9 Perigos que só um pastor enfrenta

 

Perigos que só um pastor enfrenta

O Ministro está exposto a perigos e muitos problemas


Nosso Senhor Jesus Cristo, embora fosse Filho de Deus, esteve exposto aos ferozes ataques de Satanás. Foi atacado durante a meninice, a juventude e durante Seu ministério. 


Um exemplo de como foi atacado encontramos nas tentações que teve que enfrentar depois de Seu batismo. Diz Paulo que Jesus foi “tentado em todas as cousas, à nossa semelhança”. 


Os perigos que Jesus enfrentou ao vir a este mundo revestido da natureza humana não os pode compreender plenamente o homem. “Ao mundo em que Satanás pretendia domínio, permitiu Deus que viesse Seu Filho... Permitiu que enfrentasse os perigos da vida em comum com toda a alma humana... com risco de fracasso e ruína eterna”.


Os ministros também estão em constante perigo por estar expostos aos ataques de Satanás. Diz Pedro: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar”. “As tentações especiais de Satanás são dirigidas contra o ministério. Ele sabe que os ministros são apenas entes humanos... Procura, portanto, com toda a sua habilidade, induzi-los a pecar, sabendo que seu cargo torna o pecado neles mais excessivamente maligno; pois, pecando, tornam-se eles próprios ministros do mal”.


Além de estar expostos a sérios perigos, os ministros amiúde encontram-se com problemas que os perturbam, preocupam e às vezes, desanimam. Podem ser problemas pessoais, familiares ou dificuldade que surgem em seu trabalho, mas todos eles podem afetar a eficácia de seu ministério.


É necessário que os ministros estejam continuamente em guarda contra os perigos, acatando o conselho: “Sede sóbrios e vigilantes”. Tampouco devem deixar-se esmagar pelas preocupações e os problemas, fazendo melhor o que diz o apóstolo: “Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós”.


9 perigos a que está exposto o ministro


1. O perigo do estancamento: A planta que deixa de crescer não dura muito; logo murcha e se seca. Na vida, o que não avança se detém, e o que se detém retrocede, e o que retrocede, morre. Assim ocorre também no ministério; um dos perigos que confronta é o estancamento.


O ministro deve estar sempre em guarda para não estancar. Deve crescer e progredir continuamente no pessoal e no que a obra de Deus se refere. Diz a Bíblia: “Finalmente, irmãos,... à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais fazendo; continueis, progredindo cada vez mais”. Portando... sede firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor...”Os seguintes são alguns pontos específicos nos quais há perigo que o ministro se estanque:


a) Em seu crescimento e desenvolvimento espiritual

b) Em seu preparo e crescimento intelectual

c) Na compreensão do que abarcam suas responsabilidades ministeriais.

d) Em sua utilidade no serviço do Mestre

e) No desenvolvimento de seu caráter à semelhança de Cristo.


2. O perigo da rotina no trabalho:  Outro perigo a que está exposto o ministro e a rotina em seus métodos de trabalho. Para alguns é muito difícil abrir novas brechas e preferem arrastar seu carro pelas velhas estradas que abriram seus antecessores. Falta imaginação e agressividade para abandonar as sendas trilhadas. Creem que é necessário fazer hoje as coisas da mesma maneira como se faziam no passado.


O Espírito de Profecia diz claramente que se devem experimentar novos métodos de trabalho. “Não deve haver regras fixas; nossa obra é progressiva, e deve haver oportunidade para os métodos serem melhorados”. “Descobrir-se-ão meios para alcançar os corações. Alguns dos métodos usados nesta obra serão diferentes dos que foram usados na mesma no passado; mas não permitamos que alguém, por causa disto, ponha obstáculos no caminho mediante a crítica”.


A rotina no trabalho é uma trampa do inimigo e é dever moral do ministro resistir essa tendência, e em vez de volver-se para a rotina, deve procurar novos métodos para o avanço da obra.


3. O perigo do profissionalismo: A igreja Adventista tem chegado a ser uma organização respeitável, forte e estável. Dezenas de milhares de pessoas trabalham nas diversas organizações e instituições. Seus regulamentos dão garantia de um salário razoável, além de outros benefícios. Hoje em dia pode-se “fazer carreira” dentro da obra e desfrutar da tranquilidade, estabilidade e segurança.


Esta situação, que não tem nada de mal em si, não obstante traz consigo o perigo de que muitos busquem ocupação dentro da obra não porque se sentem chamados a servir na causa de Deus, mas sim por conveniência e comodidade pessoais. Por esta causa o espírito missionário pode ser substituído pelo profissionalismo.


A este perigo o ministro também está exposto, isso é, o perigo de considerar o ministério não como um chamado da parte de Deus, mas sim como uma carreira, uma profissão. É natural que esta espécie de pastores não levam a série sua religião nem seu ministério. São cristãos formais tipicamente laodiceanos.


Cristo compara aos ministros dos últimos tempos com duas espécies de servos. O verdadeiro pastor é comparado a um servo fiel e prudente que cumpre com suas responsabilidades, e o Senhor o chama de bem-aventurado. 


Ao outro servo o chama mau, porque não crê no que pretende crer, pois diz em seu coração: “Meu Senhor demora-se”. Este servo representa o ministro que não toma a sério sua religião nem sua investidura; não é um pastor que se preocupa seriamente pelas almas; é somente um “profissional”.  O Senhor o considera um hipócrita e o castigará duramente.


Falando das pessoas que desempenham o ministério como qualquer outra ocupação ou profissão, sem ter sequer uma verdadeira experiência cristã, a serva do Senhor diz: “Muitos apresentam as doutrinas e teorias de nossa fé; sua apresentação, porém, é como o sal que não tem sabor; pois o Espírito Santo não está operando em seu ministério destituído de fé. 


Eles não abriram o coração para receber a graça de Cristo; desconhecem a operação do Espírito; são como a farinha sem levedo; pois não há um princípio a operar em todo o seu labor, e deixam de ganhar almas para Cristo. Não se apoderam da justiça de Cristo; esta é uma veste não usada por eles, uma desconhecida plenitude, uma fonte intacta”.


A pena inspirada continua dizendo: “Dezenas de homens têm pregado a Palavra enquanto que eles mesmos não têm fé nela e não obedecem a seus ensinos. Não são convertidos, nem santificados, nem consagrados... Um homem pode pregar sermões agradáveis e entretidos, e ao mesmo tempo estar longe de Cristo no que a experiência religiosa se refere”.


O não tomar a sério a religião, ser um profissional ou um “assalariado”, como o chamou Jesus, em vez de ser um verdadeiro pastor, um “homem chamado de Deus”,  é um dos grandes perigos que enfrenta o ministério hoje.


4.  O perigo de enredar-se em assuntos comerciais: Disse Paulo: “Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida...” Sempre tem sabido de ministros que têm cedido à tentação e juntamente com seu trabalho têm atividades à margem (sidelines). Ele tem-se enredado em assuntos comerciais com o fim de ganhar algum dinheiro, e como consequência, tem fracassado no ministério.


Cristo diz enfaticamente: “Porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”. Ninguém pode servir a dois senhores... Não podeis servir a Deus e às riquezas “. Observamos as seguintes específicas instruções do Espírito de Profecia:


“Não é a vontade de Deus que Seus ministros procurem ser ricos”. Os ministros não podem realizar uma obra aceitável para o Senhor, e ao mesmo tempo, fazer face à responsabilidade de grandes empreendimentos comerciais, particulares. Tal divisão de interesses lhes obscura a percepção espiritual. O espírito e o coração ficam ocupados com coisas terrenas, e o serviço de Cristo toma o segundo plano “. 


Todas as energias do ministro são necessárias a sua elevada vocação. O que há de melhor em suas faculdades, pertence a Deus. Ele não se deve meter em especulações, ou em qualquer outro negócio que o desvie de sua grande obra”.


5. O perigo de desonestidade em assuntos financeiros: A experiência tem mostrado que outro grande perigo que rodeia aos ministros e a outros obreiros, é a desonestidade em assuntos financeiros. Alguns, que por seu trabalho têm acesso direto ou indireto às tesourarias do Senhor, mancham suas mãos apropriando-se indevidamente de fundos que pertencem à obra. 


Alguns o fazem por uma situação de emergência pessoal, com a ideia de devolver o que segundo eles tomaram “emprestado” e após isto, não encontram a maneira de fazê-lo. Outros lançam mão do dinheiro do Senhor, sem a menor intenção de devolvê-lo, e há aqueles que tem dado grande prejuízo à obra. Tal é o problema, que segundo entendemos, há casos em que nossa organização faz seguros para proteger-se contra esta espécie de desonestidades.


Os ministros, especialmente os pastores de igreja, devem ter muito cuidado e precaver-se contra esta trampa do diabo. Nem o pastor nem algum outro membro de sua família deve ter parte no manejo das tesourarias de igrejas. 


Os pastores que têm que atender grandes distritos rurais, às vezes têm que receber as remessas dos tesoureiros das igrejas; quando este for o caso, não devem ter estes fundos por muitos dias em seu poder, mas sim enviá-los quanto antes à tesouraria do campo. Este assunto de desonestidade em assuntos financeiros é coisa séria, um verdadeiro perigo; muitos pastores têm fracassado neste ponto.


6. Os perigos no tratamento com o sexo oposto: Dias após dias os fatos demonstram que um dos maiores perigos a que está exposto o ministro é o pecado da impureza e imoralidade em seu tratamento com o sexo oposto.


Por isso “A questão da pureza e da discrição na conduta é uma das que deve merecer nossa atenção. Devemo-nos guardar dos pecados desta época degenerada. Não desçam os embaixadores de Cristo a frívolas conversações, a familiaridades com mulheres, sejam elas casadas ou solteiras. 


Mantenham-se no lugar que lhes convém, com a devida dignidade; entretanto, podem ser ao mesmo tempo sociáveis, bondosos e corteses para com todos. Devem estar acima de tudo que tenha ares de vulgaridade e familiaridade. Isso é terreno proibido, no qual não é seguro pisar...”


Lamentavelmente alguns ministros procedem às vezes equivocadamente em seu trato com o sexo oposto. O ministro deve ser amável e bondoso, mas nunca deve permitir-se familiaridades com mulheres.


“A utilidade do ministro jovem, casado ou solteiro, é muitas vezes anulada pela amizade que lhe manifestam as jovens... Se atendessem estritamente às leis da discrição, seria muito melhor para elas, e para o ministro” “Mulheres são frequentemente instrumentos de tentação. 


Por um pretexto ou outro, conseguem a atenção de homens casados ou solteiros e os levam até ao ponto de traspassar a lei de Deus. Sua utilidade está arruinada e sua alma está em perigo. A história de José está registrada para benefício de todos os que como ele são tentados”.


Não há escusas para ceder à tentação. “Mas a responsabilidade dessa questão pesa sobre os próprios ministros. Cumpre-lhes manifestar desgosto por tais atenções: e, se tomarem a atitude que Deus quer, não continuarão a ser perturbados. 


Eles devem evitar toda aparência do mal... Deve repelir a ousadia, mesmo que o julguem rude, a fim de salvar da censura a causa”. “Não permitais que ninguém os lisonjeie o que se aperte a vossa mão como se estivesse pouco disposto a soltá-la. Tema toda demonstração desta natureza”. 


Os ministros têm a responsabilidade de freiar as atenções as indevidas. Eles estão obrigados a manter uma alta norma de conduta moral. Por não haver prestado atenção às instruções sobre este assunto, muitos têm fracassado e caído. 


Os ataques do inimigo aumentarão de dia em dia enquanto não acerquemos do fim. No entanto, ninguém necessita ser vencido pelas tentações. “Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou”. Se um ministro peca, é porque baixa a guarda ou porque gosta do pecado e o acaricia em seu coração.


7. O perigo de descuidar da vida devocional e comunhão com Deus: Cristo disse: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira; assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim”.


Um perigo muito real e sério que sempre acerca o ministro é o descuido de sua vida devocional e a seguir, interrupção de sua comunhão com Deus e seu Salvador. O resultado deste descuido é o escasso fruto em seu trabalho e eventual fracasso no ministério.


Para ter uma comunhão real e íntima com Deus, o ministro não pode descuidar sua vida devocional. Tem que alimentar a si diariamente da Palavra de Deus e dedicar muito tempo à oração e à meditação. Além disso, não deve considerar isto como um dever, mas sim como um grande privilégio.


As razões por que alguns ministros chegam a ser vítimas deste perigo que estamos considerando, são muitas. Pode ser simples negligências e pode ser por falta de um programa bem meditado. 


Pode ser pela pressão do excesso de trabalho ou por sua desorganização. Alguns correm muito daqui para ali, mas ao final não é grande coisa o que realizam. É, pois, necessário que o ministro tenha um bom horário, incluindo tempo amplo para o estudo da Palavra e para a oração, e que cumpra seu horário.


A pena inspirada diz o seguinte sobre o estudo da Palavra e a oração: “Os ministros que quiserem trabalhar com eficácia pela salvação de almas, devem ser tanto estudantes da Bíblia, como homens de oração. É pecado da parte dos que tentam ensinar a Palavra a outros, negligenciarem eles próprios o seu estudo”. “A oração é a respiração da alma. 


É o segredo do poder espiritual. Nenhum outro meio de graça a pode substituir, e a saúde da alma ser conservada. A oração põe a alma em imediato contato com a Fonte da vida, e fortalece os nervos e músicos da vida religiosa. 


Negligenciai o exercício da oração, ou a ela vos dediqueis de quando em quando, com intermitências, segundo pareça conveniente, e perdereis vossa firmeza em Deus. As faculdades espirituais perdem sua vitalidade, a experiência religiosa carece de saúde e vigor”.


8. O perigo de imitar Jonas: Jonas era um profeta de Deus. Um dia o Senhor o enviou a Nínive com uma missão específica. Jonas não se agradou da idéia de ir a este lugar. Resolveu ir a Jope, comprou uma passagem e embarcou para ir a Tarsis. O restante da história é muito conhecida; o Senhor encontrou a maneira de fazer com que Jonas fosse para onde Ele o enviara e que fizesse a obra que Ele havia lhe designado.


Os ministros são homens que estão ao serviço de Deus. Como Isaías devem dizer: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Como Paulo devem perguntar: “O que queres que eu faça?”. 


Deus tem um plano específico para cada um de Seus servos, Ele tem o lugar escolhido onde cada um deve trabalhar. “Todos têm seu lugar no plano eterno do Céu. Todos devem colaborar com Cristo para a salvação de almas. Tão certo como nos está preparado um lugar nas mansões celestes, há também um lugar designado aqui na Terra, onde devemos trabalhar para Deus”.


Às vezes o lugar e a espécie de trabalho que o Senhor nos designa por meio de Sua organização na terra, não nos agrada. Gostaríamos de fazer outra espécie, ou outro tipo de trabalho, servir em outro lugar ou em outro país. 


Se um ministro tiver estas preocupações, pode apresentá-las ao Senhor em oração e a seus dirigentes, mas incluindo na petição o pensamento: “Se é possível conceda-me meus desejos, mas não se faça minha vontade, mas sim a Tua”. 


O ministro deve seguir o exemplo de Paulo e deixar-se guiar em todas as suas atividades pelo Espírito do Senhor. “Defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus  não o permitiu... À noite, sobreveio a Paulo uma visão, na qual um varão macedônico estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos. Assim que teve a visão, imediatamente procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o evangelho”.


Mas em lugar de proceder da maneira indicada, muitos imitam Jonas; negam-se a ir ao lugar que Deus mostra e fazer a obra que Deus lhes designa. Renunciam ou abandonam seu trabalho, e tomam o barco que vai a Tarsis, que nestes tempos leva o nome de “Estados Unidos”. 


Muitos ministros que deveriam estar ajudando a terminar a obra de Deus em sua própria terra, em sua pátria, ou pelo menos no lugar que Deus lhes designa segundo os procedimentos da organização, tomam decisões por sua conta e vão onde eles querem ir. 


O perigo de imitar a Jonas é um perigo muito real e os ministros devem cuidar-se, e não tomar decisões precipitadas por sua própria conta, com base na conveniência, desejos ou até ambições pessoais. A atitude do ministro deve ser: “Senhor, aqui estou. 


Mostra-me onde deve ir e o que deve fazer”. “Consagrai-vos a Deus pela manhã... Seja vossa oração: Toma-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos. Usa-me hoje em Teu serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha obra se faça em Ti”.


9. Perigos vários: Há muitos outros perigos a que pode estar exposto um ministro. As provas e tentações de um não são as do outro. Cada um deve examina-se a si mesmo, fazer sua própria relação de perigos, estar sempre em guarda e orar: “Não me deixes cair em tentação, mas livra-me do mal”.


Alguns problemas que as vezes perturbam o ministro


1. As promoções e campanha: As promoções e campanhas nas igrejas são necessárias e devem ser atendidas. No entanto, as vezes chegam a constituir um problema para os pastores. 


Vêm tantos planos e programas novos e importantes de cima, há tantas promoções que fazer, que às vezes o pastor não sabe onde começar e onde terminar. Não lhe fica tempo para atender suas obrigações pastorais nem para colocar em ação sua própria iniciativa. Qual é o resultado? O ministro sofre, a igreja sofre e a obra em geral sofre.


2. A pressão dos alvos: Temos em nossa obra alvos para ofertas, alvos para as diversas promoções e campanhas, alvos de almas, alvos para isto e aquilo, alvos para tudo. Está bem ter alvos e certos objetivos definidos para alcançar dentro de um tempo determinado. Ao iniciar uma viagem há que ter um destino em vista para o qual se quer chegar. Paulo também disse: “Prossigo o alvo”.


Existe a possibilidade de que a pressão dos alvos se converta em um problema para os ministros. No afã de alcançar certos alvos, outras responsabilidades importantes ficam sem ser atendidas. Alvos não alcançados deixam em muitos um sabor desagradável e até um complexo de inferioridade e às vezes de culpabilidade.


É necessário pôr especial cuidado no mais importante de todos os alvos, no alvo de almas ou de batismos. Devemos procurar grandes coisas para Deus e com Sua ajuda alcançaremos grandes coisas. No entanto, devemos ter presente, entre outras, especialmente dois problemas. 


Primeiro: É necessário dar-se conta para que as almas que entram pela porta da frente da igreja não saiam outra vez pela porta de trás. Ainda que os esforços por ganhar novas almas sejam intensos, o pastor tem que organizar e atender devidamente o trabalho pastoral. Segundo: É necessário trabalhar honestamente e evitar batizar pessoas que não estão devidamente preparadas somente pela pressão de alcançar o alvo. Devemos fixar alvos com fé, trabalhar fielmente, e confiar os resultados a Deus.


3. A infidelidade e a apostasia: É um fato inegável que há muita infidelidade em vários aspectos e muita apostasia na igreja. Este fato é um problema que perturba a muitos pastores. É necessário descobrir as causas desta situação, buscar o remédio e aplicá-lo. Entre as causas encontraremos a debilidade na aplicação de disciplina e a falta de atenção pastoral.


4. A falta de tempo para o trabalho pastoral: Falando em geral, os pastores têm igrejas e distritos muito grandes para poder cumprir satisfatoriamente suas responsabilidades pastorais junto com as demais atividades. 


O tempo, simplesmente não dá para fazer tudo. Por isso, é necessário dividir os distritos grandes e dar ajudantes aos pastores de igrejas grandes. Por sua parte, o pastor deve organizar aos anciãos, diáconos e demais oficiais para que prestem ajuda eficaz e sistemática no cuidado dos membros.


5. Não pode viver com suas entradas: Um problema frequente é que há ministros que não podem viver com suas entradas. Para resolver este problema alguns se dedicam a atividades a margens, e outros contraem dívidas com a mesma organização, com membros da igreja e às vezes com estranhos. 


A situação de alguns no passado tem chegado a ser desprezada, e o inimigo aproveita as circunstâncias e os leva a cometer atos de desonestidade. As dívidas privam o ministro de toda tranquilidade, trazem má fama para ele mesmo e é mal para a igreja.


Em geral as entradas dos ministros não são tão más se são comparadas com o padrão de vida do país onde trabalham. As administrações dos campos devem velar para que os obreiros disponham de uma entrada razoável. 


Também o ministro e sua família devem organizar bem suas finanças, não procurar adquirir comodidades além de seu alcance e aprender a viver com o que recebem. Diz o Espírito de Profecia que as dívidas, devemos temê-las como à lepra; que os que têm a responsabilidade de fixar os salários dos obreiros devem ter compreensão de suas necessidades e ser justos; que os obreiros que não podem viver com seu salário devem dedicar-se a outra atividade que lhes produza mais entradas.


6. O não acatamento das normas: É um fato que um dos grandes problemas destes dias é o não acatamento das normas cristãs por muitos membros da igreja e mesmo por obreiros. 


Há pastores que vivem afligidos e preocupados por que seu próprio lar e nas igrejas, as normas quanto à recreação, a observância do  Sábado e quanto à indumentária, etc., não são acatadas. É necessário descobrir os motivos desta situação, pedir sabedoria do alto, obter o apoio da direção da obra, e com amor e firmeza aplicar as medidas que corresponda.


7. Problemas vários: O mesmo que acontece com os perigos, acontece também com os problemas. Há problemas que são bastante gerais e outros não. Os problemas de uns não são sempre os de outros. 


Cada ministro deve fazer sua relação de seus próprios problemas, os de sua família e os de suas igrejas. Após isto, levá-los ao Senhor e pedir sabedoria para resolvê-los. Os problemas que não têm solução humana, devem ser confiados nas mãos do Senhor, pois Ele tem mil soluções onde nós não vemos nenhuma.


Conclusão e recomendações


Temos que ser realistas e compreender que os perigos e os problemas não vão terminar. Cada dia que passa os perigos serão maiores e os problemas mais numerosos. 


Paulo escreveu a Timóteo: “Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis...” No mesmo capítulo, depois de mencionar uma série de perigos e problemas que teve que enfrentar, ele diz: “De todas, entretanto, me livrou o Senhor”. Também hoje o Senhor ajudará e sustentará a seus ministros. Também a eles o Senhor diz: “A minha graça te basta... me gloriarei nas fraquezas”. 


1. Recomendamos, que a fim de que os principais perigos não tomem desprevenidos aos ministros, especialmente aos mais jovens, que os ministros de mais experiência sejam solicitados a apresentar séries de assuntos sobre estes temas, dando orientações para prevenir os problemas e como enfrentá-los.

2. Recomendamos, que os ministros por sua parte façam entre outras coisas o seguinte para enfrentar os muitos perigos que a todos se acertam:


a) Consagrar-se ao Senhor todos os dias, estudar a Palavra de Deus regularmente, e “orar sempre e não esmorecer”.

b) Que deem ouvidos aos conselhos dos dirigentes que Deus colocou frente à Sua obra, e que cumpram os regulamentos da organização.

c) Que busquem a companhia e os conselhos de ministros consagrados e de experiência, e aprendam dos erros cometidos por outros, para não cair no mesmo.

d) Que os ministros se mantenham sempre unidos a Cristo, o grande Amigo, Conselheiro e Dirigente.


3. Recomendamos, que se faça ver com toda seriedade aos pastores a necessidade de estar em guarda contra dois dos maiores perigos que têm sido a causa de muitos fracassos nas fileiras ministeriais. 


Primeiro: Desonestidade ou falta de honradez no manejo dos fundos da igreja e da obra. Segundo: O pecado de familiaridade no tratamento com o sexo oposto, a imoralidade e transgressão do sétimo mandamento, recordando que para o último a melhor salvaguarda é um lar feliz e uma vida familiar bem regulada.


4. Recomendamos, que se faça ver aos ministros que a melhor salvaguarda contra os perigos e a melhor maneira de enfrentar os problemas, é seguir o conselho de Paulo ao escrever aos hebreus: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso, e de pecado que tenazmente nos assedia, corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé... Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue”.