17. Valentim de Alexandria

17. Valentim de Alexandria

Gnosticismo – Século II – Alexandria

Deus Inefável

Valentim de Alexandria (100-160) foi o teólogo gnóstico de maior sucesso dos tempos antigos. Era um homem extremamente inteligente, eloquente e orgulhoso.

Após ter sido preterido para o cargo de bispo, separou-se definitivamente da Igreja e fundou uma influente seita cristã gnóstica na cidade de Roma e outra na cidade de Alexandria.

Com muita habilidade, arregimentou muitos discípulos, e a sua teologia tornou-se a mais difundida entre todas as formas de gnosticismo. Seus discípulos eram conhecidos como valentinianos e a sua seita valentinianismo.


Mesmo após a sua morte, os seus discípulos continuaram divulgando assuas ideias, trazendo um grande desafio à teologia cristã vigente do segundo e terceiro séculos. 

Valentim foi um membro muito ativo e respeitado em sua comunidade. Durante toda a sua vida jamais foi considerado herético.

No decorrer dos anos a seita dos valentinianos dividiu-se em muitas outras seitas.

Valentim foi um escritor prolífero e produziu muitas obras literárias.

Porém, apenas fragmentos sobreviveram, sendo que a maioria de seus textos são citações feitas por seus adversários. Entre as quais se encontra o livro “Pistis Sophia”.

Os discípulos de Valentim usavam uma obra gnóstica intitulada “Evangelho da Verdade”, e que felizmente foi redescoberta em 1945 entre os livros apócrifos dos códices da Biblioteca de Nag Hammadi.

As doutrinas de Valentim são as seguintes:

Salvação: A salvação está na gnose (conhecimento).

Cosmogonia: Deus, o Pai inefável e invisível está acima do deus inferior Demiurgo.

Cristo: É um ente que orienta os seres para o abrigo do Pleroma, fugindo da escravidão da matéria através da reencarnação. 

Jesus não tomou nada material, porque a matéria é incapaz de salvação.

Homens espirituais. O homem espiritual é aquele que atingiu o conhecimento perfeito (gnose) de Deus, e que foi iniciado dentro desses mistérios.

Homens carnais. Os homens carnais são reconhecidos por suas obras e sua fé simples; porque eles não possuem o conhecimento perfeito (gnose).

Natureza humana: Existem três tipos de pessoas: os espirituais, os psíquicos e os materiais. 

Os espirituais receberiam a “gnose” (conhecimento) que os permitira retornar ao divino Pleroma. 

Os psíquicos (demais cristãos obteriam uma forma inferior de salvação. Os de natureza material (pagãos e judeus) estavam condenados a perecer.

Lei e Profetas. A lei e os profetas falaram por meio do Demiurgo: um deus inferior e néscio.

Entre outros, os valentinianos faziam uso dos seguintes livros gnósticos: “Sofia de Jesus Cristo”; “Epístola de Eugnostos”; “Evangelho da Verdade”; “Evangelho de Filipe”; “Oração do Apóstolo Paulo”; “Tratado Sobre a Ressurreição”.

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