23. Mani da Pérsia

23. Mani da Pérsia

Gnosticismo – Século III – Pérsia

Concepção dualista oposta do mundo, onde o universo compõe-se do reino das trevas e da luz e ambos lutam pelo domínio do homem.

Mani da Pérsia (216-276) nasceu no Iraque e fundou a seita maniqueísta no terceiro século depois de Cristo. 

Ele viajou pela Índia, China e Tibete, onde recolheu doutrinas que agregou à sua religião. Fundou a sua seita na Pérsia, a qual incorporava muitos elementos gnósticos, especialmente o dualismo.

Mani escreveu vários livros expondo as suas ideias. Seis de suas principais obras foram escritas em aramaico siríaco e a sétimo foi escrita em persa médio.


Sua filosofia foi disseminada entre os séculos III ao VII por todo o Império Romano. No seu auge foi uma das religiões mais difundidas no mundo. Finalmente foi considerada herética, tanto pelo zoroastrismo quanto pelo cristianismo.

Mani foi perseguido pelos sacerdotes do zoroastrismo. Por ordem do governo persa, foi preso e condenado como herege. Esfolado vivo, teve a sua carne atirada ao fogo e a sua pele estendida numa cruz exposta em praça pública na cidade de Gundeshapur.

O maniqueísmo é uma filosofia religiosa que prega existência de um dualismo oposto: o bem e o mal. Sincretizava elementos do zoroastrismo, hinduísmo, budismo, judaísmo e cristianismo. O maniqueísmo defende os seguintes pontos:

O Mundo: O mundo é dividido entre o bem e o mal. O bem é representado pelo “reino da luz” e o mal “pelo reino das sombras”. A fusão oreino da luz com o reino das sombras originou o mundo material, que é essencialmente mau.

Matéria e o espírito: A matéria é intrinsecamente má, e o espírito é intrinsecamente bom.

Os eleitos: O segredo para a purificação da luz é destinado aos eleitos que levam uma vida ascética em conformidade com os mais estritos princípios da doutrina. Os demais fiéis podiam no máximo ser noviços e ouvintes.

Sexo: Renunciava ao casamento e considerava o instinto sexual pecado e enfatizava a superioridade do estado civil do solteiro.

O culto: Os elementos essenciais do culto eram: conhecimento, jejum, oração, confissão, hinos espirituais e esmolas.

Cristo: Não aceitavam a Jesus, mas acreditavam num Cristo Celestial, que habitava no Sol, num corpo imaginário e que foi enviado à Terra, onde com Seus ensinamentos conseguiu a redenção do homem.

A alma: A alma do homem o liga ao reino da luz, mas o seu corpo o leva a ser escravo do reino das trevas.

Salvação: A salvação era uma questão de libertar a luz da alma que estava presa à matéria do corpo.

Dualismo: O bem e o mal são igualmente poderosos e que todas as coisas materiais são más.

Deus e a Matéria: Ele chamou Deus ao bem e Matéria ao mau.

Comportamento: Abster-se de alimentos cárneos, da relação sexual, da procriação de filhos. Tinham um respeito escrupuloso pela vida de insetos e flores.

Sol e Lua: Honravam ao Sol e à Lua, não como deuses, mas como um meio pelo qual é possível atingir a Deus.

Livros maniqueístas cristãos: Evangelho da Vida, Os Atos dos Apóstolos de André e Evangelho de Felipe.

Escrituras: Rejeitava todos os livros do Novo Testamento, substituindo-os por evangelhos e epístolas produzidos pelos lideres da seita.

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