Esclarecendo pontos importantes sobre a Trindade

pontos importantes sobre a Trindade


Tenho visto alguns dos textos dos que defendem essa nova interpretação em nosso meio e confesso que não gosto do estilo de desafio em que isso é apresentado. 


Querer exigir uma posição da Obra, insistir numa pronta explicação de temas que levaram décadas, mesmo séculos, de discussão entre os cristãos dos primeiros séculos, insinuações de que seja uma “heresia”, em estilo claramente pretensioso da parte de seus apologistas, sinceramente não acrescenta nada em termos de motivação para se acatar tais pontos de vista. 


Creio que um pouco de humildade para tratar de tema tão profundo e complexo teria o seu lugar.


Aliás, o Dr. Bacchiocchi, numa de suas matérias sobre o islamismo que temos disponibilizado a nossos amigos, mostra como os muçulmanos avançaram céleres por terras africanas, européias e asiáticas enquanto os cristãos estavam empolgados com discussões teológicas sobre a Divindade, ou, como se diz às vezes, discutindo o sexo dos anjos. 


Deviam estar empenhados em pregar o evangelho àqueles povos que jaziam nas trevas, e pela negligência deles em fazê-lo é que se deu oportunidade para esses fanáticos expandirem o seu império e se desenvolverem ao nível em que agora se acham, ameaçando todo o mundo livre com suas pretensões de domínio universal e condenação generalizada ao Cristianismo. 


Quem sabe essa preocupação que têm não é um esquema satânico para desviar a atenção do povo de Deus para algo que não pode ser definido com precisão matemática, dentro da lógica e raciocínio humanos, em lugar de se dedicar este empenho todo para a missão que realmente nos toca—a de anunciar as boas novas do evangelho salvador?!


Não li completamente o texto mas examinei-o de passagem, vendo os versículos básicos, e consegui perceber o que realmente querem dizer, sem precisar entrar em todos os pormenores da argumentação. Claro que há muitos outros textos que não são examinados em sua discussão, que eu apresento em meu livro O Desafio da Torre de Vigia e num sermão sobre a Divindade que tenho apresentado nesse últimos anos.


O tema da Divindade é realmente apaixonante. Eu escrevi todo um capítulo em meu livro examinando-o. De modo algum pretendo ter a verdade total e absoluta sobre uma questão que tem que ver com o Eterno Deus. É impossível definirmos a Deus ou a qualquer coisa que se refira a Sua Pessoa de modo pleno e total. Nosso vocabulário é inadequado para referir-nos a coisas humanas, imagine a coisas de Deus! Por exemplo, geralmente se fala em “andar a cavalo”, que não é muito correto. 


Afinal, a pessoa não “anda”, e sim o cavalo. Mas o termo “cavalgar” resolve o problema. Mas o que dizer de “andar de bicicleta”? Pior ainda, pois esta nem anda, mas roda. Não existe em nosso idioma a palavra “bicicletar”! Por aí vemos quão a limitação de nossa linguagem humana para expressar até coisas que têm que ver com o homem, quanto mais às coisas divinas.


Seria muita pretensão um ser mortal, limitado no tempo e no espaço, pensar que domina esta que é a ciência da eternidade  (Rom. 11:33). A ênfase que dou em meu sermão específico sobre o tema é que só se começa a entender a Deus no contexto da definição bíblica sobre Este elevadíssimo ser—Deus é amor (1 João 4:8).


Infelizmente creio que o irmão Robson Ramos não publicará o que quer que eu exponha pois já me passou o julgamento, injusto a meu ver, de que eu imagino “ser o tal” nesse tema. Fiz algumas contribuições em debates no seu próprio site sobre várias coisas, inclusive uma noção surgida de que o batismo só deve ser em nome de Jesus, contrariando a fórmula de Mateus 28:19.  


Ele não quis publicar a resposta que o autor do artigo fez publicar, assim fiquei numa situação de inferioridade perante o público—fica a imagem de que eu não tive meios de fazer uma tréplica ao que ele expõe. O motivo disso é simplesmente o preconceito injusto, a sua avaliação de que eu me julgo “o maior” nessa questão. Contudo, nunca declarei isso a ninguém. Por outro lado, como alguém pode penetrar na mente alheia para saber o que outra pessoa pensa ou como se sente? 


O mesmo se refere a Deus. O apóstolo Paulo declara: “Qual dos homens sabe as cousas do homem, senão o seu próprio espírito que nele está? Assim também as cousas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus” (1 Cor. 2:11).


Veja que nada inferior a Deus poderia penetrar-lhe o íntimo. O Espírito poderia ser Sua mente, mas aí encontramos um interessante paralelo com o modo em que a Bíblia define o ser humano: corpo, alma, espírito. No meio religioso há debates sobre em que sentido “alma” e “espírito” se dividem no homem. Há os “dicotomistas” e os “tricotomistas”.  Não é ambíguo falar em alma e espírito muitas vezes como sendo a mesma coisa? E como nós, adventistas, entendemos esta questão?


O meu referido sermão sobre a Divindade o tenho apresentado em muitas igrejas. No Brasil tive oportunidade de apresentá-lo em igrejas de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nos Estados Unidos apresentei tal tema na nossa Igreja Luso-Brasileira de Queens, N.Y. e numa igreja negra em nossa cidade de Bessemer, e há alguns anos na igreja luso-brasileira de Toronto, Canadá. Há sempre mais a aprender sobre Deus. As próprias Testemunhas de Jeová, negadores do que temos crido tradicionalmente, admitem:


“É verdade que pode haver ocasiões em que nós, como humanos de limitado conhecimento e experiência, não sabemos avaliar plenamente por que certa lei declarada por Deus é tão importante ou como resultará para o nosso bem”. A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, pág. 21. E mais adiante, no mesmo livro: “É verdade que nenhum de nós sabe tudo sobre Jeová e seus modos de agir. Ele é tão grandioso que os homens aprenderão sempre coisas novas a seu respeito (Romanos 11:33)” (Op. Cit., pág. 181).


Vamos fazer o seguinte: Eu agora estou empenhado num debate com um intelectual católico romano por ter sido desafiado a isso. Ele me apresentou cinco perguntas que, segundo alega, nenhum protestante é capaz de responder, só os católicos. E há cerca de 100 católicos acompanhando dito debate que ocorre no seu próprio site, do ministério “Hora de São Jerônimo”. 


Assim, não disponho de tempo para fazer um longo tratado discutindo esse assunto. Mas passo-lhe o capítulo completo de minha discussão em O Desafio da Torre de Vigia para seu exame além de um artigo que traduzi recentemente, discutindo o tema da personalidade do Espírito Santo. O autor visa às “testemunhas de Jeová”, mas os pontos que ele destaca bem mereceria séria reflexão de sua parte. Talvez haja alguns pensamentos repetitivos, pois no capítulo de meu livro que reproduzo há argumentos semelhantes ao do material adicional traduzido.


Contudo, farei a seguir uma sucinta análise de alguns problemas que observo no seu material e os apresento em forma de perguntas de profundidade para que medite a respeito, se não se dispuser a respondê-las objetivamente:


1) Não fica claro o que quer dizer que Cristo foi “gerado, mas não criado”.  É interessante que essa frase é típica dos trinitarianos e representa uma das definições de um dos concílios onde o tema da Trindade foi oficializado, diante dos desafios de arianos. 


Se não foi criado, então tem o mesmo tempo de duração de Deus “Pai”, sendo-lhe, contudo, inferior?  Afinal, Ele é tão eterno quanto o Pai, ou não?  Parece-me que ficam no meio do caminho entre o que ensinam as TTJ, de que Cristo foi um ser criado, e a aceitação de igualdade absoluta com Deus. Ou seja, Cristo não é absolutamente igual a Deus, mas também não foi criado, sendo, pois um Ser inferior desde a eternidade?


2) Deus-Javé é o primeiro e o último. Antes Dele não pode haver Deus. Se comparar Isa. 44:6 com Apocalipse 1:8; 2:8; 1:17, 18 e 22: 13 e 16 vemos como isso se aplica também a Cristo. Pode haver dois primeiros e dois últimos?


3) Na sua exposição não há muito espaço para discutir o sentido de “Pai” e “Filho” em função da Encarnação. No meu sermão lembro que “O Verbo se fez carne” e também “Se fez Filho”. No Velho Testamento não existe essa noção de Deus ter um Filho. Aquele Ser que apareceu na fornalha ardente (o 4o. homem) é descrito como “semelhante a um filho dos deuses” (Daniel 3:25), e esta é a única referência que levemente trataria disso, procedente de um rei pagão.


4) A declaração “A Bíblia em parte alguma menciona o Espírito do Espírito Santo”, acompanhada da pergunta “Por que a Bíblia não menciona isto?” sinceramente é por demais tola, para dizer o mínimo. 


Não revela grande erudição de quem a faz, pois baseia-se em especulação sem nexo e na famosa argumentação baseada no “silêncio”. Esse tipo de argumentação tendo por base uma palavrinha aqui, outro termo acolá, opiniões de divergentes pensadores, não demonstra uma busca de entender o que a Bíblia diz segundo Cristo declarou em João 7: 17.


5) Já que utiliza línguas originais, isso nos leva a pensar que seja um especialista nesta matéria. Se não for, fica esquisito usar argumentos citando o grego ou o hebraico livremente, pois pode-se buscar verdadeiros especialistas nessas matérias que apresentarão o ponto de vista trinitariano ou outros entendimentos, com base nessas mesmas línguas originais sobre que não saberiam o que dizer. 


Por exemplo, a diferença entre allós e heterós de João 14:16 (outro de idêntica substância, em contraste com outro de diferente natureza e substância), ou a diferença entre skema e morphê em Filipenses 2:6 e 7 têm muito mais peso do que imaginam.


6) A Sra. Ellen G. White jamais referiu-se à doutrina da Trindade como sendo de origem católica, destarte sendo condenável. Ela usa linguagem típica de quem crê nesse ensino, como sendo bíblico e correto. É, pois, incoerente citar Ellen G. White em alguns trechos de seus escritos, enquanto se ignora este fato.


Bem, acrescento o estudo específico de meu livro sobre o assunto e mais um rápido artigo discutindo João 8:58, que é um texto interessante. Jesus identifica-se como o “Eu Sou”, o que atraiu a ira dos judeus que desejaram apedrejá-lo. Eles perceberam claramente a intenção de Jesus. A mera reivindicação de ser Messias não iria levá-los a tal atitude. Isso não seria blasfêmia, que justificava morte por apedrejamento, pela legislação dos judeus.


Narrando uma experiência pessoal:


Uns anos atrás, ao estarmos apresentando nossa programação habitual sobre a Trindade e as “testemunhas de Jeová” na igreja de Vila das Belezas, na capital paulista, na parte da tarde, quando o tema de nossa programação gira em torno de questões históricas e doutrinárias das TTJ, dois indivíduos que se dizem adventistas apareceram na igreja e ao final perguntaram-nos desafiadoramente por que nossa igreja agora admite a doutrina da Trindade que era negada pelos pioneiros. 


Eles traziam cópia Xerox de um artigo da revista O Ministério Adventista que discutia o problema desses ensinos originais de alguns líderes denominacionais, porém não o material completo. Ou seja, exibiam (e até distribuíam entre membros da igreja) parte do artigo que fala do problema, mas não a sua superação posterior com a adoção do entendimento que tem caracterizado os cristãos ao longo dos séculos. Portanto, evidenciava-se a desonestidade daquelas pessoas suprimindo parte da informação necessária para se ter o quadro completo. 


Lembro-me de ter indagado àqueles indivíduos algo que repito nesta oportunidade e que pode servir de reflexão a quantos se levantem contra este ensino oficial da denominação com suas novidades ideológicas de discutível validade:  Em que essa noção de que Cristo não é divino como o Pai, ou que o Espírito Santo não é um Ser em igualdade de condições e autoridade tem contribuído para fortalecer a vida espiritual individual e coletiva dos que a acatam, e de que modo tem auxiliado na tarefa de evangelizar o mundo? Creio ser este um ponto fundamental. 


Se o objetivo desses é apenas demonstrar uma suposta “superioridade” intelectual, ou mesmo pretensamente espiritual (ver Isa. 65:5) é bom lembrar as palavras de Paulo de que “o saber ensoberbece, mas o amor edifica” (1 Cor. 8:1) e também sua advertência: “Não ultrapasseis o que está escrito; a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro” (1 Cor. 4:6).


No meu sermão sobre o tema da Trindade que tenho apresentado em igrejas pelo Brasil e aqui nos Estados Unidos, ilustro ao final a questão da beleza e valor deste tema do seguinte modo: Certa feita, entrevistamo-nos com um professor universitário, responsável pela cantina da UFPB, para pedir que liberasse o sábado para uma funcionária do estabelecimento que desejava batizar-se em nossa igreja. 


Depois de expormos nossas razões de guardar o sábado e tudo o mais, ele parou para pensar um pouco, e disse: “Tudo bem, vamos dar um jeito e superar a dificuldade quanto ao sábado. A jovem pode ter o sábado livre”. Ficamos felizes com tal decisão, mas aquele professor incrédulo e possivelmente ateu em seguida fez questão de zombeteiramente acrescentar: “No dia do juízo irei apresentar a Deus um osso canceroso, e pedirei a Ele contas por isso”.


O que aquele homem queria insinuar é que Deus não sabe nada do que significa a dor e o sofrimento humanos. Por conseguinte, ele e qualquer outro que não acatou os Seus princípios teria razões para justificar-se de não se ter tornado um cristão.


Para os que não crêem que Cristo era o mesmo Deus, o Verbo que Se fez carne (e se fez Filho), mas um Ser menor, de hierarquia inferior na Divindade, o argumento desse materialista adquire enorme peso. 


Realmente, se não entendermos que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (Col. 5:19), não haveremos de ter a mesma compreensão e apreciação do Deus que amou o mundo “de tal maneira” que nos deu o Seu Filho Unigênito, tomou a forma humana, e recebeu sobre Si a maldição do pecado. Em vez disso, Ele, quando muito, mandou um Representante a Ele inferior, para resolver o problema do pecado que sobre todos pesa.


Então, naquele dia muitos poderiam protestar: “O Senhor mesmo ficou todo o tempo assentado no Seu alto e sublime trono, rodeado de querubins e serafins, e não quis saber de sentir na própria ‘carne’ o que é a miséria desta vida de dor, sofrimento, abandono e injustiça de toda ordem . . . O Senhor apenas enviou Outro Ser, inferior, para identificar-Se com o homem. Assim, o Senhor não pode julgar-nos devidamente, não sabe o que experimentamos aqui sobre a Terra, não vivenciou nossas agruras. Eu tenho todo motivo para não ser condenado pois o Senhor não compreende de fato a nossa situação. . .”.


Contudo, o que lemos nas Escrituras é que “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre Si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados” (Isa. 53:4, 5).


Não é mediante a lógica e o raciocínio humanos que vamos entender as coisas pertinentes ao Eterno. Paulo fala da “loucura da pregação” cristã aos judeus e gregos e acentua que “o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente” (1 Cor. 2:14). 


Lamentavelmente, diante de tais dificuldades alguns em nosso meio preferem a pregação da loucura, o ir “além do que está escrito”, a busca pelas explicações “naturais” que não caracterizam os que buscam o princípio da sabedoria que é o temor do Senhor.


ENTENDENDO A DIVINDADE


I - Mistério Revelado, Mas Não Explicado


A Bíblia não oferece uma exposição didática, sistemática, sobre a natureza da divindade, como Paulo faz com o tema da “justificação pela fé” em Romanos, Gálatas, Efésios, por exemplo. Assim, este tema é profundo e a própria Bíblia fala que nossa mente limitada não pode entender tudo sobre Deus e Seus modos de agir, como reconhecem as próprias “testemunhas” em A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, págs. 181 e 21 (ver abaixo, Obs. 2.A).

 

Antes da análise dessa importante questão da Divindade, deve-se levar em conta o seguinte: As “testemunhas” são induzidas a crer que os cristãos em geral admitam uma Divindade constituída, seja de três deuses, ou de um deus com três cabeças, enfim, numa concepção sobre a Divindade deturpada e longe da realidade. É mister, pois, esclarecer que não se trata de nada disso. 


Os cristãos admitem um só Deus, criador e mantenedor do Universo: [Empregar a Tradução Novo Mundo (doravante referida como T.N.M.) para os versos seguintes]–Isa. 44:24, 6 e 14 (“não há outro”); o único Criador: Isa. 44:24 e 45:18) o único Salvador: Isa. 43:11, 45:21; o Deus verdadeiro que não compartilha Sua glória com nenhum outro: Isa. 42:8; 48:11; o “primeiro”e “último”: Isa. 44:6; a única Rocha:  Isa. 44:8, Sal. 92:15.


- Em suma, Jeová é o ÚNICO Deus verdadeiro, o único CRIADOR, o único SALVADOR, exclusivo em Sua GLÓRIA, o único ‘PRIMEIRO’ e ‘ÚLTIMO’ e a única ROCHA. Contudo. . .


- A Bíblia também apresenta a Cristo como Deus , como Criador, como único Salvador, como o que compartilhava a glória de Seu Pai, e o que é o “Primeiro” e o “Último”, como a “Rocha”, segundo analisado amplamente neste estudo.


1. A palavra “Trindade” não consta da Bíblia, assim como dela não constam outros termos teológicos tais como “teocracia”, “classe ungida”, “milênio”, “ascensão”, “servo de congregação”, etc.


Obs.: O que interessa são os fatos. As palavras técnicas que os definem são secundárias.


2. A própria Bíblia diz que “Deus é misterioso”, ou o “Deus que se oculta”. Isa. 45:15.


A) Ele está muito além de nossa finita compreensão: Rom. 11:33 e 34.


Obs.: Confirma-o o livro A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, pág. 181: “É verdade que nenhum de nós sabe tudo sobre Jeová e seus modos de agir. Ele é tão grandioso que os homens aprenderão sempre coisas novas a seu respeito”. E na pág. 21, a mesma obra acrescenta: “É verdade que pode haver ocasiões em que nós, como humanos de limitado conhecimento e experiência, não sabemos avaliar plenamente por que certa lei declarada por Deus é tão importante ou como resultará para o nosso bem”.


B) Deus Se oculta (Isa. 45:15) e Se revelaria mais plenamente na consecução do plano de salvação mediante Cristo, perfeita revelação do Deus de amor: Heb. 1:1-3; João 1:18.


Obs.: a) O conhecimento do verdadeiro caráter de Deus como um Deus de amor foi revelado progressivamente por Cristo e Seus apóstolos no Novo Testamento.


b) A doutrina da ressurreição é também exposta de modo mais detalhado no Novo Testamento (I Cor. 15; II Tess. 4, etc.), embora o Velho Testamento traga noções do tema.


c) O Deus que Se afastou, ou ocultou, desde Adão até João Batista, revela-Se agora no Filho Unigênito. João 1:18.


C) CONCLUSÃO: Se não entendemos tantas coisas sobre Deus, Suas leis e Seu modo de agir, como pretenderemos entender tudo sobre Sua natureza divina?


3. Na Bíblia há outros “mistérios”, fatos além de nossa limitada compreensão:


A) O “mistério da iniqüidade”: II Tess. 2:7.


Obs.: Como entender que num ambiente de perfeição absoluta, Lúcifer haja permitido que a semente do mal brotasse em seu coração?


B) O “mistério da piedade”: Rom. 16:15.


Obs.: A profundidade insondável do amor de Deus que “amou o mundo de tal maneira”. João 3:16.


C) Paulo fala do “mistério da Sua vontade”: Efés. 1:9, 10 e 3:3-9.


Obs.: a) Pode-se dizer que a doutrina da Trindade é um “mistério revelado”, mas não um “mistério decifrado”.


b) Só o Espírito de Deus sabe as coisas íntimas de Deus: I Cor.: 2:11.


c) Declara o autor Sabatini Lalli, do livro O Logos Eterno: “Ao homem impotente e finito, cabe aceitar o mistério e dizer com o salmista: ‘Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; é sobremodo elevado, não o posso atingir’”.–Sal. 139:6.


II - Três Deuses ou Três Pessoas Divinas? 


1. Os crentes trinitarianos não adotam a noção de existência de três deuses, ou de um Deus com três cabeças, etc. Crêem, antes, em que três personalidades co-eternas e co-iguais formam uma só Divindade.


Obs.: Pode-se ilustrar com a maneira em que se divide o governo: Legislativo, Executivo e Judiciário. São três poderes distintos, constituindo, porém, um só governo. Outras ilustrações: os dois que formam um (Gên. 2:24); a água, o vapor e o gelo; a união entre os crentes que formam um só corpo: João 17:21; I Tess. 5:23-o homem, composto de corpo, alma e espírito, mas uma só pessoa.


2. O termo “pessoa”, que confunde alguns, é usado em sentido analógico. Trata-se de mera comparação, um pobre recurso humano na tentativa de expressar coisas divinas.


Obs.: Falar do Pai, Filho e Espírito Santo como “pessoas” é um recurso didático. Revela a dificuldade em utilizar o pobre vocabulário humano para referir-se às coisas do Alto.


3. Existentes desde a eternidade:


A) O Pai: Dan. 7:9 (“Ancião de Dias”).

B) O Filho: Miq. 5:2; Isa. 9:6.


Obs.: Diz o livro A Verdade que Conduz à Vida Eterna, pág. 19, que Deus é “‘de eternidade em eternidade’, significando que não teve princípio nem terá fim.-I Tim. 1:17; Sal. 90:2”. Mas a mesma palavra hebraica para eternidade em Sal. 90:2 é usada em Miq. 5:2 que se refere ao Filho.


C) CONCLUSÃO: A própria “Sociedade” fornece as provas de que o Filho não teve princípio nem terá fim (ver ainda Isa. 9:6).


4. Separados, mas unidos:


A) Mat. 3:16, 17: Jesus, o Espírito e a voz do Pai.


B) João 14:26: “O Espírito Santo a quem o Pai enviará em Meu nome”.


C) Atos 7:55, 56: “Estando cheio do Espírito Santo . . . viu a Jesus em pé, à mão direita de Deus”.


Obs.: a) A Trindade não representa uma multiplicidade de deuses, mas uma Divindade constituída por três personalidades distintas.


b) Há perfeita harmonia entre as três pessoas divinas: Mat. 28:19; II Cor. 13:13; I Ped. 1:2.


c) A própria “Sociedade”, embora negando a Trindade, batiza os seus membros “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.-


D) Três unidos na Criação: Efé. 3:9; Gên. 1:2 (“O Espírito de Deus movia-Se sobre as águas”) e Heb. 1:8-10 (cf. João 1:3).


Obs.: a) No relato da Criação, é empregada a palavra “Elohim”com referência a Deus na maior parte das vezes. Esta é uma palavra que indica o plural.


b) Deus e Cristo referem-se a Si próprios no plural: Gên. 1:26; 3:22; 11:6, 7; João 3:11; Mat. 3:15.


c) Gên. 3:22 é significativo, pois o homem tornou-se “como um de nós” conhecendo o bem e o mal. Também Gên. 11:6, 7, onde “Jeová disse . . . vamos! Desçamos e confundamos o seu idioma”. T.N.M.


E) O trono da Divindade: Apoc. 7:17.


Obs.: a) Há um só trono, tanto para Deus como para o Cordeiro: Apoc. 22:1.


b) Jesus Cristo, o Cordeiro, está assentado no meio do trono, à destra de Deus. Se está à direita e no meio, há, portanto, uma posição à esquerda. Alguém ocupa tal posição. Quem poderia ser, senão a terceira pessoa da Trindade, o Espírito Santo?


c) A própria T.N.M., redigida de encomenda para negar a Trindade, nos ajuda a confirmar o exposto acima: No Salmo 110:1-5 o que se assenta à direita de Jeová  no verso1 é também chamado de Jeová (v. 5)!


F) Mesmas características para os três:


a) Somos: - Templos de Deus: I Cor. 3:17; - Templos do Espírito: I Cor. 6:19; - Morada de Cristo: Gál. 2:20.


b) Quem nos dá a vida eterna? - Deus, o Pai: I João 5:11; - O Espírito Santo: Gál. 6:8; - Jesus: João 10:28.


c) Contra quem pecamos? - Contra Deus, o Pai: Deut. 6:16; - Contra o Espírito Santo: Atos 5:4, 9; - Contra Jesus Cristo: I Cor. 10:9 (cf. v. 4).


5. A tríplice operação e essência do Divino Ser:


A) Criação do Universo: a) Pai: Sal. 102:24, 25; b) Filho: Col. 1:16; c) Espírito Santo: Gên. 1:1, Jó 26:13.


B) Criação do homem: a) Pai: Gên. 2:7; b) Filho: Col. 1:16, João 1:3; c) Espírito Santo: Jó 33:4.


C) A morte de Cristo: a) Pai: João 3:16; b) Filho: João 10:17 e 18; c) Espírito Santo: Heb. 9:14.


D) Ressurreição de todos: a) Pai: João 5:21; b) Filho: João 5:21; c) Espírito Santo: Rom. 8:11.


E) Concessão de autoridade: a) Pai: II Cor. 3: 5, 6; b) Filho: I Tim. 1:12; c) Espírito Santo: Atos 20:28.


F) Deus no íntimo: a) Pai: Efés. 4:6; b) Filho: Col. 1:27; c)Espírito Santo: I Cor. 6:19.


G) Santificação: a) Deus opera: I Tess. 5:23; b) O Espírito opera: I Cor. 6:11; c) Jesus Cristo santifica: Heb. 2:9-11.


III - O Misterioso “Anjo de Jeová” 


1. A) “Anjo”, em hebraico maleq; em grego ággelos = mensageiro. (Ver Juízes 2:1).


B) Deus enviaria Seu anjo para acompanhar o povo: Êxo. 23:20; cf. Juízes 2:1-5.


Obs.: A identidade desse anjo não deixa dúvidas de que era Cristo, o enviado (ággelos) de Deus: I Cor. 10:4; João 14:24.


C) O próprio Jeová aparece como um anjo: Gên. 16:9-13; 18:1-3, 22, 27, 30-33.


Obs.: a) Ele inicialmente é descrito como o “anjo de Jeová”, e posteriormente como o próprio Jeová. Ver também Juízes 6:11-22 (o anjo é chamado de Senhor, “Adonai”, em 6:13, e de Jeová em 6:14, 24).


b) Em Gênesis 18:1 e 2 Deus aparece a Abraão na forma de três homens (ou anjos) no v. 3. Quando os três homens respondem, o episódio é descrito intercaladamente como “eles” falando (v. 9) e “Jeová” falando (v. 13). 


Quando dois dos três se retiram para visitar Ló em Sodoma, Abraão continua a chamar o que com ele permanece de Jeová, mas Ló se dirige aos outros dois como “Jeová” (Gên. 18:22, 28 e 19:1, 18-22); Cf. I Cor. 13:12.–Estudo por David Reed.


D) Dois Jeovás? Gên. 19:24.


Obs.: O Jeová embaixo envia fogo e enxofre “da parte de Jeová” no alto, desde os céus (vs. 18 a 22).


E) Jeová é Deus: Gên. 22:11-18.


Obs.: O Jeová na Terra fala da fidelidade de Abraão que não negou seu filho a Ele, Deus (Elohim).


F) Deus, Jeová e o anjo: Êxo. 3:2, 4, 6, 14, cf. Atos 7:35-38.


Obs.: Diz o livro Santificado Seja o teu Nome, pág. 247: “Moisés viera a estar entre a ‘congregação de Israel’ no deserto de Sinai, ocasião em que recebeu os oráculos sagrados de Jeová Deus. (Atos 7:37, 38)”.


G) O “Príncipe do Exército de Jeová”: Josué 5:13 a 6:2 (comparar com Mat. 14:33); João 9:38 (cf. Mat. 4:10); Heb. 1:6.


Obs.: a) Era o próprio Jeová, que podia ser adorado, assim como o próprio Cristo foi.


b) Se fosse um mero anjo, não poderia ser adorado, de acordo com Apoc. 19:10.


c) A T.N.M. em várias passagens evita a tradução “adorar”com respeito a Jesus Cristo, mas não teve como fazê-lo em Heb. 1:6. Também Apoc. 5:13, 14 tanto o “que está assentado sobre o trono”, como o “Cordeiro” recebem idêntica adoração e homenagem.


H) O Anjo que perdoa pecados: Gên. 18:23-26; Êxo. 23:20, 21.


Obs.: Só Deus perdoa: Isa. 43:11; Mar. 2:7; Mat. 9:2.


I) O anjo (varão) que abençoa: Gên. 32:24.


Obs.: Os filhos de Israel não comem certo nervo da coxa porque “Ele tocou na concavidade da articulação da coxa de Jacó”. (vs. 32-T.N.M.). Quem é “Ele”? É o Deus referido no vs. 30 com quem Jacó lutou, apresentando-Se-lhe como um varão.


J) Miguel, o “anjo de Jeová”: Zac. 3:2-T.N.M., cf. Judas 9.


Obs.: A “Sociedade” sempre reconheceu que Miguel é Cristo. Ver Cumprir-se-á Então, pág. 306 (§ 25).


L) CONCLUSÃO: Este “anjo de Jeová” não é outro senão Aquele que Se fez Filho do homem, o único mediador entre Deus e os homens. Não obstante, a Bíblia O identifica claramente como o próprio Jeová (comparar Judas 9 com Zacarias 3:1, 2 e Gên. 22:15, 16).


IV - Jesus é Jeová


1. Jeová, o Salvador:


A) Esclarece o Seja Deus Verdadeiro: “O nome Jesus . . . é apenas a forma abreviada do nome hebraico Je-hoshua,  o qual significa Jeová é o Salvador”. – Op. Cit., pág. 29.


B) Comparem-se os seguintes textos (usar T.N.M. para o Velho Testamento):


a) João Batista, o precursor de Jeová: Isa. 40:3 com Mat. 3:3 e Luc. 1:76.


b) A pedra de tropeço que esmaga: Isa. 8:13-15 com Luc. 20:17, 18.


c) “O primeiro e o último”: Isa. 44:6 e 48:12, com Apoc. 1:17, 18 e 2:8.


d) Jeová virá trazendo o Seu galardão: Isa. 40:10 com Apoc. 22:6, 7 e 12.


e) Todo joelho se dobrará ante o Juiz: Isa. 45:21, 23 com Rom. 14:10-12; II Cor. 5:10; Filip. 2:10, 11.


     Obs.: O capítulo 45 de Isaías refere-se à pessoa de Cristo, pois a descrição dEle no Novo Testamento corresponde à que o capítulo de Isaías apresenta: comparar Isa. 45:7, 12, 18, 21 e 22 com João 1:3; Col. 1:16, 17 e Atos 4:12.


f) Olharão a Jeová “a quem traspassaram”: Zac. 12:4 e 10, com João 19:37.


g) O preço (salário): 30 moedas de prata-Zac. 11:11-13, com Mat. 26:15 e 17:1-10.


h) “Jeová, justiça nossa”: Jer. 23:5, 6 com I Cor. 1:30, 31 e Jer. 99:23, 24.


i) Levou cativo o cativeiro: Sal. 68:17, 18 com Efés. 4:7-10.


     Obs.: Paulo claramente aplica tais palavras a Cristo. Segundo a T.N.M., “o próprio Jeová chegou de Sinai ao lugar santo” (Sal. 68:17b). Conforme Atos 7:38, no Sinai esteve o “anjo” que, como visto no Subt. anterior, refere-se a Cristo.


j) O Alfa e o Ômega: Apoc. 1:8 com Apoc. 22:11, 13, 16.


2. Identidade divina de Jesus:


A) Jesus tratado como Jeová: comparar Sal. 102:22 e 25-28 com Hebreus 1:10-12.


     Obs.: Neste salmo, a referência a Jeová é óbvia (ver ainda 102:1). Heb. 1:8, 9 indica referir-se ao Filho.


B) O Jeová aguardado: Isa. 25: 8, 9.


     Obs.: Quem é o aguardado, a não ser Jesus? Tito 2:13.


C) “Senhor meu e Deus meu”: João 20:28.

 

    Obs.: A palavra “Senhor” deveria aqui ser Jeová, pela sistemática da T.N.M. No original é a mesma palavra que em Heb. 13:6 e Apoc. 4:11 foi traduzida por Jeová.


D) O poder de perdoar pecados: Luc. 7:47.


     Obs.: a) Pecado-“transgressão da lei” de Deus (I João 3:4). Um pecador é alguém que se afastou de Deus e está sob condenação divina (Isa. 59:2; Rom. 3:23-26).


b) Só Deus poderia perdoar quem praticou ofensas contra Ele. Cristo, porém, dispõe dessa autoridade porque nEle habita corporalmente “toda a plenitude da Divindade”: II Cor. 5:18, 19; Luc. 7:48, 49; Col. 2:9.


E) Estêvão orou a Cristo para que recebesse o seu espirito. E a Bíblia diz que “o espírito volta para Deus que o deu” (Ecles. 12:7).

 

    Obs.: Em João 14:14 o original grego reza: “Se alguma coisa de Mim pedirdes, no Meu nome, Eu o farei”. Orar a Jesus é perfeitamente aceitável. A última oração da Bíblia é a Ele dirigida: Apoc. 22:20.


F) “Eu sou”: João 8:58.

 

    Obs.: a) Jesus defendeu Sua pré-existência aplicando-Se a mesma expressão referente a Jeová no Velho Testamento: Comparar Êxo. 3:14 com João 8:58 (Almeida).


b) O resultado dessa Sua declaração foi que os judeus tentaram apedrejá-Lo porque entenderam bem o que Ele quis dizer com aquela expressão (ver vs. 59).


c) A Torre de Vigia busca contornar essa clara evidência da divindade de Jesus Cristo, traduzindo ego eimi  (“eu sou”) de João 8:58 por “eu tenho sido”, o que não está correto segundo os originais gregos. Buscam evitar o cotejo desses dizeres com o “Eu sou” de Êxo. 3:14.


d) Em João 5:18 lemos que Jesus não só violava o sábado, como Se fazia igual a Deus. Pela estreiteza da religião hebraica pós-exílica, de rígido monoteísmo e rígidas regras legais quanto ao sábado, eles consideravam violação do sábado o curar nesse dia, e uma blasfêmia Cristo igualar-Se a Deus. 


Mas Ele realmente não violava o mandamento do sábado da lei divina, corretamente interpretada, e sim o estabelecido pela tradição deles. Tampouco blasfemava fazendo-Se igual a Deus, embora assim interpretassem os ultrazelosos judeus que O rejeitavam como o prometido Messias.


e) Embora traduzam João 8:58 como “eu tenho sido”, outros textos em que a expressão ego eimi aparece são traduzidas corretamente como “eu sou” na T.N.M.: João 10:7, 9, 11, 14, etc.


f) Na Kingdom Interlinear Translation [Tradução Interlinear do Reino, que tem o texto grego reproduzido com tradução literal, palavra por palavra, sob o mesmo], editado pela Torre de Vigia, a tradução aparece corretamente “eu sou” junto à transcrição do grego. Contudo, ao lado, no texto em inglês corrido, a tradução é diferente: “eu tenho sido”. Por que tal incoerência?


g) A Versão LXX (Septuaginta, do hebraico para o grego), traz várias passagens em que Deus fala “Eu sou” são traduzidas para ego eimi, como em Gên. 17:1; Sal. 35:3; Isa. 43:10-13, etc.


G) O único bom: Marcos 10:18.


     Obs.: a) NEle nada havia de mau ou errado: João 8:46; I Pedro 2:21, 22.


b) Era o “Bom Pastor”: João 10:11, 14.


c) Aceitava o título de Deus como Seu, legitimamente: João 20:28; Heb. 1:8 e 10; João 1:1.


H) Somos testemunhas de Jesus agora: comp. Isa. 43:10 com Atos 1:8; 13:21; 9:5, 15.


     Obs.: No passado, Deus buscava a salvação de Seu povo para, por meio dele, salvar o mundo (Isa. 45:22, cf. João 12:32). Cristo cumpriu exatamente tal papel, pois era “Emanuel-Deus conosco”. Assim, devemos ser agora Suas testemunhas perante o mundo.


I) Melquisedeque comparado a Cristo: Heb. 7:3.


     Obs.: Desse personagem é dito que não teve “princípio de dias”. Assim, Cristo é “Pai da eternidade” (Isa. 9:6).


J) Todos os deuses e anjos recebem ordem de adorar a Jesus: Sal. 97:6, 7, cf. Mat. 4:10; Heb. 1:6; Apoc. 5:8, 13, 14; Filip. 2:10, 11; Luc. 24:52.


     Obs.: a) Censurando os judeus Jesus disse que se seus juízes pecadores e falíveis eram chamados deuses, com maior razão Ele, totalmente isento de pecado, poderia reivindicar ser o Filho de Deus: João 10:34-38.


b) Os judeus que eram “deuses” (João 10:34, 35) não poderiam receber idêntico tratamento. Portanto, não podem ser comparados com Cristo, “o Deus unigênito que está no seio do Pai”. Ele era um com o Pai, pois disse: “O Pai está em Mim e Eu Nele”. João 10:30, 31, 33 e 38.-EU E O PAI SOMOS UM.


c) Alegar que se deve interpretar João 10:30, “Eu e o Pai somos um”, à luz de João 17:22, 23 (os discípulos serem um, como Cristo e o Pai são um) não faz sentido. São episódios diferentes, e as palavras de Cristo em cada caso têm finalidades e efeito diferentes. 


Basta examinar os respectivos contextos. Cristo é um com o Pai em essência (João 10:30) e também em intenções, propósitos, etc. (João 17:22, 23). Os discípulos não podem ser um em essência, mas serão um em propósitos, intenções como o Pai e o Filho o são.


d) A reação dos judeus ao Jesus declarar-Se um com o Pai é significativa (v. 31). Foi semelhante à reação deles quando pronunciou o “Eu sou” (cf. este § no tópico E, acima).


3. Profecias Messiânicas:


A) Emanuel, Deus conosco: Mat. 1:23.


B) “Deus forte” ou “poderoso”: Isa. 9:6, cf. Isa. 10:21, onde Jeová é também chamado de “Deus forte” (ver T.N.M.). Ver ainda Jer. 32:18.

     Obs.: a) Jeová é o “Deus forte”: Apoc. 18:8, T.N.M.

b) Se o “Deus poderoso” (Isa. 9:6) é outro, não Jeová, isso entraria em contradição com Isa. 43:10b.


C) O que salva o povo: Comparar Isa. 43:11 com Mat. 1:21.

     Obs.: Ele, o Deus conosco, o único “Deus Poderoso” que é Jeová dos exércitos salvará o Seu povo dos seus pecados. Ele, Jesus, é o Jeová salvador.


D) “Pai da Eternidade”: Isa. 9:6.

     Obs.: Sendo “Pai da eternidade”, esta não pode ser maior do que Ele, seu pai.


E) A vitória sobre os inimigos: Sal. 110:1-6 (ver T.N.M.).

     Obs.: a) Se o Senhor está à direita de Jeová, então Jeová estará à esquerda do Senhor. Contudo, o v. 5 diz que “o próprio Jeová, à tua direita . . .” (T.N.M.) o que implica em que o que está à direita (o Senhor) também Se chama Jeová (ver Subt. III, D).


b) O que despedaça os inimigos e executa julgamento entre as nações, segundo o Novo Testamento, é o próprio Cristo: Apoc. 19:11-21; II Cor. 5:10.


V - A Deidade do Espírito Santo


1. Características e qualidades que indicam personalidade:


A) O Espírito é volitivo, tem querer e determinação: Rom. 8:27.


B) É agente (parakletos), ou seja, consolador, advogado, instrutor, guia, amparador, representante: João 14:16, 26; 15:26; 16:7.


     Obs.: Cristo é designado pela mesma palavra parakletos em I João 2:1. Somente duas pessoas poderiam ter idêntica atribuição. Como comparar assim uma pessoa com uma mera “força ativa” ?


C) É tratado por pronome pessoal: João 16:14; Efés. 1:14.


D) Seu nome é citado entre outras pessoas: Atos 11:28; Mat. 28:19; II Cor. 13:13.


E) É um outro Consolador, isto é, além de Cristo que também o era: João 14:16.

 

    Obs.: Em grego há duas palavras que são traduzidas por outro: allós (outro de mesma qualidade) e heterós (outro de natureza diferente, e mesmo contrária [como se dá com o termo “ (heterogêneo” (]). Em João 14:16, o grego traz allós.


F) Tem conhecimento, sabe as coisas divinas: I Cor. 2:11.

     Obs.: Nada inferior ao próprio Deus poderia penetrar-Lhe o íntimo.


G) Ensina: Luc. 12:12; João 14:26.


H) Convence: João 16:8; Gên. 6:3.


I) Perscruta: I Cor. 2:10, 11.


J) Pode impedir: Atos 16:6, 7.


L) Concede, permite: Atos 2:4.


M) Administra, distribui: I Cor. 12:11.


N) Fala: Atos 10:19; 13:2; João 16:13; Mat. 10:18-20.


O) Toma decisões: I Cor. 12:11.


P) Guia: João 16:13; Gál. 5:18.


Q) Anuncia: João 16:14, 15.


R) É entristecido: Efés. 4:30.


S) Intercede: Rom. 8:26.

     Obs.: Jesus “também intercede”, assim como o Espírito. Só uma pessoa seria comparada a outra.


T) Chama, procura: Apoc. 22:17; I Cor. 2:10.


U) É resistido e tentado: Atos 7:51; 5:9.


V) Agrada-se: Atos 15:28.


X) Comissiona: Atos 13:2; 20:28.


Z) Pode ser difamado e blasfemado: Mat. 12:31, 32.



2. Prerrogativas divinas do Espírito Santo:


A) É eterno, como Deus: Heb. 9:14.


B) É onipresente, como Deus: Sal. 139:7-10.


C) É onisciente, como Deus: I Cor. 2:10, 11.


D) É criador, como Deus: Jó 33:4; Sal. 104:30.


E) É Senhor (Jeová-T.N.M.), como Deus: II Cor. 3:17, 18.


F) É Recriador, como Deus: João 3:6; I João 5:4.


G) É também Jeová: comparar Jer. 31:33, 34 com Heb. 10:15, 16.


3. Presente, como entidade distinta, no batismo de Cristo: Mat. 3:16, 17.


A) Não poderia, uma mera influência, descer em forma corpórea.


B) Se o Espírito Santo é apenas a força ativa de Deus, então João 17:39 significaria em última análise, que Deus não tinha força ativa na Terra antes da época cristã.


VI - Textos Irrefutáveis Que Comprovam a Trindade


1. A visão de Isaías:


A) Adonai, Jeová, “Santo, Santo, Santo” (Isa. 6:1-10).

 

    Obs.: a) No v. 8 ocorre a forma plural, “quem há de ir por nós”? Dizer que Isaías estava ali tendo sua associação subentendida não é correto porque noutras ocasiões, quando não só o ser humano estava presente, mas até anjos, a forma permanece no singular: Gên. 18:21, 22.


b) A razão é que em Gênesis apenas um membro da Trindade está presente, enquanto na visão de Isaías aparecem os três, o que se atesta também pela tríplice expressão: “Santo, Santo, Santo” .


B) Jeová estava ali: A visão da glória divina implica logicamente a presença do próprio Jeová, que é especificamente mencionado no v. 1.


C) Jesus estava ali: João 12:36-41 revela que “Isaías disse isto quando viu a glória dEle (a glória de Jesus, conforme o contexto)” .


D) O Espírito Santo estava ali: Quem o afirma é o apóstolo Paulo, falando inspiradamente em Atos 28:25-27.


E) CONCLUSÃO: Uma cuidadosa e atenta comparação de Isa. 6:1-10; João 12:36-41 e Atos 28:25-27 lança luz sobre a doutrina da Trindade e representa prova inescapável em favor dessa doutrina, mesmo quando se utiliza a T.N.M., preparada com a intenção de negá-la.


2. O “Shema” e a “Unidade Composta” :


A) A tripersonalidade divina não implica em triteísmo, mas monoteísmo. Se 1 + 1 + 1 = 3, também 1 x 1 x 1 = 1 (ver este Est., Subt. III, 1ª).

     Obs.: Deut. 6:4, conhecido como Shema: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor”.


B) Comentário erudito de um teólogo abalizado: “No texto citado [Deut. 6:4], a palavra ‘único’, ou melhor, ‘um’, é echod, e NÃO INDICA uma ‘unidade absoluta’ em muitas passagens através do Velho Testamento, e muitas vezes indica a ‘unidade composta’, e isto constitui antes um argumento em favor da Trindade da Divindade (Jeová). Por exemplo, em Gên. 2:24 está: ‘deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne’. No hebraico está bosor ECHOD. 


Por certo que isto não significa que no casamento os esposos se tornam uma pessoa, mas que se tornam um na unidade de sua substância e, aos olhos de Deus, são considerados uma pessoa. Notemos bem que isto é verdadeira unidade, contudo não uma ‘unidade solitária’, mas uma ‘unidade composta’. Citemos outro exemplo. Os doze espias que Moisés enviara a Canaã, voltaram trazendo um enorme cacho de uvas (hebr. eschol ECHOD). Núm. 13:23. 


Ora, desde que haveria centenas de grãos de uva nesta única haste, por certo não se tratava de uma unidade solitária ou absoluta, contudo a palavra echod é aí empregada para descrever o cacho. É conclusivo que as uvas eram consideradas uma no sentido de serem da mesma origem, o que prova tratar-se de uma unidade composta”–A. B. Christianini, Radiografia do Jeovismo, 1ª edição, pág. 189.


C) A afirmação de que os que crêem na Trindade adotam a idéia de que há três pessoas unidas em uma só, com um corpo e três cabeças, etc., é, pois, falsa e demonstra o desconhecimento do verdadeiro ensino a respeito da Divindade, conforme sustentado pelos cristãos em geral.


D) Concluindo, citamos o autor Sabatini Lalli: “As Santas Escrituras constituem a Revelação de Deus. Não nos é possível conhecer TUDO a respeito dessa Reveleção. Negar certos aspectos dessa Revelação divina, apenas porque não conseguimos compreender-lhe completa e totalmente o sentido,-como fazem os ‘Testemunhas de Jeová’ que querem explicar tudo-revelaria, de nossa parte, a mais profunda e crassa ignorância, que temos de nossa própria imitação!” 


VII - Passagens-Chave Deturpadas na “Tradução do Novo Mundo” 


1. João 8:58 (ver Subt, IV § 2, E).


2. João 1:1:


A) Na expressão “e o verbo era Deus” a palavra “Deus” (aparece no original sem o artigo. Isso dá margem às “testemunhas” (pretenderem que deve ser entendido como “um deus” ou “deus”, grafando a palavra minúscula para contrastar o Verbo (deus) com Jeová (Deus).


     Obs.: a) Contudo, em João 1:19 ambas as expressões “Deus” vêm sem o artigo, e a T.N.M. traduz corretamente que “ninguém jamais viu a Deus” , e não “a um deus” ou “a deus”.


b) Se prevalecer a regra do artigo (ou seja, aparecendo o artigo antes–hô théos–refere-se a Jeová; sem o artigo é um deus, Jesus), então em Mat. 1:23 não há saída para os negadores da divindade de Jesus, pois em “Emanuel, Deus conosco” a palavra “Deus” (é antecedida pelo respectivo artigo grego hô. O mesmo se dá em João 20:28, onde Deus aparece com artigo.


c) Os mais competentes gramáticos gregos explicam que a palavra grega théos vem sem o artigo porque no grego, na posição em que ela aparece, este pode ser dispensado. “O Verbo era Deus” indica que “Deus” é um qualificativo de “Verbo” que “era [tinha a qualidade de] Deus”.


d) O livro das “testemunhas”, Revelação-Seu Grandioso Clímax Está Próximo dá uma explicação esfarrapada sobre Apoc. 1:17 (Jesus, o Alfa e o Ômega) [pág. 27-rodapé] e simplesmente não comenta Apoc. 22:13, que se aplica a Jeová, com idêntica linguagem no grego: HO PROTOS KAI HO ESCHATOS = O PRIMEIRO E O ÚLTIMO. Tem o artigo definido nos três casos, sem qualquer distinção.


B) Na defesa de suas teses falsas, as “testemunhas” (chegam a valer-se do condenável recurso da elipse (citação propositadamente incompleta, dando sentido alheio às intenções do autor, conforme denunciado por A. B. Christianini, em Radiografia do Jeovismo, pág. 37 (2ª edição) (comparar com Est nº 4, Subt III): “Num dos muitos apêndices da Tradução Novo Mundo, em inglês, citam uma reconhecida autoridade no Grego, o Dr. Robertson, mas nisto revelam falta de lisura. 


Na página 776 do Novo Testamento em exame, citando palavras do Dr. Robertson, ‘entre antigos escritores O THEOS era empregado para designar a religião absoluta, distinguindo-a dos deuses mitológicos’, deixam propositadamente de citar a sentença seguinte em que o Dr. Robertson diz: ‘No Novo Testamento, contudo, embora tenhamos PROS TON THEON (João 1:1, 2) é muitíssimo mais comum encontrarmos simplesmente THEOS, especialmente nas Epístolas’. 


E isto destrói todo o castelo de cartas construído sobre a omissão do artigo! Mais ainda: indica falta de honestidade mental. Porque o que o erudito Dr. Robertson quis dizer é que os escritores do Novo Testamento não empregam freqüentemente o artigo com Theos e mesmo assim o sentido é perfeitamente claro no contexto, ou seja, que significa o Único Deus Verdadeiro”.


     Obs.: Ao que parece, a comissão de tradutores das Escrituras da “Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados”, que preparou tais comentários, não levou muito em consideração o que recomenda sua própria publicação Qualificados Para Ser Ministros, pág. 183: “Tende muito cuidado de serdes acurados em todas as declarações que fazeis. Usai honestamente a evidência. Em citações, não torçais o significado do escritor ou orador, nem useis somente citações parciais. a fim de dar uma idéia diferente da que a pessoa pretendia”.


3. Filipenses 2:6-9:


A) Cristo não renuncia a ser Deus. Simplesmente toma a forma humilhante de servo por ocasião da Encarnação.

 

    Obs.: Ele acrescentou Sua natureza divina à humana, combinando-as numa só personalidade. Daí ser tanto “Filho do homem” como “Filho de Deus” no Novo Testamento.


B) A passagem deve ser entendida à luz de seu contexto.


     Obs.: a) Recomendações de Paulo aos crentes: sentir o mesmo (v. 2); considerar os outros superiores (v. 3) = humildade voluntária a exemplo da de Cristo.


b) Contudo, os crentes assim se humilhando e considerando os demais por superiores continuam tendo idêntica natureza, iguais ainda quanto ao ser.


c) Na experiência do Verbo, a comparação de Paulo referida acima não faria sentido, porque se Ele fosse inferior a Deus, automaticamente já O estaria considerando superior; não teria que humilhar-Se.


d) Sendo Deus, fez-Se servo (mantendo, porém, a natureza divina).


e) Sendo homem, humilhou-se por tornar-se sujeito (mas prosseguindo na forma de homem durante a submissão e obediência).


f) Sofreu a morte mais humilhante, de cruz-que não deixa de representar uma morte de idênticos efeitos de qualquer outro tipo de morte mais gloriosa.


C) Palavra-Chave: Harpagmos (“usurpação” ).


     Obs.: a) Diz o The Analytical Greek Lexicon, muito citado em obras da “Sociedade”, que o sentido de tal palavra é “uma coisa retida com um ávido desejo, ou avidamente reivindicada e conspicuamente exercida”.


b) Outro livro citado e reconhecido como de valor pela “Sociedade”, o Thayer’s Greek English Lexicon of the New Testament assim explica Filip. 2:6: “(Cristo Jesus) quem embora (quando previamente Logos Asarkós [Verbo Desencarnado]) teve a forma (em que apareceu aos habitantes do Céu) de Deus (O Soberano, oposto a morfê doulou), todavia não julgou que essa igualdade com Deus devia ser zelosamente segurada ou retida”.– Op. Cit., pág. 418, col. b.


c) W. C. Taylor, erudito helenista, explica: “‘Morphê’ significa forma, implicando caráter e natureza essenciais. Está em contraste com schêma que significa figura, semelhança exterior e efêmera. Morphê salienta a natureza divina e real humanidade de Jesus em Filip. 2:6, 7, e schêma salienta a fase passageira de Sua humilhação” .


d) No v. 6 o termo usado é morphê (em forma de Deus), enquanto o v. 7, ao falar em “forma de servo” , o termo que consta é schêma (pois se tratava apenas de uma aparência, uma vez que Ele, enquanto servo, tinha ainda a forma essencial (morphê) de Deus.


4. Tito 2:13; II Pedro 1:1:


A) Pela regra de Sharp, “Quando a conjunção kai [que corresponde ao nosso “e”] liga dois nomes do mesmo caso, se o artigo vem antes do primeiro nome e não é repetido antes do segundo nome, este último sempre se refere à mesma pessoa descrita no primeiro nome” .


B) Em ambos os versos acima, a T.N.M. desrespeitou a regra de Sharp, acrescentando “de” que não existe nos originais.

 

    Obs.: Diante de tais deturpações, uma comparação de I João 5:20; Rom. 9:5; Heb. 1:8 da T.N.M. com as demais traduções mostra a falsidade dessa versão produzida pela “Sociedade” de encomenda para negar a Trindade.


5. Colossenses 1:15-17:


A) A T.N.M. traz palavras apócrifas [outras] repetidas vezes nestes versos (em edições anteriores da T.N.M. nem sequer aparecia entre colchetes, como se pode ver em Certificai-vos, ed. 1970, pág. 266).


     Obs.: Contudo, em João 1:3, contraditoriamente, não acrescentaram “outras” antes de “coisas” , como foi feito em Colossenses (ver também Heb. 1:3).


B) Será que os “helenistas” da “Sociedade” não temem a condenação de Apoc. 22:18 e Prov. 30:5, 6?


6. Hebreus 1:8:


A) A T.N.M., buscando fugir à clara realidade da referência à divindade de Cristo neste verso, faz uma tradução ridícula, transformando o Criador em um “trono para sempre”.


B) Na Nova Terra estará o trono “de Deus e do Cordeiro” (Apoc. 22:1 e 3). Logo, Cristo terá um trono junto a Deus, o que é bem diferente de ter a Deus como o Seu trono.


7. Passagens em que se fala de adoração prestada a Jesus (transformada em mero “prestar homenagem”): Mat. 4:8; João 4:24; Apoc. 7:11 e 11: 15, 16.


A) O verbo grego proskuneo nesses textos tem o sentido de “adorar” , conforme é usado corretamente em edições mais antigas da T.N.M. nesses mesmos textos.


B) Contudo, o mesmo verbo proskuneo, quando aplicado a Cristo, tem seu sentido alterado na Bíblia jeovaísta para “prestar homenagem” : Mat. 2:2, 11; 8:2; 9:18; Mar. 5:6; 15:19; Luc., 24:52; João 9:38.

  

   Obs.: Em Apoc. 5:13 e 14 a mesma honra, louvor e adoração atribuídos a Deus se dirige também ao Cordeiro.


C) Mas, incrível como seja, na T.N.M. proskuneo torna a ter o sentido de adorar com relação a um mero anjo, uma divindade pagã e o próprio Diabo!: Apoc. [Revelação] 22:8; Atos 19:27; Apoc. [Rev.] 13:4; Mat. 4:9; Luc. 4:7.


VIII - Refutando Objeções


1ª - Não existe lógica em crer que três “pessoas” formem uma. Qualquer um sabe que 1 + 1 + 1 = 3. A doutrina da Trindade não tem lógica nenhuma.


Resposta: 


A) Quem disse que a lógica humana é o recurso a ser utilizado para compreender as coisas do Alto? A Bíblia diz que “o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente” . I Cor. 2:14.


B) Segundo as Escrituras, cada uma das pessoas tem os mesmos atributos de onisciência, onipotência e onipresença (ver Subts. anteriores). Logo, em lugar de somar 1 + 1 + 1 = 3, deve-se multiplicar 1 x 1 x 1, e o resultado ainda será 1.


2ª - A idéia trinitária procede de concepções pagãs. Egípcios, hindus e outros povos que viviam e ainda vivem na ignorância é que mantinham tal idéia.


Resposta: 


A) Em nenhum povo pagão, antigo ou moderno, existe uma concepção da Divindade como exposta pelos cristãos: três pessoas co-eternas e co-iguais formando uma só Entidade Divina, com seus componentes agindo independentemente, mas numa unidade de intenções e substância.

 

    Obs.: O que ocorre entre muitos povos pagãos é uma concepção de tríade, geralmente composta de um deus principal, sua esposa e o filho, o que é muito diferente da Trindade como entendida pelos cristãos.


B) A idéia das “testemunhas” , insinuando que um Deus principal e Todo-poderoso criou um Deus secundário (o Deus Poderoso), sendo este último inferior ao primeiro, é que se aproxima das concepções pagãs quanto a seus deuses de diferentes poderes.

  

   Obs.: Em ilustrações de suas publicações, às vezes aparece uma divindade de cabeça múltipla como retratando a crença da Trindade, mas isso jamais refletirá as concepções cristãs do tema.


3ª - Em Apoc. 3:14 há a afirmação de que Cristo foi a primeira criatura de Deus e em Colossenses 1:15 é dito que Ele foi o “primogênito de toda a Criação”, logo, o primeiro a ser criado.


Resposta: 


A) Em Apoc. 3:14, onde Cristo é referido como “o princípio da Criação de Deus” , deve-se analisar a questão textualmente: a palavra “princípio” nem sempre tem o sentido de “começo” , podendo ainda significar “lei que rege alguma coisa” , como qualquer bom dicionário demonstrará. Também pode significar “teoria” , “preceito” e termos análogos.

  

   Obs.: A multiplicidade de sentidos para a palavra pode ser percebida com o uso de expressões tais como “princípios éticos” , “princípios de higiene” , etc.


B) No original grego, a palavra para “princípio” em Apoc. 3:14 (archê) é a raiz da palavra “autor” de Heb. 12:1. Portanto, pode-se entender perfeitamente que Cristo é o princípio, ou o autor da Criação de Deus. É o agente da Criação, como revelado em Col. 1:16; João 1:3, etc.

  

   Obs.: Cristo, como agente da Criação, encerra em Si o princípio que traz à existência a vida, a partir do nada (ver João 1:14, “a vida estava nEle” ).


C) O fato de ser o “primogênito” não representa que foi criado em primeiro lugar. Ele também é o “primogênito entre os mortos” (Col. 1:18) não por ter sido o primeiro a ressurgir, pois antes dEle vários o fizeram (Lázaro, a filha de Jairo, o menino ressuscitado por Elias, etc.). É primogênito no sentido de ter a primazia sobre todas as coisas, conforme o próprio contexto indica: ver Col. 1:18.


     Obs.: a) Manassés e Efraim-o mais novo passou a ser o primogênito, tendo primazia; Jacó e Esaú– idem.


b) As palavras “arcebispo” e “arquiteto’’ têm prefixo derivado do grego archê, e o sentido claro é de terem primazia, o primeiro lugar, não o de serem primeiros em ordem cronológica.


4ª - A Bíblia nos informa que Cristo foi gerado (Sal. 2:7; cf. Atos 13:33). Qualquer dicionário indica que “gerar” tem o mesmo sentido de “criar” .


Resposta: 


A) Não basta recorrer ao dicionário para entender o sentido dos termos bíblicos. No caso de primogênito, como vimos, o sentido bíblico é outro. Certos termos biblicos adquirem outras conotações de sentido, ou têm valor relativo numa representação simbólica.


B) No Salmo 2:7, de linguagem evidentemente poética, temos a palavra “gerar” , mas com que significado? Em que momento o Cristo foi gerado? A que “dia” referia-se Paulo ao falar em “hoje” (Atos 13:33)?

 

    Obs.: a) Alguns comentaristas entendem que essa geração deu-se no momento da encarnação do Messias no ventre de Maria. Outros acham que foi quando da Ressurreição. Pensando nisso, Paulo cita as palavras de Davi, dizendo que Deus cumpriu a nosso respeito as Suas promessas, “ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo” .


b) Em Heb. 5:5, onde se repete a referência do Salmo 2:7, isso se demonstra, pois Cristo foi glorificado por Deus ao ressurgir dos mortos-ver Filip. 2:9-11.


C) Pode-se objetar que o título “Filho de Deus” foi dado a Jesus antes de Sua ressurreição, e Ele mesmo o aplicou para Si (Mat. 16:15, 16; João 3:18). Isso parecia indicar que é ao momento de Sua encarnação, e particularmente à ocasião de Seu nascimento, que Jesus foi designado pela expressão “Filho de Deus” . 


O anjo que anunciou a Maria que ela conceberia e daria à luz o Salvador do mundo, indica que Ele seria chamado “Filho do Altíssimo” (Luc. 1:31, 32). E quando de Seu batismo, a voz ouvida do Céu O declarou também Filho de Deus (Mat. 3:17).


     Obs.: Como, então, conciliar os dois pontos de vista-o de Paulo, que aplica o “hoje” do Salmo segundo à Ressurreição do Mestre, e as inequívocas declarações dos evangelhos que apontam à encarnação ou ao batismo como o tempo em que Cristo foi “gerado” Filho de Deus? Uma passagem de Paulo lança luz sobre isso, e nos permite harmonizar aquilo que parece contraditório: Rom. 1:4 diz que Ele foi “poderosamente demonstrado Filho de Deus, segundo o espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos”.


D) CONCLUSÃO: Jesus era Filho de Deus no ventre materno, e ainda por ocasião de Seu batismo e ministério. Contudo, em razão de Sua ressurreição dentre os mortos, esse título foi proclamado “poderosamente” diante do Universo. O fato de que o lugar de habitação dos mortos não pôde retê-Lo em seus laços provam Sua filiação divina.


5ª - Os textos de João 1:3 e Colos. 1:16 dizem que todas as coisas foram feitas “por intermédio” de Cristo, e não exatamente por Ele.


Resposta: 


A) Se compararmos estas passagens com Isa. 44:24 e Sal. 33:8 e 9 veremos que Deus estava só ao criar todas as coisas, mas que tudo criou mediante Sua Palavra, da qual não poderia estar jamais desvinculado.


     Obs.: Embora Deus haja, sozinho, criado tudo, Cristo é antes de todas as coisas e “estava no princípio com Deus” (ver Col. 1:17; João 1:2, cf. Gên. 1:16 e 3:22). Isso somente faz sentido à luz do entendimento da Trindade, não tendo por base a lógica humana.


B) Vivemos, nos movemos e existimos tanto em Deus como em Cristo: comparar Atos 17:28 com Col. 1:17. 


6ª - Prov. 8:22, referindo-se à sabedoria de Deus, que é o Verbo de João 1:1, mostra que no princípio Deus a produziu.


Resposta:


A) Inúmeras versões bíblicas que não foram feitas com o intuito de contestar a divindade de Cristo falam que no princípio Deus “possuía” a Sabedoria.


B) Se Deus não dispunha de Sabedoria antes de formá-la, seria um Deus imperfeito, incapaz de criar um Universo tão perfeito. A Bíblia, porém, fala que Ele já possuía a Sabedoria (a segunda pessoa, o Verbo) antes de Suas obras mais antigas, pois “no princípio” o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” .

     Obs.: Ressalte-se que a linguagem de Provérbios é poética, metafórica.


C) Se o Verbo (a Palavra) que era o instrumento de Deus para criar todas as coisas (Sal. 33:6, 9; Gên. 1:3, 6, 9, 11, etc.) inexistiu por algum tempo, teria Deus sido mudo antes de contar com Sua Palavra?

  

   Obs.: Sem a Palavra, a Divindade não poderia ter trazido à luz o próprio Verbo, o que inutiliza a falsa idéia de que o Verbo foi criado.


D) A exemplo da Sabedoria e da Palavra, dispunha Deus, desde a eternidade, de Seu Espírito, ou seja, Sua mente, conforme demonstra Paulo em I Cor. 2:10, 11.


     Obs.: Assim como o homem se conhece a si mesmo pelo seu espírito, o Espírito de Deus penetra-Lhe o íntimo do Ser, sendo parte integrante da Divindade. Nada inferior a Deus poderia saber todas as coisas de Deus e perscrutar-Lhe a intimidade.


7ª -  Jesus declarou que “o Pai é maior do que Eu” , e disse que não sabia certas coisas que eram do exclusivo conhecimento do Pai (ver João 14:28; Mat. 24:36) .


Resposta: 


A) Como Verbo encarnado, Aquele que seria “chamado Filho de Deus”, Cristo era subordinado ao Pai no propósito de cumprir cabalmente sobre a Terra a missão a que viera-sofrer a morte em lugar do homem.


B) “Corretamente entendida, a expressão ‘Meu Pai é maior do que Eu’, encerra uma alta significação, pois somente coisas da mesma ordem de magnitude ou homogêneas podem ser comparadas. Nenhum homem ou ser angelical jamais poderia dizer ‘Deus é maior do que Eu; porquanto os criados e os não-criados são de ordem diferente! . . . Somente Cristo, mesmo como servo, podia estabelecer comparação com o Pai”.–A. B. Christianini, Radiografia do Jeovismo, 2ª edição, pág. 167.

 

    Obs.: a) Em Cristo, a Divindade e a natureza humana estavam fundidas, mas não confundidas. Ele podia falar de dois diferentes ângulos: como Deus Todo-poderoso e como ente humano. Daí Seu duplo título de “Filho de Deus” e  “Filho do homem” .


b) Ninguém ousaria dizer “eu e Deus” , ou “eu e o Pai” quando referindo-se a Deus, pois somos humanos mortais. Diz-se normalmente “Deus e eu”, linguagem mais apropriada. Mas Jesus não titubeou em falar “Eu e Meu Pai’, pondo-Se em primeiro lugar. João 10:30.


8ª - A Bíblia assegura que Cristo nada podia fazer de Si mesmo, mas tudo quanto fazia estava em harmonia com a vontade de Seu Pai e que apenas cumpria aquilo que era segundo a Sua vontade (João 5:19, 30) .


Resposta: 


A) O mesmo Jesus que declarou nada fazer de Si mesmo, também disse que tinha todo o poder no Céu e na Terra. Mat. 28:18. Jesus nada fazia de Si mesmo, não porque não podia, mas porque, para os propósitos do plano da salvação, não devia. 


A Sua comida era fazer a vontade dAquele que O enviou (João 4:34). Ele poderia ter escapado à cruel morte no Calvário, mas sendo que isso representaria a renúncia ao plano de salvação, preferiu submeter-Se à vontade soberana da Divindade: cf. Mat. 26:39.


B) O próprio contexto da passagem de João 5:19 indica que tudo quanto o Pai realiza, “o Filho o faz igualmente” , considerando-Se, portanto, tão poderoso quanto o Pai. 


C) A expressão “Filho de Deus” (na concepção judaica equivalia a fazer-se igual a Deus (ver João 5:18). Diz uma autoridade em hebraico: “Os judeus, de acordo com o uso hebraico da palavra, tiveram razão ao compreender que a pretensão de Jesus em ser o ‘Filho de Deus’ era equivalente a afirmar que era igual a Deus, ou simplesmente Deus”.– A Trindade, L. Boettner, pág. 65.


9ª - O “Espírito” não pode ser uma pessoa, pois a Bíblia fala em “derramar o ‘Espírito’”, “encher-se do ‘Espírito’” , etc. Como se poderia derramar uma pessoa ou encher-se dela? 


Resposta: 


A) O fato de o “Espírito” (ser derramado não serve como prova de que não seja uma personalidade, ou “pessoa” . O termo “pessoa” , empregado com referência à Divindade, denota a pobreza do vocabulário humano para referir-se às coisas do Alto, tendo, pois, mero valor comparativo (ver Subt. II, § 2).


B) Podemos indagar também: É Cristo uma pessoa, de personalidade própria? Admitirão as “testemunhas” que sim. Então, novamente perguntamos: como podemos “revestir-nos” de Cristo, segundo Paulo recomenda? Ora, seria possível revestir-nos de uma pessoa? Cristo não Se parece com nenhuma peça de tecido . . . (Gál. 3:27).


C) A própria Tradução Novo Mundo reproduz as palavras de Paulo ao dizer, “já estou sendo derramado” (2 Tim. 4:6). Ora, indiscutivelmente Paulo era uma pessoa. . .


D) Satanás, que é uma “pessoa” , uma personalidade, pode entrar noutra pessoa, como no caso de Judas: João 13:27.


E) CONCLUSÃO: Assim como podemos encher-nos do Espírito, podemos revestir-nos de Cristo, e também o Espírito Santo pode ser “derramado”, como a T.N.M. diz ter sido o apóstolo Paulo.


10ª - Antes de “Espírito” não há artigo no original grego. Isso prova que não se trata de uma pessoa, mas de uma mera força ativa de Deus (cf. I Cor. 5:3-5) .


Resposta: 


A) A mania de exigir sempre a colocação de artigo para indicar tratar-se de uma pessoa, e não uma coisa, é absurda. Em Col. 2:2 Cristo é referido, e não há artigo antes da referência a Ele.


     Obs.: O texto em grego reza: “Eis epignosin tou mysteriou tou theou, Christou”–pleno conhecimento de Deus, Cristo” .


B) A analogia com o “espírito” de Paulo em I Cor. 5:3-5 não tem validade, pois o apóstolo fala figuradamente.

   

  Obs.: O seu “espírito” ou seja, seus pensamentos, sentimentos ou interesse pelo caso, que deviam ser levados em conta, uma vez que ele já tomara uma decisão-“já julguei como se estivesse presente” ([v. 3], seria lembrança dele, e não uma “força ativa” (do apóstolo, presente à reunião.


C) Em Atos 15:28, por outro lado, ao Espírito “pareceu bem” , na tomada da decisão durante o Concílio de Jerusalém. O v. 8 diz que Deus lhes dera o Espírito Santo, e com o Espírito presente à reunião é que chegaram a um consenso.


     Obs.: No caso do “espírito” presente de Paulo (durante sua ausência física), os crentes apenas uniram a decisão deles à já tomada pelo apóstolo como se ele próprio estivesse na reunião que julgaria o caso, sendo que de antemão já conheciam sua opinião.


ADENDO 3:


O Espírito Santo – Uma Pessoa, Uma Influência ou Uma Força?


Respondendo às objeções de “testemunhas de Jeová” e outros quanto à Divindade e personalidade do Espírito Santo


Primeiramente, temos que definir, o que vem a ser uma “pessoa”?  Os atributos da personalidade são a posse de uma mente, inteligência, a habilidade de exercer pensamento independente e ação, além de ter emoções, habilidade de manter conversa com pessoas e de dirigir e comandar outros, além de ter capacidade de influenciar e mudar vidas, e mesmo possuir um corpo distinto, visto por seres humanos.


Pois bem, todos esses atributos de uma pessoa são possuídos pelo Espírito Santo . Isso prova além de qualquer dúvida que o Espírito Santo é uma Pessoa real, tal como Jeová Deus, e mesmo Satanás, são pessoas reais.


Eis a evidência:


A. O Espírito Santo  Tem Todos os Atributos de uma Pessoa Real


1. MENTE – Uma pessoa real tem uma mente. O Espírito Santo também tem uma mente: 


“E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos” – Romanos 8:27


A palavra grega traduzida por “mente” é phroneo. Quando empregada como um substantivo, significa: “o que alguém tem em mente, o pensamento, ter uma opinião, pensar”. Quando empregada como verbo, a palavra significa “pensar, ter certa preocupação”, e implica interesse ou reflexão moral e não mera opinião irrazoável”. –  Vines, p. 409. 


Vários textos traduzem esta palavra como “ter mesma opinião”, “de uma mesma mente”, “de mesma posição”, e “de pensamento diverso”. Em cada caso, o conceito de uma mente e um processo de pensamento é bastante evidente.


CONCLUSÃO: Uma pessoa real tem uma mente. O Espírito Santo  tem uma mente. Uma “influência” ou “força ativa”, semelhante à eletricidade, não tem uma mente. (Ninguém diria, “a eletricidade tomou sua decisão!”).


2. PENSAMENTO E AÇÕES INTELIGENTES - Uma pessoa real tem inteligência, é capaz de tomar decisões e levar avante ações independentes. O Espírito Santo  também tem inteligência, é capaz de tomar decisões e levar avante ações independentes:


“. . . a outro, no mesmo Espírito, fé; dons de curar; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpreta-las, mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas cousas, distribundo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente”. – 1 Coríntios 12:9-11 


A palavra grega traduzida aqui como “apraz” é boulayma que significa “decide, determina, deseja, propõe”. Todos estes termos denotam inteligência e habilidade de tomar decisão independente. 


Mais do que isto, o Espírito Santo  opera e age independentemente ao dar dons espirituais à Igreja. Este mesmo termo grego boulayma é empregado em Tiago 1:18 para descrever a vontade do Senhor: “Pois, segundo o seu querer (boulayma), ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”. 


Assim como Deus tem a habilidade de tomar uma decisão independente, o Espírito Santo  tem a mesma habilidade para decisões independentes.


CONCLUSÃO: Uma pessoa real tem inteligência, é capaz de tomar decisões inteligentes e levar avante ações independentes. Uma influência, ou “força ativa”, como a eletricidade, não conta com inteligência, não pode tomar decisões independentes. (Ninguém diria: “A eletricidade decidiu vender a casa”!).


3. PESQUISA E ESTUDA - Uma pessoa real tem a habilidade de pesquisar e estudar. O Espírito Santo  também tem a habilidade de pesquisar e estudar:


“Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as cousas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus” – 1 Coríntios 2:10 


A palavra grega traduzida como “perscruta” é ereunao e significa “pesquisar, investigar, explorar, estudar”. É a mesma palavra usada por Jesus em João 5:39, ao dizer aos judeus: “Examinais (ereunao) as Escrituras porque julgais ter nelas a vida eterna”. Tal como os judeus utilizavam suas mentes para estudar e pesquisar as Escrituras, assim o Espírito Santo  emprega Sua  mente para pesquisar e estudar as coisas de Deus.


CONCLUSÃO: Uma pessoa real tem a habilidade de pesquisar e estudar. O Espírito Santo  também tem a habilidade de pesquisar e estudar. Uma influência ou “força ativa”, tal como a eletricidade, não tem a habilidade de pesquisar e estudar. (Ninguém diria: “A eletricidade estudou o dicionário ao procurar pela palavra certa”).


4. EXPERIÊNCIA E EMOÇÕES - Uma pessoa  real tem experiências e emoções. O Espírito Santo  tem experiências e emoções:


“E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção”. – Efésios 4:30


A palavra grega traduzida por “entristecer” é lupay tendo o sentido de “dor, pesar, angústia, sofrimento”. A dor é uma emoção que alguém sente. Essa mesma palavra é usada para descrever o sofrimento dos cristãos coríntios após receberam a severa carta corretiva de Paulo: “Se alguém causou tristeza não o fez apenas a mim, mas, para que eu não seja demasiadamente áspero . . .”– 2 Coríntios 2:5. Tal como os cristãos em Corinto experimentaram dor por seus pecados, assim o Espírito Santo experimenta dor quando pecamos.


“Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo pelo que se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles” - Isaías 63:10


A palavra hebraica traduzida como “contristar” é asab, com o sentido de “desagradou, contrariou”.


CONCLUSÃO: Dor, desprazer e contrariedade são emoções que uma pessoa real sente. O Espírito Santo  experimenta emoções tais como dor, contrariedade, tristeza. Uma influência ou “força ativa”, tal como a eletricidade, não tem a habilidade de sentir emoções. (Ninguém diria: “A eletricidade ficou contrariada e ficou amuada no canto!”)


5. CONVERSAÇÕES - Uma pessoa real tem a habilidade de manter uma conversação com outra pessoa. O Espírito Santo  também tem a habilidade de manter conversações com pessoas reais:


“Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de Mim; e vós também testemunhareis, porque estais comigo desde o princípio”. - João 15:26, 27


Assim como os discípulos de Jesus testificaram sobre Jesus Cristo a outras pessoas, o Espírito Santo testificará sobre Jesus Cristo a outras pessoas. Uma influência ou “força ativa”, tal como a eletricidade, não pode testemunhar sobre nada. (Ninguém diria: “A eletricidade testificou sob juramento na corte”).


“Então disse o Senhor: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos” – Gênesis 6:3


A palavra hebraica traduzida aqui por “agir” é din  significando “contender, pleitear, arguir”.


“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossas fraquezas; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis”. – Romanos 8:26


“Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós”. – Romanos 8:34


Assim como Jesus Cristo, (uma pessoa real) intercede por nós, o Espírito Santo  também intercede por nós. A mesmo palavra grega  entugaxano é vertida como “intercede” e é empregada em ambos os textos com o sentido de “ter conversações com, falar com, pleitear a causa de, interceder em favor de”. 


“Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em Meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. – João 14:26


Assim como uma pessoa real pode atuar como professor e comunicar conhecimento a seus estudantes, o Espírito Santo  também ensina e lembra os cristãos do que Jesus lhes disse.


CONCLUSÃO: Uma pessoa  real pode testificar, argumentar, ensinar, interceder e levar adiante uma conversação. Uma influência ou “força ativa”, como a eletricidade, não pode testificar, interceder e levar avante uma conversação. (Ninguém diria: “A eletricidade disse ao juiz exatamento o que aconteceu aos estudantes na aula que estava ministrando”).


6. REQUER OBEDIÊNCIA - Uma pessoa real pode emitir ordens e requerer obediência. O Espírito Santo  pode também ordenar e requer obediência:


“Então disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro, e acompanha-o”. – Atos 8:29


“E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. . .  Enviados, pois, pelo Espírito Santo , desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre” – Atos 13:2, 4


“E percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo  de pregar a palavra na Ásia. . .” – Atos 16:6


CONCLUSÃO: Uma pessoa real pode emitir ordens e requerer obediência. O Espírito Santo  também pode emitir ordens e requerer obediência. Uma influência ou “força ativa”, tal como a eletricidade, não pode emitir ordens e requerer obediência. (Ninguém diria: “A eletricidade me mandou ir para outro Estado!”) 


7. INFLUENCIA E TRANSFORMA VIDAS – Uma pessoa real exerce influência sobre o comportamento de outras e é capaz de mudar a vida de outros. O Espírito Santo  também exerce influência sobre o comportamento de outros e é capaz de mudar-lhes a vida:


“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”. – Gálatas 5:22-23


CONCLUSÃO: Uma pessoa real exerce influência sobre o comportamento de outros e é capaz de mudar suas vidas. O Espírito Santo também exerce influência sobre o comportamento de outros e é capaz de mudar suas vidas. Uma mera influência ou “força ativa”, tal como a eletricidade não pode influenciar o comportamento de outros e é incapaz de mudar suas vidas. (Ninguém diria: “A eletricidade me tornou mais amorável, alegre, paciente, bondoso e bom!”).


8. PRONOMES PESSOAIS – Uma pessoa real é tratada por pronome pessoal, “ele”, “ela”, “seu”, “lhe”, etc. Jesus referiu-Se ao Espírito Santo usando pronomes pessoais:


“E eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque Ele habita convosco e estará em vós”. – João 14:16, 17


CONCLUSÃO:  Tal como o Pai é uma pessoa real e é referida neste verso como “Ele”, também o Espírito Santo é uma pessoa real e referida pelo pronome “ele”. A uma mera influência ou “força ativa”, tal como a eletricidade nunca se atribui pronomes pessoais. 


9. TRATADA COMO UMA PESSOA – Uma pessoa real é comumente tratada com respeito como uma pessoa e não como um objeto inanimado. A Bíblia coerentemente trata o Espírito Santo como uma pessoa real:


“Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem ser-lhe-á isso perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir”. – Mateus 12:32


CONCLUSÃO: Aqui o Espírito Santo  é tratado com o mesmo respeito, ou até maior, do que o Filho do Homem (Jesus, uma pessoa real). Portanto, o Espírito Santo deve também ser uma pessoa real. Uma mera influência ou “força ativa”, tal como a eletricidade, não é tratada como uma pessoa. (Ninguém diria: “Não blasfeme contra a eletricidade!”) 


10. TEM UM CORPO VISTO POR SERES HUMANOS – Uma pessoa real tem um corpo que pode ser visto por seres humanos. O Espírito Santo  também tem um corpo que pode ser visto por seres humanos:


“No sexto ano, no sexto mês, aos cinco dias do mês, estando eu sentado em minha casa, e os anciãos de Judá assentados diante de mim, sucedeu que ali a mão do Senhor Deus caiu sobre mim. Olhei, e eis uma figura como de fogo; desde os seus lombos, e daí para baixo, era fogo e dos seus lombos para cima como o resplendor de metal brilhante. 


Estendeu ele dali uma semelhança de mão e me tomou pelos cachos da cabeça; e o Espírito me levantou entre a terra e o céu, e me levou a Jerusalém em visões de Deus, até à entrada da porta do pátio de dentro, que olha para o norte, onde estava colocada a imagem dos ciúmes, que provoca o ciúme de Deus”. – Ezequiel 8:1-3


“Porei dentro em vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis”. – Ezequiel 36:27


“Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos, vivificará também os vossos corpos mortais, por meio do seu Espírito que em vós habita”. – Romanos 8:11


“Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” – 1 Coríntios 3:16


CONCLUSÃO: Uma pessoa real tem um corpo que pode ser visto por seres humanos. O Espírito Santo também tem um corpo espiritual que foi visto por seres humanos. Adicionalmente, o Espírito Santo vive em nosso corpo, assim nosso corpo torna-se o Seu corpo. Contudo, uma influência ou “força ativa”, tal como a eletricidade, não tem corpo. (Ninguém diria: “A eletricidade gritou quando tocamos em suas mãos!”)


SUMÁRIO


Considerem como os atributos seguintes de “personalidade” são compartilhados por cada um dos seguintes:

 

A Bíblia nos fala que os seres humanos, Satanás, os anjos, o Pai, o Filho e o  Espírito Santo  têm todos:


Uma mente (e, assim, um cérebro)


Inteligência (podem pensar racionalmente e agir independentemente)


A habilidade de pesquisar e estudar


Emoções


A habilidade de conduzir conversações (testemunhar, argüir, ensinar, interceder)


A habilidade de requerer nossa obediência


A habilidade de influenciar e modificar vidas


São referidos por pronome pessoal “ele, o”


São tratados pelos autores bíblicos como pessoas reais


Seus corpos foram vistos por seres humanos


RESPOSTA A OBJEÇÕES QUE AS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ” E OUTROS QUE NEGAM A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO LEVANTAM


1. Se o Espírito Santo  fosse realmente uma pessoa teria um nome como o Pai e o Filho.


RESPOSTA: Os seres espirituais nem sempre recebem um nome nas Escrituras. Por exemplo, os espíritos imundos (que se admite serem seres pessoais espirituais) raramente têm nome. A mesma palavra grega (pneuma) é empregada para eles como para o Espírito Santo. Com mais freqüência do que não os seres espirituais são identificados por sua característica particular (mau, imundo, maligno, etc). em vez de receberem um nome próprio:


“E perguntou-lhe [Jesus]: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos”. – Marcos 5:9 (“Legião” significa “um milhar”).


“Jesus o permitiu. Então saindo os espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada, que era cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram “. – Marcos 5:13 (Aqui os espíritos são simplesmente chamados “imundos”).


Do mesmo modo, os nomes “Jesus,” “Cristo,” “Filho de Deus,” são tidos por nomes próprios, mas na verdade representam Suas características, com os sentidos de: Salvador, Messias, Deus Encarnado:


“Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles”. – Mateus 1:21 (“Jesus” significa “Salvador”)


“Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier nos anunciará todas as cousas”. – João 4:25 (“Cristo” significa “Messias”).


“Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo  e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso também o ente santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus”. – Lucas 1:35 (“Filho de Deus” significa “Deus Encarnado”).


O mesmo é verdade quanto a Jeová Deus. Seus nomes são de fato características. Por exemplo, “Yahweh” significa “O Auto-Existente;” “Elohim” quer dizer “O Poderoso;” “El Olam” tem o sentido de “Deus Eterno”. Portanto, vemos a mesma coisa quanto ao Espírito Santo – Seus nomes são descrições de Seu caráter e atributos:


“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e está em vós”. – João 14:16, 17


Aqui Jesus especificamente chama o Espírito Santo pelo nome de “Espírito da Verdade”.


“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. – Mateus 28:19 (Aqui “Espírito Santo” é um dos nomes do Espírito, indicando ser Ele “santo”). 


CONCLUSÃO: O argumento de que o Espírito Santo não pode ser uma pessoa real porque não possui um nome é falho em três pontos: primeiro, os espíritos maus (que evidentemente são seres espirituais pessoais) raramente recebem um nome. 


Em segundo lugar, os nomes do Pai, Filho e Espírito Santo são todos descritivos de suas características especiais. Em terceiro lugar, Jesus declarou que o “Espírito da Verdade” é o nome do Espírito Santo, portanto Ele de fato tem um nome específico. A gente pode referir-se a uma pessoa dizendo, “aquele sujeito ali”, sem lhe atribuir um nome, mas isso não indica que não se trata de uma pessoa real!


2. As “testemunhas de Jeová” e outros contestadores da doutrina trinitariana alegam que muitos eminentes eruditos em grego dão apoio a sua interpretação de que o Espírito Santo não é uma pessoa real.


A literatura da Torre de Vigia, por exemplo, cita os seguintes eruditos em grego para apoiar suas interpretações particulares e negar que o Espírito Santo seja uma pessoa real: F. F. Bruce, A. T. Robertson, John N. Darby, R. C. Trench, J. H. Thayer, Marvin R. Vincent, W. E. Vine, e R. Young.


RESPOSTA:  Cada um desses especialistas crê e ensina que o Espírito Santo seja uma pessoa real. A Torre de Vigia age de modo inteiramente enganoso ao alegar que esses especialistas em língua grega apóiam suas crenças!


3. Ninguém pode ser batizado com uma pessoa! Portanto, se somos batizados com o Espírito Santo, o Espírito não pode ser uma pessoa real (Mateus 3:11; Marcos 1:8)


As “testemunhas de Jeová”desenvolvem esta falsa idéia apelando aos seguintes textos :


“Eu vos batizo com água para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. – Mateus 3:11.


“Eu vos tenho batizado com água; ele, porém vos batizará com o Espírito Santo “. – Marcos 1:8 


As “testemunhas de Jeová” alegam que “água” e “Espírito” são paralelos diretos, portanto o “Espírito” deve ser uma entidade impessoal tal como o é a “água”.  Uma vez que o Espírito Santo está intimamente associado com coisas impessoais na Escritura (tal como “fogo” e “água”) então, alegam, o próprio Espírito deve ser impessoal (a força ativa de Deus).


RESPOSTA: É uma lógica falha dizer que porque “água” não é uma pessoa, então o Espírito Santo não é uma pessoa. Não só isso vai contra o montante enorme de evidência bíblica que demonstra a personalidade do Espírito Santo, mas não existe qualquer justificativa para traçar tal paralelo. O mesmo argumento pode ser apresentado para provar que Jesus não é uma pessoa:


“Ou, porventura, ignorais que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte?” – Romanos 6:3 


Nesses “batismos paralelos” devemos presumir que uma vez que a “morte” não é uma pessoa, Jesus também não seria uma pessoa? Logicamente que não. O argumento das “testemunhas de Jeová” é ilógico e antibíblico.


4. Não podemos ser cheios com uma pessoa. Uma vez que podemos ser cheios com o Espírito Santo (Atos 2:4), o Espírito Santo não pode ser uma pessoa.


Primeiro deve-se perguntar a alguém que assim argumente se uma mulher grávida pode ser “cheia” com uma criança que vai lhe nascer. Obviamente a resposta será que sim. Portanto, mesmo um ser humano pode ser “cheio” com outra pessoa. Agora, convidem este indivíduo a ler Atos 2:4.


“Todos ficaram cheios do Espírito Santo, e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem”. – Atos 2:4


As “testemunhas de Jeová” alegarão que o Espírito Santo não pode ser uma pessoa porque encheu os 120 discípulos ao mesmo tempo. Indicam Juízes 14:6 como exemplo de alguém (Sansão) sendo cheio do Espírito Santo.  


Perguntam então:  “Acaso uma pessoa divina entrou em Sansão e manipulou o seu corpo para fazer o que ele fez?” “Não”, responderão, “foi realmente a força ativa de Deus que tornou Sansão forte”. Também assinalam que em Efésios 5:18 a instrução é que as pessoas se encham com o Espírito, não com vinho. Uma vez que vinho não é uma pessoa, o Espírito não pode ser uma pessoa.


RESPOSTA: Efésios 3:19 fala dos cristãos serem cheios com o próprio Deus: “. . . para que sejais tomados [cheios—Tradução Novo Mundo] de toda a plenitude de Deus”. Deus pode encher todas as coisas, e as TTJ concordarão que Ele seja uma Pessoa. Do mesmo modo, o Espírito Santo pode encher muitas pessoas ao mesmo tempo e ainda ser uma Pessoa. 


Efésios 4:10 nos diz que Cristo preenche todas as coisas: “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as cousas”. Cristo pode encher todas as coisas, e as TTJ concordarão que Ele é uma Pessoa. Do mesmo modo, o Espírito Santo pode encher muitas pessoas a um só tempo e ainda ser uma Pessoa. As TTJ precisam compreender que os Seres Divinos têm capacidades muito além das dos seres humanos! (Ver também a Pergunta 9).


5. Três Testemunhas (1 João 5:6-8)


“Este é Aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas com a água e com o sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. Pois há três que dão testemunho: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito”. – 1 João 5:6-8. 


As TTJ argumentam que uma vez que “água” e “sangue” não são pessoas, então o Espírito Santo também não é uma pessoa. Todos os três (água, sangue, Espírito) são vistos como personificações e não pessoas.


RESPOSTA: O mesmo argumento pode ser levantado contra a personalidade de Jesus Cristo! Neste texto Jesus Cristo é ligado à “água” e “sangue”. Portanto, uma vez que água e sangue não são pessoas, então Jesus Cristo deve também ser impessoal! Ver pergunta no. 3 para os erros dessa lógica. 


Simplesmente porque uma pessoa é associada com itens impessoais não remove a personalidade de um indivíduo! Por exemplo, Jesus é chamado de “pão” (João 6:35); uma “porta”(João 10:7); uma “luz” (João 8:12); uma “rocha” (1 Coríntios 10:4; 1 Pedro 2:4-8) a “verdade” (João 14:6); a “vinha” (João 15:1); o “caminho” (João 14:6), e a Palavra (João 1:1). 


Mas ninguém alegaria que Jesus não é uma Pessoa simplesmente porque está associado com esses termos. Os argumentos das TTJ e outros que negam a personalidade do Espírito Santo são simplesmente ilógicos e antibíblicos. Por exemplo, consideremos a seguinte ilustração:


Se eu enviar uma carta registrada para alguém, o carteiro precisa entregá-la pessoalmente ao destinatário. Quando o carteiro caminha até a porta desse destinatário, todos concordam que a carta não é a pessoa que escreveu–é um objeto impessoal. Mas só porque o carteiro está carregando essa carta impessoal–e ele está associado com esse objeto impessoal–isso de modo algum significa que o próprio carteiro não seja uma pessoa!


6. A Personificação do Espírito Santo como o “Outro” Consolador; e o tratamento que recebe por pronome pessoal “Ele” (João capítulos 14 até 16).


As “testemunhas de Jeová” alegam que simplesmente porque o Espírito Santo é chamado de “Consolador” e “ensina”, “guia”, “dá testemunho”, “fala” e “ouve” (João 14:16, 17, 26; 15:26; 16:13), isso não significa que seja uma pessoa. Em vez disso, o Espírito Santo está apenas sendo personificado, e é por isso que Jesus empregou o pronome pessoal “Ele” para referir-se ao Espírito.


As TTJ também fazem notar que a palavra “Consolador” (João capítulos 14 a 16) é de gênero masculino no grego, portanto requer o uso de pronomes masculinos (João 16:7, 8). Também destacam que a palavra grega usada para o Espírito Santo é neutra em outros textos e ali o pronome neutro (que em inglês seria “it”) é que vem a ser usado. Assim, concluem: “Quando a Bíblia utiliza pronomes masculinos pessoais em conexão com “Consolador” em João 16: 7 e 8, está se conformando com as regras de gramática, não expressando doutrina (da personalidade)”.


RESPOSTA: As TTJ são muito claras de que Satanás é uma pessoa real. O argumento que empregam para provar a personalidade de Satanás também prova a personalidade do Espírito Santo: “Toda qualidade, toda ação que podem indicar personalidade, é atribuída a ele (Satanás) em linguagem que não pode ser explicada doutro modo.  – “Awake! [Despertai!], 8 de dezembro de 1973, p. 27. 


Destarte, tal como Satanás, o Espírito Santo tem todas as qualidades de personalidade como assinalado no início deste estudo.


Simplesmente porque o grego de modo infreqüente emprega um pronome neutro com referência ao Espírito Santo não é razão para crer que o Espírito Santo não seja uma Pessoa mais do que quando o grego utiliza um pronome neutro com referência a Jeová Deus ou Jesus Cristo. 


Em cada caso, mesmo quando pronomes neutros são usados, Jeová e Cristo são obviamente pessoas. A Bíblia às vezes utiliza termos neutros referindo-se a bebês (Lucas 1:41, 44; 2:16; 18:15), a crianças (Marcos 5:39-41; a meninas (Mateus 9:24, 25; Marcos 5:41, 42); a espíritos imundos (Mateus 12:24, 27, 28; Marcos 7:26, 29, 30); e a anjos (Hebreus 1:14). 


Em cada caso não há dúvida de que o termo neutro refira-se a uma pessoa real. Portanto, o fato de que a Bíblia ocasionalmente dirige-se ao Espírito Santo por um termo neutro de modo algum sugere que o Espírito Santo não seja uma pessoa. O emprego pelas TTJ desses falsos argumentos gramaticais ocorre para enganar as pessoas que desconhecem esses fatos.


Adicionalmente, a Bíblia especificamente registra o Espírito Santo empregando pronomes pessoais quando falando de Si mesmo: “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: ‘Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que [Eu] os tenho chamado’“ (Atos 13:2). Logo, o Espírito Santo pensa de Si mesmo como uma pessoa real. Iremos contradizer ao Espírito Santo e dizer que Ele está mentindo?


7. Uma vez que o Espírito Santo é chamado de “Espírito de Deus” pode somente ser a força ativa de Deus (Gênesis 1:2).


As “testemunhas de Jeová”advogam que o Espírito Santo não é uma pessoa real por ser chamado o “Espírito de Deus”. Assim, o Espírito Santo deve ser a força ativa de Deus e somente emana de Deus.


RESPOSTA: Jesus Cristo é chamado de “Filho de Deus” (Marcos 1:1), mas isso não significa que Ele é a “força ativa” de Deus. Assim como a expressão “Filho de Deus” reconhece a divindade de Cristo, a expressão “Espírito de Deus” reconhece a divindade do Espírito Santo. Ademais, o Espírito Santo é também chamado de “o Espírito de Cristo” (Romanos 8:9; 1 Pedro 1:11). Como poderia o Espírito Santo emanar do Pai como Sua “força ativa”, mas depois emanar de Cristo como Sua “força ativa”?


8. O termo “nome” em Mateus 28:19 prova que o Espírito Santo não é uma Pessoa.


As “testemunhas de Jeová” alegam que “nome” nem sempre indica um ser pessoal. Por exemplo, quando dizemos “em nome da lei”, não estamos nos referindo a uma pessoa, mas à autoridade da lei. Daí, Mateus 28:19 não pode ser usado para apoiar a personalidade do Espírito Santo .


RESPOSTA: Contrariamente ao que as “testemunhas” reivindicam, quando as Escrituras utilizam a palavra “nome” sempre trata de pessoas reais. A palavra grega para “nome” (onoma) é empregada 228 vezes no Novo Testamento. Somente quatro destas ocasiões está tratando de uma cidade ou local. Todas as demais tratam de pessoas reais. 


Na Bíblia, quando a palavra “nome” representa o poder e autoridade de alguém (ou seja, “em nome do Senhor), sempre está se referindo a pessoas reais atuando no poder e autoridade de Jesus Cristo (uma pessoa real, não uma “força ativa)! Considerem os seguintes textos:


Col 3:17: “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai”. 


Efé. 5:19-20: “Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”. 


Em ambos esses textos pessoas reais estão atuando no poder e autoridade de uma pessoa real, Jesus Cristo. Assim, a evidência bíblica contradiz as alegações das “testemunhas de Jeová” e outros negadores da personalidade do Espírito Santo que empreguem idênticos argumentos!


9. As TTJ alegam que o Espírito Santo não pode ser uma pessoa real porque é capaz de viver dentro de nós (João 14:17).


RESPOSTA: Essa alegação é contrária tanto ao que a Bíblia diz, quanto ao que vemos demonstrado no mundo físico ao nosso redor:


A. As “testemunhas” argumentam que Jesus é uma pessoa real. Contudo, a Bíblia claramente diz somente três versos depois que Jesus vive dentro em nós (Seus seguidores humanos) e também dentro de Seu Pai celestial, e que nós (Seus seguidores humanos) vivemos dentro Dele:


João 14:20: “Naquele dia vós conhecereis que Eu estou em meu Pai e vós em mim e eu em vós”.


Deste modo, as “testemunhas de Jeová” alegam que o Espírito Santo não pode ser uma pessoa real porque uma pessoa real não pode viver dentro de alguém, o que contradiz a Bíblia.


B. Em nosso mundo físico observamos uma senhora grávida trazendo dentro de si uma criança ainda não nascida. Essa criança é um ser humano–uma pessoa real–vivendo dentro de outra pessoa real.


Conclui-se que a alegação das “testemunhas de Jeová” de que o Espírito Santo não pode ser  uma pessoa real porque uma pessoa real não pode viver dentro de outra contradiz o que observamos no mundo físico ao nosso redor.


Condensado e adaptado de Dovenet, Responsável Sydney Cleveland.


Conclusão: Em resposta à pergunta que encabeça este estudo diríamos que o Espírito Santo é uma influência, uma força ativa, mas também um “pessoa” divina pois preenche as características de um Ser que possui personalidade própria, como demonstrado na exposição acima.