7. Marcus de Mênfis

7. Marcus de Mênfis

Gnosticismo – Século I – Mênfis Nascimento da Redenção.

Marcus de Mênfis nasceu no primeiro século da era cristã em Mênfis, importante cidade do Egito. 

Foi educado na cidade mais próspera e culta do mundo antigo: Alexandria.Mais tarde, Marcus tornou-se o fundador de uma seita gnóstica cristã conhecida pelo nome de marcosiana. 

Suas ideias eram na maior parte similares à dos valentinianos. Foram tão influentes que perduraram por muitos séculos.

Marcus de Mênfis tornou-se um grande mestre na Ásia Menor. Ele ensinava um sistema místico que consistia em atribuir valor numérico às palavras, gerando um esoterismo em torno dos números. 


Encontrou muitos exemplos da ocorrência de seus números nas Escrituras Sagradas: 4, 6, 8, 10, 12 e 30.

Irineu de Lyon (130-202) foi o primeiro e principal opositor das doutrinas de Marcus, que ainda no primeiro século ganhou centenas de centenas de conversos na Península Ibérica (Portugal, Espanha, Andorra, Gibraltar, Sul da França).

Marcus de Mênfis empregava supostos dons carismáticos sobrenaturais para convencer homens e mulheres a converterem-se à sua seita marcosiana.

Nela ele era o maior e mais perfeito gnóstico porque possuía um poder mais elevado, que provém de lugares invisíveis e indescritíveis. Alguns de seus adeptos também adquiriam poder para realizar sinais e prodígios, como
profetizar, curar, exorcizar etc.

Irineu declarou que Marcus abusou da confiança que ele adquiriu sobre “mulheres tolas” para tirar-lhes dinheiro e obter favores sexuais. 

Ele foi acusado pelos seus adversários de usar filtros sexuais para inflamar as mulheres a terem relação sexual com ele. Alguns de seus discípulos também faziam o mesmo, seduzindo muitas mulheres para corrompê-las.

Seus discípulos eram ensinados que estavam propensos ao pecado, mas sem perigo, porque pertenciam ao Poder Perfeito. 

Desse modo, eles consideravam-se perfeitos, pois imaginavam que ninguém poderia igualar a grandeza de sua gnose. Pois são os únicos que beberam a grandeza da gnose da Potência Inefável.

Irineu de Lyon afirmou que Marcus profetizava, mas acrescentou que era pelo poder dos demônios. Marcus também transmitia esse poder às mulheres que julgava dignas de participar de sua graça.

Os membros de sua seita diziam estar num lugar mais elevado e por isso podiam livremente fazer o que gostavam, sem temer nada e nem a ninguém.

O batismo dos novos adeptos que ingressavam na seita marcosiana era realizado em lugares onde havia bastante água, com a seguinte formula batismal: 

“No nome do Pai Universal e da Verdade, mãe de todas as coisas, que desceu sobre Jesus, para a união, redenção e comunhão com todas as Potências”.

Algumas vezes as palavras da fórmula batismal eram pronunciadas em hebreu, enchendo de estupor e temor o coração dos batizandos.

Depois do batismo, os marcosianos prometiam o novo converso um segundo nascimento, que chamavam de redenção. Misturavam óleo perfumado com água para ungir a cabeça da pessoa visando consagrá-la para
a redenção.

A seita marcosiana também celebrava o rito da redenção sobre aqueles que acabavam de morrer. 

Eles derramavam óleo perfumado e água sobre a cabeça do falecido e pronunciavam invocações com objetivo de que os defuntos tornem-se invisíveis aos Principados e Potestades, a fim de que o seu homem interior possa subir além dos lugares invisíveis.

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