23 OUTROS PONTOS ARREVESADOS

Radiografia Jeovismo temas



Este sistema eivado de erros, que é o jeovismo, tem em seu bojo coisas realmente desconcertantes. Passemos sucintamente em revista algumas delas, com ligeiros comentários. 


Coisinhas


As chamadas "testemunhas de Jeová", não raro, fazem tremenda carga contra coisas destituídas de importância, provocando questões que os ingleses designam como hair-splitting (de rachar o cabelo no sentido de seu comprimento), devido à bizantinice que as caracteriza. 


Vamos mencionar apenas duas, para se ver que o sistema é mais inconstante do que a água. A primeira refere-se à afirmação de que Cristo não tinha barbas longas. Era escanhoado. Isto é uma afirmação livre. Nas ilustrações a bico-de-pena de algumas obras, eles representam a Cristo sem pelos no rosto. 


No entanto, nos livros de Rutherford há gravuras de Cristo com longas barbas, iguais às estampas clássicas. Por exemplo, no livro Milhões que Agora Vivem Jamais Morrerão, há várias figuras de Cristo com longas barbas e bigodes. Também o livro Criação traz figuras de Cristo com barbas longas... Portanto a "revelação" de que Cristo era imberbe, é nova na seita! 


Outra é o pavor pela palavra "cruz". Não houve cruz, mas sim a "estaca" – berram hoje. Nos livros de Rutherford encontra-se cruz. Por exemplo, em Criação, página 160 encontramos esta expressão: "sendo obediente até a morte de cruz". E mais adiante: "mais tarde, no mesmo dia, Jesus foi crucificado". Rutherford emprega ainda as palavras "cruz", "madeiro", "crucificar" e semelhantes. 


Com a teoria de "revelação progressiva para este tempo", eles irão longe... 

 

Sombrias Perspectivas de Salvação


A cavilosa teoria da seita dogmatiza que, na primavera de 1918, Cristo apareceu no templo de Jeová como Mensageiro, e iniciou-se o julgamento, o qual ainda está em processo, primeiramente designado para a "casa de Deus", e a seguir para as nações. E a execução desse juízo se fará na explosão definitiva do sanguinolento Armagedom, iniciando-se então o milênio, sendo a última data o ano de 1975. 

A salvação para as "testemunhas" é coisa incerta e uma contemplação, pois para a esfera celeste há um número limitado de felizardos: 144.000. Muitos destes começaram a subir para o Céu, depois de ressuscitados espiritualmente, invisivelmente, a partir de 1918. 

A esta altura dos acontecimentos pouca ou nenhuma esperança resta para os jeovistas militantes, pois, de um modo geral, crêem que não têm mais possibilidades de entrar no "Reino Celeste de Deus", porque o número dos 144.000 felizardos já se completou. Não há mais vaga. Então só lhes resta a salvação de segunda classe: esforçam-se por conseguir um lugar na Terra, onde poderão viver para sempre, trabalhando e procriando, tudo dentro das normas do Governo Teocrático de Jeová. Mas, mesmo para obterem esse prêmio de consolação, resta-lhes uma grande prova: terão que sobreviver ao Armagedom. 

Muitos deles vivem amedrontados diante de tão sombria perspectiva. São pobres "retardatários", e se darão por muito felizes se tão-somente puderem ser contados entre a "Grande Multidão" terrena. E como têm dúvidas quanto a serem salvos na batalha dantesca do Armagedom, não podem necessariamente ter à certeza da vida eterna nem o gozo do Espírito Santo. 


Não é esta evidentemente a salvação bíblica, de que temos a certeza ao crermos em Jesus, aceitando-O como nosso Salvador pessoal. 


Em suma, o esquema do Novo Mundo jeovista é o seguinte: 

1.° No Reino Celestial, o "pequeno rebanho" dos privilegiados 144.000 seres espirituais. 

2.° Na "Terra Nova" estarão os seres carnais: a) os fiéis da antigüidade, ressuscitados, que serão "príncipes"; b) a "grande multidão" sobrevivente do Armagedom, as "outras ovelhas", os "Jonadabes". Casar-se-ão, terão filhos e repovoarão a Terra. 

3.° Finalmente os "injustos" ressuscitam para a segunda oportunidade, e então: a) os que provarem sua integridade, passarão a enquadrar-se no Governa Teocrático; b) os que mantiverem a rebeldia, e não forem aprovados no teste, serão no final do milênio, durante a soltura de Satanás, destruídos, aniquilados. 

Fica entendido que os ímpios, os "iníquos voluntários" jamais ressuscitam. A morte foi seu único quinhão. Fica entendido também que Cristo será o Rei do Novo Mundo, governando-o da esfera celeste.  


Evidentemente a escatologia bíblica não é esta. Ela nos dá a certeza da vida eterna. Em pouquíssimas palavras diremos: 

Aguardamos, esperançados e radiantes, a volta visível, literal e corpórea de Jesus, quando terá lugar a ressurreição dos justos, e o arrebatamento da igreja. S. João 5:28 e 29; 1 Tess. 4:13-18; Apoc. 20:5-10; S. João14:1-3; Apoc. 1:7; S. Luc. 21:25-27; 17:26-30; Atos 1:9-11; Heb. 9:28; S. Tia. 5:1-18; II Tim. 3:1-5; S. Mat. 24:36 e 44; Joel 3:9-16; Dan. 7:27. 

O milênio se segue a estes acontecimentos, e em seu transcurso, os santos de todos os tempos viverão no Céu com seu bendito Redentor. No fim do milênio, a Cidade Santa, com todos os santos, descerá para a Tema. Então ocorre a segunda ressurreição, a dos ímpios. Satanás, sendo solto, à frente dos ímpios ressuscitados e com eles subirão sobre a largura da Terra, a fim de sitiar a cidade dos santos, quando do Céu descerá fogo de Deus, e os devorará. E na conflagração que destrói Satanás e suas hostes, a própria Terra será regenerada e purificada dos efeitos da maldição. Assim o Universo de Deus será purificado da horrível marcha do pecado. Apoc. 20; Zac. 14:1-4; II S. Ped. 3:7-10. E finalmente Deus renovará todas as coisas. A Terra, restaurada à sua prístina beleza, tornar-se-á para sempre a habitação dos santos do Senhor, imortais, glorificados. Cristo reinará supremo. Gên. 13:14-17; Rom. 4:13; Heb. 11:8-16; S. Mat. 5:5; Isa. 35; Apoc. 21:1-7; Dan. 7:27; Apoc. 5:13. É a salvação eterna. Gloriosa. A herança dos santos na luz. 


A Expiação no Sistema Jeovista


Segundo o obtuso ensino da seita, Cristo, antes de Sua vida terrena, era um espírito criado, chamado Miguel, a primeira das criações de Deus, e por Ele as "outras coisas" foram feitas. Na Terra, Jesus teve um nascimento carnal, mortal mas não uma encarnação. Foi um ser humano perfeito igual a Adão antes da queda. No batismo foi "gerado" Filho espiritual, e isto precisaram inventar a fim de combinar com a teoria segundo a qual, na ressurreição, Ele Se levantou espiritualmente, ou, como dizem, "ressuscitou em espírito". 

E a fim de se livrarem das dificuldades que o relato dos evangelhos lhes põe à frente, dizem que Jesus teve de materializar-se para aparecer aos discípulos, e a seguir Se desmaterializava. Assim o fez várias vezes, mesmo na ascensão. Na morte de Jesus desapareceu Sua natureza humana e, como prêmio da obediência, Deus lhe deu uma natureza espiritual divina. Tendo sido na Terra nada mais que um homem, o efeito expiatório de Sua morte foi apenas o de um ser humano. Cristo morreu como preço de resgate em favor dos obedientes, e essa "expiação", muito precária, apenas garante aos homens viverem na Terra, no Novo Mundo, sem nenhuma aspiração celestial. É uma redenção humana. 

Eis o que, a respeito, escrevem no Seja Deus Verdadeiro, p. 111: 

"Aquilo que se perdeu foi a vida humana perfeita, com Seus direitos e perspectivas terrestres. Aquilo que se redime, ou que se compra de novo, é o que foi perdido, a saber, a vida humana perfeita com seus privilégios e prospectos terrestres". (Grifos nossos). 

Quer dizer que a substituição que Cristo realizou foi totalmente humana! 

A Bíblia não diz isso. O que o homem perdeu foi a glória original, a comunhão direta com Deus, a vida eterna, a imagem e semelhança divinas, a felicidade suprema. O preço pago na cruz restaura tudo isto, pois reconcilia o homem com Deus. A expiação remove os pecados, provê o perdão, torna o homem "co-participante da natureza divina" – II S. Ped. 1:4. A palavra "expiação" (Rom. 5:ii) é tradução de katallage que também significa reconciliação, religamento. O homem por ela é readmitido na família de Deus. 

A fim de melhor compreendermos a expiação feita na cruz, é preciso ter em mente a expiação típica, sacrifical no santuário terrestre, onde se imolavam sacrifícios diários, mas que culminava no Dia da Expiação anual, no décimo dia do sétima mês – verdadeiro dia de juízo, em que se fazia a remoção total dos pecados. Era oficiado pelo sumo sacerdote, que, com sangue de animais imoladas, adentrava o Lugar Santíssimo (segunda câmara da tabernáculo), ande o shekinah (clarão da glória divina) aprovava a expiação. Depois simbolicamente os pecados se transferiam para o bode emissário que desaparecia no deserto. Tudo isso era típico. 

O antítipo foi a expiação feita por Cristo – Vítima e Sacerdote (Cordeiro Deus e Sumo Sacerdote) que, na cruz, verteu o sangue, e como Sumo Sacerdote entrou no santuário antitípico, no Céu, para, com Seu sangue, pleitear em favor dos que se convertem e Lhe suplicam perdão. 

"Cristo, como Sumo Sacerdote (...) pelo Seu próprio sangue entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção (...)". Heb. 9:11, 12. 

Em Heb. 8:1, 2; 9:1, 8 se descreve o santuário antitípico, onde os benefícios da expiação na cruz são aplicados às almas sedentas da salvação e que se apegam ao Mediador. 

Reiteramos: a verdadeira expiação bíblica remove o pecado, satisfaz a justiça de Deus, outorga a salvação ao pecador – pois a justiça de Cristo lhe é imputada – e tudo se opera na graça de Deus e pelo poder de Cristo através do Espírito Santo. A expiação foi completa e eficaz. Quando o pecador arrependido entra espiritualmente em contato com Jesus, Jesus lhe ministra as benefícios de Sua expiação. Os resultados da expiação finalizam na glorificação que ocorrerá quando Ele voltar: a herança dos santos na luz. 

Graças a Deus que é assim. 


Religião Organizada


Clamam as "testemunhas" que toda religião organizada tem a Satanás como patrono. A delas, porém, é um sistema papalino, centralista, totalitário. Senão vejamos, citando seus órgãos diretivos em ordem decrescente. A religião jeovista tem o seguinte sistema jurisdicional: 

1.° – SOCIEDADE TORRE DE VIGIA – sede mundial, em Brooklyn, EE.UU. É o supremo comando da organização, órgão absoluto, infalível um presidente a dirige. 

2.° – ZONA – regiões do mundo – há cerca de duzentas. São dirigidas por "servos de zona". 

3.°– FILIAL – em cada país – dirigidas por "servos de filial". 

4.º – DISTRITO – região do país – são dirigidos por "servos de distrito". 

5.°– CIRCUITO – conjunto de congregações, aproximadamente 20 – dirigidos por "'servos de circuito". 

6.° – CONGREGAÇÃO – conjunto dos fiéis ou "ministros" que se reúnem em "salões do reino", e onde funcionam os "centros de serviço". Dirigidos por superintendentes. Fazem orações. Há um sistema de ofertas voluntárias, depositadas numa caixa que há no salão. Os crentes, pelo batismo, se tornam "ministros". 

Há inclusive ministros de tempo integral que recebem a literatura por preço inferior ao custo e, vendendo-as têm lucro e ganham a vida. Em alguns casos, adicionalmente podem perceber uma ajuda nominal da Sociedade. 


Ora, tudo isto é eufemismo, palavras que ocultam idéias. Usando outra terminologia, diríamos que o n.° 1 seria uma associação geral, um supremo concílio; o n.° 2 seria uma divisão, uma sede continental; o n.° 3 seria uma união, um símbolo, a igreja no país; o n.° 4 seria uma associação, uma missão, concílio regional, presbitério; o n.° 5 seria um grupamento regional de igrejas, um concílio menor; o n.° 6 seria a igreja, reunida em casa de adoração, de culto, de oração. O superintendente, uma espécie de pastor, embora digam não haver isso nas Escrituras. São obreiros, alguns de tempo integral que percebem ganhos, sustento mesmo, pelo trabalho exclusivamente missionário que realizam. Ensinam doutrinas. Reúnem-se coletivamente. Batizam em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, embora neguem a Trindade. Celebram a santa ceia uma vez por ano. Editam livros e folhetos religiosos. Editam e vendem bíblias. Realizam catequese nas ruas e nos lares. Pretendem ter a verdade e salvar a humanidade. Mas não são uma religião porque toda religião organizada é do diabo... 

O leitor que tire as conclusões!