28. Apolinário de Laodiceia

28. Apolinário de Laodiceia

Cristologia – Século IV – Laodiceia

Cristo possuía uma mente divina num corpo humano.

No fogo da controvérsia ariana, o bispo Apolinário de Laodiceia

(310-390), na Ásia Menor, visando contrapor ao arianismo, passou a defender uma nova explicação sobre a natureza humana e divina de Jesus Cristo.

Apolinário conhecia profundamente as Escrituras Sagradas. Ele havia colaborado com seu pai na produção do Antigo Testamento em formato de poesia, bem como no Novo Testamento em formado de um diálogo platônico.

Antes de tornar-se herético, Apolinário era um bispo muito respeitado e amigo próximo de Atanásio de Alexandria. Apolinário conheceu Atanásio quando estava retornando ao Egito e teve que passar pela cidade de Laodiceia. 


Porém, quando foi expulso de Laodicéia pelos arianos, ele transformou-se e tornou-se um ferrenho adversário do arianismo.

Então propôs que Cristo teria um corpo humano, mas dotado de uma mente divina. Cristo não poderia ter duas naturezas: humana e divina. 

Pois a divina era eterna, imutável e perfeita, enquanto que a humana era imperfeita e corruptível. Se Cristo houvesse tido as duas naturezas, a parte humana poderia ter praticado algum pecado. 

Portanto, Cristo não possui duas naturezas, haja vista que a mente divina (Logos) substituiu o intelecto humano.

Apolinário foi um prolífico escritor. Porém, pouca coisa de suas obras sobreviveu. Ele expôs as suas idéias num livro intitulado “Encarnação do Verbo de Deus”, que ele apresentou ao Imperador Jovino e que os seus discípulos difundiram. 

Apolinário entendia que Cristo não possuía uma mente humana, mas uma mente divina, que teria tomado o lugar da mente humana. Por ser filho de Deus, Jesus era impecável. Por essa razão Ele não podia ter mente humana porque esta viria a manchar sua divindade.

Apolináreio ainda ensinou que as almas dos homens foram propagadas por outras almas, assim como seus corpos.

Os primeiros a condenarem as ideias de Apolinário foram Atanásio e depois Basílio. Tais ideias também foram condenadas pelo sínodo realizado em Alexandria em 362, depois pelo bispo de Roma Dâmaso em 377 e finalmente pelo concílio de Constantinopla em 381 (II Concílio Ecumênico).

A condenação não evitou que Apolinário tivesse um considerável número de simpatizantes e seguidores, que após a sua morte dividiram-se em duas seitas.

Uma das seitas apolinaristas foi fundada em Antioquia. Ela também ficou conhecida como vitalianos, tendo à frente o bispo Vitálio II. 

Em 420 essa comunidade foi absorvida pela Igreja Ortodoxa. Porém, nem todos os seus membros abandonaram a heresia que reviveu como heresia monofisita.

A outra seita apolinarista foi chamada de ptolomeanos. 

Eles acrescentaram ao credo apolinarista a afirmação de que as duas naturezas de Cristo estavam tão misturadas que até mesmo o corpo de Cristo era um objeto apropriado para adoração.

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