13 O bom ladrão estaria realmente no Paraíso?

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Cristo realmente afirmou que o ladrão arrependido estaria com Ele naquele dia no Paraíso? Lucas 23:43


Os defensores da idéia de que as pessoas recebem a recompensa logo após a morte, citam, quase sempre, as palavras de Cristo na cruz, ao ladrão arrependido.


Em Lucas 23:42 o ladrão roga a Jesus o seguinte: “Senhor, lembra-te de mim, quando vieres no Teu reino”.


O verso 43 traz a resposta de Cristo: “Em verdade te digo hoje. Que serás Comigo no Paraíso”. (Tradução Trinitária).


Duas curiosidades importantes sobre os manuscritos originais grego:

1. Não havia separação das palavras.

2. Não havia sinal de pontuação.


Ainda no quinto e sexto séculos os textos dos Evangelhos não apresentavam nem ponto, nem vírgula. A separação das palavras na Bíblia torna-se mais freqüente no sétimo século. 


Só no oitavo século foram introduzidos outros sinais de pontuação. No nono foram introduzidos o ponto de interrogação e a vírgula.


A ausência de pontuação deixa os tradutores na possibilidade de colocarem a pontuação de acordo com suas idéias pré-estabelecidas.


É evidente, que a mudança de pontuação, pode alterar totalmente o significado de uma frase.


Apresentaremos a seguir algumas declarações do Comentário Adventista ao explicar Lucas 23:43: “Como originalmente escrito, o grego estava sem pontuação, e o advérbio “hoje”, está colocado entre duas sentenças que literalmente afirmam: ‘em verdade a ti te digo’ e ‘comigo serás no paraíso’. 

O uso grego permitia que aparecesse um advérbio em qualquer lugar numa sentença onde o orador ou escritor o desejasse colocar.

Unicamente baseado na construção grega da sentença em consideração é impossível determinar se o advérbio ‘hoje’ modifica ‘digo’ ou ‘estarás’. Existe qualquer uma das duas possibilidades. 


A questão é: Quis Jesus dizer, literalmente, ‘Verdadeiramente eu te digo hoje’, ou ‘Hoje estarás Comigo no paraíso’? A única maneira de conhecer o que Cristo queria indicar é descobrir respostas escriturísticas para algumas outras questões, tais como:


1ª) Foi Jesus ao paraíso no dia da Sua crucifixão?

2ª) O que ensinou Jesus concernente ao tempo em que os homens teriam a recompensa no paraíso?


Sabemos que Jesus não foi ao Paraíso no dia da crucifixão, pois ele mesmo declarou a Maria Madalena, três dias após a ressurreição: “Não me detenhas; pois ainda não subi para meu Pai...”


Se Jesus não esteve no Paraíso naquele dia, é evidente que o ladrão também lá não esteve.


Uma leitura atenta de São João 19:31-33 nos informa que o ladrão não morreu naquela sexta-feira:

“Então os judeus, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação, pois era grande o dia daquele sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados”. Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele tinha sido crucificado: chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.


O estudioso J. B. Howell, em seu Comentário de São Mateus, pág. 500 declara: “O crucificado permanecia pendurado na cruz até que, exausto pela dor, pelo enfraquecimento, pela fome e a sede, sobreviesse a morte. Duravam os padecimentos geralmente três dias, e, ás vezes, sete”.


O que ensinou Jesus concernente ao tempo em que os homens teriam a recompensa?

A Bíblia está repleta de claros exemplos mostrando que o galardão dos justos será apenas após a volta de Jesus.


Dentre as muitas passagens destaquemos estas quatro:

1. “Eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um

     segundo as suas obras”.  Apoc. 22:12


2. “Porque o Filho do Homem há de vir na glória de Seu Pai, com os seus anjos e então 

     retribuirá a cada um conforme as suas obras”. São Mateus 16:27


3. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa de glória.   

    I Pedro 5:4


4. “Já agora a coroa da justiça me está guardada a qual o Senhor, reto juiz, me dará 

    naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda. 

    II Timóteo 4:8


Há várias traduções da Bíblia que traduzem Lucas 23:42 da seguinte maneira: “Lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Assim, o verte: A Trinitária, Matos Soares, a King James Version e outras.


A interpretação deste versículo depende inteiramente da pontuação, a qual se baseia toda na autoridade humana, pois os manuscritos gregos não tinham pontuação alguma até o nono século, e mesmo nessa época somente um ponto no meio das linhas, separando cada palavra... A oração do malfeitor referia-se também àquela vinda e aquele Reino, e não a alguma coisa que acontecesse no dia em que aquelas palavras foram ditas.


“E Jesus lhe disse: ‘Na verdade te digo hoje’ ou neste dia quando, prestes a morrerem, este homem manifestou tão grande fé no reino vindouro do Messias, no qual só será Rei quando ocorrer a ressurreição – agora, sob tão solenes circunstâncias, te digo: serás comigo no paraíso”.


E a expressão “hoje” ligada ao verbo não é redundante, mas enfática. É encontrada na Bíblia em Deut. 20:18; Zac. 9:12; Atos 20:26.


São Lucas 23:43 é um falso pilar em que se ergue a teoria da imortalidade inata no homem e seu imediato galardão post mortem”.


Subtilezas do erro menciona ainda várias traduções que vertem Lucas 23:43 da seguinte maneira:

E Jesus lhe disse: na verdade te digo hoje: estarás comigo no Paraíso.