435 Cristão e político, é possível?

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Estamos num ano de eleições municipais. Inevitavelmente, algumas perguntas surgem, tais como: será que é bom termos cristãos na política? É possível ser cristão e político ao mesmo tempo? 


Em uma pesquisa que realizamos, percebemos que a grande maioria dos cristãos entrevistados acha que é bom termos cristãos na política, pois eles podem representar a igreja e defender interesses da comunidade cristã. 


Quando questionamos sobre ser cristão e político ao mesmo tempo, tivemos uma resposta unânime: é possível sim, e apesar de não ser uma tarefa fácil, não é impossível. 


Em nossos dias, alguns políticos são motivos de piadas e chacotas. A classe parece estar em total descrédito. Isto acontece porque é sabido por todos que o poder, em qualquer estância, pode corromper. 


Os acordos que são propostos, podem exigir do político quebrar princípios ou perder sua influência. E este é um dos grandes problemas em ser político. O político cristão não pode se deixar levar pela corrupção, quebrando os princípios bíblicos. Ele deve ser primeiro fiel a Deus, custe o que custar, para então servir a sua nação ou sociedade, cumprindo assim corretamente o seu papel.


Pessoas afirmam que a Bíblia tem bons exemplos de políticos como Daniel, Moisés, José do Egito; que foram sem dúvida, grandes líderes. Mas devemos lembrar que eles foram estadistas, não fizeram política para serem eleitos, não se rebelaram contra o governo, não buscaram a posição política como objetivo principal de vida. 


Eles foram nomeados, escolhidos, não fizeram campanha para isto. Deus de uma forma providencial, colocou-os em posição de liderança política.


Alguns membros de igrejas não aceitam candidatos, às vezes da própria igreja, devido a maus exemplos de candidatos que se dizem "cristãos". É necessário então saber estabelecer a diferença, porque nós precisamos de políticos para defenderem interesses que são comuns entre os cristãos. 


Ocorre hoje que alguns por terem se frustrado com alguma pessoa em que tenham depositado sua confiança, acabam rejeitando até pessoas bem intencionadas na política, sem nem tirar um tempo para analisar o candidato em questão. 


Julga-se um candidato de forma incorreta, até sem conhecê-lo, apenas pelo estereótipo do político nos dias atuais. É um erro, uma injustiça, julgar uma pessoa pela maioria. Temos liberdade para analisar e conhecer os candidatos, e então escolher o melhor ou o menos pior.


A Igreja Adventista do Sétimo dia em particular, adota os seguintes procedimentos sobre um membro que é candidato:


1 - A igreja aceita a opção de um candidato servir em cargos políticos, porém recomenda que, se ele tiver cargos de liderança na igreja, durante sua campanha eleitoral o candidato solicite um afastamento de seus cargos, para que sua influência não seja confundida. 


Após ser eleito ou não, a igreja pode convidá-lo novamente para funções dentro da Igreja.


2 - A campanha eleitoral de um candidato deve ser feita fora da Igreja. Pode ser por carta, e-mail, visitas, ou uma reunião separada da Igreja.


3 - A melhor campanha eleitoral de um candidato cristão é o seu testemunho. Se for um bom cristão, ele vai conquistar confiança, mesmo na propaganda boca a boca. 


Como a igreja deve proceder com respeito a eleição:


1 - A igreja Adventista do Sétimo Dia não deve se posicionar a favor ou contra qualquer  candidato. Devemos respeitar o livre arbítrio, não criando favoritismo nem oposição. Cada um deve exercer sua escolha democraticamente.  


2 - O templo não deve ser usado para debates políticos ou para apresentação de candidatos. A Igreja é um lugar de culto e adoração. 


3 - A Igreja deve apoiar os candidatos de forma espiritual, orando por eles. Que Deus faça a Sua vontade.


4- A Igreja NÃO deve promover, anunciar ou discriminar nenhum candidato ou partido político. 


É um lugar para se buscar a Deus, e não discutir questões políticas. O manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia, na página 146, apresenta o seguinte parágrafo sobre eleições de cargos dentro da Igreja: "Desaprova-se o empenho de um indivíduo ou de um pequeno grupo de pessoas para impor seu critério a todos os membros da Igreja. 


Tudo que seja de natureza política deve ser evitado." 


Está errado a Igreja obrigar a todos os seus membros a votar em um único candidato, estará desrespeitando o princípio da democracia, do livre arbítrio, da livre consciência. 


Está errado o candidato após perder uma eleição, dizer que a Igreja não o apoiou, pois a Igreja é livre e não tem compromisso oficial com nenhum candidato ou partido. 


Os membros são livres para votar em quem desejarem. Está errado também, fazer chantagem política, pedindo favores materiais ou financeiros para a Igreja, em troca de votos. 


5 - A Igreja sempre apoiou e apoiará o Governo, respeitando as autoridades, seguindo suas leis, orando pelas autoridades, conforme a Bíblia ordena em Romanos 13:1 a 7, desde que estejam dentro dos parâmetros divinos descritos na Bíblia Sagrada. 


Se você deseja votar em um representante de sua Igreja, ou outro candidato, escolha alguém que seja temente a Deus, temperante, de boa reputação e praticante de Sua palavra, esta é a melhor sugestão.


Irineo Koch, Pastor e Jornalista