As 2 Primeiras trombetas do Apocalipse na história

As 2 Primeiras trombetas do Apocalipse

Fogo e saraiva são símbolos de destruição (Isaías 28:2, 30:30; Ezequiel 13:13). O Império que com mão de ferro dominara o mundo durante longos séculos e que tão cruelmente havia perseguido os seguidores de Cristo deveria sofrer a indignação divina. 

Para este primeiro grande flagelo sobre o império dos antigos dominadores do mundo foi escolhido o líder de uma das tribos bárbaras: Alarico, rei dos visigodos. 

ALARICO E A PRIMEIRA TROMBETA 


"E o primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra, que foi queimada na sua terça parte; queimou-se a terça parte das árvores, e toda a erva verde foi queimada" (Ap 8:7). 

Todos os historiadores confirmam a verdade de que Alarico e o seu exército foi o primeiro inimigo de Roma a feri-la tão seriamente! Toda a estrutura do Império foi abalada como uma terrível tempestade que demonstrou ser um castigo pesado sobre a parte ocidental ou europeia do Império dos Césares. 

Estando às portas de Roma, tendo um eremita tentado aplacar o seu furou, Alarico responde: 

"Não posso parar, é Deus que me impele." As devastações de Alarico duraram do ano 395 a 410 d.C., ano em que houve o saque de Roma! Tudo isto abriu o caminho para novas invasões e a queda final e definitiva do Império que oprimira o mundo e perseguira os cristãos. 

Além da Itália, Alarico, líder dos visigodos, invadiu a Trácia, Macedônia, Grécia e França e se estabeleceu onde hoje é a Espanha. Morreu no ano 412 d.C. Para darem sepultura ao herói, desviaram o curso de um rio, abriram uma cova em seu leito e nela depositaram Alarico com ricos despojos e, em seguida, restituíram o rio às suas ribas, tendo previamente matado os escravos que empregaram naquele trabalho para que ninguém soubesse onde repousava o homem que havia sido o terror de Roma. 

Quando João foi exilado para a ilha de Patmos e escreveu o Apocalipse, entre os anos 95 e 96, perto do final do primeiro século, Jerusalém já havia caído e se achava em ruínas! A esta altura, a velha Jerusalém não é mais objeto da profecia. O que chama a atenção do apóstolo é a Nova Jerusalém celestial, descrita nos capítulos 21 e 22 do último livro profético.

OS VÂNDALOS E A 2ª TROMBETA


"E o segundo anjo tocou a trombeta; e foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar. E morreu a terça parte das criaturas que tinham vida no mar; e perdeu-se a terça parte das naus" (Ap 8:8 e 9). 

A palavra vândalo aparece nos dicionários associada a ruína, devastação, destruição. E vandalismo é ação própria de vândalos. Efetivamente, os vândalos foram um dos povos bárbaros que mais ficaram marcados na História como violentos e destruidores. 

Um novo inimigo de Roma surgiu para abalar o seu poderio naval como fizera Alarico e seus visigodos com o poderio terrestre. 

Depois de invadir o norte da África e conquistar a cidade de Cartago com violência inaudita, Genserico e os vândalos se estabeleceram nesta cidade. 
A província romana da África era um dos grandes celeiros que abasteciam toda a Itália, especialmente as duas capitais: Roma e Ravena. 

No ano 455 d.C. a cidade de Roma foi saqueada durante 14 dias e as riquezas que haviam escapado a Alarico foram levadas pelos vândalos, inclusive as alfaias preciosas do culto hebraico que Tito havia trazido de Jerusalém. 

Os dois impérios romanos do Oriente e do Ocidente resolveram unir suas forças com a finalidade de destruir esse terrível rei do mar e dar um fim às suas selvagens piratarias! Prepararam uma frota de 1.113 navios e mais de 100.000 soldados e marinheiros que partiram de Constantinopla rumo a Cartago. 

Os vândalos e Genserico, seu rei, atacaram inesperadamente a esquadra inimiga. Rebocando muitos barcos de material combustível, na obscuridade da noite, esses navios destruidores foram arrojados contra a frota indefesa dos romanos que de nada suspeitavam ao sentir o perigo iminente. 

A ordem em que estavam as embarcações, muito juntas e amontoadas, auxiliaram o progresso do fogo que foi propagado com rapidez e irresistível violência; e o ruído do vento, o crepitar das chamas, o grito dissonante dos soldados e marinheiros, que não podiam nem mandar nem obedecer, aumentavam o horror do tumulto noturno. 

E Genserico, mais uma vez pôde satisfazer seus instintos de vingança e de sangue. 

Tão grande foi o derramamento de sangue que o vidente de Patmos, escrevendo 364 anos antes, diz que a terça parte do mar tornou-se em sangue e perdeu-se a terça parte das naus, isto é, cerca de 500 navios foram alvos das impetuosas chamas.

Em sua visão simbólica, parecia que um grande monte ardendo em fogo havia sido arrojado sobre o mar. E assim, vemos que a profecia teve cabal cumprimento.

FONTE: Francisco Pontes