60 A DOÇURA DAS AMARGURAS

docura da amargura sermao


INTRODUÇÃO: 


1. Alguém disse que, apesar dos momentos felizes que vivemos, "a maioria de nossas satisfações crescem entre nossas cruzes". 


2. O PESCADOR, DE HEMINGWAY, serve como ilustração das duras lutas que a alguns lhes toca viver. O ilustre escritor, desaparecido há muito tempo em forma trágica, deixou-nos, dentre outras obras famosas, uma intitulada: O Velho e o Mar. 


Nela refere-se às peripécias de um pescador ancião da Havana que, depois de haver passado oitenta e quatro dias sem pescar nada com o anzol, tentou uma vez mais provar é sorte. Penetra-se nas águas do mar, e depois de três dias de fastidiosa vigília, comendo somente alguns pedaços de peixes crus e bebendo da única garrafa de água que levava, consegue finalmente aniquilar o maior peixe já visto em toda sua vida. 


Não podendo, por seu tamanho, colocá-lo no barco, amarrou-o atrás e empreendeu o regresso. Mas o sangue que manava dos ferimentos do animal atraiu logo os tubarões. O velho travou, então, árdua luta com eles. Com facadas e com os remos matou alguns, mas o número era cada vez maior e a voracidade dos tubarões deu para acabar com o enorme peixe do qual chegou à praia somente o esqueleto.


3. Quão reais são as palavras do Senhor! S. João 18:33.


I. NEM  SEMPRE  ENTENDEREMOS  O  PORQUÊ


1. ILUSTRAÇÃO: Alguns de nós caminhamos na vida como as crianças que ainda não foram à escola. Pegam um livro, olham as páginas impressas, mas não captam seu significado. 


2. Enquanto sofremos, seria bom recordar que nem sempre tudo está tão mal como nos parece. Duas pessoas que olham uma mesma cena ou sucesso dão versões bastante diferentes, pois geralmente "vemos" o que se adapta à nossa maneira de pensar, de ser. 


Isto pode ser ilustrado com um teste que se apresenta aos estudantes. Coloca-se uma grande folha de papel branco na parede da classe, e depois marca-se um ponto preto. 


O professar pergunta: "O que vêem?" Quase sem exceção os alunos respondem: Um ponto preto." Não dizem: "Vejo uma grande folha branca." Do mesmo modo, no terreno da vida, alguns só vêem os espinhos, em vez de rosas; as maldades em vez das flores, vêem os defeitos dos demais e não seus pontos fortes de caráter. 


3. São Pedro nos dá bons conselhos. I Pedro 4:12-16, 19. 

4. A Bíblia apresenta-nos fatos que nos ajudam a entender um pouco mais,

a) A Bíblia ensina claramente o que as ciências naturais parecem tão pouco dispostas a admitir: que a natureza, assim como revela um Criador, revela também um corruptor. 

- O homem culpa o Criador pela obra do corruptor.  

5. Mas, mesmo que haja algumas tantas coisas que não entendamos de tudo, há dois fatos chaves que podemos entender:

a) Todas as coisas contribuem juntamente para o bem. Rom. 8:28. 

- Não diz que todas as coisas são boas, mas sim que "contribuem".

ILUSTRAÇÃO: Um rapazinho conduzia a sua irmãzinha pelo áspero caminho de uma montanha Quando seus pés começaram a doer, ela queixou-se: "Isto não é um caminho. São puras rochas e pedregulhos," respondeu-lhe: "Claro, subimos à força de pancadas." 

b) Deus nos dará a saída; nunca nos dará uma carga que não possamos carregar. I Coríntios 10:13. 

6. Se não entendemos o "porquê" procuremos captar "que" espera Deus de nós nesse momento.

a) ILUSTRAÇÃO: Karen Strohle, ex-missionária na Índia, foi afetada de uma séria enfermidade pulmonar, os médicos mandaram-na para a Finlândia para que morresse ali. Comprou uma pequena granja e ela mesma a cuidava. Um dia uma máquina decepou-lhe a mão direita. Entrou no hospital cantando e louvando a Deus. Ao sair do hospital fez de sua granja uma casa de descanso para o corpo e para a alma, onde diariamente se estuda a Bíblia, Enquanto viajava rumo a uma reunião especial, levando um grande pacote de roupa para os pobres, contou sua história e mostrando o gancho de aço que tinha no lugar de sua mão direita, explicava: "Quando me amputaram a mão eu não disse: Por que, Senhor? mas: Para que, Senhor?" Agora que permitiu que isto acontecesse, que trabalho me dará para que faça?


II. DOIS  TIPOS  DE  DOR


1. Muitas estão perplexos ao ver progredir os maus. Salmos 37:7-17 

2. São Paulo nos explica que há, pelo menos, dois tipos de dor:       

2 Coríntios 7:9,10. 

a) A dor "segundo o mundo" é destrutiva.

- O alcoólatra que tem uma luta com outros ébrios, sofre conseqüências lógicas. É uma dor lamentável. Talvez deixam por um lado mortos, órfãos e pelo outro encarcerados, desamparo e sempre vergonha. 

- Que mérito pode haver nisto? I Pedro 2:20, 21. 

- Disto já basta. I Pedro 4:3-5. 

c) A dor "segundo Deus", é construtiva, da qual não se deve arrepender. 2 Coríntios 7:9,10.  

- É passageira; submete à prova nossa fé. I Pedro 1:5-7.

3. A "dor segundo Deus" está destinada a extrair o nosso melhor e a separá-lo do supérfluo, inútil. 

a) Tribul: pau usado pelos gregos e romanos para bater o trigo e a palha. Depois disso ficava separado o trigo. 

b) Deus permite que o "tribul" da vida nos balance muitas vezes para que em nós seja separada a palha do valioso trigo.



III. UM  PROPÓSITO


- Embora não o entendamos de todo, recordemos que DEUS NOS AMA, E TEM UM PROPÓSITO PARA NOSSA VIDA. 

1. "Quando passar a luz do mundo, será descoberto um privilégio nas dificuldades, ordem na confusão, êxito no aparente fracasso. Serão vistos nas calamidades, bênçãos disfarçadas; nas dores, misericórdia." 

2. Muitas provas são bênçãos disfarçadas de problemas. Por exemplo: Um ministro dizia que às vezes o propósito das pequenas dificuldades era prevenir outras maiores. Ilustrou isto relatando o caso de um meninozinho que ia em seu velocípede descendo uma ladeira. Como se divertia! Mas quando chegou à base, a roda dianteira entrou na areia e o menino foi jogado do lado do caminho. Com o joelho sangrando e chorando correu para contar a sua mãe a "terrível desgraça" que lhe havia acontecido. Não podia compreender que sua "terrível desgraça" na realidade havia sido uma bênção. Salvou-o de uma morte certa. Justamente quando uma roda se havia atolado na areia lançando-o junto ao caminho, um enorme caminhão havia passado em grande velocidade pela estrada em que desembocava essa rua, precisamente pelo lugar onde haveria estado o velocípede se não houvesse ocorrido o acidente.  

3. Deus deseja preparar-nos para o céu.

a) ILUSTRAÇAO: Um amigo de Moody perdeu seu trabalho, sua esposa e seu lar, mas continuou mantendo a fé. Um dia parou para observar uns operários que lavravam pedras para um grande templo. Um deles cinzelava uma pedra em forma triangular. Perguntou-lhe: "Que vai você fazer com isso?" O operário respondeu-lhe: "Você está vendo aquele oco próximo à cúpula do edifício? Pois bem, estou dando forma a esta pedra aqui embaixo para que possa encaixá-la ali em cima." 


IV. QUE  DEUS  SEJA  O  CENTRO


1. No escudo da cidade de Lubeck há uma roda, e no centro dela está escrito: "Deus in rota" (Deus na roda). 

a) No curso da vida, o centro firme e imutável é Deus, e não importa se estamos no ponto do êxito, acima, ou nas lutas e provas de abaixo. Deus é o centro e se somos fiéis, Ele, o centro, está sempre à mesma distância e unido a todos os seus pontos. 

b) A maneira de reagir frente às provas nos ajudará a crescer emocionalmente e espiritualmente, ou nos afundará cada vez mais. 

- Se o centro for o "EU", começará a lastimar-se, amargurar-se, rebelar-se, cegar-se derrubar-se. 

- Se o centro for Cristo, haverá paz em meio da dor.

2. ILUSTRAÇÃO: Durante a Segunda Guerra mundial, um soldado foi tomado prisioneiro pelo inimigo. Foi encarcerado numa cela semelhante a uma masmorra; mas durante todo o cativeiro, manteve-se assobiando e cantando, e parecia sentir-se muito mais feliz do que seus captores. Um dia o guarda perguntou-lhe por quê se mantinha tão imperturbável, e esta foi a resposta: "Olhe aquela janela lá em cima. Quando olho para fora, posso ver o céu azul. Não há razão para desesperar-me enquanto o céu continuar ali." 

3. Depositemos nossa fé e confiança nEle. I São Pedro 5:7. 

a) Aprendamos uma lição com uma senhora que fora apresentada a outra como fulana de tal. Esta é um senhora de muita fé. 

- Não diga isso - disse ela -, sou uma mulher de pouca fé, mas de um grande Deus.

b) Um irlandês disse numa ocasião que ele, às vezes, "tremia, mas a Rocha nunca ". Necessitamos descansar em base firme. 

c) Ouvi certa vez que um capitão de mar, quando estava morrendo, disse: - Glória a Deus! A âncora está segura! Tinha confiança em Cristo. Sua âncora estava segura, pois se afirmava em Cristo. 


CONCLUSÃO 


1. Por mais lúgubre que você veja as coisas, calo que tudo nas mãos de Deus e siga adiante. 

2. "A situação extrema do homem é a oportunidade de Deus." 

3. Aceitemos o convite de Cristo nosso Senhor. S. Mat. 11:28-30.  

4. Apelo e oração. 



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