2Tm 2.22), diz o Novo Testamento. 


Davi decidiu abandonar Jerusalém, mas para que o palácio não ficasse às moscas deixou nele 10 empregadas ("concubinas", v. 16), que seriam depois violentadas publicamente por Absalão, num ato extremamente repulsivo desse belo maluco (16:22).




II – A FIDELIDADE DE ITAÍ


     A - Davi decidiu abandonar Jerusalém, mas para que o palácio não ficasse às moscas deixou nele 10 empregadas ("concubinas", v. 16), que seriam depois violentadas publicamente por Absalão, num ato extremamente repulsivo desse belo maluco (16.22). É nesse cenário caótico que vai aparecer a pessoa de Itaí. 


Davi o vê entre os que o acompanham e pondera que ele deve ficar, que seria mais vantajoso e seguro para ele e seus filhos, se ficassem em Jerusalém e
 aderissem ao novo rei. Observe-se que Davi não exigiu que as pessoas fossem com ele. A decisão das pessoas era voluntária. Mais tarde, o filho de Davi agirá de modo semelhante.  

     

Diria Jesus: "Se alguém quer vir após mim,
     negue-se a si mesmo..."(Lc 9.23). No reino de Deus não há espaço para o compulsório. Ou seja, ninguém é obrigado a seguir a Cristo.
     


Itaí ouve os argumentos do rei, mas toma uma decisão radical e faz uma declaração comovente. Diz ele: "Vive o Senhor, e vive o rei meu senhor, que no lugar em que estiver o rei meu senhor, seja para morte, seja para
     vida, aí estará também o teu servo" (v.21).


     

B – Primeiramente consideremos quem era Itaí. Diz a Bíblia que era giteu (v.19). Giteu era quem nascia em Gate. Gate era o reduto principal dos filisteus. Os filisteus eram os maiores inimigos de Davi. Portanto, Itaí descendia de inimigos, mas decidiu ser amigo do rei. Não temos que desprezar a boa
 religião só porque os nossos antepassados a tenham desprezado. Não somos reprodutores dos erros da história. 


Você não tem que ser ladrão só porque talvez descenda de um. Nosso destino no mundo é, em grande medida,
 definido por nossas próprias decisões. Não é questão de genética; é questão de ética.
     


Itaí escolheu ficar ao lado do rei, diz ele, "seja para morte, seja para vida" (v. 21). Ele não foi interesseiro. Para ele, não importava mais viver ou morrer, perder ou ganhar, contanto que estivesse "no lugar em que estivesse o rei".
     Sua postura lembra muito a de Paulo no Novo Testamento quando escreveu: "...se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. 


De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor" (Rm 14.8).
     


Diz o verso 23 que essa multidão sofrida "caminhava na direção do deserto". Davi não deixou ninguém iludido. Todos sabiam que estavam fugindo de um homem violento, e que o destino certo era o deserto incerto. Davi não
     prometeu o paraíso, mas apontou para um deserto. E ainda assim o povo foi com ele.  

     

Semelhantemente, Jesus hoje não nos promete glórias, medalhas, condecorações ou holofotes.  

     

Mas a sua presença vai conosco; e com sua
     presença, a vitória.



III – CONTRASTES  ENTRE ABSALÃO E ITAÍ


     A - Alguns contrastes entre esses dois personagens são inevitáveis:

     

Absalão era israelita, tendo atrás de si todo o registro da história da atuação de Deus no meio de seu povo. Israel era um milagre. Cada israelita era outro. Ainda assim, Absalão age como se Deus não existisse. Itaí é filisteu em sua origem, o que quer dizer que era pagão, sem lei, distanciado do conhecimento de Deus.  

     

Mas, observando os fatos, tira as próprias conclusões e toma a decisão correta.
    Absalão, filho do rei, odiava o rei. Itaí, estrangeiro, o amava. Gosto de enfatizar o fato de que muitas vezes pessoas sem pedigree espiritual se portam melhor do que alguns cristãos. Não devia ser assim. 


Jesus disse que a
 nossa vida deveria ser mais reta que a dos escribas e fariseus (Mt 5.20).
 Absalão é filho do rei, mas o seu coração está longe dele. Itaí não tem vínculo sangüíneo nenhum com o rei, mas o seu coração pertence ao rei. 


Este triste contraste foi destacado por Jesus em vigorosa denúncia no fim da parábola dos dois filhos: "...os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus" (Mt 21.31).



CONCLUSÃO


     A - Desejo concluir fazendo um último destaque. É o verso 22. Diz que Itaí passou para o lado do rei "e todos os pequeninos que havia com ele". Um antigo autor inglês chamou a atenção para um possível diálogo,
     que desejo visualizar mais ou menos assim:  

     

Uma dessas crianças se vira para Itaí e pergunta:



— Papai, para onde estamos indo?
     E o pai:
    


— Filho, para ser franco, não sabemos.


— Como assim, papai? O senhor chegou em casa, pegou apenas uma mochila e disse que íamos todos viajar... Mas, para onde?
     


— Filho, não sabemos para onde. Mas sabemos que estamos seguindo o rei.



APELO


     Muitas vezes, a vontade de Deus não é de pronto identificada. Nem sempre temos todas as respostas. Mas se estamos seguindo o rei, que importa o resto? Que importa a própria vida? 


Sejamos fiéis ao Rei.


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