Permitindo que Deus seja Deus

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Permitindo que Deus seja Deus


Entender corretamente a mordomia cristã é fundamental para se pensar e agir biblicamente no mundo materialista e secularizado em que vivemos.


O ensino e prática da mordomia cristã estão fundamentados no processo da entrega diária da vida a Deus. Sem relacionamento e comunhão, não faz sentido falar das quatro áreas da mordomia cristã.


Ao final deste seminário você será capaz de:

- identificar e desfazer os mitos sobre a mordomia cristã;

- conhecer os princípios formadores da mordomia cristã;

- entender uma definição bíblica sobre mordomia cristã;

- estabelecer prioridades na vida cristã;

- perguntar para si mesmo...                        


 EXPLORANDO OS MITOS DA MORDOMIA CRISTÃ

  

Todo país, estado, cidade e organizações, desenvolvem o seu folclore com as suas lendas e mitos, e dentro da igreja às vezes isto também pode acontecer, por falta de conhecimento, orientação e treinamento. Mais notadamente, podemos ver isto na mordomia cristã, onde  muitos mitos foram criados e aceitos como se fossem verdades da Palavra de Deus. 


Primeiro Mito


Mordomia cristã é dinheiro. Isso não é verdade: Mordomia cristã é o senhorio de Cristo na vida, é um estilo de vida, é um assunto do coração; não um assunto meramente financeiro. Dinheiro para o crente está relacionado com adoração, enquanto que para o descrente está relacionado com materialismo e consumismo, portanto dizer que mordomia cristã é dinheiro, não é uma forma bíblica de pensar.


O centro da questão não é o dinheiro, mas a quem vamos adorar, com o que somos e com o que temos. Quais são as forças que estão disputando nosso coração? Você entendeu o x da questão?


Segundo Mito


Eu sustento a igreja com meus dízimos e ofertas. Isso não é verdade, pois os dízimos e as ofertas, não são nossos, pertencem ao Senhor, O texto sagrado, diz: “ Deus põe Sua mão sobre o dízimo, bem como sobre as dádivas  e ofertas, e diz: “Isto é Meu.Quando Eu vos confiei Os Meus bens, especifiquei que uma parte deveria ser vossa, para suprir as vossas necessidades, e uma parte deveria retornar para Mim.” CSM, pág.46.


Os dízimos e as ofertas são, antes de tudo, adoração a Deus, portanto, não somos nós quem sustentamos a igreja, é Ele que sustém Sua igreja. 


Terceiro Mito


Eu trabalho para Deus, sou um voluntário na obra de Deus. É uma declaração bonita, mas será que reflete toda a verdade? Você é empregado de Deus ou é um sócio de Deus? Um sócio não é um empregado. Como sócio você se acomodaria ou faria tudo que estivesse ao seu alcance, para ver seu empreendimento crescer? Portanto, a palavra voluntário, para aqueles que aceitaram a Cristo como Senhor, não é apropriada, ela pressupõe: 


- vou participar se não tiver outra coisa mais importante para fazer;

- não quero me comprometer;

- vou ver o que posso fazer.


Portanto, você não deve ser um voluntário na obra de Deus, mas um membro do corpo de Cristo. Já pensou como seria o funcionamento de nosso corpo, se olhos dissessem para o cérebro: Bem, como sou um voluntário, hoje não vou enxergar. Se as pernas resolvessem não andar? E se o coração parasse de bater? 


Estão percebendo como é perigosa esta história de voluntário? Somos membros do corpo de Cristo, estamos interligados, somos dependentes das outras partes e a cabeça deste corpo é Deus. Cristo é o Senhor do corpo, eu sou membro e é Ele quem deve dirigir e dar as ordens.


Quarto Mito


Fidelidade como negócio (barganha) com Deus. Isso parece correto, mas do ponto de vista bíblico, não é. Primeiro vem o dízimo ou a bênção? O que eu tenho para trocar com Deus se tudo é dEle? De onde você retira o dízimo? Primeiro vem a bênção, depois o dízimo e a oferta. 


Dizimar e ofertar são maneiras de reconhecer que todas as bênçãos (salário, lucro, presente, propriedade, outros) vêm de Deus. É um momento de adoração, quando a mente se volta para o Éden e para o calvário em profundo sentimento de gratidão. “É essa a única maneira em que nos é possível manifestar nossa gratidão e amor a Deus. E não proveu outro” CSM, pág.18. 


Quinto Mito


Que pregar muitos sermões sobre mordomia leva à fidelidade - Isso pode ajudar, mas não resolve o problema. Os dois maiores desafios de cada membro são: 


- criar o hábito de andar diariamente com Deus, através do estudo da Bíblia e da oração;


- reconhecer a Cristo como Senhor em todos os aspectos da vida. 


Mordomia cristã é um assunto espiritual, é um estilo de vida de quem aceita diariamente o Senhorio de Cristo. Para se viver a mordomia cristã, é preciso ser uma pessoa espiritual.


REDEFININDO A MORDOMIA CRISTÃ


Antes de definir biblicamente o que é mordomia cristã, vamos conhecer os princípios que dão a base para este novo conceito.


Pressuposições


1. Deus se envolve intimamente na vida de Seu povo.

2. Deus está no controle deste mundo.

3. Como Criador e Redentor, Deus é o dono de tudo.

4. Deus, como cabeça, está no controle direto de Sua igreja.

5. Deus provê para Sua igreja tudo que é necessário para realizar Sua vontade, a Seu tempo.

6. Deus trabalha em sociedade com agentes humanos.

7. Cristo é Senhor de tudo e Seu senhorio é uma decisão da vontade.

8. O Espírito Santo é o agente ativo do senhorio.

9. Recebemos o Espírito Santo pela fé.

10. Em Cristo, podemos fazer o que Ele pede que façamos.


O que é Mordomia  Cristã?


A Mordomia Cristã é o estilo de vida daquele que aceita o senhorio de Cristo e caminha em sociedade com Deus, atuando como seu agente e administrador dos Seus assuntos da terra.


ESTABELECENDO PRIORIDADES COM BASE EM PRINCÍPIOS


1. O Princípio de Senhorio – (Marcos 12:29-30); Rom. 10:9; Col. 2:6)

a) Há um só Senhor – nenhum outro pode estar na direção.

b) O amor é o fundamento da relação de Senhorio.

c) Cristo é o Senhor de tudo, ou não é Senhor de nada.


2. O Princípio de Dono – (Salmo 24:1, 50:9-15)

a) Deus é o dono de tudo.

b) Nós somos somente os gerentes, fiéis comissionários ou mordomos.

c) Deus nos quer, não simplesmente nossas dádivas.


3. O Princípio de Deus Primeiro e Último (Prov. 3:9, I Cor. 16:2)

a) Buscar primeiro a Deus, e Ele proverá. (Mat. 6:33)

b) Se uma coisa ou pessoa está em primeiro lugar, será um tipo de idolatria.

c) Colocando a Deus em primeiro lugar, tudo será conseqüência de Sua vontade.

d) Tendo a Deus em primeiro e último lugar, assegura-nos de que todo o resto fique com Ele.


4. O Princípio da Presença (Ex. 33:14, Mat. 28:20, Col. 3:3)

a) Cristo prometeu estar conosco. (João 14:16-20)

b) O Espírito Santo traz a presença de Cristo.

c) Nós aceitamos Sua presença pela fé.


5. O Princípio do Peregrino (Atos 11:13-16, Fil. 3:20)

a) Peregrinos sobre a terra – este mundo não é nosso lar. (I Pedro 2:3)

b) Vivendo na luz da eternidade.

c) O Céu já é nosso.


6. O Princípio de Devedor

a) A salvação nos faz devedores de Deus.

b) Devedores a outras pessoas.

c) O sacrifício é o estilo de vida cristã.


7. O Princípio de Atitude Alegre (I Cor. 9:7; 8:9)

a) A Mordomia é atitude mais que as ações.

b) A Mordomia começa amando, não dando.

c) Cristo provê o exemplo.


8. O Princípio da Mão Aberta

a) A mão aberta dá titularidade e controle a Deus.

b) Uma mão aberta pode reter mais e ser recheada.

c) Fechar a mão presume titularidade.


9. I Princípio de “Pala Grande” (Lucas 6:38)

a) Você não pode dar mais que Deus.

b) Deus esvaziou o céu ao dar Seu Filho.

c) Quanto mais alguém dá, mais Ele pode colocar em sua confiança.


10. O Princípio de Multiplicação

a) Deus multiplica o efeito do que lhe rendemos.

b) À medida que implementamos a mordomia, cresce em nós:

1) a confiança nEle;

2) dons espirituais;

3) capacidade para doar;

4) relacionamento.


11. O Princípio de Visão

a) Vivendo como enxergando o invisível – vemos Deus trabalhando.

b) Vivendo do trono de Deus. (Ef. 2:6)

c) As realidades eternas transcendem as realidades atuais.


12. O Princípio da Sociedade – “Nenhum homem permanece só...”

a) “Tudo posso naquele que me fortalece”. (Fil. 4:13)

b) Nós somos parte de uma entidade maior – o Corpo de Cristo. (Ef. 3:19)

c) Cristo não pede que nós trabalhemos para Ele, mas com Ele.


CONCLUSÃO


Pergunte para si mesmo:


1. Tem Deus prioridade em minha vida?

2. São meus planos os seus planos?

3. Tiro tempo para escutar meu Dono?

4. Consulto a Deus em assuntos e decisões diárias?

5. É Deus minha paixão?

6. Deixo que deus seja Deus?

7. Vivo diante do trono?