371 Métodos alternativos de diagnóstico e cura

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Quais cuidados, nós, cristãos, devemos tomar, com os métodos alternativos de diagnóstico e cura? 


Qual o problema de usarmos métodos diagnósticos ou terapêuticos alternativos “naturais”, sobretudo ao considerar-se que não carregam consigo os efeitos nocivos das drogas convencionais? O problema é que uma parte da ciência está comprometida com o misticismo panteísta, com o espiritismo e o sobrenatural.


Procuro registrar, em termos bastante resumidos, a preocupação em distinguir entre o verdadeiro e o falso natural. A ampla maioria dos métodos alternativos de diagnóstico e cura baseia-se no falso “natural”, que aqui desejo analisar um pouco mais.


É de se esperar que, nos últimos dias, os mais poderosos enganos de Satanás estejam embasados no espiritualismo. Pareceria difícil crer que os verdadeiros cristãos pudessem, de alguma forma, deixar-se envolver por tão descarado elemento do engano. 


Afinal, um de nossos pilares doutrinários é a rejeição da imortalidade da alma, aceita por quase todos os demais habitantes do Planeta. Creiam-me, entretanto, jaz aqui um dos maiores perigos para o povo remanescente!


O cerne deste grande engano é a doutrina do vitalismo e suas múltiplas facetas.


“Vitalismo é a teoria filosófica que admite a existência de uma energia universal que, além de ser a origem de todo o Universo, também permeia tudo o que existe. A doença seria uma consequência do desequilíbrio dessa energia vital”. 


Para citar outro ator, “aquilo que chamamos de força ou energia vital é, na realidade, a resultante de uma somatória de energias físicas (elétricas, eletromagnéticas, atômicas, químicas) com outras formas mais sutis de energias psíquicas, espirituais e cósmicas. Essa força vital responde pelo dinamismo funcional e fisiológico do ser vivo, por suas sensações e percepções”. 


Os que não possuem algum conhecimento das teorias orientais, sobretudo chinesas e hinduístas, subjacentes aos multifacetados conceitos do vitalismo, e das veredas para onde ele conduz, por certo considerarão complexos e maçantes esses conceitos. 


Contudo, é fundamental que tenhamos deles no mínimo uma visão básica. Em essência, crê-se que o ser humano possui não apenas um corpo físico, como também um (ou vários) corpos energéticos, que por sua vez interagem com outros corpos energéticos com a “energia cósmica” provida de um deus impessoal e refletida por esta através dos planetas.


Tipicamente, estas medicinas alternativas vitalistas veem a doença como um desequilíbrio do (s) corpo (s) energético (s). Dentro da linha filosófica hinduísta-tibetana, são quatro os corpos energéticos, que se sobrepõem ao corpo físico, mas são independentes deste e superiores a ele:


1) corpo elétrico;

2) corpo emocional ou astral;

3) corpo mental;

4) corpo espiritual ou causal.


Desses, segundo as teorias, o corpo elétrico é o que mais se aproxima do corpo físico, e é formado de novo a cada reencarnação, dissolvendo-se três a cinco dias depois da morte. 


Segundo a mesma teoria, “quando a ‘fonte de energia’ do organismo é saciada pela absorção yang e yin, energias do bem e do mal, respectivamente, segundo o modelo taoísta, a energia excessiva é irradiada para fora, pelo corpo elétrico, através dos chakras e dos poros. 


Esses raios cobrem o corpo fisco como um manto de proteção e irradiam, simultaneamente, um fluxo constante de energia vital no meio ambiente.” 


Resulta dessa compreensão do ser humano o conceito de que a doença é sempre consequência de um desequilíbrio do corpo energético, ou da energia vital. Tal conceito é onipresente, por exemplo, nos escritos de Hahnemman, fundador da homeopatia , mas se encontra igualmente permeando a maioria das demais “medicinas alternativas”. 


Observemos uma vez mais, como os autores veem a questão da doença: “Essa proteção NATURAL significa que, basicamente, uma pessoa não pode adoecer por causas de origem externa. Os motivos da doença estão sempre no seu interior. As doenças mostram-se, principalmente, na aura elétrica, antes de se manifestarem no corpo físico.”  


Destaquei o termo natural, pois é ele o “gancho” que tenta ligar, de modo deturpado e enganador, toda esta parafernália mística, espiritualista, ao verdadeiro conceito de natural (neste último caso, aquilo que está de acordo com a natureza criada por Deus e com as leis que a regem).


Só como curiosidade, acrescento que, segundo essas teorias, os corpos astral, mental e espiritual continuam existindo após a morte, e se unem, a cada nova encarnação, ao novo corpo físico. 


É o corpo espiritual que nos une ao ser puro, divino, à fonte onipresente... O corpo espiritual é aquela parte divina no nosso inteiro que é imortal.  Claramente, o ser humano é considerado um deus, parte imortal da divindade, exatamente de acordo com a “promessa” da “serpente” no Éden! 


Franz Anton Mesmer (1734-1815) organizou essas teorias espiritualistas orientais e desenvolveu-as num formato “ocidentalizado”, através de sua tese de doutorado em medicina (vejam só!), apresentada em Viena em 1766, com o título “A influência dos planetas sobre o corpo Humano”. 


Denominou esta influência de “magnetismo animal”, nome este que, por sugestão de Hahnermann, foi alterado para “Mesmerismo”, em consideração ao autor.  Através de “passes”, tanto positivos quanto negativos, Mesmer pretendia reequilibrar a energia vital. 


Hahnemann, entusiasta e praticante do mesmerismo , procurou retirar um pouco dos aspectos ostensivamente místicos das práticas de ‘reequilíbrio da energia vital”, criando uma forma mais dissimulada – e por isso mesmo, talvez bem mais perigosa – de influenciar, com supostos “medicamentos energéticos”, os desequilíbrios da “energia vital”. 


Na verdade, a medicação homeopática de Hahnemann resultou diretamente da “sofisticação” de algumas das vinte e sete proposições de Mesmer. Por exemplo, a proposição de número 17, que afirma ser possível acumular, concentrar e transportar a “virtude magnética”.  


Isso se tornou “realidade” com as dinamizações, sucussões, tinturas e glóbulos de Hahnemann, supostamente concentradoras e acumuladoras de “energia”, que sob esta forma também se torna “transportável”. 


Sob uma forma ou várias, praticamente todos os ramos da medicina alternativa partem dos mesmos conceitos energéticos que aqui foram expostos. A acupuntura e a reflexologia (cujo mais conhecido exemplo, entre nós, é a técnica do-in) estão diretamente vinculadas ao conceito dos “Meridianos” energéticos dos chineses.


Gemorterapia, cromoterapia e musicoterapia estão arraigadas nas teorias dos chakras e auras . A iridologia, método diagnóstico adivinhatório, possui decididas raízes místicas, conforme demonstram tabletes que a arqueologia tem trazido à luz do dia, apresentando mapas iridológicos praticamente iguais aos manuseados, desenvolvidos pelos antigos magos caudeus. 


Além disso, é direto o seu vínculo com o chakra “terceiro olho”, do sistema hinduísta.  Bach, o criador dos florais que levam o seu nome, assegurou que “a ação desses remédios é a de elevar nossas vibrações e abrir nossos canais para a recepção do nosso eu espiritual. Os remédios florais elevam o nível de energia vital dentro de nós, ajudando-nos a criar o estado de verdadeira saúde.” 


Que diz Deus acerta de tudo isso? Alguns textos bíblicos e de livros de aconselhamento cristão ajudarão a definir a questão. “Ó Deus, Tu abandonaste o Teu povo. Pois o país está cheio de... adivinhos que vêm do Oriente”  É curioso observar que, já naqueles dias, o misticismo era referido como provindo do Oriente. 


“Não agourareis, nem adivinhareis.... Não vos voltareis... para os adivinhos.”  “Há muitos que se horrorizam ante o pensamento de consultar médiuns espíritas, mas são atraídos por formas mais agradáveis de espiritismo. 


Outros são levados ao extravio pelos ensinamentos da ciência cristã, e pelo misticismo da teosofia e outras religiões orientais.  Os apóstolos de quase todas as formas de espiritismo sustentam possuir poder para curar. 


Eles atribuem esse poder à eletricidade, ao magnetismo, aos assim chamados ‘remédios de simpatia’, ou a forças latentes contidas na mente do homem.”  “Seus agentes [de Satanás] ainda pretendem curar a doença. Atribuem seu poder à eletricidade, ao magnetismo, ou aos chamados ‘remédios de simpatia.’ 


Efetivamente, eles não são senão veículos das correntes elétricas de Satanás. Por esse meio lança ele seu encantamento sobre o corpo e a alma dos homens.”  O mesmerismo é “de origem diabólica, dos insondáveis abismos” .


Aqui está a origem do “equilíbrio energético”, da “energia vital” e, enfim, de toda a teoria do vitalismo e seus desdobramentos. Obtida a visão de conjunto, da Bíblia e de livros de aconselhamento cristão, não há como abrir espaço para o exercício de alguma dessas práticas médicas. 


Precisamos sempre analisar a origem das coisas, o que está por trás delas. Para isso, nada melhor do que buscar as fontes originais de informação, o que pensavam e o que eram os autores dessas teorias. Lembremos ainda que Deus pode haver deixado alguns pontos sem completa elucidação, para que apliquemos o são juízo, a partir daqueles outros pontos inteiramente elucidados. Ele jamais entra em contradição!


Perto está o dia em que práticas hoje consideradas “alternativas” passarão a dominar o cenário científico, e os que não as aceitarem serão considerados cientificamente “hereges”. Provavelmente é por isso que a medicina convencional já vem aceitando e reconhecendo práticas que não têm embasamento fisiológico, mas “produzem resultados”. 


Resultados? Seriam estes como um guia seguro para se avaliar qualquer prática médica? Não, pois nos é assegurado que a eficácia de Satanás é muito grande.  Logo deixará de ser verdadeira – aliás, creio que já está deixando de ser - a expressão de oudinot: “somente alguns trânsfugas da medicina oficial, naturalistas, homeopatas e outros, consentem em reconhecer a realidade das curas pelo magnetismo.”  


Bem salientou o Dr. Silas Gomes: “Com pesar e preocupação, vemos que a própria ciência está cada vez mais comprometida com o misticismo panteísta, com o espiritualismo, com o sobrenatural”. 


Valho-me, aliás, deste último parágrafo para recomendar, insistente e urgentemente, a leitura da obra do Dr. Silas Gomes, aqui citada: Medicina Alternativa, a Armadilha Dourada. Recentemente lançada pela Casa Publicadora Brasileira, é a primeira do gênero em português. Imprescindível na estante e na mente de todo cristão que pretenda chegar incólume ao dia final.


Dr. Hélio Grellmann

Gastroenterotogista