44 QUANDO A SALVAÇÃO CHEGA, TRANSFORMA!

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Pr. Aerce Marsola

Texto: Lucas 19:1-10


I - Introdução:


Zaqueu era uma pessoa importante que vivia em Jericó. Embora fosse um judeu, exercia uma profissão que não era popular entre o povo, embora muito rendosa. Zaqueu era um “publicano”, cobrador de impostos.


Porém, ele era mais que um “publicano”, era “chefe de publicanos.” Poderíamos dizer, na linguagem de hoje que Zaqueu era “diretor da arrecadação de impostos daquela região.” 


Os publicanos eram odiados, por duas razões: 


1) como judeu, trabalhavam para um governo invasor; 


2) além disso não cobravam apenas o que deviam. 


Não se contentavam com a comissão paga pelo governo, extorquiam, subornavam, roubavam, e se necessário, podiam até matar, para conseguir os seus objetivos. Zaqueu era o líder desse tipo de homens na região. 


Era muito rico! Rico de bens deste mundo, porém, pobre de espírito, pobre de paz, infeliz


Um dia, Zaqueu encontrou-se com Jesus, e sua vida mudou.


II - Zaqueu, o publicano


Lucas inicia seu relato identificando Zaqueu: v. 2.


a) “um homem” - antes de ser qualquer coisa, ele era “um homem”, portanto. criatura de Deus; embora este detalhe pareça sem significado, é muito importante para o que vem a seguir, em todo o relato da história. 


Como homem, era um pecador, que para ser salvo, necessitava da graça maravilhosa do Salvador. Embora fosse “publicano,” ou pior ainda, “chefe de publicanos”, ele era o motivo pelo qual Jesus havia vindo ao mundo.


b) “chamado Zaqueu” - para Deus todos somos muito importantes. Ele nos conhece por nome, não somos apenas um número. Sabe onde moramos, o que fazemos. Ele se interessa por cada um de nós individualmente. Deus olha para nós como se fôssemos o único filho que possuísse. Deus sabe o seu nome! Deus me conhece por meu nome!


c) “chefe de publicanos” - como “chefe de publicanos”, a vida de Zaqueu não era um modelo, embora fosse um judeu que aguardava a vinda do Messias. Ele era egoísta, mesquinho, orgulhoso, vingativo, impiedoso, não olhava para o pobre, não atendia aos órfãos e às viúvas - pensava apenas em si e seus familiares. 


Duvido até que fosse um fiel dizimista, ou guardador do sábado. Aliás, é impossível para quem não é convertido ser fiel na observância de qualquer mandamento de Deus. Zaqueu estava disposto a tudo para “subir na vida” - sacrificar princípios; perder os amigos; transgredir a vontade divina. A única lei que existia, era a dele mesmo.


d) “e rico” - sua riqueza era fruto de sua deslealdade para com Deus e os homens. Pode parecer um contra-senso dizer que alguém pode ser rico sem a bênção de Deus, porém, no mundo em que vivemos, a maior parte das riquezas não vêm das magnânimas mãos divinas, têm outra fonte...


É muito importante esta informação. Creio que ela tem por objetivo tirar da mente das pessoas a idéia de que um “rico não pode entrar no reino dos céus”. Lucas relatara no capítulo 18 a experiência do jovem rico e ficara na mente das pessoas a equivocada conclusão de que não há salvação para o rico. 


Não há salvação para o rico que confia em sua riqueza como seu mérito, ou mesmo como seu deus. Como também, Não há salvação para o pobre que crê que por ser pobre e sofrer muito nesta terra, terá como recompensa o reino dos céus.


III - Zaqueu queria ver Jesus


Embora fosse “chefe dos publicanos”, Zaqueu “não era de todo endurecido ho-mem que parecia”. Ele havia ouvido João Batista pregar. Havia escutado as suas orientações sobre o procedimento correto que deveria adotar: “Não peçais mais do que vos está ordenado”. Seu coração havia sido tocado. Ele ouvira falar de Jesus. Como almejava ver Jesus! v.3.


A grande oportunidade chegara. Zaqueu ficou sabendo que Jesus estava chegando a Jericó. Correu, tentando abrir caminho... esticava o pescoço querendo ver Jesus, porém, por ser pequeno, não conseguia divisá-LO. Em sua determinação, esquecendo-se de quem era e qual a sua posição, pois quem deseja encontrar-se com Jesus, não deve pensar em quem é, mas sim em quem é Jesus, sobe em uma árvore, com os meninos de rua, para ver o Mestre Divino passar.v.4


Suspenso em um galho da árvore, prende a respiração, esperando pelo momento em que Jesus passaria. Talvez, no galho ao lado, estivesse o menino pobre que tantas vezes havia pedido um pedaço de pão, e ele o havia negado.


Jesus se aproxima cada vez mais, e, para desespero de Zaqueu, pára embaixo da árvore onde se encontrava. Olha para cima e diz: “Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa”. v.5.


Naquela cidade, provavelmente, havia gente “muito mais digna” para Jesus pousar, e Zaqueu sabia muito bem. Sem dúvida, Jesus foi criticado pelos fariseus, escribas e doutores da lei. 


Como em outras ocasiões, talvez tenham dito: “como pode ser este o messias se recebe pecadores e come com eles?” Graças a Deus, Ele recebe os pecadores. come com eles, perdoa-lhes os pecados e os transforma em verdadeiros adoradores! “Ele veio buscar e salvar os que se haviam perdido”.


Quando Zaqueu ouviu o seu nome, não acreditou. Como Jesus sabia o seu nome? eles nunca haviam-se encontrado!? Mas ele não perde a oportunidade - desce depres-sa e recebe o Salvador em sua casa. Recebe-O com alegria.


IV - A salvação chega na casa de Zaqueu.


Posso apenas imaginar como foi aquele cortejo até à casa de Zaqueu: Alguns estavam alegres. Outros tristes. Outros ainda revoltados. Alguns estupefatos. 


Outros surpresos, e quem sabe, muitos na expectativas dos próximos acontecimentos. O que iria ocorrer? seria Zaqueu sensibilizado por Cristo Jesus? Retirar-se-ia triste, quando Jesus falasse para vender todos os seus bens e dar aos pobres? Seria ele um discípulo de Cristo?


Nas proximidades e dentro da casa de Zaqueu havia uma grande multidão. Muitos murmuravam contra Cristo Jesus por ter entrado na casa de um pecador. v. 7. Outros ouviam com atenção as palavras de Jesus. 


Zaqueu e a família, não entendiam como Jesus podia ser tão diferente dos líderes religiosos de sua época que somente o procuravam quando necessitavam de um favor. Afinal, será que ainda havia esperança para ele? poderia ainda gozar do favor do Senhor?.


Movido e constrangido pelo amor do mestre, que em nenhum momento o colocou em situação difícil, mas, apenas apresentou-lhe o grande amor do Pai por ele, tanto, que “O enviou ao mundo para salvar todo o que crê.” Zaqueu faz a sua confissão e decisão de reparar os erros cometidos. 


Não havia sido necessário, como com o Jovem Rico, Jesus pedir toda a riqueza de Zaqueu, convicto de seu dever e convertido, iluminado pelo Espírito Santo, declara: “...Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma cousa tenho defraudado alguém, e ele sabia que tinha, e muitos, restituo quatro vezes mais.” v.8.


Que diferença do homem anterior! Que mudança opera Jesus no coração daqueles que não rejeitam a Sua Graça! Que permitem que Ele entre em sua casa e leve a salvação.! Aquele que antes só pensava em como tirar o máximo possível de seus semelhantes, agora resolve entregar o máximo possível aos mesmos semelhantes. 


Isso somente é possível pela atuação direta do Espírito Santo! E, quando isso não ocorre espontaneamente, significa que realmente a salvação não chegou naquela casa.


São do Espírito de Profecia as seguintes palavras: 


“...tão depressa se Submeteu o publicado à influência do Espírito Santo, lançou de sua vida todo proceder contrário à integridade. Não é genuíno nenhum arrependimento que não opere a reforma. 


A justiça de Cristo não é uma capa para encobrir pecados não confessados e não abandonados; é um princípio de vida que transforma o caráter e rege a conduta. Santidade é integridade para com Deus; é a inteira entrega da alma e da vida para habitação dos princípios do Céu.”  O Desejado de Todas as nações, pg. 555 e 556.


Esta genuína manifestação de fé e arrependimento, que gerara confissão e entrega total, arrancaram dos lábios de Jesus palavras de muita alegria: “Hoje houve salvação nesta casa... também este é filho de Abraão. Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido.” vs. 9 e 10.


Estas palavras ditas por Jesus, vieram somente depois da evidência completa da salvação: Entrega total, sem reservas a Ele. O mesmo espera Jesus de cada pecador que O recebe.


V - A experiência de Zaqueu deve ser a nossa.


A experiência de Zaqueu é a mesma pela qual todo ser humano que deseja a salvação, deve passar.


Sem Cristo, temos as mesmas atitudes que Zaqueu, antes da conversão: somos avarentos, egoístas, destituídos de amor a Deus e ao semelhante. Só olhamos para nós mesmos. Estamos mais preocupados em receber, ganhar, adquirir... não importa quais os métodos que serão utilizados.


Quando encontramos Jesus em nosso caminho e “descemos do alto de nossa árvore”, permitindo que Jesus entre em nossa casa e faça morada, mudamos completa-mente nossa maneira de ser e agir. Aliás, é o próprio Cristo Jesus quem faz isso por nós e em nós.


Convertidos pelo maravilhoso poder de Cristo Jesus, e cheios de Seu grande amor, passaremos a olhar para os outros com os mesmos olhos de Cristo: com amor semelhante ao dEle. Agora, não olharemos para eles como alguém que deve dar tudo e fazer tudo para nós. Olhamos para eles como nosso próximo, que merece o nosso melhor, com amor. 


Como Zaqueu, voluntariamente, distribuiremos os nossos bens para auxiliar os pobres, órfãos e viúvas. Se defraudamos alguém, faremos restituição, com juros e correção monetária.


E, sem dúvida alguma, restituiremos também a Deus o que, indebitamente, usamos para o nosso próprio benefício daquilo que deveria estar no Seu tesouro: os dízimos e as ofertas.


VI - Conclusão:


Que a experiência de Zaqueu nos ensine lições de confiança em Deus e arrependimento.Que o arrependimento possa levar-nos a confessar o nosso pecado e aceitar o poder divino para mudar o nosso ser e proceder.


Que saibamos que para Deus não há castas, credos, cor, nacionalidade... todos somos iguais perante Ele. Deus não tem “preferidos.” Ele ama a todos de igual modo. 


O poder e o amor de Deus  podem  alcançar  ao  mais  terrível  pecador. Ele  pode  e quer entrar na casa de todos que permitirem. Ele quer entrar em sua e minha casa. 


Ao permitirmos que Ele entre e entregarmos o nosso coração a Ele, fazendo a nossa profissão de fé, alegremente, nos dirá: “hoje veio salvação a esta casa.”  e  que  nunca  nos  esqueçamos: Quando  A  Salvação  Chega, Transforma!


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