34 Falsos profetas também fazem milagres

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Falsos Profetas


“Como um dos sinais da destruição de Jerusalém, Cristo havia dito: "E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos." Mat. 24:11. Ergueram-se falsos profetas, enganando o povo, e levando grande número ao deserto. Mágicos e exorcistas, pretendendo miraculoso poder, arrastaram o povo após si, às solidões das montanhas. Mas esta profecia foi dada também para os últimos dias. Este sinal é o indício do segundo advento. O Desejado de Todas as Nações, pág. 631.


Encontraremos falsas pretensões; erguer-se-ão falsos profetas; haverá falsos sonhos e visões falsas; pregai, porém, a Palavra, não vos desvieis da voz de Deus em Sua Palavra. Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 49.


Têm-me sido mostrados muitos que pretenderão ser especialmente ensinados por Deus, e tentarão levar outros, e por erradas idéias de dever empreenderão uma obra que Deus nunca pôs sobre eles. O resultado será confusão. Busque cada um a Deus com mais fervor por si mesmo, para que possa compreender individualmente Sua vontade. Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 72.” 


III. Dons Espirituais 


Introdução


O dom de profecia foi manifestado na igreja durante a dispensação judaica. Se desapareceu por uns poucos séculos perto do fim dessa dispensação, por causa da condição corrupta da igreja, reapareceu ao seu final para introduzir o Messias. Zacarias, o pai de João Batista, "foi cheio do Espírito Santo e profetizou". Luc. 1:67. Simeão, homem justo e devoto que foi, "esperando a consolação de Israel" (Luc. 2:25), veio pelo Espírito ao templo, e profetizou de Jesus como "luz para alumiar as nações, e para glória de Teu povo Israel" (Luc. 2:32); e Ana, uma profetisa, "falava dEle a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém" Luc. 2:38. E não houve maior profeta do que João Batista, que foi escolhido por Deus para introduzir a Israel "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". João 1:29.

A era cristã começou com o derramamento do Espírito, e grande variedade de dons espirituais se manifestou entre os crentes. Tão abundantes eram que Paulo dizia à igreja de Corinto: "A manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil" (I Cor. 12:7) - a cada um na igreja, não no mundo, como muitos têm aplicado.


Desde a grande apostasia, esses dons raramente têm-se manifestado; e esta é provavelmente a razão por que professos cristãos geralmente crêem que eles foram limitados ao período da igreja primitiva. Mas não é em virtude de erros e incredulidade da igreja que os dons cessaram? E quando o povo de Deus alcançar a primitiva fé e prática, como certamente sucederá pela proclamação dos mandamentos de Deus e a fé de Jesus, não é certo que a "chuva serôdia" de novo desenvolverá os dons? Com base na analogia, podemos esperar que assim seja.

 

 Não obstante as apostasias da era judaica, esta se iniciou e encerrou com especial manifestação do Espírito de Deus. E não é razoável supor que a era cristã - cuja luz comparada com a da anterior dispensação é como a luz do Sol em comparação com os tênues raios da Lua - comece em glória e termine em obscuridade. E uma vez que a operação especial do Espírito foi necessária a fim de preparar um povo para o primeiro advento de Cristo, muito maior sê-lo-á para o segundo, especialmente considerando que os últimos dias serão perigosos como nunca antes, e os falsos profetas deverão ter poder para realizar grandes sinais e maravilhas, de tal maneira que, se possível, enganariam até os escolhidos. Voltando às Escrituras da verdade:


"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: em Meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão." Mar. 16:15-18.


A tradução de Campbell diz: "Estas miraculosas faculdades acompanharão os crentes." Os dons não foram circunscritos aos apóstolos, mas se estenderam aos crentes. Quem os receberá? Aqueles que crerem. Até quando? Não há limitação; a promessa segue paralela com a grande comissão de pregar o evangelho e alcançar o último crente.


Mas objeta-se que este auxílio foi prometido somente aos apóstolos e aos que cressem por intermédio de sua pregação; que eles cumpriram a comissão, estabeleceram o evangelho e que os dons cessaram com aquela geração. Vejamos se a grande comissão terminou com aquela geração.


 "Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado; e eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos." Mat. 28:19 e 20.


Que a pregação do evangelho sob esta comissão não terminou com a igreja primitiva é evidente da promessa: "Eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos." Mat. 28:20. Ele não diz: Estou com vós outros, apóstolos, em toda a parte, até mesmo nos confins da Terra; mas estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos, ou do mundo. Não se refere isto à era judaica, pois esta já tinha findado na cruz. Concluo, então, que a pregação e a fé do primitivo evangelho seriam sempre assistidas com o mesmo auxílio espiritual. A comissão dada aos apóstolos pertencia à era cristã, e compreendia toda ela. Conseqüentemente os dons foram perdidos apenas em virtude da apostasia, e serão revividos com o reavivamento da primitiva fé e prática.


Em I Coríntios 12:28 somos informados de que Deus colocou, fixou, ou estabeleceu, certos dons espirituais na igreja. Na falta de qualquer prova escriturística de que Ele os tenha removido, ou abolido, temos de concluir que foram destinados a permanecer. Onde então a prova de que foram abolidos? No mesmo capítulo? No mesmo capítulo onde o sábado judaico é abolido e o sábado cristão instituído - um capítulo nos Atos do Mistério da Iniqüidade e do Homem do Pecado. Mas os objetores sustentam haver prova bíblica de que os dons deviam cessar, citando o seguinte texto: 


"O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino. Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor." I Cor. 13:8-13.

Este texto prevê a cessação dos dons espirituais, bem como da fé e esperança. Mas quando deveriam cessar? Ainda olhamos para o futuro, quando:


"Há de a esperança transmudar-se em alegre gozo,

A fé em realidade e a oração em louvor."


Eles devem cessar quando vier o que é perfeito, quando não mais tivermos de ver como num espelho, mas face a face. O dia perfeito, quando os justos forem aperfeiçoados e virmos como somos vistos, está ainda no futuro. É certo que o homem do pecado, quando chegado à virilidade, pôs de lado "coisas de crianças", como profecia, línguas, conhecimento, bem assim a fé, a esperança, e a caridade dos primitivos cristãos. Mas nada há no texto para mostrar que Deus tinha em vista retirar os dons que Ele havia dado à igreja até a consumação de sua fé e esperança, até que a transcendente glória do estado imortal eclipsasse as mais brilhantes manifestações de poder espiritual e conhecimento já manifestados no estado mortal.


A objeção fundada em II Timóteo 3:16, que alguns têm gravemente apresentado, não merece mais que uma ligeira consideração. Se Paulo, ao dizer que as Escrituras devem tornar perfeito o homem, e perfeitamente instruído para toda boa obra, quer significar que nada mais será escrito por inspiração, por que estava ele nesse momento acrescentando algo às Escrituras? Ao menos por que ele não depôs a pena tão logo foi essa sentença escrita? E por que João, trinta anos mais tarde, escreveu o livro do Apocalipse? Este livro contém outro texto que costuma ser citado para provar a abolição dos dons espirituais.


"Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro." Apoc. 22:18 e 19.


Com base neste texto se afirma que Deus, que em diferentes vezes e maneiras, falou no passado aos pais pelos profetas, e, nos primórdios do evangelho por Jesus e Seus apóstolos, promete aqui solenemente jamais comunicar qualquer coisa mais ao homem desta maneira. Portanto, qualquer profecia que viesse a surgir depois desta data teria que ser falsa. Isto, diz-se, encerra o cânon da inspiração. Se assim é, por que João escreveu o seu evangelho depois do seu retorno de Patmos a Éfeso? Não estava ele assim acrescentando palavras às profecias do livro escrito em Patmos? É evidente, por esse texto, que a advertência para não acrescentar nem omitir, não se aplica num volume compilado como o temos, mas especificamente ao livro do Apocalipse, conforme saiu das mãos do apóstolo. Todavia homem algum tem o direito de acrescentar qualquer coisa a qualquer outro livro escrito pela inspiração de Deus, nem subtrair dele qualquer coisa. Escrevendo o livro do Apocalipse, estava João acrescentando alguma coisa às profecias do livro de Daniel? Absolutamente, não. Um profeta não tem o direito de alterar a Palavra de Deus. Mas as visões de João confirmam as de Daniel e provêem muita luz adicional aos assuntos aí introduzidos. Eu concluo, então, que o Senhor não Se obrigou ao silêncio, mas está ainda em liberdade para falar. Seja sempre esta a linguagem do meu coração: Fala, Senhor, por intermédio de quem desejares, pois o Teu servo ouve.


Assim a tentativa de provar pelas Escrituras a abolição dos dons espirituais, resulta inteiramente falha. E uma vez que as portas do inferno não têm prevalecido contra a igreja, porém Deus tem um povo na Terra, podemos considerar o desenvolvimento dos dons em relação com a mensagem do terceiro anjo, uma mensagem que fará retornar a igreja a sua condição apostólica e a tornará, indubitavelmente, a luz - não as trevas - do mundo.


E mais: Somos advertidos de que haveria nos últimos dias falsos profetas, e a Bíblia nos dão uma prova pela qual reconhecer os seus ensinos a fim de podermos distinguir entre o falso e o verdadeiro. O grande teste é a lei de Deus, que se aplica tanto às profecias como ao caráter moral dos profetas. Se não devesse haver profecias verdadeiras nos últimos dias, quão mais fácil teria sido declarar o fato, e assim cortar de vez toda oportunidade de engano, em vez de dar um teste pelo qual prová-los, como se devesse haver tanto o genuíno como o falso.


Há uma profecia a respeito dos espíritos familiares do presente, e a lei é dada como um teste: "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva." Isa. 8:20. Por que a expressão "se eles não falarem", se não tivesse que haver profecia ou manifestação espiritual verdadeira ao mesmo tempo? Jesus disse: "Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas... Por seus frutos os conhecereis." Mat. 7:15 e 16. Esta é uma parte do Sermão do Monte, e todos podem ver que este discurso tem uma aplicação geral à igreja através da era evangélica. Falsos profetas devem ser conhecidos por seus frutos; em outras palavras, por seu caráter moral. A única norma pela qual se determina se seus frutos são bons ou maus, é a lei de Deus. Assim somos levados à lei e ao testemunho. Os verdadeiros profetas não somente falarão segundo esta regra, mas viverão de acordo com ela. Não ouso condenar a quem fale e viva assim.

 

Sempre tem havido uma característica nos falsos profetas: eles têm visões de paz; e estarão dizendo "paz e segurança", quando sobre eles virá "repentina destruição". I Tess. 5:3. O verdadeiro ousadamente reprovará o pecado e advertirá da ira vindoura.


Profecias que contradizem as claras e positivas declarações da Palavra devem ser rejeitadas. Assim nosso Salvador ensinou os Seus discípulos quando os advertiu sobre a maneira de Sua segunda vinda. Quando Jesus ascendeu ao Céu à vista dos Seus discípulos, foi declarado da maneira mais explícita pelos anjos que Aquele mesmo Jesus viria da maneira como para o Céu O tinham visto ir. Por isso mesmo Jesus, ao predizer a obra dos falsos profetas nos últimos dias, diz: "Se vos disserem: Eis que Ele está no deserto! não saiais; ou: Eis que Ele está no interior da casa, não acrediteis." Mat. 24:26. Toda profecia verdadeira sobre este ponto terá de reconhecer Sua vinda visível do Céu.