12. Peratas

12. Peratas

Gnosticismo – Século II – Grécia A Ressurreição Iniciática.

Os Peratas, cujo nome significa caminho, travessia, constituíam-se numa seita de cristãos gnósticos ofitas. A seita foi fundada na Grécia no segundo século depois de Cristo por Eufrates e Ademes. Este último também era conhecido pelo nome de Celbes.

O início das atividades dos peratas concentrava-se principalmente emEubeia, ilha da Grécia, localizada na periferia da Grécia Central.

Entre suas doutrinas peculiares, os peratas pregavam a “Ressurreição Iniciática”, constituindo-se numa verdadeira Escola de Mistérios.


A seita possuía diversos livros e escritos. Um destes tinha o nome de “Oi Proasteioi”, que versava sobre a raça humana, e estabelecia conexões entre vários deuses da mitologia com as influências e características planetárias. 

A seita também possuía um tratado semelhante à doutrina da seita dos Naassenos.

Por serem Ofitas, os peratas cultuavam a antiga serpente como o ser supremo. Portanto, eles também faziam uso de livros Ofitas, como o “Testemunho da Verdade” e “Hipóstase dos Arcontes”.

Os peratas defendiam as seguintes doutrinas gnóstico-cristãs:

1. O cosmos é um só, numa divisão tríplice, que era representado por um círculo circunscrevendo um triângulo. 

O círculo denota a unicidade do cosmo, enquanto que o triangulo representa a trindade dos “Três Mundos”, do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

2. O Pai era a bondade perfeita e não gerada. O Filho possuía a bondade perfeita autogerada. O Espírito Santo é a matéria primordial, sem forma e gerado.

3. O Filho é um intermediário entre o Pai e o caos, ainda informe, da matéria.

4. O Filho, como a Palavra é representado por uma serpente em constante transformação. 

Primeiro submete-se ao Pai, adquirindo os poderes divinos, depois se dirige ao Espírito Santo, despejando os poderes sobre ele.

5. Desse modo, o Espírito Santo toma forma e se transforma em realidade material: o sensível cosmos.

6. Para redenção deste mundo inferior, Cristo desceu da região do “não gerado”. Ele próprio era tríplice-homem, tendo em si mesmo incorporadas as três partes do mundo. 

Nele todo o Pleroma havia se estabelecido corporalmente. Nele estava toda a Divindade. 

Sua missão era preparar os elementos que desceram do alto, para que ao alto pudessem retornar, enquanto que os elementos que conspirassem contra os céus, ficariam à deriva, aguardando sua justa punição num juízo final.

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