Daniel 8:14 - EXATIDÃO DAS DATAS PROFÉTICAS (Parte 2)

2 DOUTRINAS IASD

15. EXATIDÃO DAS DATAS PROFÉTICAS 


Que dizer da alegação que coloca em dúvida "as datas precisas dos cumprimentos proféticos"? Há falta de certeza quanto a data de 457 AC?


Drs. Lynn Wood e Siegfried Horn estabeleceram com absoluta certeza a data da 457 AC como o ano em que Artaxerxes publicou seu decreto. Com a data de 457 AC definitivamente conhecida, as outras datas na profecia, tais como 27, 31, 34 e 1844 AD tornam-se igualmente certas (ver o Comentário Bíblico Adventista, Vol. 3, pp, 100-109; Horn e Wood, A Cronologia de Esdras 7 (em inglês). 


16. ELLEN WHITE APÓIA O PRINCÍPIO DIA-ANO 


Apóia Ellen White o uso do princípio dia-ano e a exatidão de outras interpretações envolvendo as setenta semanas? 


Sim. Ela declara: 


"A nota predominante da pregação de Cristo, era: 'O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.' Mar. 1:15. 


Assim a mensagem evangélica, segundo era anunciada pelo próprio Salvador, baseava-se nas profecias. O 'tempo' que declarava estar cumprido, era o período de que o anjo Gabriel falara a Daniel. 


'Setenta semanas', dissera o anjo, 'estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos santos.' Dan. 9:24. 


Um dia, profeticamente, representa um ano. Núm. 14:34. Ezeq. 4:6. As setenta semanas, ou quatrocentos e noventa dias, representam quatrocentos e noventa anos. É dado um ponto de partida para esse período: 'Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas, e sessenta e duas semanas' (Dan. 9:25), sessenta e nove semanas, ou quatrocentos e oitenta e três anos. 


A ordem para restaurar e edificar Jerusalém, confirmada pelo decreto de Artaxerxes Longímano (Esd. 6:14; 7:1), entrou em vigor no outono de 457 a.C. Daí, quatrocentos e oitenta e três anos estendem-se ao outono de 27 d.C. 


Segundo predição dos profetas, esse período devia chegar ao Messias, o Ungido. No ano 27, Jesus recebeu, em Seu batismo, a unção do Espírito Santo, e pouco depois começou Seu ministério. Foi então proclamada a mensagem: 'O tempo está cumprido'." – O Desejado de Todas as Nações, p. 233. 


17. EXATIDÃO DA DATA DE 22 DE OUTUBRO 


Que evidência temos de que 22 de outubro é a data correta para o Dia da Expiação judaico em 1844? 


Esta evidência é fornecida por L. E. Froom que, em Prophet Faith of Our Fathers (A Fé Profética de Nossos Pais), Vol. 4, pp. 790, 792, dá seis testemunhos mostrando como a data de 22 de outubro é indisputavelmente correta como equivalente de 10 de Tishri, o dia no qual caiu o Dia da Expiação judaico em 1844. 


18. ELLEN WHITE APÓIA A DATA DE 22 DE OUTUBRO 


Ellen White afirma a exatidão da data de 22 de outubro de 1844? 


Sim. Ela declara: 


"O décimo dia do sétimo mês, o grande dia da expiação, tempo da purificação do santuário, que no ano 1844 caía no dia vinte e dois de outubro, foi considerado como o tempo da vinda do Senhor. Isto estava de acordo com as provas já apresentadas, de que os 2.300 dias terminariam no outono, e a conclusão parecia irresistível. ... 


"O cômputo dos períodos proféticos nos quais se baseava aquela mensagem, localizando o final dos 2.300 dias no outono de 1844, paira acima de qualquer contestação." – O Grande Conflito, pp. 400, 457. 


DIAGRAMA A – DESENVOLVIMENTO DA POSIÇÃO DE 22/10/1844


DIAGRAMA D – CONCORDÂNCIA DO 7º MÊS JUDAICO COM NOSSO MÊS DE OUTUBRO


DIAGRAMA F – CONCORDÂNCIA ENTRE O 10 TISHRI (10º DIA DO 7º MÊS) COM O 22 DE OUTUBRO DE 1844


EXPLICAÇÃO DOS DIAGRAMAS


CÁLCULO MILERITA DAS DATAS BÁSICAS DOS 2.300 ANOS


Diagrama A: Revisões progressivas das três datas da profecia dos 2.300 anos, ocorridas entre os anos 1822 e 1844, e realizada por Miller e seus companheiros. 


A linha grossa inferior representa a posição ou exposição final do Movimento do 7º Mês. Suas descobertas foram o resultado de anos de pesquisas pacientes e intensas. 


Diagrama C. Mostra a data errada calculada por Miller para o ano sagrado judaico 1843 AC de equinócio (21 de março de 1843) a equinócio (21 de março de 1844), com relação aos anos gregorianos. 


Em seguida mostra a revisão final, realizada depois de muitos estudos, que levou a 19 de abril de 1844 como o primeiro dia do primeiro mês (Nisã) do ano "1844". Basearam-se no cálculo mosaico restaurado, que conheciam graças ao calendário caraíta. 


Diagrama D. Concordância do primeiro e sétimo mês judaico (Nisã e Tishri) com nossos meses de abril e outubro; e método de calcular o tempo entre a Páscoa (14 de Nisã) e o Dia da Expiação (10 de Tishri). 


EQUIVALENTE CIVIL DO DIA DA EXPIAÇÃO EM 1844


Diagrama E. Comparação e contraste entre o dia rabínico da expiação (23 de setembro) e o verdadeiro Dia da Expiação, estabelecido pelo cálculo mosaico uma lua depois (22 de outubro). Esse cálculo é confirmado pela regra da colheita da cevada na lua nova, no mês de Nisã e era regulado pela mesma. 


Diagrama F. Mostra como o décimo dia chega a ser 22 de outubro, ao fixar-se o dia 13 de outubro como o 1º de Tishri. Estas relações devem ser levadas em conta para compreender a forma como os mileritas fizeram os cálculos. 


Relação entre o dia civil (de meia-noite a meia-noite) e o dia judaico (de pôr-do-sol a pôr-do-sol) que mostra que o 10 de Tishri começa com o pôr-do-sol de 21 de outubro e termina com o pôr-do-sol de 22 de outubro. Assim abrange parte dos dois dias civis: 21 e 22 de outubro. 


19. FORD E ANTÍOCO EPIFÂNIO 


Como a interpretação de Ford dos 2.300 dias e da ponta pequena de Daniel 8 diferem da posição da Igreja Adventista do Sétimo Dia? 


Em seu comentário sobre Daniel, publicado em 1978, Ford essencialmente endossou a interpretação histórica adventista da ponta pequena de Daniel 8, aplicando-a primariamente a Roma, antes que a Antíoco Epifânio. Ele escreveu: 


"A razão óbvia para tal repúdio da interpretação com base em Epifânio é a admissão pela maioria de que o clímax da visão simplesmente não se ajusta, com o mínimo de precisão, ao que aconteceu durante a época de Antíoco. ... 


Esta falta de adequação de um cumprimento no tempo dos macabeus para o verso 14 alia-se a outras. ... Suas aplicações primárias são para Roma – pagã e papal – e à apostasia final, como o próprio Cristo indica. ... Estes versos (Dan. 8:23-25) explicam a ponta pequena. 


O que e dito ajusta-se a Roma pagã e papal com considerável exatidão (e Antíoco Epifânio numa extensão muito menor)". – Ford, Daniel, pp. 173,174,191 (veja também p. 200). 


Em seu documento de 1980 preparado para o Comitê de Glacier View, Ford afastou-se da posição adventista quando escreveu: "Apenas Antíoco Epifânio preenche as principais especificações da ponta pequena de Daniel 8" e "o período aproximado de opressão por Antíoco foi de 2.300 dias", de 171 a 165 AC. (Ford, pp. 469, 383). 


20. O PRINCÍPIO DOS CUMPRIMENTOS MÚLTIPLOS DE FORD 


A Igreja Adventista ensina que a ponta pequena de Daniel 8 representa Roma, não Antíoco Epifânio. Como Ford agora caracteriza essa interpretação? 


Segundo Ford, "dizer que a ponta pequena do capítulo 8 é Roma confunde completamente o simbolismo". Contudo ele explica que a profecia de fato aplica-se a Roma "num sentido mais amplo". 


Ele defende que as profecias podem ter cumprimentos múltiplos, um conceito que ele denomina "princípio apotelesmático". Ele considera esse princípio como a "chave" para o que ele chama de "nossos problemas com relação ao santuário" (Ford, pp. 389-391, 485). 


Usando esta chave, Ford afirma que "cada era de reavivamento das verdades simbolizadas no santuário pode reivindicar ser um cumprimento de Daniel 8:14". Ele aplica Daniel 8:14 a (a) Antíoco Epifânio  (b) a cruz (c) o movimento adventista (d) o juízo final e (e) "todo reavivamento da verdadeira piedade", mas não o aplica à purificação do  santuário celestial em 1844 (Ford, pp. 486, 344, 356, 624, 648). 


Básico ao "princípio apotelesmático" de Ford é o conceito de que a profecia sempre tinha relevância direta para o povo a quem primeiramente foi dada (Ford, p. 392). 


Contudo, Daniel foi instruído em que certas partes, pelo menos, de seu livro, não possuíam relevância para os seus dias. Não até que chegasse o "tempo do fim" devia o livro de Daniel ser desselado (Dan. 12:4). Neste tempo (após 1798) muitos correriam de um lado para outro no livro de Daniel, e o conhecimento das profecias de Daniel se multiplicaria. 


21. IMPOSSÍVEIS OS CUMPRIMENTOS MÚLTIPLOS PARA OS 2.300 DIAS 


Quantos cumprimentos pode-se esperar da profecia dos 2.300 dias? 


Algumas profecias bíblicas têm mais de um cumprimento. Por exemplo, Joel 2:28-32; Mal. 4:5, 6 e Mat. 24:14, todas tiveram um cumprimento no primeiro século (veja Atos 2:16; Mat. 17:12, 13; Col. 1:23), e obviamente todas requerem também um cumprimento nos últimos dias. 


Mas não há qualquer base sólida para sustentar que as profecias de tempo na Bíblia têm cumprimentos múltiplos. Os 2.300 dias-anos terminam apenas em 1844, quando então devia ser purificado o santuário. Este período de tempo não se ajusta em qualquer outro lugar. 


22. O SANTUÁRIO DE DANIEL 8:14 


Como Ford e a Igreja ASD diferem em sua interpretação do "santuário" de Daniel 8:14? 


Ford adverte seus leitores contra a suposição de que "o santuário de Daniel 8:14 significa o santuário no céu" porque, diz ele, "o contexto é sobre o santuário na terra" (Ford, pp. 289, 290). Entretanto, de acordo com o seu "princípio apotelesmático", Ford também sustenta que o santuário terrestre é o símbolo do reino de Deus em todas as eras, tanto no Céu como na Terra. 


A Igreja Adventista do Sétimo Dia, por outro lado, defende que o santuário de Daniel 8:14 é o santuário no Céu. 


Quando o véu do templo rasgou-se por ocasião da morte de Cristo, o santuário terrestre deixou de ser um lugar honrado e reconhecido por Deus. Portanto o santuário a ser purificado em 1844 somente poderia ser o do Céu (veja Heb. 8:1, 2; 9:11, 12, 23, 24). 


23. O PONTO DE VISTA DE FORD SOBRE A PURIFICAÇÃO 


Quando Ford crê que ocorreu a purificação do santuário celestial? 


Em sua discussão da epístola aos Hebreus, Ford declara: 


"Aquilo que o sumo-sacerdote fazia uma vez por ano ao entrar no santíssimo, Cristo fez por Sua morte e ascensão". "A purificação do santuário celestial era também sua dedicação, e apontava, por conseguinte, para um evento primariamente no início da era cristã, e não no fim". 


"A purificação do santuário e a entrada de Cristo no mesmo já ocorreu na época em que foi escrita a epístola aos Hebreus". - Ford, pp. 228, 229, 180. 


No que respeita aos livros de Levítico e Daniel, Ford declara que ele "não questiona a purificação escatológica do santuário, e o fato de que o Dia da Expiação e Daniel 8:14 apontam para isso". (Ford, p. 595). 


Quando Ford fala da "purificação escatológica do santuário", ele se refere, em parte, a um evento na terra. Declara ele: "A purificação do santuário em seu término (o término dos 2.300 dias) foi cumprida pelo restauração do evangelho eterno no Movimento do Advento de 1844" (Spectrum, Vol. II, nº. 2, p. 32). 


A aplicação de Daniel 8:14 para um evento em 1844 é chamado por Ford de "uma reinterpretação providencial e um cumprimento apotelesmático, em vez de uma intenção primária da passagem apocalíptica" (Ford, p. 367). Ford ainda declara que "o fato de que... 1844 repousa sobre várias pressuposições impossíveis de serem demonstradas, não invalida o fato de Deus ter suscitado um povo especial" neste tempo (Ford, p. 648). 


Usando seu "princípio apotelesmático", Ford diz também que Daniel 8:14 "aponta não meramente para uma purificação local do santuário nos dias de Antíoco, mas antes a resolução final do problema do pecado pelo juízo final, que começa antes do Segundo Advento, e termina no fim do milênio" (Ford, p. 347). 


24. O PONTO DE VISTA ADVENTISTA SOBRE A PURIFICAÇÃO 


Como a igreja adventista interpreta a palavra "purificado " em Daniel 8:14? 


A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem sustentado, em toda a sua história, que a "purificação" do santuário celestial inclui um apagamento dos registros de pecados que deve ser precedido por uma obra de juízo. 


Alcança-se esta compreensão pela comparação de Daniel 8:14 com Levítico 16 e Levítico 23:26-32. Segundo Levítico 23:23, o Dia da Expiação era um dia de juízo: "Porque toda alma, que nesse dia se não afligir, será eliminado do seu povo" (leia o Comentário Bíblico Adventista, Vol. 9, pp. 62, 63, para o ponto de vista judaico sobre o dia da expiação). 


25. A POSIÇÃO DE FORD SOBRE A CONEXÃO ENTRE DANIEL 8:14 E LEVÍTICO 16 


Como Ford considera a conexão de Daniel 8:14 a Levítico 16? 


Ford aparentemente prefere não associar esses dois textos, e refere-se a alguns eruditos adventistas que, diz ele, declaram que "não há qualquer evidência lingüística para associar Daniel 8:14 com Levítico 16" (Ford, p. 98).  



VEJA AQUI O 👉 Índice Completo Sobre o Santuário e Ellen White