34. Eutiques de Constantinopla

34. Eutiques de Constantinopla

Cristologia – Século V – Constantinopla

Cristo tinha apenas uma única natureza: a humana foi absorvida pela sua divindade.

Eutiques de Constantinopla (378-454) nasceu em Constantinopla.

Ingressou na vida monástica como monge num monastério da capital, onde o seu superior era o abade Máximo e ferrenho adversário do nestorianismo. 

Eutiques era um monge piedoso, mas pouco versado em teologia.

Todavia, fundamentou e tornou-se o maior defensor do monofisismo, que também é conhecido como eutiquianismo.

O monofisismo foi criado no século quinto como uma reação ao nestorianismo, que defendia que Jesus tinha duas naturezas distintas e separadas.

A palavra monofisismo é de origem grega e significa: “uma natureza” (monos = “único”; physis = “natureza”).

Essa teologia ensina que depois da união do divino e do humano na encarnação de Cristo, Ele passou a ter apenas uma única natureza porque a natureza humana e a natureza divina de Cristo se fundiram numa única natureza. 

Em outras palavras, Sua natureza humana “dissolveu-se como uma gota de mel no oceano”. Portanto, para o monofisismo Cristo teria apenas uma natureza: a divina revestida da carne humana.

O monofisismo foi vigorosamente defendido na capital do Império Romano por Eutiques. Ele era um homem orgulhoso e ferrenho batalhador contra a heresia nestoriana. Seu pensamento era confuso e faltava-lhe clareza em certos pontos e conceitos.

Em 441, Eutiques começou uma campanha intransigente contra o nestorianismo. Imprudentemente, ele atacava a todos a quem julgava suspeito de nestorianismo. 

Numa carta enviada a Roma, ele denunciou como adeptos ou simpatizantes do nestorianismo a Teodoreto de Ciro, Ibas de Edessa, Dommo II de Antioquia, Flaviano de Constantinopla.

Porém, sua inconsequência em defender as suas opiniões resultou numa acusação de heresia. Em 448, o sínodo regional de Constantinopla, concluiu por sua condenação como herético e foi destituído de suas funções.

Em 449, no Segundo Concílio de Éfeso, Eutiques foi reabilitado e os seus principais oponentes foram depostos.

Porém, Eutiques e o monofisismo foram condenados no Concílio de Calcedônia realizado em 451.

Eutiques morreu em 454. Porém, seu monofisismo jamais morreria. Ele continuaria dividindo o mundo cristão por séculos.

São monofisistas heterodoxos as seitas dos apolinaristas, eutiquianistas, docetistas e a escola ortodoxa miafisisma. 

Desde o sexto século, as igrejas da Armênia, a Jacobita da Síria e a Copta do Egito e da Etiópia permanecem monofisistas até aos dias de hoje.

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