Introdução:
1. "Coroa dos velhos são os filhos dos filhos, e a glória dos filhos sãos seus pais" Prov. 17:6.
2. As nações bem como os indivíduos são testados pela atitude que demonstram para com as crianças.
3. Em muitas culturas as crianças não possuem valor algum.
4. Elas não são bem-vindas.
5. Infanticídio não é algo incomum.
6. Por outro lado, uma cultura como esta representada pelo sábio hebreu, no verso que lemos, a qual confere uma alta dignidade á vida familiar, compreende o verdadeiro valor e lugar das crianças.
7. A importância que os judeus davam ás crianças é atestada pelas numerosas alusões que lhes são feitas na Bíblia.
8. Sim, a criança em relação á família temente á Deus, era recebedora de amor e cuidado.
9. Pois, eram consideradas como bênçãos concedidas por Deus (Gên. 33:5 NEB).
I. MAS, INFELIZMENTE NEM TODOS OS POVOS AS CONSIDERAVAM ASSIM.
A. Na civilização Romana, contemporânea de Paulo, existiam certos costumes que tornavam a vida da criança extremamente perigosa.
1. Havia a lei romana chamada "Patria Potestas"; a lei do poder dos pais.
a. Segundo esta lei, um pai romano possuía poder absoluto sobre seus filhos.
2. Ele poderia vendê-los como escravos.
a. Ele poderia obrigá-los a trabalhar em seus campos mesmo que fossem amarrados.
b. Ele poderia puni-los como desejasse.
c. Ele poderia condená-los á morte ou até mesmo executá-los.
3. Além disso, este poder do pai romano se estendia por toda a vida da criança, enquanto o pai vivesse.
a. Sim, um filho romano jamais atingia a maioridade.
b. Quando ele já fosse homem feito, e mesmo sendo um magistrado da cidade ou se o Estado lhe tivesse coroado com todas as honras desejáveis, ele permanecia sob o absoluto poder de seu pai.
c. Segundo esta lei, todos os privilégios e direitos pertenciam ao pai e todos os deveres aos filhos.
4. Naqueles dias havia o costume chamado de "criança exposta".
a. Quando uma criança nascia, ela era colocada diante dos pés de seu pai, e, se o pai se agachasse e levantasse a criança, isto significava que ele a reconhecia e desejava criá-la.
b. Mas, caso ele desse as costas e fosse embora, isto significava que ele se recusava reconhecê-la e a criança poderia literalmente ser jogada fora.
5. Há algum tempo foi encontrada uma carta, cuja data é o ano 1 AC., que um homem chamado Hilário enviou à sua esposa Alice.
a. Ele tinha ido para Alexandria e de lá escreveu para a sua esposa sobre suas obrigações domésticas.
b. "Hilário, á Alice sua esposa, as mais cordiais saudações, e aos meus queridos: Berócios e Apolinário. Saibam que agora estou em Alexandria. Não se aflijam se quando todos os outros retornarem eu permanecer em Alexandria.
Eu lhe rogo que cuide da criancinha, e, tão logo recebamos o salário, eu o enviarei a você. Quando você tiver a criança, se for um menino, deixe-o viver; se for uma menina, lance-a fora! Você pediu para que Afrodisias me dissesse: "Não se esqueça de mim". Como poderei esquecer-me de você? Eu lhe rogo, portanto, que não se aflija".
c. Esta é uma estranha carta, tão cheia de afeição e contudo tão inSensível a respeito da criança que ia nascer...
d. Sim, um bebê romano sempre corria o risco de ser repudiado e lançado fora.
6. Nos dias do apóstolo Paulo este risco ainda era maior.
a. Naqueles dias os laços matrimoniais estavam em colapso e tanto os homens como as mulheres trocavam seus parceiros com incrível rapidez.
b. Sob tais circunstâncias uma criança era um empecilho, um infortúnio.
c. Nasciam tão poucas crianças em Roma, que o governo baixou uma lei estabelecendo que a quantia de alguma herança que um casal sem filhos podia receber era limitada.
d. Crianças rejeitadas eram comumente deixadas no fórum romano.
e. Elas se tornavam propriedades de quem quer que as apanhasse.
f. Elas eram coletadas á noite por pessoas que cuidavam delas a fim de vendê-las como escravas ou para suprir os bordéis de Roma.
7. Outras antigas civilizações também davam pouca atenção ás crianças.
a. Elas eram igualmente impiedosas para com as crianças doentes ou deformadas.
b. Em Esparta, a famosa cidade grega, era comum o espetáculo do sacrifício dos seres que tinham a desventura de nascer com alguma deformidade física.
c. Pois, negava-se-lhes o direito de viver.
d. Sim, a sociedade espartana recusava-se a reconhecer o seu dever de ampará-los e criá-los.
e. Eram sumariamente eliminados!
f. Quando, por serem sadios, não eram tão cruelmente eliminados, eram considerados como propriedades do estado.
8. Sêneca, o grande filósofo latino, escreveu:
a. "Nós matamos um boi selvagem; estrangulamos um cachorro louco; cravamos a faca na ovelha doente antes que ela contamine o rebanho; as crianças que nascem fracas e deformadas nós sufocamos".
9. Assim, a criança que fosse menina, a criança que nascesse fraca ou deformada, tinha pouca chance de sobreviver...
a. Felizmente Cristo veio para ensinar aos homens que as crianças deviam ser tratadas de modo diferente.
II. OS EVANGELHOS NARRAM A COMOVENTE HISTÓRIA DA RESSURREIÇÃO DA FILHA DE JAIRO.
A. Estando ela doente, seu pai, um dos "principais da sinagoga", procurou a Jesus.
1. Ao expor sua agonia de alma para o Mestre, rogou-Lhe que Ele fosse até sua casa e impusesse as mãos sobre a menina.
2. Jesus. como sempre o fazia, atendeu prontamente o comovente apelo daquele pai.
3. Mas os Evangelhos nos dizem que quando Jesus apertado pela multidão que O seguia, Se aproximava da casa da pequena moribunda, recebeu a triste nova de que ela acabara de falecer.
a. Dirigindo-Se ao comovido pai, Ele disse aquelas palavras cheias de ânimo e ternura: "Não temas, crê somente"
4. Ao chegar á casa de Jairo, depois de dispensar a multidão que lá se reunira, entrando no aposento onde estava o pequeno corpo, tomando a mão da menina Jesus disse:
a. "Menina, a ti te digo, levanta-te" Mar. 5:41.
5. Quantas páginas cheias de encorajamento poderiam ser escritas sobre estas palavras para a desalentadora história da humanidade desde que Jesus veio!
a. De fato não há tal perspectiva na narrativa em si.
b. Ela é uma simples e bela história da simpatia e poder restaurador de Jesus.
c. Mas, este quadro de Jesus, tomando a mão da pequena garota e ordenando que ela se levantasse, sugere vividamente qual a mudança que Ele desejava operar na posição das crianças.
d. Sua influência em levantar os esmagadores fardos que a sociedade havia colocado sobre os frágeis ombros das pequenas meninas nunca poderá ser medida ou mesmo descrita.
6. A falta de humanidade do homem para com as pequenas meninas é uma marca especial e dolorosa da desumanidade do homem para com o homem.
a. No mundo mediterrâneo, no 1° século D-C-, elas eram meramente coisas indesejáveis.
b. Elas eram expostas aos elementos da natureza, sendo este ato uma forma comum de assassiná-las.
c. Quando tal crueldade não era praticada, elas eram consideradas mais um empecilho, um infortúnio do que uma bênção.
7. A nova avaliação das pessoas, que o Evangelho de Jesus trouxe, mudou a concepção que o mundo possuía pelas crianças.
a. Elas não mais eram coisas, mas pessoas; pessoas preciosas aos olhos de Deus;
b. Sim, se a fé cristã fez muito pelas mulheres, ela fez muito mais pelas crianças.
c. Inegavelmente, o advento do cristianismo assinalou a redenção da criança.
B. Outro capítulo negro da história das crianças é aquele que foi escrito durante a vinda da Revolução Industrial na Inglaterra.
1. Pequenas meninas trabalhavam exaustivamente durante longas horas nos buracos das minas e nas indústrias.
2. Demorou muito, muito mesmo, antes que a consciência cristã despertasse e falasse efetivamente as palavras de Jesus:
a. "Menina, a ti te digo, levanta-te".
3. Mas a restauradora voz do Mestre soou através dá vida devota de Josefina Butler.
a. Esta piedosa senhora lutou bravamente para trazer para dentro de um círculo de misericórdia e amor, meninas que estavam condenadas à prostituição, na Inglaterra.
4. Quão necessário é hoje que tornemos efetivas as palavras de Jesus ás pequenas meninas do mundo "Menina, a ti te digo, levanta-te"!...
III. SIM, É MUITO IMPORTANTE O TIPO DE CONSIDERAÇÃO QUE TEMOS PELAS CRIANÇAS.
A. O provérbio que lemos no início declara que os netos são "a coroa dos idosos".
1. Sim, o mundo possui poucas satisfações comparáveis aos netos.
2. Este foi o julgamento do sábio inspirado, e muitos têm aprovado este julgamento através dos anos.
3. Aos pais é dada uma das mais profundas alegrias quando eles vêm seus filhos crescerem, se desenvolverem e tornarem-se pessoas justas e íntegras.
4. O grande escritor Lin Yutang certa vez escreveu:
a. "As recompensas das realizações políticas, literárias e artísticas produzem em seus autores apenas uma pálida risada intelectual, enquanto que as recompensas que um pai experimenta ao ver seus filhos se tornarem grandes e fortes são indescritíveis e infinitamente reais".
b. É dito que poucos dias antes de sua morte, Herbert Spencer tinha os dezoito volumes de sua grande obra, "Filosofia Sintética", empilhados sobre seus joelhos e, ao sentir o peso morto deles, desejou saber se ele não teria feito melhor se agora pudesse ter um neto em seu colo.
c. Irmãos, na calorosa intimidade de uma família feliz, as crianças são a glória de seus pais e os pais são a glória de seus filhos.
d. Sim, a criança é alegria como o raio do sol-e estímulo como a esperança.
Conclusão:
1. No Evangelho de João cap. 16 verso 21 última parte, Jesus Cristo fala da mãe esquecendo-se de sua angústia "pelo prazer de haver nascido um homem no mundo"...
2. Sim, a alegria de ter um filho é envolvente..
3. Ela é pura e boa...
4. Ela eleva e engrandece a alma, dirigindo o pensamento e cuidado do "eu" para outro ser, e assim fazendo ela distintamente beneficia e abençoa os pais.
5. E como todas as alegrias puras, ela é duradoura; ela não se evapora com o tempo.
6. Na verdade, ela cresce e se torna mais profunda á medida que a criança de sua afeição se desenvolve e se torna madura.
7. Além disso, através da terna providência de Deus, ela é renovada em outra geração.
8. Sim, o avô tem quase tanto deleite em seu neto como o pai em seu filho.
9. Podemos dizer que a paternidade ou maternidade é um desejo natural do coração humano.
10. Ela é a recompensa concedida por Deus ao paciente trabalho e ás virtudes cultivadas nos anos da juventude.
11. Ela é a realização de uma esperança pela qual os jovens, ao estabelecerem seus lares, têm lutado e ansiado.
12. Portanto, para que nosso lar seja plenamente feliz nossa oração deve ser: "Não permita Senhor, a primavera sem flores; o ninho sem gorjeios: a colméia sem abelhas e o lar sem crianças".
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